quinta-feira, 30 de setembro de 2021

Privatizações das refinarias, regulação e Estado

30 de setembro de 2021

Foto: Arquivo Petrobras

– A tragédia brasileira

Eduardo Costa Pinto [*]

Se até no Reino Unido, berço das práticas neoliberais, as privatizações e a regulação têm perdido legitimidade em virtude de sua baixa efetividade, qual seria o motivo que têm levado o governo Bolsonaro e os economistas de mercado brasileiro a continuarem defendendo a mesma retórica de quarenta anos atrás?

A redução da atuação do Estado brasileiro na economia, por meio da venda de ativos públicos e das privatizações de suas empresas, tem sido alardeada pelo governo Bolsonaro como o caminho do nirvana para o crescimento econômico e o desenvolvimento social. Desde o início desse governo até fevereiro de 2020, já foram vendidos ativos no valor de R$134,9 mil milhões [€21,56 mil milhões].

Desse total, somente a Petrobras foi responsável com R$70,3 mil milhões [€11,23 mil milhões] em virtude da privatização de suas empresas subsidiárias (BR distribuidora, TAG, Liquigás, Belém Bioenergia, entre outras) e das vendas de campos de produção de petróleo e gás (Enchova e Pampo; Tartaruga Verde, Pargo, entre outros).

O governo Bolsonaro pretende avançar muito mais no processo de privatização com a venda dos Correios, da Eletrobras e de subsidiárias da Caixa, do Banco do Brasil e da Petrobras, que pretende vender oito de suas refinarias (RNEST, RLAM, REPAR, REFAP, REGAP, REMAN, LUBNOR e SIX), cerca de 50% do seu parque de refinação.

Para a equipe econômica do governo Bolsonaro, assim como para boa parte dos economistas de corretoras e de grandes bancos, as vendas dos ativos do Estado proporcionariam aumento da competição de mercado, atração de investimentos privados, redução da dívida pública e a eliminação da corrupção. Isso tudo supostamente aumentaria a eficiência econômica proporcionando ao consumidor adquirir produtos e serviços com melhor qualidade e menores preços.

Esse argumento defendido hoje pelo governo Bolsonaro é o mesmo adotado nas décadas 1980 e 1990, nos países centrais e no Brasil, para justificar a redução do papel do Estado na atividade econômica. Aquele período fora marcado pelo triunfalismo da ideologia e das práticas neoliberais. Assumiu-se como pressuposto que o Estado seria por definição ineficiente em relação ao mercado, no que diz respeito ao papel de planejador e produtor. Com isso, o Estado deveria adotar o papel de regulador da atividade econômica privada (Estado-regulador), buscando criar mercados competitivos e estimular e introduzir a concorrência.

A TRISTE PARTIDA DE WALTER SANTANA


 

Foto de Walter com sua mãe (Blog do R.A)


Walter Santana nos deixou e todos nós Garanhuenses que convivemos com ele, estamos tristes e de luto. O conterrâneo Walter exercia uma função de “embaixador da cidade”, uma vez que era uma pessoa que com sua presteza recebia muito bem as pessoas que vinham para Garanhuns/PE exercer funções de comando, a exemplo do Bispo Diocesano, Comandante do 71º BI, Gerente de Banco, Médicos, Juízes, Professores e tantos outros. Sempre foi uma pessoa dinâmica  ao defender o Meio Ambiente, presidir os “Caminhantes do Parque Euclides Dourado”. Recentemente foi eleito Presidente da AGA e sugeri que ele recadastrasse o Estádio da AGA junto a CBF para que aquela agremiação esportiva voltasse a trilhar os tempos de glória no futebol amador e profissional.

A população Agueana perdeu aquele dirigente que poderia nos dar muita alegria. Vamos torcer para que a Direção atual dê continuidade às iniciativas do ex-presidente Walter Santana

Walter Santana não exercia mandato parlamentar, mas era como se exercesse, uma vez que se caracterizava como um bom articulador político, independente das divergências políticas com este blogueiro.

Aqui segue meus sentimentos a família do nosso conterrâneo Walter Santana.

quarta-feira, 29 de setembro de 2021

ONU sugere lista com 55 medidas para o Brasil pós-covid; veja prioridades

ESTADÃO - Felipe Resk

 

Priorizar a reabertura de escolas com segurança. Garantir renda básica universal. Conectar todas as crianças e adolescentes à internet até 2030. Oferecer linhas de crédito verde atrativas e investir em cidades inteligentes. Essas são algumas das 55 medidas para o Brasil superar a crise provocada pela covid-19 e promover a recuperação em curto e longo prazo.

