terça-feira, 30 de junho de 2020
Fora Bolsonaro, Mourão e Guedes!
segunda-feira, 29 de junho de 2020
Novas revelações reforçam elo de família Bolsonaro, Queiroz e milícias
(EVARISTO SA/AFP via Getty Images) |
Yahoo Notícias, 29 de junho de 2020
A operação Anjo, deflagrada em 18 de junho, avançou alguns passos na elucidação dos laços de Fabrício Queiroz e da família Bolsonaro com as milícias do Rio de Janeiro.
A profundidade dessa relação ainda
não está clara, mas o Ministério Público revelou fatos importantes na peça em
que pediu a prisão do ex-assessor de Flávio Bolsonaro.
Entre eles, um encontro suspeito
entre o advogado do senador, Luis Gustavo Botto, e familiares do ex-capitão do
Bope Adriano Magalhães da Nóbrega, apontado como chefe de uma milícia.
Também participou dessa reunião a
mulher de Queiroz, Márcia Aguiar, que segue foragida. O objetivo, segundo a
Promotoria, seria elaborar um plano de fuga para a família do ex-assessor com a
ajuda de Adriano, seu amigo.
Outro ponto levantado pela Promotoria
é a relação de Queiroz com milicianos da zona oeste do Rio. Mensagens trocadas
entre Márcia e o marido indicam que ele mantém influência sobre um grupo
paramilitar de Rio das Pedras.
Em dezembro de 2019, Márcia
encaminhou ao PM aposentado o áudio de um homem que queria pedir ajuda a
Queiroz depois de ter sido ameaçado pelo grupo paramilitar que domina a região.
"Eu queria que, se desse para
ele ligar, se conhecer alguém daqui, Tijuquinha, Rio das Pedras, os 'meninos'
que cuidam daqui", afirmou o interlocutor à mulher de Queiroz.
Em resposta a Márcia, o ex-assessor
disse que poderia interceder com os milicianos pessoalmente, mas que não faria
o contato pelo telefone porque tinha receio de estar grampeado.
Os possíveis cenários para o julgamento da chapa Bolsonaro-Mourão no TSE
© picture-alliance/AP Photos/E. Peres |
DW - Bruno Lupion (de Brasília)
Sete ações que pedem a cassação da chapa do presidente na campanha de 2018 tramitam no TSE – três delas envolvendo disparo de fake news por Whatsapp. Provas e gravidade da conduta devem determinar desfecho no tribunal.
(Estão rindo de quem? - Grifo deste Blog)
Caso
a chapa Bolsonaro-Mourão seja cassada ainda em 2020, novas eleições para
presidente e vice devem ser convocadas
Após mais de um ano
tensionando a relação do Poder Executivo com o Congresso Nacional e o Supremo
Tribunal Federal (STF), o presidente Jair Bolsonaro tem feito movimentos de
pacificação nas últimas semanas. Em maio, começou a dar cargos do governo para
partidos do Centrão, em busca de uma base estável no Legislativo. E neste mês,
agitou uma bandeira branca em direção ao Supremo, demitindo Abraham Weintraub –
ex-ministro da Educação que havia pedido a prisão de ministros da Corte – e
desestimulando manifestações que pedem o fechamento do tribunal.
A recente moderação
do presidente, cuja duração é incerta, é motivada por dois medos: sofrer um
processo de impeachment pelo Congresso ou ter a chapa cassada pelo Poder
Judiciário. Tramitam no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sete ações que pedem
a cassação da chapa composta por Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, por
abuso de poder econômico durante a campanha eleitoral de 2018.
Dos sete ministros
que compõem o TSE, três vêm do Supremo: Luís Roberto Barroso, que hoje preside
o tribunal eleitoral, Luiz Edson Fachin, vice-presidente, e Alexandre de
Moraes. Por coincidência, Moraes também preside um inquérito no Supremo que
investiga a disseminação de notícias falsas contra a Corte, incluindo o período
da campanha eleitoral de 2018. No âmbito do chamado inquérito das fake news, já
foram quebrados sigilos fiscais e bancários e realizadas busca e apreensão de
provas contra empresários, políticos e blogueiros aliados do presidente.
