sexta-feira, 31 de maio de 2019

The Economist destaca ligações e simpatia do clã Bolsonaro com milícias


© Ricardo Moraes/Reuters Flávio Bolsonaro e Jair Bolsonaro sempre defenderam publicamente os milicianos
Da redação – Exame.com

 As ligações do presidente Jair Bolsonaro e de sua família com as milícias do Rio de Janeiro foram tema da última edição da revista britânica The Economist, uma das mais prestigiadas publicações do mundo.

Uma reportagem destaca que no último dia 29, o tio da primeira-dama Michelle Bolsonaro foi preso acusado de ter laços com uma milícia que estaria incorporando terrenos perto de Brasília. Além disso, o senador e filho do presidente, Flávio Bolsonaro, empregava em seu gabinete a mãe e a esposa de um fugitivo acusado de liderar uma milícia.

A revista também cita que um policial ligado à mesma milícia e que foi preso pelo assassinato da vereadora Marielle Franco morava no mesmo condomínio de Bolsonaro e que o filho do presidente havia namorado a filha do acusado.

Jair Bolsonaro tem um histórico de defesa de milícias e de personagens ligados à ela ao longo de sua carreira política. Em fevereiro do ano passado, já como candidato à Presidência, voltou a fazer essa defesa em entrevista à Jovem Pan.

“Tem gente que é favorável à milícia, que é a maneira que eles têm de se ver livres da violência. Naquela região onde a milícia é paga, não tem violência”, afirmou.

quinta-feira, 30 de maio de 2019

Protestos em todo o país vão contra Bolsonaro e a favor da Educação

Em Curitiba, faixa retirada por bolsonaristas é recolocada

 Yahoo Notícias   
(Pedro Lima/Futura Press)

Da FOLHAPRESS

Milhares de pessoas se reúnem nesta quinta-feira (30) no Largo da Batata, na zona oeste de São Paulo, para protestar contra o bloqueio de verbas para a educação imposto pelo governo Bolsonaro. Alguns também pediam a liberdade do ex-presidente Lula, o fim da reforma da previdência e justiça para a vereadora assassinada Marielle Franco.
O público era composto, em grande parte, por estudantes, professores, integrantes de movimentos sociais e de centrais sindicais.
Por volta das 17h, havia 50 mil pessoas no local, segundo organizadores -a UNE (União Nacional dos Estudantes) encabeça a manifestação.
"Se diz que estudante vem coagido, não conhece a realidade da universidade pública do Brasil", afirmou um dos organizadores, do alto de um carro de som, em referência a uma fala de Bolsonaro sobre o último ato, realizado em 15 de maio.
"O Bolsonaro não é rei do Brasil!", disse outra organizadora.
Também rechaçaram a declaração do presidente de que manifestantes eram "idiotas úteis": "No dia 15, a gente mostrou que quem é inútil é ele, e que a gente é útil para caramba para o país!", disse um jovem, também no carro de som.
O casal de namorados Beatriz Kovacs, 25, e Lucas Rodrigues, 23, são alunos de universidades federais -ela, estudante de nutrição na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) e ele, de engenharia na Universidade Federal do ABC.
Ele conta que o bloqueio cancelou a circulação de um veículo fretado que fazia o transporte de universitários entre os campus da instituição. Já Kovacs diz que "falta muita coisa" na Unifesp. "Quanto mais gente se unir, maior pode ser o efeito", diz ela.
Vieram porque dizem que os cortes podem piorar ainda mais a situação das instituições.
O paisagista Agnaldo Carlos, 43, foi acompanhado dos dois cachorros, Sofia e Flash, para o ato contra o corte de verbas na educação. Os animais estavam com figurinos com os dizeres "fora Bozo" (em referência ao presidente Jair Bolsonaro) e "educação". "É uma forma de chamar atenção do povo para essas questões", diz ele, dividindo-se entre os vários pedidos de fotos com os bichos. Ele afirmou ser ex-aluno da Universidade Federal do ABC.
Enquanto os manifestantes bradavam frases como "Bolsonaro, seu fascistinha, os estudantes vão botar você na linha" e "não é mole não, tem dinheiro para milícia mas não tem para a educação", um homem vendia caipirinhas e batidas, servidas em uma bandeja, por R$ 10 para refrescar os jovens.

quarta-feira, 29 de maio de 2019

Mobilização nacional pela educação e por nossos direitos!