É o que sugere relatório divulgado nesta quarta-feira, 29, por agências da Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas). Com o título “Covid-19 e Desenvolvimento Sustentável: Avaliando a crise de olho na recuperação”, o trabalho é resultado de uma força-tarefa de especialistas e teve participação do Pnud, do Unicef e da Unesco.

No estudo, o grupo analisa repercussões do coronavírus em diversos setores, como saúde, educação, economia e meio ambiente. Em contrapartida, também afirma que o processo de recuperação representaria uma “oportunidade histórica para se reimaginar as sociedades” e “alcançar um futuro melhor para todas e todos”.

Os pesquisadores consideram a pandemia “a pior crise sistêmica já vivida no planeta” desde a criação da ONU. Por causa do cenário, especialistas projetam um recuo global (-0,018) no Índice de Desenvolvimento Humano 2020 (IDH) – a primeira tendência de queda esperada para o indicador desde 1990.

Entretanto, os impactos teriam sido “desproporcionais”, “aprofundaram desigualdades” e dificultaram o “alcance do desenvolvimento humano e sustentável estabelecido pela Agenda 2030 das Nações Unidas” no Brasil e no mundo. “Embora todos os países sejam afetados, sociedades mais desiguais são as que mais sofrem com as consequências”, diz o relatório.

Lula diz que Petrobras eleva preço de combustível para pagar acionista nos EUA

 

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

REUTERS – Por Eduardo Simões

qua., 29 de setembro de 2021

SÃO PAULO (Reuters) - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder nas pesquisas de intenção de voto para a eleição presidencial do ano que vem, criticou nesta quarta-feira a política de preços da Petrobras e afirmou que a estatal eleva os preços dos combustíveis cobrados dos consumidores brasileiros para pagar dividendos a acionistas nos Estados Unidos.

A fala do petista foi uma reação ao anúncio mais recente de alta do preço do diesel nas refinarias, anunciado na véspera pela Petrobras. A estatal informou reajuste em quase 9% do combustível a partir desta quarta-feira, após 85 dias de estabilidade. Com o movimento, os preços médios de diesel e gasolina da Petrobras acumulam alta de mais de 50% neste ano.

"Mais uma alta do diesel. Não tem explicação subordinar os preços dos combustíveis ao mercado internacional. O que está acontecendo é que a Petrobras está acumulando verba pra pagar acionista americano. Não tem explicação", disse Lula em entrevista à Rádio Capital de Cuiabá, cujos trechos foram publicados na conta do petista no Twitter. A Petrobras adotou uma política de preços pela qual reajusta os preços cobrados em suas refinarias no Brasil com base na oscilação do preço do petróleo no mercado internacional e na variação do real ante o dólar.

A elevação do preço dos combustíveis tem sido um dos principais fatores na aceleração da inflação. O presidente Jair Bolsonaro, que as pesquisas mostram na segunda posição bem atrás de Lula na corrida ao Planalto no ano que vem, tem criticado o imposto sobre combustível cobrado por governadores de Estados e tem prometido que não interferirá na Petrobras. Os governadores negam que o ICMS seja o responsável pela elevação dos preços.

A estatal, por sua vez, afirmou na terça que o reajuste do diesel mais recente visa "garantir que o mercado siga sendo suprido em bases econômicas e sem riscos de desabastecimento pelos diferentes atores responsáveis pelo atendimento às diversas regiões brasileiras: distribuidores, importadores e outros produtores, além da Petrobras" e que o novo aumento "reflete parte da elevação nos patamares internacionais de preços de petróleo e da taxa de câmbio".

A estatal e o governo Bolsonaro têm reiterado que a Petrobras possui liberdade para ajustar preços, conforme estratégias de mercado, mas ambos vêm sofrendo forte pressão por segmentos da sociedade que questionam os fortes avanços, que ocorrem como reflexo do mercado internacional. Procurada para comentar a declaração de Lula, a Petrobras não respondeu de imediato ao pedido feito pela Reuters.

