quinta-feira, 30 de abril de 2020

Viva o 1º de Maio! Abaixo o capitalismo!



O Partido Comunista Brasileiro (PCB) se associa a todos(as) os(as) trabalhadores(as) do mundo neste Primeiro de Maio, um dia de luta que nos remete às batalhas da classe trabalhadora mundial contra a exploração do trabalho pelo capital ao longo da história. 

É necessário fazermos dessa data um dia de enfrentamento contra a barbárie capitalista, para atuarmos com firmeza no quadro em que nos situamos hoje no Brasil. É hora de construir e consolidar a solidariedade entre os trabalhadores no enfrentamento à conjuntura atual e para que, mais unidos, organizados e mobilizados, passada a pandemia, tenhamos força para exigir a reconstrução do Brasil em outras bases, avançando na luta pelo poder popular, rumo ao socialismo.

Não podemos esquecer que o Primeiro de Maio, Dia internacional dos Trabalhadores, é uma homenagem aos lutadores que foram presos e condenados à morte após participarem de uma manifestação em defesa da jornada de oito horas, num sábado, no primeiro dia de maio de 1886, nos Estados Unidos. Naquele dia, milhares de trabalhadores e trabalhadoras haviam ido às ruas lutar pela redução das jornadas de trabalho, sem redução de salários. As jornadas chegavam, na época, a 16 horas por dia nos EUA. Por isso a palavra de ordem “Um dia de oito horas sem corte no pagamento” foi a senha para grandes manifestações, que desembocariam numa greve geral. 
A luta por jornadas de trabalho de até oito horas, por salários e remunerações dignas, melhores condições de trabalho, garantia de oferta empregos e de seguridade social sempre estiveram presentes nas lutas dos sindicatos e das organizações de trabalhadores, no enfrentamento ao capital e ao patronato, que detêm os meios de produção, as fábricas e as empresas e vivem da exploração do trabalho, apropriando-se da maior parte da riqueza produzida pela classe trabalhadora.
O capitalismo mata!
O contexto internacional de crescimento alarmante do número de infectados e mortos pelo COVID-19 demonstra a face perversa do capitalismo, responsável, na maioria dos países, pela adoção das políticas liberais, que destruíram legislações sociais e trabalhistas e desmantelaram os sistemas públicos de saúde e de bem-estar para unicamente favorecer os interesses e lucros das empresas nacionais e internacionais. Mesmo neste cenário, o imperialismo continua afiando suas garras e ameaçando os povos, como na América Latina, ao reforçar o criminoso bloqueio a Cuba Socialista e almejar agredir militarmente a Venezuela, desrespeitando o direito internacional e pondo em risco a paz na região.

Fux envia à PGR notícia-crime contra Bolsonaro por notas fiscais frias




CATRACA LIVRE

© Agência Brasil

O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), enviou à PGR (Procuradoria-Geral da República) nessa quarta-feira, 29, notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro com base em reportagem da Agência Sportlight, segundo a qual  ele teria superfaturado verba parlamentar para combustíveis na época em que era deputado. As informações são do site Conjur.

Segundo a reportagem, Bolsonaro gastou em média R$ 4,1 mil em 11 idas em dois postos de gasolina do Rio de Janeiro, entre janeiro de 2009 e fevereiro de 2011.

A notícia-crime contra Bolsonaro, enviada ao Supremo pelo criminalista Sidney Duran Gonçalez, sustenta que cruzamento de dados públicos do Congresso e as notas fiscais de abastecimento enviadas à Câmara, segundo a reportagem, mostram que o então parlamentar abasteceu em dois postos diferentes no mesmo dia, apesar dos muitos litros comprados. Ainda segundo a reportagem da Agência Sportlight, Bolsonaro teria abastecido os veículos no Rio de Janeiro mesmo quando registrou presença em Brasília.

Entenda

Reportagem de Lúcio de Castro, da Agência Sportlight de jornalismo investigativo revela que Jair Bolsonaro gastou mais de R$ 2.000 para encher o tanque de um único carro com mais de mil litros de gasolina comum. O superfaturamento ocorreu em 2009 quando ele exercia o mandato de deputado federal.

