Líder do PSL diz que governo ‘não existe’ e volta a
chamar Bolsonaro de ‘vagabundo’
© Gabriela Biló/Estadão O deputado federal Delegado Waldir (PSL-GO) |
ESTADÃO - Camila Turtelli
BRASÍLIA - Gravado
em uma reunião em que chama o presidente Jair Bolsonaro de “vagabundo”, o líder
do PSL na Câmara, Delegado Waldir (GO), afirmou, nesta sexta-feira, 18, em
entrevista exclusiva ao Estadão/Broadcast,
que o governo está parado, “não existe”, pois está focado na crise da legenda.
“A única finalidade do governo hoje é me derrubar da liderança do PSL.”
Segundo ele, o
presidente está “comprando” deputados com “cargos e fundo partidário” para alçar
o filho, Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), ao posto de líder da bancada. Na
entrevista, o deputado repete o xingamento que fez em reunião fechada. “Eu não
menti. Ele me traiu. Então, é vagabundo”, disse.
Afinal de contas, o que o senhor tem
para implodir o presidente? O que é essa gravação que o senhor fala no áudio
vazado?
A gravação que tem
é a que já foi divulgada. É na qual ele pede votos, negociando com
parlamentares e comprando a vaga do filho dele na liderança do PSL, oferecendo
cargos e fundo partidário.
Acha que vai conseguir se manter como
líder da bancada do PSL?
É uma vitória
fenomenal eu ainda estar na liderança, considerando que líder do governo, o
presidente e ministros estão atuando contra. O governo parou. O governo não
existe hoje. A única finalidade do governo hoje é me derrubar da liderança do
PSL. A traição vem de onde você menos espera.
A bancada do PSL ainda votará com o
governo?
Não haverá consenso
em todas as pautas com o presidente Bolsonaro, o partido terá seu
posicionamento. Qualquer conduta do presidente de tentar inibir os órgãos de
combate à corrupção não terá nosso apoio, como já foi feito com o (Conselho de
Controle de Atividades Financeira) Coaf, com enfraquecimento da Polícia
Federal, do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, a ação do
governo em relação à CPMI das Fake News.
Houve uma oferta para a ala dos
“bolsonaristas” saírem do PSL sem perder o mandato. O senhor concorda com isso?
É uma decisão do
presidente (do PSL) Luciano Bivar, não posso falar porque não compete a mim
essa decisão.
O Planalto acena com uma saída intermediária,
em que o senhor sairia da liderança e eles recuariam de indicar o Eduardo
Bolsonaro (PSL-SP). Alguém o procurou? Aceitaria isso?
Eu não saio da
liderança. Meu mandato é até janeiro. Só saio se o presidente do PSL, Luciano
Bivar, o vice, Antonio Rueda, e todos os parlamentares pedirem. Caso contrário,
só em janeiro. Ninguém me procurou para falar sobre isso e eu não topo. E eu
não posso falar nada por mim, faço parte de um grupo. Não posso ter atitudes
individualistas. Só quando tiver uma decisão desse grupo é que podemos
dialogar. Mas como você acha que esse grupo poderia querer isso se, nesse
momento, eles (governo) estão ligando para parlamentares.
O governo continua ligando?
Continua. O líder
do governo na Câmara, deputado Vitor Hugo (GO), acabou de ligar para um
deputado durante a reunião do partido, o Abou Anni (PSL-SP). Ele ligou e o Abou
me mostrou que estava ligando para pedir o nome na lista deles. Eles não querem
trégua. Estão fingindo, querendo ganhar tempo para fazer o líder.
O que Bolsonaro tem de fazer para
recompor sua base no Congresso?
Ele nunca teve base
no Congresso. Tinha 53 deputados que votaram com 98% de fidelidade.
Ele vai ter ainda esses 53?
Em algumas pautas
sim, em outras não.
Depois de chamar o presidente de
vagabundo, há chances para retomar a relação?