(Reportagem adicional de Marta Nogueira, no Rio de Janeiro)

terça-feira, 28 de setembro de 2021

Senadores dos EUA pedem a Biden 'sérias consequências' caso Bolsonaro cause ruptura democrática

 

FOLHApress - PATRÍCIA CAMPOS MELLO

ter., 28 de setembro de 2021

 

***ARQUIVO***BRASÍLIA, DF: O atual presidente americano, Joe Biden. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)


SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado americano, senador Bob Menendez, e outros três senadores enviaram nesta terça-feira (28) uma carta instando o governo Biden a deixar claro para o presidente Jair Bolsonaro que qualquer ruptura democrática no Brasil "terá sérias consequências". Na missiva enviada ao secretário de Estado, Antony Blinken, os senadores advertem que Bolsonaro vem fazendo ameaças de rompimento da ordem constitucional no Brasil, usa linguagem "irresponsável" e gestos de intimidação contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

"Dado que o Brasil é uma das maiores democracias e economias do mundo e um dos principais aliados dos EUA na região, a deterioração da democracia brasileira tem implicações no hemisfério e além", dizem os senadores na carta, a que o jornal Folha de S.Paulo teve acesso. "Instamos o senhor a deixar claro que os EUA apoiam as instituições democráticas brasileiras e que qualquer ruptura antidemocrática da atual ordem constitucional terá sérias consequências."

Menendez é um moderado bastante respeitado em Washington e, à frente da Comissão de Relações Exteriores, tem grande influência sobre a política externa americana. Além dele, assinam a carta os senadores democratas Dick Durbin, Ben Cardin e Sherrod Brown.

Anistia Internacional lança relatório "1000 dias sem direitos: As violações do governo Bolsonaro"

 

Redação - TV Cultura

 

© Reprodução/Flickr Palácio do Planalto

 

Anistia Internacional lançou um relatório chamado "1000 dias sem direitos: As violações do governo Bolsonaro". O material é referente à marca de mil dias de Jair Bolsonaro (sem partido) à frente da presidência da República.

Ao todo, foram catalogadas 32 situações que culminaram em violações de direitos humanos desde a posse do atual presidente, no dia 1 de janeiro de 2019 até o momento. A entidade afirma que o governo federal descumpre o papel de garantir e facilitar acesso aos direitos humanos fundamentais como a vida, a liberdade, a igualdade, a segurança e a moradia.

Entre os fatos citados estão a conduta negacionista, a troca de ministros da Saúde e a falta de assistência adequada aos profissionais de saúde durante a pandemia de Covid-19A flexibilização do controle de armas, os ataques verbais contra a imprensa e outras instituições democráticas bem como a perseguição à ONGs também estão na lista.

O documento lembra que o país tem quase 600 mil vidas perdidas para o novo coronavírusmais de 14 milhões de desempregadoscerca de 19 milhões de brasileiros passando fome, indígenas, quilombolas e populações tradicionais sendo perseguidos e perdendo suas terras para grileiros, madeireiros e garimpeiros. E concluiu atribuindo a responsabilidade ao presidente Jair Bolsonaro.

EM TEMPO:  É preciso melhorar a qualidade do voto. Comece por sua cidade.

 

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

MPF vai investigar obra paga com orçamento secreto que beneficia ministro

 

ESTADÃO - Felipe Frazão

 

© Dida Sampaio/Estadão Rogério Marinho está otimista com a votação da reforma da Previdência pelo 'novo Congresso'.

 

 

 

BRASÍLIA – O Ministério Público Federal abriu um procedimento de apuração preliminar contra dois ministros do governo Jair Bolsonaro, Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) e Gilson Machado (Turismo), por causa do direcionamento de verbas do orçamento secretoA Procuradoria da República no Distrito Federal vai investigar se eles cometeram irregularidades administrativas no envio de R$ 1,4 milhão para construção de um mirante turístico ao lado de um empreendimento privado que pertence a Marinho, em Monte das Gameleiras (RN). O dinheiro foi alocado a pedido do ministro do Desenvolvimento Regional, como revelou o Estadão.

O procurador da República Paulo Roberto Galvão de Carvalho decidiu instaurar o procedimento preparatório para apurar possíveis atos de improbidade administrativa que podem ter sido cometidos pelos ministros após representação da deputada Natália Bonavides (PT-RN). Ela também formalizou pedidos de investigação no Tribunal de Contas da União (TCU) e no Supremo Tribunal Federal (STF).