O ponto
determinante para o desfecho dos processos no TSE são as provas sobre eventuais
condutas irregulares da chapa eleita, que nega qualquer irregularidade. A DW
Brasil entrou em contato com a defesa da chapa, mas não obteve resposta até o
fechamento desta reportagem.
Processos no Tribunal Superior Eleitoral preocupam governo de Bolsonaro
Correio Braziliense - Renato Souza
Bolsonaro com Mourão:
presidente acredita na existência de um complô para tirá-lo do governo e que a
articulação passa por ações eleitorais
Sete ações
envolvendo a chapa do presidente Jair Bolsonaro, que estão em curso no Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), devem prolongar a apreensão do Executivo, pelo menos,
até o primeiro semestre do ano que vem. Em meio à pandemia do novo coronavírus
e a uma crescente onda de embates entre os Poderes. Por mais que seja uma
possibilidade remota, novos fatos durante diligências têm gerado preocupação no
governo. As mais polêmicas envolvem a denúncia de que ocorreram disparos em
massa durante o último pleito para beneficiar o atual chefe do Executivo e
prejudicar adversários.
Causou, ainda, mais
tensão a decisão do ministro Og Fernandes, relator das ações que tratam do
assunto, de solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) o compartilhamento de
informações do inquérito das fake news, que mira ataques contra a Corte,
principalmente por meio virtual. A avaliação, no Planalto, é de que o fato de a
apuração ter como alvo apoiadores de Bolsonaro pode servir para potencializar
as acusações e dar mais fundamento para o avanço do processo. O chefe do
Executivo tem dito a interlocutores que existe “um complô” para tirá-lo do
governo e que a articulação passa por ações eleitorais.
domingo, 28 de junho de 2020
O senador coca-cola e a privatização da água
Por Malta Araújo*
Na última
quarta-feira, dia 24 de junho, o Senado aprovou o PL 4162 de autoria do Senador
Tasso Jereissati (PSDB-Ce), que abre o caminho para a total privatização da
água no Brasil. O Senador é um dos maiores empresários do Brasil e foi governador
do estado do Ceará em três gestões: 1987-1990, 1995-1998 e 1999-2002. Como
representante do grande capital foi protagonista direto das privatizações do
BEC – Banco do Estado do Ceará (1999); TELECEARÁ – Telecomunicações do Ceará
(1998); COELCE – Companhia de Eletricidade do Ceará (1998).
Para conhecer melhor
o Senador Coca-Cola devemos puxar pela memória e lembrar que, em junho de 1997,
a Folha de São Paulo divulgou o pedido do Sindicato para que o governo federal
investigasse operações do BNB que teriam beneficiado o então governador Tasso
Jereissati (PSDB/CE) e o senador Sérgio Machado, então líder do PSDB no Senado.
A operação teria acontecido em dezembro de 1994 quando a Poty Refrigerantes, em
Natal (RN), fábrica da Coca-Cola que pertencia à família Machado, foi vendida à
empresa Refrescos Cearenses e a TJ Participações, da família de Jereissati. O
BNB ignorou a hipoteca que havia sobre o prédio da Poty Refrigerantes para
permitir que o imóvel entrasse em transação comercial realizada com a empresa
da família Jereissati.
Em 1998, o Sindicato
dos Bancários do Ceará reproduziu matéria de capa publicada pela revista IstoÉ
(ed. 1610) que denunciava Tasso Jereissati de beneficiar suas empresas com
dinheiro público. De acordo com os auditores do TCU, a administração do BNB foi
marcada por várias irregularidades. Uma delas foi o empréstimo concedido a
Refrescos Cearenses (Coca-Cola), cujo proprietário é Tasso Jereissati, de cerca
de R$ 24 milhões, quase três vezes mais que o valor máximo fixado por técnicos
do próprio BNB, com dinheiro do Fundo Constitucional de Desenvolvimento do
Nordeste (FNE), instalado na Câmara Federal. O Senador também foi acusado de
usar notas frias, para fraudar a prestação de contas junto ao BNB.