Nota fiscal de um posto na Barra da Tijuca (Auto Serviço Rocar), zona oeste do Rio de Janeiro, mostra que Bolsonaro pagou R$ 2.608 por 1.003,46 litros. Corrigidos pelo IGP-M de fevereiro, o valor é de R$ 4.833,38. Embora não exista carro com tal capacidade no tanque, o valor foi  reembolsado sem objeção pela Câmara como parte da “cota parlamentar” do então deputado federal pelo PP, partido de Paulo Maluf.

Em 27 anos de vida parlamentar, Jair Bolsonaro apresentou apenas três projetos, um de educação e dois de saúde. Em contrapartida, o até então deputado apresentou pelo menos 32 propostas voltadas para os militares, categoria da qual é originário.


quarta-feira, 29 de abril de 2020

1º de Maio: contra a barbárie capitalista!



1º DE MAIO DE 2020: 

A SITUAÇÃO ATUAL E OS NOSSOS DEVERES

FEDERAÇÃO SINDICAL MUNDIAL
A Federação Sindical Mundial, por ocasião do 1º de maio de 2020, saúda os(as) trabalhadores(as) em todos os continentes, todos aqueles cujo trabalho continua a mudar a marcha da vida, mesmo em condições difíceis, com a pandemia do coronavírus, e continuam produzindo todos os bens necessários para que a vida continue e as necessidades da classe trabalhadora e das camadas populares possam ser atendidas.
Honramos os milhões de funcionários de sistemas públicos de saúde em todo o mundo: médicos(as), enfermeiros(as) e todos os profissionais da saúde, que, em meio à luta contra a pandemia do Coronavírus, todos os dias, salvam pacientes da doença, mesmo sem os equipamentos médicos e de proteção necessários, arriscando sua saúde e sua vida. Eles estão na linha de frente da luta, com coragem e abnegação, levantando a carga de cuidados e tratamentos no meio de uma pandemia que já soma milhões de casos e centenas de milhares de mortes, em um sistema público de saúde deteriorado pelo subfinanciamento e atacado pelas políticas de todos os governos capitalistas, que conscientemente comprometem as redes públicas de saúde e privatizam suas atividades essenciais para aumentar a lucratividade e especulação das multinacionais.
Trabalhadores e estratos populares unimos nossas vozes às dos militantes da saúde, apoiamos sua luta e exigimos cobertura imediata de todas as vagas necessárias, adequação da infraestrutura e materiais de saúde pública para atender às necessidades permanentes e temporárias das pessoas; expropriação do setor privado e abolição da comercialização e das políticas de privatização da Saúde e do Bem-Estar; serviços públicos de saúde universais, gratuitos e de alta qualidade.
A Saúde dos trabalhadores tem que estar acima do lucro!
Saudamos os(as) trabalhadores(as) da produção e distribuição de alimentos e necessidades básicas, dos supermercados, do setor farmacêutico, dos serviços de limpeza, do setor de energia e outros serviços, que, através de seu trabalho, garantem o acesso dos(as) trabalhadores(as) e dos povos a tudo o que é necessário para sua sobrevivência.
Ao mesmo tempo, por ocasião das consequências da pandemia de coronavírus, denunciamos o enorme ataque aos direitos sociais e trabalhistas por meio das demissões, da redução de salários, da falta de pagamento, do trabalho não declarado e da restrição às liberdades sindicais.
Desempregados(as) de longa duração, trabalhadores e trabalhadoras sem seguro social nem previdência, imigrantes, refugiados(as), aqueles(as) que sofrem de outras doenças são literalmente abandonados(as), sem poder ganhar a vida ou garantir o monitoramento necessário da sua saúde, o que pode causar seu agravamento.
Externamos nosso repúdio aos capitalistas diante das reclamações manifestadas em todo o mundo por funcionários(as) de empresas que não produzem necessidades básicas, mas continuam a trabalhar com os(as) trabalhadores(as) espremidos(as) em linhas e escritórios de produção, sem qualquer cumprimento das medidas de proteção necessárias, para que as multinacionais possam aumentar sua lucratividade. Como resultado, a pandemia se espalha rapidamente, como foi o caso no norte da Itália, nos Estados Unidos da América, na Turquia e em outros lugares.