Rogério Marinho pode ter sido beneficiado com a valorização de seu empreendimento particular ao solicitar e obter recursos públicos intermediados junto a Gilson Machado para a construção do mirante. O local da futura obra fica a cerca de 300 metros de um terreno de propriedade do ministro do Desenvolvimento Regional, no agreste potiguar. Ao acatar a representação da parlamentar, o procurador cita possível “omissão” do ministro do Turismo.

Lei antiterrorismo patrocinada por Bolsonaro será denunciada à ONU

 

Folhapress - MÔNICA BERGAMO

seg., 27 de setembro de 2021

 

***ARQUIVO***BRASILIA, DF, 13.09.2021 - O presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia de lançamento do programa Habite Seguro, programa habitacional voltado aos profissionais das forças de segurança, no Palácio do Planalto, em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Entidades brasileiras de direitos humanos denunciarão à alta comissária para direitos humanos da ONU, Michelle Bachelet, a celeridade dada à tramitação de uma nova lei antiterrorismo que ampliaria a definição desse crime e os poderes do chefe do Executivo ao mesmo tempo. A proposta, do deputado bolsonarista Vitor Hugo (PSL-GO), foi aprovada em comissão especial da Câmara e já pode ser votada em plenário.

“O projeto cria um sistema paralelo de vigilância e repressão comandado pelo presidente da República, o que poderá provocar uma sistemática violação da privacidade da população e colocar em risco os opositores do governo”, afirmam as organizações Conectas Direitos Humanos, Artigo 19, Terra de Direitos e Rede Justiça Criminal.

No último dia 13, as mudanças na lei antiterrorismo foram criticadas por Bachelet durante sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU.

EM TEMPO: Evidentemente que isso faz parte, silenciosamente, do autogolpe que o presidente Bolsonaro quer aplicar, dando a ele mais poderes para reprimir a oposição, criando uma espécie de "polícia secreta". Daí a importância da população ir para às ruas protestar e melhorar a qualidade do voto.  

Marília ainda é PT?


Postado por Magno Martins em 27.09.2021 às 15:00hs

Com edição de Ítala Alves

 

Quem via a propaganda de Marília Arraes na eleição para a Prefeitura do Recife, ano passado, não sabia qual o partido dela. O vermelho e a estrela do PT nunca apareciam. Só com muita pressão interna, os símbolos petistas deram as caras. Com um jeito meio envergonhado, é verdade.

A campanha terminou e só os ingênuos acreditam que a deputada é PT desde criancinha. Marília voltou a ser Marília. Fez hoje uma postagem no Instagram sem nenhuma referência ao PT.

Que coisa feia! Até parece que o mandato é dela e não do partido.


EM TEMPO: A exceção de Lulinha, dizia Obama que esse é o "cara", o PT é uma resenha. A começar por Garanhuns/PE, apoiando o direitista juramentado e prefeito Sivaldo Albino,  do PSB. Agora durmam com esse pesadelo. Que tal a sugestão? 

  

domingo, 26 de setembro de 2021

Psol decide que não terá candidato à Presidência em 2022


Poder360

© Reprodução/Twitter Juliano Medeiros foi reeleito para um mandato de 2 anos. Sigla também anunciou que não terá candidato à Presidência em 2022

  

O Psol anunciou no sábado (25.set.2021) que não vai apresentar um candidato para disputar a Presidência nas eleições de 2022. Segundo a nota divulgada pelo partido, a medida foi tomada a fim de “centrar esforços na construção de uma frente eleitoral das esquerdas unitária no plano nacional” e, com isso, derrotar o presidente Jair Bolsonaro.

 “As eleições de 2022 são parte decisiva do processo de superação da extrema-direita. É preciso reunir forças sociais e políticas para, em primeiro lugar derrotar Bolsonaro, e a partir de 2023 lutar pela superação da profunda crise social, política, econômica, sanitária e ambiental que vivemos”, declarou.

No entanto, a sigla afirma que deve realizar uma convenção eleitoral no 1º semestre de 2022 para aprofundar a discussão e tomar uma decisão final sobre estratégia eleitoral, políticas de alianças, distribuição de fundo partidário, regulamentação de candidaturas coletivas, entre outros temas.