‘Reputação do Brasil mudou para pior’, diz brasilianista
ESTADÃO - Paulo Beraldo
© ROBSON VENTURA/
ESTADÃO
Anthony Pereira avalia que Bolsonaro tinha ‘bom time’ na Saúde, ‘mas manteve melhores jogadores no banco’
Para o brasilianista Anthony Pereira, diretor de pesquisas sobre o Brasil no King’s College de Londres, um dos principais centros acadêmicos do Reino Unido, a reputação do País no exterior mudou para pior nesses 18 meses de governo Jair Bolsonaro. A conduta do presidente principalmente diante da crise sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus, afirmou Pereira, tem levado a críticas ao Brasil por parte de todo o espectro político nos Estados Unidos e no Reino Unido.
“As pessoas no
exterior sabem que o presidente Bolsonaro disse ‘e daí?’ quando questionado
sobre as mortes pelo coronavírus. Eles descobriram que um juiz ordenou que ele
usasse uma máscara quando passeava por Brasília. E eles sabem que os
investidores internacionais estão ameaçando retirar seus investimentos da
produção brasileira de carne e grãos devido aos crescentes níveis de
desmatamento na Amazônia. O governo Bolsonaro mudou a reputação internacional
do Brasil. E a mudança foi amplamente negativa”, disse o brasilianista ao Estadão.
Desde a ditadura militar, nunca
tivemos tantos militares em um governo civil. Como o senhor analisa esse fato e
também a avaliação positiva dos militares?
É uma situação
bastante extraordinária. Quase metade do gabinete e quase três mil militares
nos ministérios. Mas a situação representa um risco para os próprios militares.
Eles são atraídos por conflitos políticos e se tornam defensores do governo, e
não parte do aparato estatal. O Exército é popular entre os brasileiros, mas as
pessoas estão observando atentamente como ele exerce o poder e como se comporta
no meio de conflitos extraordinários entre diferentes atores nos diferentes
níveis de governo. Para mim, mais preocupante do que a presença militar no
governo é a popularidade do presidente entre as forças policiais estaduais e as
milícias no Rio, e a possível inclinação do presidente e de seus conselheiros
de usar essa popularidade como arma em futuros conflitos políticos.
Desembargador que concedeu foro a Flávio Bolsonaro diz que agiu guiado por sua consciência (Será? Grifo deste Blog)
(Foto: Pedro Ladeira/Folhapress) |
ANA LUIZA ALBUQUERQUE
Folhapressontem
***ARQUIVO***
BRASILIA, DF, BRASIL, 17-04-2020, 12h00: O senador Flávio Bolsonaro.
RIO DE JANEIRO,
RJ (FOLHAPRESS) - O desembargador do TJ-RJ Paulo Rangel, que votou a favor da
concessão de foro privilegiado ao senador Flávio Bolsonaro e da anulação de
decisões da primeira instância envolvendo o político, diz que agiu guiado por
sua consciência e pela Constituição.
Ele afirma que o
entendimento firmado no STF (Supremo Tribunal Federal) sobre o tema não se
aplica ao caso. Segundo a jurisprudência do Supremo, o foro privilegiado se
encerra ao final do mandato. Flávio deixou de ser deputado estadual em janeiro
de 2019, quando assumiu o cargo de senador.
Na quinta-feira
(25), Flávio obteve junto à 3ª Câmara Criminal o direito de ser julgado pelo
Órgão Especial do Tribunal de Justiça, reservado para autoridades como
deputados estaduais, juízes estaduais e membros do Ministério Público.
O filho do
presidente Jair Bolsonaro é investigado por suspeita de recolher parte do salário
de seus empregados na Assembleia Legislativa do Rio de 2007 a 2018. Os crimes
em apuração são peculato, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e
organização criminosa.
A defesa do
senador ingressou com um habeas corpus pedindo a concessão do foro especial,
sob o argumento de que Flávio era deputado estadual à época dos fatos
investigados.
Além de Paulo
Rangel, a desembargadora Monica Tolledo também votou a favor do pedido do
senador. A magistrada Suimei Cavalieri foi voto vencido.
Em nota, Rangel
diz que o entendimento do STF é de que, quando um político em exercício perde o
mandato, o processo deve retornar à primeira instância.
"Paulo
Rangel sustenta que Flávio Bolsonaro não só não perdeu o mandato na Assembleia
Legislativa do Estado do Rio de Janeiro como ganhou um novo mandato, desta vez
no Senado", afirma o texto.
O entendimento
do STF se aplica a qualquer político que deixe o cargo, mesmo em função do
término do mandato.