Dia 30 de maio, mais uma oportunidade para irmos às ruas em defesa da educação e de nossos direitos!
Coordenação Nacional da Unidade Classista
Inspirados na excelente jornada do dia 15 de maio, estudantes e trabalhadores de todo o país convocaram mais um dia de luta para esta semana. No dia 30 de maio, teremos mais uma oportunidade para mostrar toda a nossa indignação perante os cortes nas verbas da educação promovidos pelo nefasto governo de Jair Bolsonaro.
Além disso, os atos que, com certeza, ocorrerão em centenas de cidades brasileiras, potencializarão a construção da greve geral contra a reforma da previdência, que também contará com a ativa participação do movimento estudantil.
Para a Unidade Classista, o protagonismo dos estudantes nas mobilizações do dia 15 e agora nos preparativos para o dia 30 nos enchem de orgulho e esperança, pois significam que o futuro das lutas de resistência e a reorganização da classe trabalhadora para o novo ciclo estão sendo construídos sobre bases sólidas.
Sendo assim, reforçamos a convocação para que todas as trabalhadoras e trabalhadores organizados em nossas fileiras estejam lado a lado com os estudantes em mais esta jornada de luta e de construção de nosso futuro!
Avante, camaradas!
Unidade Classista, futuro socialista!



terça-feira, 28 de maio de 2019

“A reforma da previdência não poupa ninguém: negros, idosos, mulheres”, afirma senador Paulo Paim


 
Marcelo Camargo/Agência Brasil
 Alma Preta, Yahoo Notícias 

A principal proposta do Ministro da Economia, Paulo Guedes, é a aprovação da reforma da previdência. Com o apoio do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), o projeto foi aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) no dia 24 de Abril e deve ser colocada em votação em 2019.

As principais alterações indicadas no projeto de Paulo Guedes são: fim da aposentadoria por tempo de contribuição; mudança do tempo mínimo para se aposentar para mulheres, com 62 anos, e homens com 65; alteração do tempo mínimo de contribuição de 15 para 20 anos, para homens e mulheres; diminuição da pensão por morte para viúvos de 100% para 60% do dependente; redução do benefício inicial para o idoso pobre de R$ 998 para R$ 400.
O projeto, segundo o senador Paulo Paim (PT-RS), atinge de maneira contundente a qualidade de vida de todos os grupos sociais mais vulneráveis no país, como a população negra.
“Ora, nós sabemos que a grande maioria dos pobres brasileiros são negros, por isso, os negros são os mais prejudicados. A reforma não poupa ninguém: negros, idosos, mulheres, todos os vulneráveis. O prejuízo é enorme”.
O direito, garantido no país há 96 anos, é um dos principais mecanismos de distribuição de renda no país e tem atraído os olhos de bancos e grupos de investimento, de acordo com o senador.

segunda-feira, 27 de maio de 2019

O ataque da ignorância contra a razão


27 de maio de 2019

A defesa da universidade pública e a conjuntura
Por Mauro Luis Iasi
BLOG DA BOITEMPO
No último dia 15 de maio vimos uma Greve Geral da Educação, que mobilizou milhares de estudantes, professores e funcionários das Universidades Públicas, dos Institutos Federais, da educação básica e até de instituições privadas de ensino. Tal mobilização se deu em resposta aos cortes nas verbas de custeio das instituições de ensino, que o ministro (inimigo) da Educação eufemisticamente chama de contingenciamento. Para acrescentar um toque de perversidade, o presidente miliciano chama os manifestantes de “idiotas úteis”, manipulados por “militantes”.
O principal argumento para os cortes encontra-se na afirmação de que a economia não cresceu conforme o previsto, sendo, portanto, necessárias adequações. O ministro Abraham Weintraub, em depoimento no Congresso, acrescentou que tal previsão teria vindo do governo Dilma/Temer, procurando se isentar da responsabilidade, e ocultando propositalmente que o orçamento em vigor é na verdade do usurpador Temer (apoiado histericamente pelas forças políticas que agora governam e que prometeram o Éden do crescimento com o afastamento da presidente eleita em 2014).
O fato é que as universidades públicas vêm sendo “contingenciadas” em seus recursos há muito tempo. O Fórum de Pró-Reitores de Planejamento e Administração das Instituições Federais de Ensino Superior já alertava em 2017 que estávamos vivendo um agravamento da situação orçamentária nas universitárias, pelo crescimento do número de alunos ao mesmo tempo que encolhiam os recursos. Em 2017, o valor em reais por aluno era 42% menor do que o de 2011, passando de R$ 2496,77 para R$1757,13 nesse período. Neste quadro, a ANDIFES cobrava uma correção nas verbas que, além de não vir, agora foram reduzidas.