Reeleição do presidente do partido

O 7º Congresso Nacional do Psol realizado neste domingo (26.set.2021) reelegeu o político Juliano Medeiros como presidente nacional do partido por 288 votos. O líder da sigla terá como tarefa “conduzir a atuação do partido na campanha nacional #ForaBolsonaro e prepará-lo para as eleições de 2022”.

Medeiros, de 36 anos, nasceu na cidade de Sapucaia do Sul, no Rio Grande do Sul, e foi eleito presidente do Psol pela primeira vez em 2017. Ele é graduado em História, área que também fez mestrado, e tem doutorado em Ciências Políticas pela UnB (Universidade de Brasília).

“Reeleito, continuo por mais 2 anos à frente do partido como presidente para lutar pela unidade, pelo impeachment e por uma esquerda combativa!”, disse em suas redes sociais.

EM TEMPO: Acredito que os grupamentos mais à Esquerda devem apresentar uma Pauta de Reivindicações e apoiar política e oficialmente Lula Presidente. Afinal não se deve minimizar o poder da Direita  e pensar em apoiar Lula somente no segundo turno. Mesmo porque o Bozo pode tentar melar o processo eleitoral do ano 2022. É imperioso que se liquide a fatura logo no primeiro turno. Agora, à Esquerda autêntica não deve se aliar automaticamente ao PT para os governos estaduais. Portanto, Lula é uma opção específica que independe do PT. 

Partidos resistem a unir oposição em atos; leia o que dizem 14 líderes políticos

ESTADÃO - Bruno Ribeiro e Tulio Kruse

© TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO Ato contra Bolsonaro do dia 12 de setembro na Paulista: com diferenças entre lideranças oposicionistas, impeachment não avança

 

A uma semana do próximo ato nacional que deve levar manifestantes às ruas das principais cidades brasileiras pelo impeachment do presidente Jair Bolsonaro, marcado para o dia 2 de outubro, lideranças políticas à esquerda e à direita ainda debatem se é possível coordenar os esforços de antigos rivais na campanha.

Estadão questionou o comando de 14 legendas dos mais variados espectros políticos que declaram oposição ao atual governo, do PT ao Novo, sobre quais são os entraves que dificultam uma eventual união em torno da bandeira do “Fora Bolsonaro”. Os principais motivos informados pelos partidos vão de falta de consenso interno sobre a abertura de um processo contra o presidente a questões relativas a interesses que têm como norte a eleição presidencial de 2022.

Em comum, todos os partidos integram o fórum Direitos Já!, que se tornou um dos polos de oposição que tentam construir uma frente ampla para pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Progressistas-AL) a abrir o processo de impeachment de Bolsonaro. Algumas dessas siglas, no entanto, não têm ainda posição sobre o assunto.

Parte das lideranças argumenta que o ambiente para a formação de uma ampla coalizão se construiu a partir das manifestações do último 7 de Setembro. Na ocasião, ao discursar em Brasília e em São Paulo, Bolsonaro ameaçou descumprir ordens judiciais do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) – o que em tese configura crime de responsabilidade –, e seus apoiadores pediram uma intervenção militar no País e o fechamento da Corte.

sábado, 25 de setembro de 2021

Unidade da classe trabalhadora contra o bolsonarismo

Por Lucas Silva (*)
 

Imagem: Assembleia dos agentes comunitários de saúde de São Paulo. Créditos: Simesp

Nascido das entranhas do processo que gestou o golpe reacionário, entreguista e ultraliberal (que acelerou o processo de neoliberalização do governo Dilma) de 2016, o bolsonarismo volta-se desde o primeiro dia de governo contra os trabalhadores, aos quais os atuais detentores do poder dedicam um ódio todo especial. São desesperadoras as condições de existência de milhões de trabalhadores urbanos e rurais, vítimas diretas e principais da política antipopular e entreguista do governo Bolsonaro. 

Daí o crescente descontentamento e a profunda revolta existentes entre os trabalhadores contra o governo federal e sua política (mas não só, pois os governadores liberais e cúmplices desse projeto também são mira do ódio popular). Esse descontentamento e essa revolta vêm se exteriorizando, em escala cada vez maior, embora ainda um pouco descoordenada, através das manifestações de rua, greves e explosões espontâneas nas periferias.