Eu não menti. Ele
me traiu. Se precisar, eu repito dez vezes. Eu fui um dos quatro votos para ele
(na disputa pela presidência da Câmara, em 2016), contrariando meu partido na
época, o PR. Votei no Bolsonaro. Recusei R$ 2,5 milhões de emendas
parlamentares na época e vim para o PSL. Andei 246 municípios no sol. Fui
chamado de louco ao defender Bolsonaro. Ele nunca me recebeu e agora me traiu
ao pedir ao Bivar, por proposta do Major Vitor Hugo e do governador de Goiás
Ronaldo Caiado, o diretório do Estado. Então, é vagabundo.
Tem alguma chance de retomar a
relação com o Bolsonaro?
Ele é quem tem que
pensar o que tem que fazer. Eu não guardo ódio de ninguém não, mas a conduta
dele em relação a mim...eu nunca fiz nada para ele, sempre fui fiel. É só olhar
minhas redes sociais e veja se há um ataque sequer a ele.
O que pretende fazer caso Eduardo
assuma a liderança, já que governo está se articulando de novo?
Eu não vou fazer
nada, quem vai fazer é o partido. O partido inclusive já fez agora suspendendo
cinco parlamentares que não têm mais direito a voto. Isso já foi notificado
para Câmara.
Em relação ao deputado Daniel
Silveira (RJ) que gravou o senhor, o que pretende fazer?
Ele não atacou ao
partido, atacou ao Parlamento, ao gravar vários deputados. Isso é Conselho de
Ética e apuração criminal. Vamos pedir, assim como foi feito com Eduardo Cunha
(ex-presidente da Câmara, atualmente preso), que é a cassação. O PSL vai fazer
esse pedido.
O senhor disse em entrevistas que
Bolsonaro tinha problemas no “quintal dele”. A que estava se referindo?
Ué, é o filho dele.
Qual é que tem problema e está sendo investigado?
O senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ)?
Sim.
Bolsonaro pode sofrer impeachment por
causa dos filhos?
Isso temos de
aguardar. Quem decide isso é o Parlamento. Se algum partido fizer uma proposta,
cabe ao presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), se leva para plenário ou
não. Não é decisão minha. Eles precisam analisar se compra de parlamentares
para votar a favor do filho é motivo de cassação do presidente. Isso depende de
outros fatores.
A crise afeta votações no Congresso? Isso não terá impacto na economia?
Não vamos
prejudicar em nenhum momento o povo brasileiro. Acima dos interesses
partidários, existem os interesses do País. Vamos votar todas as pautas
econômicas. São teses que sempre defendemos, reforma tributária, administrativa
e tudo mais que for pauta de interesse do Brasil.
O senhor põe a mão no fogo por
Bolsonaro?
Eu só coloco a mão
no fogo pela minha mãe.
EM TEMPO: QUEM DIZ O QUE QUER, OUVE O QUE NÃO QUER (ditado popular)
Dia 25.09.2019
O senador Jarbas Vasconcelos ocupou a Tribuna do
plenário da Casa, hoje, para criticar a decisão do Governo Federal que
autorizou a importação sem taxação de 750 milhões de litros de Etanol do EUA
para serem distribuídos nos nove estados do Nordeste.
“Essa medida do Governo é um ato de insensibilidade
e irresponsabilidade com o povo trabalhador da região. Essa importação foi
autorizada justamente no período da safra de cana-de-açúcar, o que atinge em
cheio e de forma desleal a vida dos produtores e trabalhadores do setor”,
afirmou o senador pernambucano.
Na avaliação de Jarbas, a decisão do Governo não é
justa nem correta com um setor tão relevante para a economia da nossa região. A
indústria sucroenergética do Nordeste – mesmo diante das dificuldades climáticas
e geográficas –, se modernizou e é referência em eficiência produtiva.
Atualmente são cerca de 60 usinas que empregam
diretamente 300 mil trabalhadores e produzem 2,2 bilhões de litros de Etanol
por ano. “É essa produção e são esses empregos que estão agora ameaçados por
conta da decisão de privilegiar a importação ao invés de fortalecer a nossa
economia”, disse o senador.
Para tentar barrar essa decisão, Jarbas e os demais
parlamentares nordestinos – senadores e deputados –, estão se reunindo para tentar
colocar em votação um decreto legislativo que pode barrar essa importação. “Não
iremos nos calar diante de mais um ato de desrespeito com o povo nordestino”,
finalizou.