domingo, 26 de maio de 2019

Manifestações não foram grandes o suficiente para Bolsonaro vencer crise, avaliam analistas políticos

© Evaristo Sa/Getty Images Manifestantes reunidos em frente ao Congresso Nacional, em Brasília
BBC NEWS                                                                                                         
                                                                                                                                
Manifestantes ocuparam as ruas de dezenas de cidades brasileiras neste domingo em apoio ao governo de Jair Bolsonaro. O tamanho da mobilização, porém, não parece suficiente para fortalecer o presidente nas negociações com o Congresso Nacional, acreditam analistas políticos ouvidos pela BBC News Brasil. Com isso, afirmam, a tendência é de continuidade da crise política.

Os atos foram convocados em resposta aos protestos realizados em 15 de maio contra os cortes anunciados no Orçamento da Educação. No entanto, embora milhares de pessoas tenham comparecido às ruas em cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, a mobilização nacional não superou o movimento de oposição ao governo e ficou aquém dos protestos massivos que marcaram o país em 2013 e pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff em 2015.

"As manifestações desse domingo mostram que Bolsonaro tem apoiadores dispostos a ocupar as ruas, mas não é um mito de popularidade com capacidade de constranger o Congresso. O ato na Avenida Paulista (em São Paulo) ocupou várias quadras, mas o público estava espalhado, deixando espaços vazios", observou o cientista político Carlos Melo, professor do Insper.

Na leitura do cientista político Antônio Lavareda, professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), as manifestações tiveram "tamanho proporcional à popularidade do presidente hoje". Ele lembra que as pesquisas de opinião têm mostrado que um terço dos brasileiros avaliam positivamente o governo, enquanto outro terço rechaça a gestão e o restante a avalia como regular.
"Os atos de hoje não fortalecem nem enfraquecem o presidente. Como não houve uma mobilização massiva, não foi criado capital político novo para o presidente", avalia.

sábado, 25 de maio de 2019

Estados Unidos e Venezuela: um contexto histórico


Por James Petras


“A Venezuela tem as maiores reservas de petróleo do mundo, de que são proprietários e nós as queremos”. – (funcionário anônimo de Trump) A hostilidade dos EUA e os seus esforços para derrubar o governo venezuelano fazem parte de uma longa e vergonhosa história da intervenção dos EUA na América Latina que remonta à segunda década do século XIX.
Em 1823, o presidente Monroe, dos EUA, declarou, em seu nome, a “Doutrina Monroe” – o direito dos EUA em manter os europeus fora da região e o direito de os EUA intervirem na defesa dos seus interesses econômicos, políticos e militares.
Vamos traçar um esboço das fases históricas da intervenção política e militar dos EUA, em nome dos interesses de empresas e da banca dos EUA na região e os movimentos políticos e sociais latino-americanos que se lhe opuseram.
O primeiro período decorre dos finais do século XIX até aos anos 30 e inclui invasões de fuzileiros, a instalação de ditaduras fantoches dos EUA e a resistência de revoluções populares chefiadas por vários líderes revolucionários em El Salvador (Farabundo Martí), na Nicarágua (Augusto Sandino), em Cuba (José Martí) e no México (Lazaro Cárdenas).
Depois, analisaremos as intervenções dos EUA, após a II Guerra Mundial, o derrube de governos populares e a repressão de movimentos sociais, incluindo a Guatemala (1954), o golpe no Chile (1973), a invasão dos EUA da República Dominicana (1965), de Granada (1982) e do Panamá (1989).
A seguir, examinamos as tentativas dos EUA para derrubar o governo da Venezuela (1998 até ao presente).