1º DE MAIO VERMELHO AO VIVO NA REDE DO PODER POPULAR!




A reorganização da classe trabalhadora e o papel do campo classista.

Convidamos toda(o)s para nosso encontro online no Dia Internacional dos Trabalhadores, um espaço político e cultural para darmos voz à política do campo sindical classista junto aos trabalhadores do Brasil e do mundo.

A transmissão ao vivo ocorrerá a partir das 13h pelo Canal do Jornal O Poder Popular com uma programação de intervenções políticas e muita poesia, música e cultura até às 20h. Contaremos com a presença de convidada(o)s de diversas organizações políticas e sindicais do campo classista e artistas engajada(o)s.

Não podemos estar nas ruas com nossas bandeiras e manifestações, por isso, nesse momento que devemos ficar em casa pra proteger nossas vidas e de toda(o)s a(o)s trabalhadoras e trabalhadores que estão na linha de frente de combate ao Covid-19, reafirmamos a necessidade de transformação do mundo por meio da superação do capital e por um futuro socialista.

Atenção!
A transmissão será realizada em dois links:

De 13 às 17h – Parte 1


De 17 às 20h – Parte 2


terça-feira, 28 de abril de 2020

Ações na Justiça tentam barrar posse de amigo do clã Bolsonaro no comando da PF

 (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

RENATO ONOFRE E MATHEUS TEIXEIRA
Folhapress28 de abril de 2020

BRASILIA, DF, BRASIL, 24-04-2020 - O presidente Jair Bolsonaro, acompanhado de seus ministros, durante pronunciamento à imprensa para falar sobre as acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro ao pedir demissão. No palácio do planalto. 



BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Ações na Justiça tentam impedir a posse do delegado Alexandre Ramagem na diretoria-geral da Polícia Federal. Os pedidos feitos por partidos e movimentos políticos alegam “abuso de poder” e “desvio de finalidade” na escolha do novo chefe da corporação.
Nesta terça-feira (28), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) oficializou, via Diário Oficial, o nome de Ramagem para o cargo de diretor-geral da instituição. A posse, contudo, ainda não está marcada.
Até as 18h às desta terça, ao menos seis ações pediam a suspensão da nomeação de Ramagem alegando que o chefe do Executivo praticou “aparelhamento particular” ao indicá-lo para a função.
A base dos pedidos é a denúncia do ex-ministro da Justiça Sergio Moro, que pediu demissão na última sexta-feira (24) alegando interferência do presidente da República na Polícia Federal.
Moro, que será substituído por André Mendonça, então chefe da AGU (Advocacia Geral da União), afirmou que Bolsonaro queria ter uma pessoa do contato pessoal dele no comando da PF para poder “colher informações” e “relatórios” diretamente. O ex-ministro afirmou que Bolsonaro tentava, assim, influenciar investigações em curso.​
Ramagem é homem de confiança do presidente e de seus filhos. Ele se aproximou da família Bolsonaro durante a campanha de 2018, quando comandou a segurança do então candidato a presidente após o episódio da facada contra Bolsonaro.
O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos) é um dos seus principais fiadores e esteve diretamente à frente da decisão que o levou ao comando da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) em junho passado.
No sábado (25), a Folha de S.Paulo mostrou que uma apuração comandada pelo STF (Supremo Tribunal Federal), com participação de equipes da PF, tem indícios de envolvimento de Carlos em um esquema de disseminação de fake news.

