domingo, 17 de março de 2024

Nísia Trindade põe fim ao histórico feudo de deputados no controle dos hospitais federais no Rio

 

Em agosto do ano passado, um relatório da área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou quase R$ 100 milhões em contratos sem licitação

17 de março de 2024

Nísia Trindade, ministra da Saúde (Foto: Marcelo Camargo/Ag. Brasil)

Agenda do Poder - Para colocar fim ao histórico feudo de deputados no controle dos hospitais federais do Rio, com indicações políticas para cargos de direção, especialmente para o departamento de compras, a ministra Nísia Trindade decretou uma espécie de intervenção nas unidades. O interventor será o secretário nacional de Atenção Especializada à Saúde, Helvécio Magalhães, que, entre outras tarefas, vai unificar as compras esvaziando o poder dos diretores apadrinhados por políticos.

Os hospitais federais do Rio frequentemente aparecem no noticiário por denúncias de corrupção. Um dos últimos escândalos aconteceu no fim de maio do ano passado, quando o diretor-geral do Hospital Cardoso Fontes, Gustavo Albino Pinto Magalhães, pediu exoneração em meio a denúncias sobre a realização de uma obra feita sem licitação para instalar isolamento acústico em seu gabinete.

Enquanto o diretor se dava esse luxo, os pacientes da unidade sofrem com a falta de itens como algodão, fralda, luvas, agulhas, soro fisiológico, avental descartável para cirurgias, fio de nylon, entre outros. Em agosto do ano passado, um relatório da área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou quase

Em agosto do ano passado, um relatório da área técnica do Tribunal de Contas da União (TCU) identificou quase R$ 100 milhões em contratos sem licitação entre 2019 e 2021 no Hospital Geral de Bonsucesso, que durante o governo de Jair Bolsonaro, era controlado por apadrinhados do senador Flávio Bolsonaro, que teria indicado os três ex-superintendentes do Ministério da Saúde no estado e o coordenador-geral dos hospitais federais à época, Marcelo Lamberti.

- Avaliamos que as unidades têm muitos problemas, não temos por que esconder isso. Elas sofreram deterioração muito agressiva nos últimos anos. Estive nessa mesma posição entre 2011 e 2014, e os hospitais hoje são muito piores do ponto de vista da performance do que eram antes – afirma o secretário nacional de Atenção Especializada à Saúde, Helvécio Magalhães.

O secretário do ministério foi designado para chefiar o novo comitê, que tem ainda o DGH, diversos setores da pasta e a superintendência do Rio. O objetivo principal é implementar com mais calma a portaria, antes prevista para 14 de março, depois adiada para 8 de abril e agora com prazo menos rígido para entrar em voga, além de impor mudanças mais abrangentes nas unidades.

Entre os pontos da portaria, a maior alteração envolve as compras realizadas pelos hospitais. No modelo atual, cada unidade tem autonomia quase total, o que acaba encarecendo produtos e despadronizando a rede.

– Esse processo de centralização de compras no DGH existia no nosso período anterior, mas no último governo foi transferido para cada hospital, e me parece que esse é o motivo principal para fechamento de leitos, falta de abastecimento, entre outros problemas – avalia Magalhães. – Tem também a questão de pessoal. Estamos com edital para contratar cerca de 500 profissionais de Saúde.

Dar tempo para as mudanças, diz o secretário, é importante para evitar riscos de piora no abastecimento, garantir a realização dos projetos vigentes e dar mais segurança jurídica às alterações. A suposta pressa para mudar o funcionamento das unidades foi um dos motivos que motivaram críticas à gestão Nísia por parte de setores sindicais e do PT, partido que tem influência em nomeações para os hospitais.

A atuação do chefe do DGH, Alexandre Telles, entrou na mira desses grupos. Com o reforço no processo de intervenção nas unidades, o ministério avaliza e dá uma nova chance a Telles, mas o secretário Magalhães afirma que “ninguém tem lugar garantido”, quando perguntado sobre possíveis trocas.