sexta-feira, 24 de maio de 2019

Reforma da Previdência favorece bancos e mantém privilégios


IHU-UNISINOS

Os privilegiados do Brasil gargalham da reforma da Previdência Quase 80% da economia projetada pelo ministro Paulo Guedes sairá do bolso dos mais necessitados.
O comentário é de Sâmia Bomfim, publicado por Carta Capital, em 21-05-2019.
O lunatismo característico do governo Bolsonaro não está restrito ao chamado “setor olavista”. Paulo Guedes, como todo bom defensor de governos com características totalitárias, como o de Augusto Pinochet no Chile, com o qual manteve relações muito próximas, arquitetou um mito (com o perdão do trocadilho) de dar inveja aos terraplanistas: o de que o objetivo da reforma da Previdência é combater privilégios.
Guiada por esta farsa, a tropa de “bolsominions” me ataca nas redes: “Você está contra a reforma porque defende privilégios”. Logo eu, que abri mão de minha aposentadoria especial como deputada e tenho na luta contra toda desigualdade o norte de minha militância.
O objetivo é acabar com privilégios? Que tal começar então pelo próprio presidente da República, que se aposentou do Exército com 33 anos de idade e está inscrito no regime de aposentadoria especial da Câmara dos Deputados? Nós somos a favor de que aposentadorias abusivas sejam revistas, o que não é o caso, como se pensa, dos funcionários públicos, cuja maioria é formada por professores, policiais, enfermeiros etc., mas o é de políticos e oficiais de alta patente das Forças Armadas. Se o governo está de acordo, por que não fazer uma reforma da Previdência restrita a esses grupos?
Longe disso, o governo foi bastante generoso com eles. No caso dos parlamentares, o tão valorizado “fim da mamata” de aposentadorias especiais valerá apenas para os futuros eleitos. Os oficiais militares também podem ficar tranquilos, pois a modesta reforma que os afetará foi muito bem compensada por um generoso plano de carreira.

quinta-feira, 23 de maio de 2019

Novamente às ruas em 30 de Maio!


Organizar a Luta para Derrotar os Cortes do Governo Bolsonaro
Coordenação Nacional da União da Juventude Comunista (UJC)
Tivemos no dia 15 de maio um movimento importante e decisivo para a juventude e os trabalhadores no nosso país. Centenas de milhares de brasileiros, entre estudantes, professores, trabalhadores da educação, pesquisadores, pais, mães e familiares e outros, preocupados com os rumos do país, saíram às ruas para se colocar contra o governo Bolsonaro e suas medidas de sufocamento da educação pública e da pesquisa nacionais. 