Ao Napoleão brasileiro faltam capital e baionetas


Leonardo Silva Andrada  e
Paula Campos Pimenta

Em razão do comportamento espalhafatoso do presidente e de ausência de reações à altura de seus atos, por parte dos atores em instituições que deveriam preservar a “ordem democrática”, se adensa o temor de um golpe de Estado – ou ainda um autogolpe, perpetrado pelo próprio chefe do Executivo para se livrar dos obstáculos interpostos por Legislativo e Judiciário a seus interesses. 
Diante da perplexidade, a análise consequente da política nos impele a uma pergunta fundamental: existem forças materiais interessadas e dispostas a realizar esse golpe? Paralelamente, como forma de subsidiar respostas possíveis, uma espécie de pergunta dependente: esses atores institucionais não estão mesmo reagindo à altura, considerando seu padrão histórico de solução de crises? O tratamento desses questionamentos só pode ser adequado passando pela identificação de como estão as forças sociais que representam as classes em relação ao processo. Em síntese, realizar a análise de conjuntura em cada um de seus componentes: o processo, os atores em campo e a correlação de forças que estabelecem entre si.
Não é fortuito que a referência teórica mais amplamente mobilizada para tratar o golpe civil militar de 64, e o regime autoritário que instaura, tenha sido justamente uma análise de conjuntura de fôlego, como o 18 Brumário de Marx. No período ditatorial, o recurso a esse clássico permitia compreender como a burguesia dispensava o exercício direto do poder, e franqueava apoio a um governo autoritário comandado por um representante de setores médios, que na prática promovia uma política econômica que atendia seus interesses. Para além da compreensão imediata da utilidade dessa obra, Marx oferece uma análise muito mais densa de como a luta de classes se reflete na forma do Estado e na modalidade de regime que o administra. 
Esmiuçando os atores que representam as classes – jornais, associações, partidos, instituições – suas posições e comportamentos concretos, a leitura nos permite compreender como as disputas internas da classe dominante, sua crise de hegemonia e os temores com uma classe trabalhadora na ofensiva, levaram ao contexto que permitiu o exercício do poder por “uma criatura medíocre como Luís Bonaparte”. Diante de caracterização tão desabonadora do primeiro presidente eleito pelo voto direto na França, impossível não pensar na validade de tal obra como lente para a atualidade brasileira.

Ministério Público suspeita de interferência indevida de Bolsonaro no Exército


Folhapress, 27 de abril de 2020
Bolsonaro durante coletiva de imprensa no dia 24 de abril (Andressa Anholete/Getty Images).

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O MPF (Ministério Público Federal) abriu procedimento preliminar para investigar possível interferência indevida do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) em atos exclusivos do Exército para controle de armas.
   
A apuração mira determinação de Bolsonaro para que o Comando Logístico do Exército (Colog) revogasse três portarias sobre rastreamento, identificação e marcação de armas, munições e demais produtos controlados no país.

As normas foram canceladas em 17 de abril. No mesmo dia, o presidente escreveu no Twitter que a ordem para isso partiu dele próprio. Justificou que as regras previstas nos textos não se adequavam às suas "diretrizes, definidas em decretos".
Este é o segundo episódio de possível ingerência de Bolsonaro em órgãos federais a vir à tona desde a semana passada.
Na sexta (24), o ex-ministro da Justiça, Sergio Moro, o acusou de interferir na escolha do diretor-geral da Polícia Federal para ter acesso a informações sigilosas de investigações. Também disse que o presidente está preocupado com inquéritos em curso no Supremo Tribunal Federal, as quais podem atingir seus filhos e aliados políticos.
A Procuradoria da República no Distrito Federal abriu uma apuração inicial, conhecido como procedimento preparatório, sobre a revogação das portarias, a pedido da procuradora regional da República Raquel Branquinho.
Uma delas estabelecia os procedimentos administrativos para o acompanhamento e o rastreamento de produtos controlados pelo Exército. Outra definia dispositivos de segurança, identificação e marcação das armas de fogo fabricadas no país, exportadas ou importadas. A terceira regulamentava a marcação de embalagens e cartuchos de munição.
Num ofício enviado à Procuradoria, Branquinho sustenta que, por lei, compete ao Exército a fiscalização de produtos controlados.

domingo, 26 de abril de 2020

Moro acusou Bolsonaro, mas também fez confissão involuntária de crimes


Reinaldo Azevedo - Colunista do UOL
25/04/2020
E os crimes cometidos por Sergio Moro? 

Já chego lá. Antes, algumas considerações.
Nas minhas contas, Bolsonaro já havia cometido 11 crimes de responsabilidade. Se fez o que Sergio Moro afirma que fez, então são 12. Mas não só: há também os crimes comuns. Já abordei esse assunto nesta sexta. No dia 27 do mês passado, como se pode demonstrar, escrevi uma coluna na Folha tratando do assunto. Está lá:
"Um dado puramente técnico: na minha conta, ele já cometeu 10 crimes de responsabilidade, com 15 agressões à lei 1.079. Na leitura desta Folha, foram 15 crimes autônomos. Tanto faz. Para sustentar uma denúncia, basta um. O único seguro do governante, nesse caso, é impedir que se forme uma maioria qualificada de dois terços da Câmara em favor do impeachment. Com 342 deputados, já era! Não será o Senado a segurá-lo."