As manifestações abertas por um novo ciclo de lutas a partir de maio (com destaque e protagonismo inicial do movimento negro) animaram os setores populares e trouxeram mais pessoas para as ruas, encorajando até setores burgueses opositores ao governo federal a tomarem posições mais ousadas. Esse ciclo, que ainda não se encerrou, foi e é importante para aumentar o desgaste do bolsonarismo, trazer novas pessoas para a luta popular organizada e estabelecer uma base para novos saltos de qualidade no enfrentamento ao genocida (e aos setores burgueses que o colocaram lá).

No dia 07/09 os setores populares e a esquerda classista, que não se abateram e apostaram na luta de massas, conseguiram dar uma resposta a altura das intenções golpistas do presidente, que não conseguiu os resultados esperados (apesar da ampla máquina de mobilização) e foi obrigado a recuar, mediante uma nota oficial. Entretanto, como bem disse o camarada Edmilson Costa: “Bolsonaro dobrou os joelhos para ganhar tempo. O escorpião quando baixa o esporão não perde seu DNA. Sem ilusões, sem baixar a guarda. Preparar a contra ofensiva para derrotar o governo genocida!”. A oposição burguesa não merece nenhum pingo de confiança, e não devemos abaixar a guarda nem a disposição de mobilizar a classe trabalhadora, um minuto sequer.

Oposição protesta em Moscou e denuncia 'fraude colossal' nas eleições parlamentares

AFP

Partido Comunista da Rússia organiza manifestação em Moscou para denunciar uma suposta fraude nas eleições parlamentares, em 25 de setembro de 2021 (AFP/Yuri KADOBNOV)

sáb., 25 de setembro de 2021

Uma manifestação reuniu cerca de mil pessoas neste sábado (25) em Moscou, convocada pelo Partido Comunista da Rússia, para protestar contra o que os críticos do Kremlin classificam de fraude maciça durante as últimas eleições legislativas.

Na praça Pushkin, abarrotada, os principais nomes do Partido Comunista reuniram uma multidão compacta e tranquila, para denunciar que as eleições haviam sido "roubadas", conforme constatou um correspondente da AFP no local. O partido governante "Rússia Unida roubou os assentos dos deputados", disse Valeriy Rashkin, primeiro secretário do Partido Comunista em Moscou, criticando "a colossal fraude eleitoral em Moscou".

Por sua vez, o presidente Vladimir Putin parabenizou neste sábado o partido governante pela "vitória convincente", ao afirmar que a democracia russa saiu fortalecida, após um encontro com os líderes dos cinco partidos que conseguiram assentos no Parlamento, entre eles Gennady Zyuganov, do Partido Comunista. Antes do início da manifestação, que não foi autorizada pelas autoridades, as forças de segurança detiveram vários ativistas políticos, entre eles Sergei Udaltsov, líder de um partido radical de esquerda, assinalou a ONG OVD-Info, especializada no monitoramento das manifestações na Rússia.

A polícia marcou presença na praça Pushkin com grande aparato, mas não tentou dispersar a manifestação. Contudo, ressoou música a todo volume em caixas de som para abafar os discursos dos manifestantes. "Putin é um ladrão", gritavam os manifestantes, que também pediam a libertação dos presos políticos. Alguns exibiram cartazes pedindo recontagem de votos, enquanto outros expressavam apoio ao opositor Alexey Navalny.

sexta-feira, 24 de setembro de 2021

A aversão de Biden a Bolsonaro

© Fornecido por Isto É (COMBO)

ISTO É - André Lachini

 

O presidente eleito dos Estados Unidos Joe Biden e o presidente Jair Bolsonaro em uma composição feita com fotos de arquivo em 8 de outubro de 2020 - AFP/Arquivos

 

 


Não era nenhum segredo, mas ficou mais claro após a aparição medíocre do presidente brasileiro Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU nesta semana, em Nova York. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que discursou instantes após Bolsonaro na terça-feira 21, evitou qualquer encontro com o mandatário brasileiro.

Um oceano de ideias e trajetórias bem diferentes separam os dois homens. Biden jamais afrontou as instituições norte-americanas. Nos seus quatro mandatos como senador em Washington, a partir de 1972, sempre defendeu o diálogo político com os adversários. Já Bolsonaro, em 27 anos como deputado federal no Congresso brasileiro, protagonizou vários episódios de discussões, agressões verbais e xingamentos a adversários.

Negacionista da vacina e defensor da cloroquina, o mandatário brasileiro parece viver em um mundo paralelo, onde não lhe pesam os quase 600 mil mortos no País pelo coronavírus. Já o presidente americano, em poucos meses de governo, conseguiu vacinar mais de 50% da população adulta dos Estados Unidos contra a doença letal.