As medidas, que incluem a suspensão de milhares de bolsas de estudo, cortes de mais de 30% nas verbas discricionárias das universidades, congelamento de bilhões de reais para a educação básica e ataques contra a autonomia universitária, demonstram cada dia mais a face antidemocrática, antipopular, antinacional e reacionária do governo.
O chamado para a luta foi ouvido e sentido em todo o país. Desde as primeiras horas de quarta-feira, as pessoas já tomavam as ruas para irem às grandes manifestações unitárias que aconteceram em todas as capitais e em inúmeras cidades menores. Em todas elas, vimos palavras de ordem, faixas e bandeiras conscientes de que nossa tarefa é derrotar os cortes do governo Bolsonaro e continuar a organizar nossa resistência. Derrotar essas medidas educacionais é o primeiro passo para o movimento social organizado preparar a contraofensiva e derrotar medidas igualmente terríveis para os trabalhadores brasileiros, como a Reforma da Previdência.
Bolsonaro, por sua vez, fugindo de qualquer responsabilidade para com o país, viajou aos EUA na mesma data, apenas para dar declarações de desprezo ao povo trabalhador brasileiro e nossas legítimas manifestações por nossos direitos e nossa educação. Seu Ministro da Educação, o privatista Abraham Weintraub, estava sendo sabatinado no Congresso Nacional e reforçou suas chantagens sobre os cortes do orçamento. Mentiu novamente sobre o caráter técnico que quer imprimir à educação – quando, sabemos, buscam retirar qualquer manifestação de contrariedade à política ou à ideologia antipopulares próprias do governo. Na mesma data, o presidente cassa o direito de reitores nomearem os pró-reitores e outros cargos nas universidades, atentando contra a autonomia universitária e coloca na mão do general ministro Santos Cruz o poder decisório sobre essas nomeações.
Para o dia 15, construímos desde as bases um forte movimento, combativo e consequente, organizado por meio das principais entidades estudantis e sindicais do país. Foram peças-chave nessa mobilização os Cas, DCEs, UEEs, UNE, UBES, ANPG, FENET, Federações e Executivas de curso e isso vemos com uma importância enorme: as entidades estudantis estão retomando os processos de luta e os estudantes estão vendo seus instrumentos de luta acessíveis e participativos. Podemos avançar nessa mobilização em um novo patamar de mobilização, com um Movimento Estudantil em nível nacional organizado e articulado com as entidades sindicais, como a FASUBRA, o ANDES, a CNTE e o CONEDEP.
Temos orgulho em dizer que o Movimento por uma Universidade Popular teve um papel de destaque nessa mobilização. Todos os lutadores que compreendem a importância desse projeto estratégico, da Universidade Popular, estão cerrando fileiras para mobilizar, organizar e fazer crescer a luta defensiva que temos agora, sem perder de vista que para superar os problemas da educação, precisamos de um projeto alternativo, radicalmente democrático, popular, ligado aos interesses do povo trabalhador e não das empresas e bancos nacionais e internacionais que tentam tomar a educação das nossas mãos.
Entendemos que a luta unitária deve superar suas debilidades e aumentar ainda mais o grau de articulação, para derrotarmos o governo e seus cortes. Nossas entidades estudantis e sindicais devem dialogar ainda mais com a população para mobilizar a todos os brasileiros preocupados com seus direitos. Nossa mobilização pode superar os mais de um milhão que foram às ruas nessa quarta-feira.
A tarefa agora é avançar, avançar, avançar! Já estão sendo marcadas novas manifestações para o dia 30 de maio, organizadas pelas entidades estudantis, e todos devem estar presentes. Teremos duas semanas para organizar debates, assembleias, atividades locais, rodas de conversa e todo tipo de mobilização estudantil, sindical e popular, para fazermos o movimento crescer. Organizar a luta, derrotar os cortes do governo – essa é a palavra de ordem que precisamos colocar, em alto e bom som, e esse é o compromisso da União da Juventude Comunista com a juventude, os estudantes e os trabalhadores brasileiros.
Lembramos também que essa luta, pela educação, não está separada das demais lutas dos trabalhadores no país. Construirmos com força um dia nacional de lutas no dia 30 de maio vai dar mais fôlego para a Greve Geral que faremos no dia 14 de junho. Nesse dia, em uma luta unitária, organizada por sindicatos, entidades estudantis e populares, movimentos de bairro, coletivos culturais e todo o povo trabalhador, venceremos a Reforma da Previdência de Bolsonaro e Paulo Guedes, dos empresários e banqueiros, e garantiremos nosso direito à Aposentadoria.
CONTRA OS CORTES NA EDUCAÇÃO! CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA! ORGANIZAÇÃO PARA A LUTA!


quarta-feira, 22 de maio de 2019

A guerra suja dos EUA em nome dos “direitos humanos”



Por Geraldina Colotti, Resumen Latinoamericano

A foto é uma daquelas que estimulam a compaixão e a indignação. Retrata uma mulher derrotada em uma cadeira. O telefone abandonado na mesa ao lado dos óculos indica que ela acaba de receber notícias catastróficas, que a destruíram. Além disso, vemos um pequeno altar com uma foto de um jovem, semelhante aos mostrados pelas mães dos desaparecidos no México, ou na Europa, nas estradas que tiram vidas jovens por causa da grande velocidade.
Neste caso, no entanto, a cena indica que é a Venezuela, representada por uma bandeira com 7 estrelas em vez de 8, que a oposição anti-Chávez exibe. É uma página da Anistia Internacional. O título, em letras grandes, apaga qualquer dúvida sobre a suposta “imparcialidade” da organização: “Venezuela: os crimes contra a humanidade exigem uma forte resposta da justiça internacional”.
A diretora para as Américas, Erika Guevara Rojas, nunca perdeu a oportunidade de atacar o governo bolivariano, usando a poderosa ferramenta à sua disposição. Agora renova o ataque no relatório “Fome por justiça: crimes contra a humanidade na Venezuela”, construído em torno dos eventos que ocorreram no país bolivariano desde janeiro de 2019. Nem mesmo uma pequena culpa pelas tentativas desestabilizadoras feitas pelos líderes do golpe Venezuelanos, mas a denúncia de “uma política sistemática de repressão contra pessoas de oposição ou percebida como tal simplesmente pelo fato de protestar”.