Costumo ser rápido para responder a afrontas ao estado de direito. No dia 27 de março do ANO PASSADO, e o presidente não tinha ainda nem 90 dias de mandato, escrevi na Folha: "Sim, o presidente Jair Bolsonaro já cometeu crimes, no plural, de responsabilidade. Vai cair? Depende dele. Bolsonaro encerra o seu terceiro mês de mandato, e a pergunta mais frequente que me fazem --e isto nunca aconteceu em tempo tão curto-- é a seguinte: "Você acha que ele vai até o fim?" Dado que o presidente e seus valentes escolheram a imprensa como inimiga, as pessoas imaginam que temos a resposta porque esconderíamos uma arma letal contra o "Mito". As coisas mais perigosas que guardo contra Bolsonaro são a Constituição e a lei 1.079." 

Assim, o impeachment Bolsonaro depende agora apenas matéria de se construir a maioria necessária de dois terços na Câmara para pedir ao Senado que abra uma denúncia contra ele. Ou de avançar a investigação por crime comum. Ele já fez por merecer muitas vezes a carta de demissão, assinada pelas instituições. Mas e Moro?

Investigações sobre filhos de Bolsonaro podem explicar disputa por direção da PF que tirou Moro do Governo



EL PAÍS - Afonso Benites


© ADRIANO MACHADO (REUTERS) Flávio e Carlos Bolsonaro, filhos do presidente na diplomação dele em 2018.

Um dia após a queda do ex-juiz Sergio Moro do Ministério da Justiça, ganhou força em Brasília a tese de que o presidente Jair Bolsonaro estava agindo para proteger ao menos dois de seus filhos, o vereador Carlos e o senador Flávio, de investigações tocadas pela Polícia Federal. O objetivo do presidente seria exonerar o então diretor Maurício Valeixo para interferir em apurações que estão em andamento, principalmente no Supremo Tribunal Federal e no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro. A Corte investiga Carlos Bolsonaro por disseminação de fake news. Enquanto o MPF apura o suposto esquema de apropriação de salário de assessores, a rachadinha, que existia no gabinete do senador Flávio Bolsonaro, quando ele era deputado estadual. Os dois irmãos se filiaram recentemente ao Republicanos, legenda umbilicalmente ligada à Igreja Universal.

O vereador Carlos é apontado no inquérito que investiga a disseminação de fake news como um dos líderes de um grupo que espalha massivamente notícias falsas e boatos pela internet e pelo aplicativo WhatsApp contra opositores do presidente e contra instituições, como o STF e o Congresso Nacional.
Desde a época em que Bolsonaro era deputado, Carlos é o seu estrategista nas redes sociais. Foi ele quem indicou os assessores presidenciais para atuar nesta área e seria o mentor o que ficou batizado em Brasília de “gabinete do ódio”, formado por profissionais responsáveis por defender Bolsonaro nas redes e atacar os adversários. Trata-se de uma usina de notícias falsas com táticas diversionistas que beneficiam Bolsonaro, com apoio inclusive de robôs. Uma pesquisa do início deste mês revelou que até 55% das publicações favoráveis ao presidente no dia 15 de março foram feitas por robôs.

sábado, 25 de abril de 2020

Provável chefe da PF passou Réveillon de 2019 com Carlos Bolsonaro

© Reprodução/Twitter



CATRACA LIVRE


O delegado Alexandre Ramagem Rodrigues, 47 anos, preferido pelo presidente Jair Bolsonaro para o cargo de diretor-geral da Polícia Federal, é amigo do círculo do vereador Carlos Bolsonaro. A denúncia é do deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ).

Freixo publicou no começo da noite deste sábado, 25, uma foto em que Alexandre e Carlos aparecem abraçados. A imagem era do Réveillon de 2019, véspera da posse de Bolsonaro.