Em maio de 2018,
o Supremo restringiu o foro especial apenas para os crimes cometidos durante o
mandato e em função dele. Em 1999, a corte já havia cancelado a súmula 394, que
garantia o foro privilegiado mesmo após o fim do mandato.
sábado, 27 de junho de 2020
Programa da televisão portuguesa faz piada com live de Bolsonaro
© Reprodução/Facebook. |
Correio Braziliense e Estado de Minas
Comentaristas do programa Governo Sombra, do canal português SIC, ridicularizaram a homenagem do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) aos mortos por coronavírus feita em live na última quinta-feira (25). Após o Brasil registrar a marca de 53.830 mortes por covid-19, Bolsonaro prestou tributo às vítimas chamando Gilson Machado Neto, presidente da Embratur, para tocar Ave Maria, de Schubert, em sanfona durante uma transmissão ao vivo pelo Facebook.
"O Bolsonaro
diz: 'é uma homenagem aos que se foram', mas não diz que são pessoas. Pode ser
uma homenagem muito bonita a um gato morto. Simplesmente porque a homenagem
reproduz o som de gatos que estão a sofrer", debocha um dos comentaristas.
"Qualquer
brasileiro com Q.I. acima de 100 deve ter a mesma sensação de um romano durante
a invasão dos bárbaros. Nós olhamos para aquilo e pensamos: O que aconteceu com
o Brasil?'', questiona outro. Os comentáristas também brincam com o fato
desse ter sido o primeiro ato público de Bolsonaro em homenagem aos mortos no
Brasil em decorrência do novo coronavírus.
"A homenagem
está ao nível de preocupação que ele tem demonstrado. Se fosse um chefe de
estado preocupado com seus concidadãos o tributo seria uma missa de réquiem,
quarenta salvas de canhão... Mas ele usa uma sanfona. Isso é o chefe de Estado
de um país que não é uma micro república com 500 mil habitantes. É um dos
grandes países do mundo."
EM TEMPO: É muita fuleragem uma coisa dessa. Até parece que todos nós somos bobos. Agora durmam com essa fuleragem ao som da música.
Maia defende adiamento das eleições e critica prefeitos que querem manter a data
(Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
|
DANIELLE BRANT E ISABELLA MACEDO
***FOTO DE ARQUIVO***
BRASILIA, DF, 25.03.2020 - Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia
(DEM-RJ).
BRASÍLIA, DF
(FOLHAPRESS) - O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), defendeu nesta
quinta-feira (25) o adiamento das eleições municipais e criticou o que viu como
incoerência de prefeitos que defendem a manutenção da data, mas reivindicam
verbas para enfrentar a pandemia do novo coronavírus.
Maia tenta
costurar um acordo para votar já na semana que vem a PEC (Proposta de Emenda à Constituição)
que adia as eleições de outubro para novembro. Para isso, pretende conversar
com líderes de partidos que estão rachados sobre o adiamento da data.
A divisão nas
bancadas é fruto de uma pressão de prefeitos e vereadores que buscam a
reeleição. Caso o calendário do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) seja mantido,
os adversários teriam menos tempo para fazer campanha junto aos eleitores, o
que, em tese, beneficiaria os atuais ocupantes dos cargos.
Maia criticou a
pressão de prefeitos por recursos para combater os efeitos da pandemia na
economia, com queda na arrecadação.
"Eu só acho
que é incoerente o prefeito estar dizendo que ainda tem crise, que precisa de
mais recursos para a saúde, para manter a prefeitura funcionando, e ao mesmo
tempo uma boa parte desses prefeitos defendendo a manutenção da data de
outubro", disse. "Tem uma incoerência nisso."
Para o deputado,
"a eleição não pode estar à frente de salvar vidas e de proteger as
famílias brasileiras".
Ele defendeu que
o adiamento ajudaria o eleitor a conhecer de "forma democrática e
transparente" seus candidatos. "Se me perguntar, 'em outubro a crise
do coronavírus vai estar toda resolvida? Do ponto de vista sanitário, econômico
e social?' Não", disse.
"Mas
certamente a probabilidade de, em outubro, nossa situação ser muito melhor do
que essa situação a partir de 15 de agosto, para mim é um dado da realidade. É
por isso que eu defendo o adiamento. Mas depende de 308 deputados e
deputadas."