terça-feira, 21 de maio de 2019

Avançar a luta popular para derrotar Bolsonaro e sua política de terra arrasada



Comissão Política Nacional do Partido Comunista Brasileiro – PCB

As grandes manifestações de 15 de maio, que mobilizaram centenas de milhares de pessoas em mais de duzentas cidades do país contra os cortes de verbas da educação, expressaram um grande avanço na luta das forças populares contra o projeto neofascista do governo Bolsonaro. Várias mobilizações anteriores, como a dos povos indígenas contra a destruição da FUNAI, vinham articulando as forças de oposição e deram início a um processo que pode vir a representar uma mudança significativa na correlação de forças, a partir da luta imposta na rua pelos movimentos sociais. Sindicatos, entidades estudantis, organizações políticas e sociais articularam os atos massivos que contribuíram para ampliar a impopularidade do governo federal e diminuíram ainda mais sua base de sustentação no seio do povo e nas instituições.
O Governo Bolsonaro se inviabiliza progressiva e rapidamente devido ao seu completo desrespeito aos anseios e interesses populares, às regras democráticas e aos direitos humanos, bem como por causa de sua incapacidade de dar direção ideológica e política às principais frações da burguesia, além dos seus conflitos internos, que se expressam na luta entre a ala neofascista hegemônica e as alas militar e neoliberal. Essas brigas intestinas expressam o esgarçamento progressivo da coalizão que sustentou a candidatura Bolsonaro na última eleição, formada principalmente pelo bolsonarismo, nucleado nos grupos da internet, polícias, igrejas, em uma ala de generais e na velha direita neoliberal, majoritária no parlamento, em governos e legislativos estaduais e municipais e na grande mídia.
Ao contrário do que desejavam os generais e seus aliados mais organicamente ligados aos grandes capitalistas, o bolsonarismo não aceitou dividir o poder com o Congresso, os governadores, a grande mídia e a ala militar, o que estabeleceu a instável situação de um governo conservador sem base de sustentação sólida em um parlamento no qual a direita é amplamente majoritária, desarticulação que tem atrasado em alguma medida a radicalização de alguns dos principais ataques aos interesses populares planejados pelos dois blocos, como a reforma da previdência e a total destruição das políticas sociais, como as de saúde, educação, direitos humanos, reforma agrária e meio ambiente.
O ressurgimento das grandes manifestações articuladas pelas organizações sociais – os ativistas que Bolsonaro criminaliza e quer calar – amplia a progressiva dissolução da hegemonia momentânea do bolsonarismo nas grandes cidades e coloca em xeque a direção política da extrema direita, oferecendo uma alternativa ideológica e política à esquerda para o trabalhador decepcionado com a aventura neofascista proposta pelo capitão miliciano. Essa pressão da mobilização das ruas precisa ser reforçada, para colocar nas cordas o governo neofascista e fazer com que perca totalmente sua sustentação ideológica e política entre os setores populares que lhe deram a vitória eleitoral.
É possível barrar os retrocessos e derrotar a política de terra arrasada do Governo Bolsonaro! O 15M mostrou que o caminho sempre está na construção da mais ampla unidade na luta, com mobilização nos locais de trabalho, estudo e moradia, para culminar com massivas manifestações nas ruas. Vamos continuar denunciando os ataques dos governos e do capital aos direitos políticos, sociais e trabalhistas duramente conquistados pela classe trabalhadora organizada e pelos movimentos sociais nas últimas décadas, assim como seguiremos combatendo a tentativa de destruição da soberania nacional, de ampliação das privatizações e de entrega das nossas riquezas em favor dos lucros dos monopólios nacionais e internacionais. Vamos aprofundar a luta contra a reforma da previdência, em defesa da educação e da saúde públicas, por direitos e liberdades democráticas!
Nova jornada de lutas e mobilizações foi agendada pelas entidades representativas dos estudantes e trabalhadores da educação: 30 de maio. Todos às ruas, avançando na preparação da Greve Geral de 14 de junho, convocada pelas centrais sindicais e pelo movimento popular! A militância do PCB, da Unidade Classista, da UJC, do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, do Coletivo Negro Minervino de Oliveira e do Coletivo LGBT Comunista uma vez mais cerrará fileiras com a juventude e a classe trabalhadora nas manifestações.
30/05: nova jornada de lutas pela educação pública!
Preparar a Greve Geral de 14/06 contra a Reforma da Previdência!
Em defesa dos nossos direitos e das liberdades democráticas!
Pelo Poder Popular e pelo Socialismo!