“SERÁ QUE AINDA PRECISA DESENHAR??? Esse aí é o Alexandre Ramagem passando o réveillon com o Carluxo. É esse amigo íntimo da família que Bolsonaro quer colocar na chefia da Polícia Federal. Não permitiremos. A PF não pode ser transformada numa guarda pessoal do presidente”, escreveu Freixo no Twitter.

Alexandre Ramagem é o atual diretor-geral da Abin (Agência Brasileira de Inteligência). Ele também chefiou a equipe responsável pela segurança de Bolsonaro durante a campanha de 2018 e goza da confiança dos filhos do presidente.

PF identifica Carlos Bolsonaro como coordenador de fake news contra Congresso e STF

© AFP/Arquivos Vereador Carlos Bolsonaro



ISTO É - Da Redação


Como havíamos adiantado na quinta, 23, uma equipe da Polícia Federal que investiga as fake news contra o Supremo Tribunal Federal (STF) identificou o articulador das publicações: Carlos Bolsonaro (Republicanos). A informação foi corroborada por Leandro Colon, da Folha de S.Paulo, neste sábado, 25.04.2020.

Na operação, os policiais responsáveis pelas investigações garantem que o filho do presidente, também conhecido como 02, é um dos coordenadores de ataques ao Supremo e ao Congresso.

Com isso, quando todo o aparato da investigação apontar para Carlos como o mentor, a crise estará instaurada. Além disso, há um processo aberto pelo STF para investigar esse movimento de notícias falsas.

A equipe que investiga o caso aberto pelo STF para analisar fake news também vai apurar quem foram os autores do protesto pró-ditadura, do qual Jair Bolsonaro participou no último domingo (19.04.2020).

Segundo a reportagem da Folha, a PF também investiga a possível participação de Eduardo Bolsonaro, deputado federal pelo PSL de SP e irmão de Carlos, nessas atividades criminosas.

Esse cerco sobre os filhos do presidente teria sido um dos fatores determinantes para que Jair Bolsonaro resolvesse trocar o comando da Polícia Federal. O que acabou provocando a demissão do ex-ministro da Justiça Sergio Moro.

EM TEMPO: Ficamos perplexos em saber que uma considerável parcela da população brasileira tenha se encantado pelo Bolsonaro, outrora integrante do "baixo clero" no Congresso Nacional e expulso do Exército Brasileiro por indisciplina. É preciso melhorar a qualidade do voto, comece pelo seu município. Não votem nos políticos despreparados, os quais são muitos.  O Moro foi experto, aproveitou a deixa e saiu antes da "bomba estourar". Agora durmam com essa bronca.

“Bolsonaro é filho do Moro, e não o Moro cria do Bolsonaro", diz Lula


Yahoo Notícias, Giselle Almeida. Em 25 de abril de 2020

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foto: FABRICE COFFRINI/AFP via Getty Images


Um dia após a saída do ex-ministro da Justiça e Segurança Pública Sergio Moro, que anunciou sua demissão na última sexta-feira (24), o ex-presidente Lula se pronunciou no Twitter. Ele comparou o ex-juiz ao presidente Jair Bolsonaro, chamando ambos de “bandidos”, e frisou que o magistrado criou o ambiente propício para a eleição do atual chefe do Executivo.
 “Não pode haver inversão da história. O Bolsonaro é filho do Moro, e não o Moro cria do Bolsonaro. Nessa disputa toda, os dois são bandidos, mas é o Bolsonaro que é a cria e não o contrário. E os dois são filhos das mentiras inventadas pela Globo”, afirmou Lula.
A demissão de Moro continuou rendendo indiretas nas redes sociais entre Bolsonaro e o agora ex-ministro neste sábado. O presidente publicou uma foto dos dois abraçados, sugerindo manifestação de apoio ao então subordinado durante a publicação da série de reportagens apelidada de “Vaza Jato”, divulgada pelo “The Intercept Brasil”.
“A Vaza Jato começou [em] junho [de] 2019. Foram vazamentos sistemáticos de conversas de Sergio Moro com membros do MPF. Buscavam anular processos e acabar com a reputação do ex-juiz. Em julho, PT e PDT pediram prisão dele. Em setembro, cobravam o STF [Supremo Tribunal Federal]. Bolsonaro no desfile do dia 7 fez isso”, afirmou.
Moro respondeu, afirmando que esteve ao lado de Bolsonaro “quando ele foi injustamente atacado”. “Mas preservar a PF de interferência política é uma questão institucional, de Estado de Direito, e não de relacionamento pessoal”, concluiu.
Ao anunciar que deixaria o governo, o ex-ministro acusou o presidente de querer substituir o diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, para ter acesso às investigações. Ao “Jornal Nacional”, mais tare, o ex-juiz divulgou uma conversa por WhatsApp como suposta prova de que a motivação seria interferência política.
Em resposta, o presidente afirmou, durante seu pronunciamento de imprensa, que Moro só aceitaria a exoneração em troca de uma indicação para o STF.