EM TEMPO: Os demais parlamentares que foram eleitos e bem votados em Garanhuns/PE, nas Eleições de 2018, vão se posicionar a esse respeito? Ou o silêncio irá dominá-los?
Veja.com - Leonardo Lellis
© Luis Macedo/Câmara
dos Deputados O deputado
federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ).
O deputado
federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ) acredita
que o grupo de trabalho da Câmara que analisa o projeto anticrime, proposto
pelo ministro Sergio Moro (Justiça), não terá dificuldades em suprimir da
proposta original um dispositivo que amplia as hipóteses de excludente de
ilicitudade, quando um crime é cometido em legítima defesa.
O colegiado vota
nesta terça-feira, 24, seu relatório final. O tema ganhou especial relevância
depois que a estudante Ágatha Felix, de oito anos, foi morta durante uma ação
policial no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro, na última sexta-feira.
Seguindo uma
promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que pretende dar
“segurança jurídica” para evitar a condenção de policiais que matarem em
serviço, a proposta prevê que uma eventual pena pode até deixar de ser aplicada
se o excesso na abordagem “decorrer de escusável medo, surpresa ou violenta
emoção”. Para Freixo, o texto abre brecha para uma avaliação subjetiva do
Judiciário e o Código Penal já é suficiente para que os policiais possam fazer
seu trabalho.
“O grupo tem ampla
maioria para aprovar a supressão [do dispositivo sobre excludente de ilicitude]
porque não há necessidade alguma de alterar o texto da lei, aumentando ou
flexibilizando a legítima defesa. O texto já é muito confortável para garantir
ao policial agir dentro da lei e sua alteração pode levar a uma situação de
maior risco para toda a sociedade”, afirma. Ele alerta que a lei não vale só
para policiais e, como exemplo, cita que um crime cometido por ciúmes pode ser
enquadrado na hipótese de “violenta emoção” para que a pena do infrator seja
abrandada.
Freixo contabaliza
cerca de 10 votos no grupo de trabalho, formado por 16 parlamentares, para
apoiar alterações que adequem o projeto às garantias constitucionais e aos
direitos humanos. “Este é um debate que a maioria se forma a partir de opinião
técnica. Tem deputado do PRB, PSDB, PSOL , PT e PSB votando juntos. O que há em
comum? Convicção no tema.”
Em funcionamento
desde julho, o grupo de trabalho já retirou do texto que será apresentado à
Comissão de Constituição e Justiça a possibilidade de prisão em segunda
instância — algo que só pode ser feito por meio de uma Proposta de Emenda à
Constituição — e criou a figura do juiz de garantias no Código de Processo
Penal, responsável por supervisionar a legalidade das investigações e do
inquérito policial. Os deputados também removeram a possibilidade de réus que
confessarem seus crime receberem em troca uma pena menor, o chamado “plea bargain”.
Na semana passada,
o PSL, partido da base de Bolsonaro, abandonou o grupo. “Fizemos audiências
públicas, ouvimos dezenas de especialistas para, na penúltima reunião, dizerem
que o grupo de trabalho não vale porque não foi aprovado tudo o que queriam. Isso
é desrespeitoso, autoritário e imaturo, coisa de gente mimada”, diz Freixo.
O deputado,
entretanto, não acredita que o assunto se dê por encerrado amanhã, já que os
dispositivos podem voltar a ser apreciados em Plenário — o deputado Felipe
Francischini, presidente da CCJ, já adiantou que o colegiado tentará retomar os pontos
derrubados no grupo de trabalho. “Espero que o Plenário tenha bom senso
depois do que aconteceu com a Ágatha. Não é possível que se flexibilize esse
tipo de coisa”, afirma Freixo.
EM TEMPO: Esta é que é a função do parlamentar. Votar na Direita é votar contra si próprio.
Presidente do PT e Dep. Fed., Gleisi Hoffmann. |
Poder 360 em 23.02.2019
©
Jefferson Rudy
Presidente nacional do PT atacou a ajuda humanitária
oferecida ao país.
A
presidente do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou em seu perfil no Twitter que o
Brasil
se submete aos “interesses dos EUA” ao enviar ajuda
humanitária à Venezuela.