Opositores se juntam em ação contra Bolsonaro




ESTADÃO - Pedro Venceslau e Ricardo Galhardo


© ALEX SILVA/ESTADÃO Lideranças de 10 partidos de oposição e outras entidades durante reunião em apartamento em São Paulo

Representantes de dez partidos, entre eles PSDBPDTPT e Cidadania, se reuniram na noite desta segunda-feira, 20, em São Paulo, para organizar o lançamento do movimento “Direitos Já, Fórum pela Democracia”. O objetivo é formatar um grupo suprapartidário de oposição ao governo Jair Bolsonaro. A iniciativa acontece a poucos dias de manifestação pró-governo, marcada para o próximo domingo, e num momento em que a oposição organizada dos partidos de esquerda e de centro-esquerda ainda é tímida no Congresso.

O encontro foi organizado pelo escritor Fernando Guimarães, do PSDB, e pelo advogado Marco Aurélio Carvalho, do PT. O movimento começou como um grupo de WhatsApp que ultrapassou 200 integrantes de vários partidos. Segundo eles, a ideia agora é lançar um manifesto e organizar um ato no Tuca, o teatro mantido pela PUC em São Paulo. Ainda não existe uma data fechada para isso.

segunda-feira, 20 de maio de 2019

FHC : povo quer “paz e emprego, sem impeachments”


Elogiado pelo ex-presidente José Sarney em entrevista ao Correio Braziliense, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse neste domingo, 19, concordar com o maranhense quando alerta sobre “os riscos que corremos” com a postura do presidente Jair Bolsonaro, segundo Sarney, de “apostar todas as cartas na ameaça do caos”. 
Para o tucano, “anunciar o caos pelas redes sociais recae na própria cabeça”. Ele conclui que “o povo quer paz, emprego e compostura, sem impeachments”.
"Vale ler a entrevista do pres. Sarney. Ele alerta sem alarmismo sobre os riscos que corremos. O atual Presidente deve aprender que o país precisa de coesão e rumos. Anunciar o caos pelas redes sociais recae na própria cabeça. O povo quer paz, emprego e compostura, sem impeachments."
Sarney: ‘Bolsonaro está colocando todas as cartas na ameaça ao caos’
Com 52 anos de experiência no Legislativo, o ex-presidente José Sarney, de 88 anos, abriu sua entrevista ao jornal Correio Braziliense dizendo que não faria comentários sobre seus sucessores, mas a resistência durou pouco. O inquilino do Palácio do Planalto da transição democrática afirmou que o presidente Jair Bolsonaro “está colocando todas as cartas na ameaça do caos”, destruindo as utopias.   (Estadão- BR18)
COMENTÁRIOS:
1 - Os eleitores precisam votar em candidatos que apresentem propostas de acordo com suas convicções políticas. Portanto, deve votar de acordo com o seu juízo e não pela emoção e muito menos pelo ódio. Fazendo um parêntesis: Quando você vai no Supermercado não compra alimento vencido. Paralelamente, não deve votar em político vencido e ultrapassado, além, é claro, sem propostas;
2 - Nas eleições de 2018, a população de Garanhuns/PE, votou, em sua maioria, em Haddad, nos dois turnos, mas para o Parlamento, deram uma guinada pra "Direita", muito acentuada, isto é, votando em candidatos conservadores e sem propostas. Tanto é verdade que a votação destinada aos ex-candidatos a Dep. Federal, Fernando Ferro e Paulo Camelo, foi pequena em relação a eleição de 2014;
3 - Só não enxerga quem não quer conhecer a realidade, mas todos sabiam que o presidente Bolsonaro, fazia parte do "Baixo Clero", no Parlamento, foi um militar indisciplinado e um político despreparado e sem a mínima condição de dirigir um país com cerca de 200 milhões de habitantes. Para piorar a situação ainda conta com os filhos trapalhões e o seu "guru direitista e raivoso" Olavo de Carvalho. 