Bolsonaro foi o último chefe de Estado do G-20 a reconhecer a vitória eleitoral de Joe Biden como presidente. Reconheceu a vitória de Biden após Alberto Fernández, da Argentina; Recep Tayyip Erdogan, da Turquia; e Vladimir Putin, da Rússia. Até 14 de dezembro de 2020, quando o Colégio Eleitoral referendou a vitória do candidato do Partido Democrata, Bolsonaro chegou a levantar dúvidas sobre a legitimidade das eleições nos Estados Unidos, repetindo as bobagens golpistas do seu amigo Donald Trump.

Mais tarde, já em 2021, na conferência virtual pelo clima, Biden aguardou pacientemente os discursos e falas dos vários chefes de Estado. Mas, quando Bolsonaro falou no final, o presidente americano se levantou da cadeira e não teve a paciência de escutar o mandatário brasileiro. E isso começa a acontecer com a maioria dos brasileiros. Cada vez aumenta mais o número de brasileiros que rejeitam o presidente. Segundo os institutos de pesquisa, mais de 60% dos eleitores dizem que não votarão de jeito nenhum em Bolsonaro no ano que vem.

EM TEMPO: Evidentemente que sem o apoio de Biden, o Bozo dificilmente provocará um autogolpe com ele no poder. Somente os "bolsominios"  é que acreditam na hipótese do autogolpe. 

Sem Trump, discurso de Bolsonaro é visto como pouco importante por líderes mundiais; leia bastidor

 ESTADÃO - Beatriz Bulla


Jair Bolsonaro subiu ao palco da 76a Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas para repetir parte do projeto bolsonarista que apresentou ao mundo em 2019. Mas, desta vez, o presidente brasileiro chocou menos os líderes internacionais. Até porque eles já conhecem Bolsonaro e não esperam que o brasileiro assuma outra persona no curso de um só mandato. Também porque enxergam a próxima eleição brasileira pela janela e não acham que valha a pena se desgastar com um presidente que pode estar com os dias contados. 

Por último, porque o cenário internacional mudou e restou ao presidente do Brasil representar um "trumpismo sem Trump", como definiu um chefe de Estado. E, sem Trump, acham que até o orgulhoso "Trump dos trópicos" precisou se adaptar.

Ele estava na crista da onda mundial em 2019. Podia – pois tinha respaldo no discurso que viria logo após ao seu – ser puramente o populista de direita, anti-instituições e anti-multilateralismo na abertura do encontro anual da ONU. Com Joe Biden no comando da Casa Branca, precisou assumir, por exemplo, que é possível reduzir o desmatamento na Amazônia com maior fiscalização ambiental. É algo que não caberia no discurso de 2019, no qual ele culpou os indígenas pelas queimadas na floresta.

"Se tirar cinco ou seis parágrafos do 'estilo Bolsonaro', conseguimos ver a volta do Itamaraty no discurso", diz o mesmo chefe de Estado, que não quer ser identificado. O mesmo líder estrangeiro afirma que o mundo sabe que Bolsonaro quer agradar uma base eleitoral, como Trump sempre fez e desta vez ainda mais, pois se vê ameaçado por uma versão de Lula "recauchutada" e em "uma forma impressionante". Se limpar o apelo à base, diz, é possível ouvir a fala em um tom mais baixo do que o de 2019.

Para o diplomata de outra delegação estrangeira, não surpreende escutar Bolsonaro atacar o socialismo, se apresentar como um conservador ou defender a cloroquina. Desta vez, segundo a mesma fonte, ao menos ele não se envolveu em ataques diretos a uma outra nação, como aconteceu com o francês Emmanuel Macron, há dois anos.

Até saber o desfecho da disputa de 2022, os países dizem querer trabalhar com Bolsonaro apesar de Bolsonaro. Sem Ernesto Araújo no Itamaraty, segundo todos eles, esse trabalho é um pouco mais fácil. Biden, por exemplo, não quer sua imagem associada ao brasileiro, mas conta com o alto escalão de seu governo para manter o canal aberto com Brasília. A agenda de Washington é pragmática: eles precisam da adesão de outros países em torno da agenda climática para que o democrata consiga se credenciar como um líder ambiental.