“Dias
tristes nos esperam na América Latina com essa intervenção fantasiada de ajuda
na Venezuela. Sofreremos por essa posição do Brasil de se submeter aos
interesses dos EUA. Não serão eles a viver os efeitos desse conflito. Alertei
tempos atrás”,
escreveu a petista.
A
mensagem de Gleisi reforça o discurso feito pelo presidente venezuelano, Nicolás
Maduro, em Caracas. O chavista acusou os Estados Unidos de ser 1 país
imperialista e afirmou que a comida enviada pelos norte-americanos é “podre
e cancerígena que sobrou do Exército”.
“Escute
bem, Donald Trump, jamais vou trair ao juramento que fiz ao
comandante Chávez de defender a pátria”, declarou Maduro.
O
governo brasileiro enviou 2 caminhões com alimentos básicos –arroz, feijão, café,
leite em pó, açúcar e sal– e kits de primeiros-socorros.
Eis
1 mapa com os países e cidades que fazem fronteira com a Venezuela:
Marcelo Freixo: ‘A Câmara homenageia Rubens Paiva, não homenageia
torturador’
Em 01.02.2019
Candidato do Psol à Presidência da Câmara também
falou de responsabilidades em Brumadinho.
LUIS MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS
Marcelo Freixo:
"Essa democracia está ainda mais ameaçada agora quando ganha a eleição
para a Presidência aluguem que não tem compromisso com a democracia".
A estreia de Marcelo Freixo (PSol-RJ) na Câmara dos Deputados se propôs a
dar um norte para a oposição ao governo Bolsonaro. Nos 12 minutos que teve para expor sua
candidatura à presidência da Casa, disparou: “Aqui homenageia Rubens Paiva, não
homenageia torturador”.
É uma referência ao discurso do então
deputado Jair Bolsonaro na votação da admissibilidade do impeachment de Dilma
Rousseff. Na época, o parlamentar prestou homenagem ao coronel Brilhante Ustra,
chefe do centro em que a ex-presidente foi torturada.
Os ataques ao governo do presidente
Jair Bolsonaro (PSL) seguiram: “A Rede tem uma deputada, Joênia Wapichana, mas
uma deputada que eu não trocaria por bancadas inteiras. Ela é a única indígena,
em um momento em que o governo absolutamente autoritário quer que demarcação de
terra indígena seja feita pelo latifúndio. Um governo que não tem consciência
histórica, que age contra as minorias e não tem qualquer compromisso com a
democracia”.
O deputado insistiu
na fragilidade da democracia.
Ele destacou que só 5 presidentes eleitos de forma direta, secreta, concluíram
o mandato ao longo de 130 anos de República.
“Essa democracia está ainda mais
ameaçada agora quando ganha a eleição para a Presidência alguém que não tem
compromisso com a democracia. Essa Casa tem homenagem a Rubens Paiva, não tem
homenagem a torturador. Essa Casa homenageia Rubens Paiva para que a gente
tenha memória, para que a gente não esqueça que o primeiro lugar a ser fechado
em um regime autoritário é o Parlamento.”
A renúncia de Jean Wyllys ao mandato e
o assassinato da vereadora Marielle Franco, ambos do PSol, também foram
considerados por Freixo exemplos de fragilidade da democracia. Ele destacou que
Wyllys está sendo “ameaçado brutalmente pelo crescimento da intolerância, da
violência, da homofobia”.
O deputado finalizou com uma reflexão:
“Se essa Casa tivesse recebido o movimento de atingidos por barragens e
investido lá mais que com representantes da Vale, talvez a gente não tivesse
hoje contando corpos em Brumadinho”.
Presidência da
Câmara
Candidato à presidência da Casa, Freixo
reconheceu que não há consenso entre a esquerda em torno de seu nome. O
parlamentar aproveitou o discurso para dar um puxão de orelha no PCdoB e no
PDT, que não integraram o bloco da oposição e fecharam acordo com o atual
presidente Rodrigo Maia (DEM-RJ).
“Infelizmente não estamos juntos nesse
bloco, mas não tenho dúvida de que estaremos juntos nas lutas”, disse. Segundo
ele, haverá oportunidade para que esses partidos repensem a decisão e possam
integrar um bloco ao longo da legislatura em defesa das pautas historicamente
defendidas pela esquerda.
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