domingo, 19 de maio de 2019

Presidência sem rumo


As seguidas vezes em que sua palavra é desautorizada esvaziam de significado político as manifestações de Jair Bolsonaro
Notas & Informações, O Estado de S.Paulo
19 de maio de 2019 | 03h00
Com preocupante frequência, o presidente Jair Bolsonaro desdiz o que disse ou então é desmentido por ministros, por parlamentares ou, o que é pior, pelos fatos. Pelo cargo que ocupa, Bolsonaro deveria ser a principal referência das decisões do governo federal. Suas declarações deveriam ter o peso institucional que a Presidência da República confere a seu titular. Mas as seguidas vezes em que sua palavra é desautorizada começam a esvaziar de significado político suas manifestações. Para um governante que já demonstrou não ter vocação para agregar apoios no Congresso, essa dificuldade adicional certamente contribuirá para atrapalhar ainda mais o andamento dos projetos de interesse do Palácio do Planalto e, no limite, a própria governabilidade, pois ninguém hoje sabe o que Bolsonaro efetivamente quer.
A mais recente confusão envolvendo declarações do presidente ocorreu depois de um encontro com deputados, vários deles governistas. Esses parlamentares informaram que, diante deles, Bolsonaro telefonou para o ministro da Educação, Abraham Weintraub, para determinar que não houvesse bloqueio de recursos no Orçamento da Educação. Os deputados saíram da reunião e, no plenário, narraram o teor do telefonema. Logo em seguida, porém, foram desmentidos pela Casa Civil – que, em nota, disse que “não procede a informação” e que “o governo está controlando as contas públicas de maneira responsável”. Ou seja, numa única nota, o governo fez os deputados passarem por mentirosos e irresponsáveis.

Bolsonaro endossa texto sobre país ingovernável e eleva tensão no governo


 Yahoo Notícias 
 Mensagem compartilhada por Bolsonaro diz que o mandatário estaria impedido de atuar por não concordar com os interesses das corporações. (Foto: AP Photo/Eraldo Peres)
Encurralado por uma relação desgastada com o Congresso, suspeitas que atingem um de seus filhos e manifestações populares contra seu governo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) compartilhou nesta sexta (17) um texto sobre as dificuldades de seu mandato dizendo que o Brasil "é ingovernável" sem os "conchavos" que ele se recusa a fazer.

A mensagem, distribuída pelo presidente em grupos de WhatsApp dos quais faz parte e atribuída por ele a um autor desconhecido, diz que o mandatário estaria impedido de atuar por não concordar com os interesses das corporações.
O compartilhamento do texto por Bolsonaro elevou a tensão dentro do governo, entre aliados e representantes de outros Poderes, com interpretações divergentes sobre as intenções do presidente ao endossar a mensagem --publicada no sábado (11) em rede social por um filiado ao Novo-RJ e replicada em outros grupos.
Parte dos auxiliares do presidente no Palácio do Planalto diz que ele se deixa levar por teorias da conspiração espalhadas pelo grupo que segue o escritor Olavo de Carvalho e por influência de seus filhos - o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ) já havia exposto conceitos do tipo em rede social.
A mensagem chegou a motivar boatos acerca de eventual renúncia do presidente --alguns aliados viram nela um arcabouço narrativo para uma saída do cargo por culpa de resistências à suposta agenda antiestablishment de Bolsonaro.

sábado, 18 de maio de 2019

A ameaça de Bolsonaro




Ao 'contar com a sociedade' para enfrentar o 'sistema', Jair Bolsonaro repete o roteiro de outros governantes que, despreparados para a vida democrática, flertaram com golpes em nome da 'salvação' nacional.
O Estado de S.Paulo - EDITORIAL


O presidente Jair Bolsonaro considera impossível governar o Brasil respeitando as instituições democráticas, especialmente o Congresso. Em sua visão, essas instituições estão tomadas por corporações – que ele não tem brio para nomear – que inviabilizam a administração pública, situação que abre caminho para uma “ruptura institucional irreversível” – conforme afirma em texto que fez circular por WhatsApp ontem, corroborando-o integralmente, como se ele próprio o tivesse escrito.
Ao compartilhar o texto, qualificando-o de “leitura obrigatória” para “quem se preocupa em se antecipar aos fatos”, Bolsonaro expressou de maneira clara que, sendo incapaz de garantir a governabilidade pela via democrática – por meio de articulação política com o Congresso legitimamente eleito –, considera natural e até inevitável a ocorrência de uma “ruptura”.
Não é de hoje que o presidente se mostra inclinado a soluções autoritárias. Depois da posse, Bolsonaro mais de uma vez manifestou desconforto com a necessidade de lançar-se a negociações políticas para fazer avançar a agenda governista no Congresso. Confundindo deliberadamente o diálogo com deputados e senadores com corrupção, o presidente na verdade preparava terreno para desqualificar os políticos e a própria política – atitude nada surpreendente para quem passou quase três décadas como parlamentar medíocre a ofender adversários e a louvar a ditadura militar. Não por acaso, o próprio Congresso parece ter desistido de esperar que Bolsonaro se esforce para dialogar e resolveu tocar por conta própria a agenda de reformas.