Bolsonaro comemora transposição do Rio São Francisco e vira meme
sexta-feira, 26 de junho de 2020
Rede vai ao Supremo contra foro privilegiado de Flávio Bolsonaro
Poder360
© Sérgio Lima/Poder360. Flávio Bolsonaro é o filho mais velho do presidente da República, Jair Bolsonaro
A Rede Sustentabilidade
protocolou nesta 6ª feira (26.jun.2020), no STF (Supremo Tribunal Federal), uma
ação contra decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro de transferir para
a 2ª Instância o caso do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), investigado
por suspeita de envolvimento em esquema de “rachadinha”. No documento, a sigla
pede que o caso volte para a 1ª Instância.
“Mesmo que se
perceba a sucessão de cargos públicos no caso, interpretá-la em benefício de
Flávio Bolsonaro contraria a dinâmica constitucional do princípio republicano e
inverte a lógica do foro por prerrogativa de função: a imunidade formal deve
ser encarada como uma proteção à função pública (deputado estadual), e não à
pessoa física nela investida“, diz o texto formalizado pela Rede.
“Por que Flávio
Bolsonaro invocou o foro privilegiado que ele e o pai tanto criticavam? Está
tentando fugir de suas responsabilidades?”, comentou o líder da Rede no Senado, Randolfe Rodrigues (AP). “Considerando
a jurisprudência do STF, a menos que roubar salário de assessor seja ‘função
inerente ao cargo’ de deputado, o TJ-RJ derrapou feio, ao salvar o pescoço de
Flávio Bolsonaro.”
A 3ª Câmara
Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu na 5ª feira (25.jun),
por 2 votos a 1, por acatar o pedido de habeas corpus da
defesa do filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro.
“Foi julgado hoje o
HC que questiona a competência do juízo 1ª instância no processo de Flávio
Bolsonaro. Foi concedida a ordem por maioria dos votos, 2 votos a 1. Como o
Tribunal de Justiça reconheceu a incompetência absoluta do juízo de 1ª
instância, a defesa agora buscará a nulidade de todas as decisões e provas
relativas ao caso desde as primeiras investigações”, declarou a defesa de Flávio.
Com a decisão, o
processo sobre as “rachadinhas” na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de
Janeiro) sai da 1ª Instância, das mãos do juiz Flávio Itabaiana, da 27ª Vara
Criminal do TJ, e será avaliado pelo Órgão Especial, na 2ª Instância.
EM TEMPO: O que se sabe é que essa transferência de jurisprudência não é possível porque o julgamento das famosas "rachadinhas" se referem ao mandato de Deputado Estadual e, não, do mandato atual de Senador. Burlando, assim, um decisão do STF, o qual em maio 2018 restringiu o foro especial apenas para os crimes cometidos durante o mandato e em função dele. Em 1999, a corte já havia cancelado a súmula 394, que garantia o foro privilegiado mesmo após o fim do mandato. Com suas bravatas e arrogância, o presidente Bolsonaro dizia que não precisava do "foro privilegiado". "E daí"? Agora durmam com essa bronca da família exemplar e "testa de ferro" da sociedade burguesa brasileira.
Dilma Rousseff: “As Forças Armadas funcionam como o substituto de um partido para sustentar Bolsonaro”
Dilma Rousseff tem dividido seu tempo durante a pandemia entre participar de debates políticos online, ler sobre o passado e o futuro do mundo e, de vez em quando, ficar com os netos Gabriel, de 9 anos (“um adolescente”), e Guilherme, de 4, isolados como ela no bairro Tristeza, em Porto Alegre. Na escolha das leituras, a ex-presidenta que comandou o Brasil de 2011 a 2016 e conversou com o EL PAÍS em 10 de junho, não deixa dúvidas sobre o que lhe preocupa: está lendo M, o filho do século, uma biografia de Benito Mussolini escrita pelo italiano Antonio Scurati.