Moro pulou do navio antes do 'Titanic afundar de vez', diz analista americana


Mariana Sanches - @mariana_sanches - Da BBC News Brasil em Washington
25 de abril de 2020
A cientista política Amy Erica Smith diz que Moro 'não é inocente', mas acredita que o ex-ministro está genuinamente preocupado como o Estado de Direito no Brasil

Sergio Moro, agora ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, ao se demitir em frente às câmeras de TV, "pulou do navio antes que esse Titanic afunde de vez", avalia a cientista política americana Amy Erica Smith.
Smith, que é professora da Iowa State University, nos Estados Unidos, e especialista em política brasileira e movimentos evangélicos, diz acreditar que Moro esteja genuinamente preocupado com o Estado de Direito no Brasil ao afirmar que seu ex-chefe, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), está tentando politizar o comando da Polícia Federal (PF).
E que ele não descuidou de sua própria imagem, ao decidir não apenas pedir demissão, mas transformar a saída quase em uma denúncia das ações recentes de Bolsonaro.
Em entrevista por telefone à BBC News Brasil, Smith questiona ainda a "urgência de Bolsonaro" em interferir na PF em um momento político já frágil, em meio à pandemia de coronavírus.
Autora de Religião e Democracia Brasileira: Mobilizando o Povo de Deus, lançado em 2019, ela afirma que os evangélicos seguem como a base do apoio popular do presidente, graças à agenda anti-aborto e às políticas de gênero e sexualidade que o governo defende.
"Mas, se todas as elites políticas abandonarem Bolsonaro, eles também o abandonarão. Não vão dar um cheque em branco para Bolsonaro", diz Smith.
Confira a seguir os principais trechos da entrevista:

Rachadinha de Flávio Bolsonaro financiou prédios da milícia no Rio, aponta MPF em reportagem do ‘The Intercept’



EL PAÍS - Joana Oliveira




© UESLEI MARCELINO (Reuters) O senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, acompanha pronunciamento do pai.

O senador Flávio Bolsonaro (PSL), filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro financiou com dinheiro público a construção de prédios da milícia no Rio de Janeiro e lucrou com esquema ilegal, aponta o Ministério Público Federal (MPF) do Rio. 

O site The Intercept publicou neste sábado documentos e dados sigilosos aos quais teve acesso que mostram que os empreendimentos de três construtoras (São Felipe Construção Civil Eireli, São Jorge Construção Civil Eireli e ConstruRioMZ) de Rio das Pedras foram feitos com dinheiro de “rachadinha”, coletado no antigo gabinete de Flávio Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj). O MPF chegou a essa conclusão depois de cruzar informações bancárias de 86 pessoas suspeitas de envolvimento no esquema ilegal.

De acordo com os investigadores, que falaram com The Intercept em condição de anonimato, Flávio Bolsonaro estaria recebendo atualmente o lucro do investimento dos prédios por meio de repasses feitos pelo ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega —executado em fevereiro na Bahia— e pelo ex-assessor Fabrício Queiroz.

O andamento dessas investigações que fecham o cerco contra o filho do presidente teria sido um dos motivos que fizeram com que Bolsonaro pressionasse no ano passado o agora ex-ministro Sergio Moro pela troca do comando da Polícia Federal no Rio, que também investiga o caso, e em Brasília. Moro deixou, na sexta-feira, o cargo no Ministério da Justiça e Segurança Pública, acusando o presidente de interferir politicamente na PF. Bolsonaro negou a acusação, mas disse que pretende colocar alguém no cargo “com quem possa interagir”.