Na entrevista de
quase uma hora ao jornal, transmitida ao vivo, Dilma não hesitou em classificar
o Governo Bolsonaro como de cunho neofascista e em enxergar em sua cúpula o
desejo de uma ruptura institucional. “É o sonho de consumo da cúpula deste
Governo. A mim causa pânico. Porque seria mais grave do que a ditadura militar,
com um quadro marcadamente fascista e miliciano”, afirma ela. Nesse
quadro, ela vê na aproximação “notória” do
Planalto com as milícias uma contradição para as Forças
Armadas, que “ocupam no Executivo um papel estratégico, porque parece que
funcionam como substitutos à inexistência de um partido político que dá
sustentação ao Bolsonaro”.
Para a
ex-presidenta sacada do poder por um impeachment e 2016, os aspectos mais
preocupantes da atual conjuntura política são dois. O primeiro é o apoio que o
Governo ainda tem em setores da elite financeira, das Forças Armadas e das
polícias ( “Até onde vai a flexibilidade daqueles que ainda apoiam Bolsonaro?
Até onde eles vão? Até a ruptura?”). O segundo é a natureza da ruptura que ela
acredita estar em curso com Bolsonaro, que não se dará como num golpe clássico
dos anos 60 e 70. A estratégia, ela analisa, é radicalizar e, a depender da
reação, recuar —embora nunca totalmente—, acumulando um saldo corrosivo para a
democracia. “Se compararmos a democracia a uma árvore, a ditadura militar vai
lá e corta a árvore. Nos novos golpes que começam a ocorrer —sou um deles, com um impeachment
sem crime de responsabilidade—, é como se a árvore fosse invadida
por fungos e parasitas, que corroem por dentro as instituições”, disse.
Toda sua análise
passa por ver seu processo de destituição e a própria Operação Lava Jato como
parte de uma engrenagem que levou Bolsonaro ao poder. Daí seu alinhamento com o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas críticas a
manifestos anti-Planalto como o Juntos, que reuniu apoiadores de seu
impeachment, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Apesar de frisar
que não integraria, por exemplo, uma frente anti-Bolsonaro com o ex-ministro da
Justiça Sergio Moro (”Ele é
diretamente responsável, figura central na chegada do Bolsonaro”), a principal
crítica da petista ao manifesto é programática: “Juntos para quê?”, provoca.
“Historicamente, assinar manifesto não constitui frente. Constitui frente um
projeto mínimo. Não posso estar junto para nada. Tem que estar junto para tirar
o Bolsonaro e colocar algo no lugar. A frente tem que ter um programinha
mínimo. No Brasil, só tem um jeito de salvar a democracia: é tirar o
Bolsonaro”, disse ela que, dias após a entrevista, assinou o manifesto “Mulheres
derrubam Bolsonaro”.
quinta-feira, 25 de junho de 2020
Foro privilegiado já foi criticado por Bolsonaro e filhos; relembre
“Nem o pior ministro da Saúde fez o que Exército está fazendo, desmontando a engrenagem do SUS”
EL PAÍS - Flávia Marreiro
© Rodrigo Juste Duarte (UFPR - O professor Adriano Massuda, especialista em SUS).
Adriano Massuda, 41 anos, não economiza termos
fortes para descrever os desacertos do Governo Bolsonaro e de parte das gestões
estaduais no enfrentamento da maior crise sanitária do século. “Faltou a
organização de uma resposta nacional com a dimensão que essa pandemia exige. E
não tem desculpa! A gente teve tempo para se preparar”, lamenta o ex-secretário
de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde e
especialista em gestão em saúde, lembrando que o novo coronavírus surgiu na
Ásia e levou quase três meses para
chegar até aqui.
“Só não estamos em
situação pior justamente porque nós temos o SUS [Sistema
Único de Saúde] e porque o Brasil tem uma tradição em programas de saúde
pública”, diz o professor da Fundação Getúlio Vargas e pesquisador-visitante na
Escola de Saúde Pública de Harvard. O problema, afirma Massuda, é que
justamente essa tradição de saúde pública está sendo ameaçada com a profusão de militares e
profissionais sem experiência instalados em cargos-chave na
atual configuração do Ministério da Saúde. O pior, segundo o professor, é que
mudanças nas engrenagens do sistema que foram construídas ao longo dos últimos
30 anos podem fazer um “estrago” muito além da pandemia.
Pergunta. Como o senhor avaliou essa tentativa do
Ministério da Saúde, revertida pelo STF, de mudar a forma de divulgar os
números da covid-19?