– Ele não tinha todos os instrumentos para melhorar a rede, já que todas as compras eram descentralizadas. Contamos com ele e vamos continuar avaliando cada equipe de direção de cada hospital. Ninguém tem lugar garantido.

terça-feira, 12 de março de 2024

O poder de destruição de Bolsonaro cala os militares


Vidas avulsas e estruturas institucionais de aliados também foram sequeladas  pela tentativa de golpe, escreve o colunista Moisés Mendes

12 de março de 2024

 

Jair Bolsonaro, Augusto Heleno (cabelo branco), ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, fachada do TSE, militares e uma urna eletrônica (Foto: Fernando Frazão/ABr | Roque de Sá/Agência Senado | Edilson Rodrigues/Agência Senado)

A sabotagem à vacinação e a todas as formas de contenção da pandemia foi a mais criminosa, devastadora e cruel obra de destruição de Bolsonaro em quatro anos no poder. Há muitas outras. Mas a sua ação destrutiva é interminável também entre aliados e continua ativa. Mesmo com o destruidor fora do governo e às vésperas de ser condenado, não uma, mas várias vezes.

Bolsonaro destruiu vidas pessoais e estruturas institucionais do seu entorno. Destruiu as vidas de dois auxiliares fiéis, agora abandonados. Anderson Torres e Mauro Cid estão condenados a pagar para sempre e lentamente os custos das conspirações arquitetadas pelo chefe. Sabiam o que estavam fazendo, mas foram empurrados para as tarefas determinadas por um falso líder que fomentou o golpe e fugiu para os Estados Unidos.

Torres ainda teve a chance de fugir para o mesmo lado, numa combinação de estratégia desesperada (se der certo, voltaremos vitoriosos) e de covardia (se não der, não estaremos lá para ver). Mauro Cid foi empregado de Bolsonaro e de Michelle, até para pagar contas. Historiadores da vida privada da caserna sabem que Cid talvez seja o mais subserviente dos oficiais da história da República a serviço, não do Estado, mas de uma família.

Ao se acumpliciar com generais medíocres, que envergonhariam os golpistas de 64, Bolsonaro destruiu a  imagem das Forças Armadas. Não só como instituição de defesa do país, mas como organização agora incapaz até de aplicar um golpe. Bolsonaro foi tutelado por militares que acreditavam no seu poder eleitoral e na capacidade de permanecer no governo, mesmo derrotado na eleição. Essa era a inveja que os generais tinham dele.

Foram incapazes de se dedicar a um projeto para o país, com fizeram a partir de 64, mas tinham a ambição de desfrutar por décadas do que o poder oferecia, de empregos no varejo a grandes negócios por eles avalizados ou observados à distância, incluindo o garimpo na Amazônia. Bolsonaro destruiu a vida de mais de mil alucinados misturados a terroristas, que invadiram Brasília no  8 de janeiro de 2023  e acabaram presos. Estão sendo condenados a até 17 anos de cadeia por terem acreditado no líder fujão.

Na aglomeração de Sila Malafaia  na Avenida Paulista, em fevereiro/2024, referiu-se a eles como coitados. É uma forma depreciativa de continuar desqualificando os manés que o levavam a sério. Não há quem possa defender os coitados que Bolsonaro quer ver anistiados, numa ideia apenas retórica, para pelo menos dizer que faz algo por eles. Faria se compartilhasse com os manés e com todos os que destruíram os R$ 17 milhões que recebeu via PIX.

Hoje, não há como confrontar as vidas miseráveis dos invasores de Brasília com a situação de generais de muitas estrelas sob investigação por participação no núcleo golpista. Mas todos, manés e militares, perderam a perspectiva de futuro, a partir do momento em que as estruturas e os personagens do golpe foram expostos e identificados.

É uma missão complicada salvar reputações pessoais da gente miúda, civil, desimportante e abandonada do 8 de janeiro. Mas é possível e deveria ser uma obrigação dos militares tentar salvar a imagem da instituição que Bolsonaro degradou com seus generais. Por que as Forças Armadas não reagem, por seus líderes, mesmo os que já estejam de pijama, em defesa da instituição? Se as Forças Armadas não têm uma maioria golpista, como nomes respeitáveis das três armas não tentam reagir e parar a destruição da instituição?

Essa inação seria a prova de que a maioria ainda é golpista, mesmo que o plano do tenente expulso do Exército não tenha dado certo? Não é preciso responder. Por que nomes de peso das Forças Armadas não tentaram e não tentam salvar a instituição da sanha destrutiva de um tenente e seus asseclas? Os silêncios ouvidos muito além do planalto central valem como resposta.

EM TEMPO: Não houve o golpe em 08.01.2023 porque o governo Biden, dos EUA, não apoiou. Agora,  as Escolas de nível superior das Forças Armadas, a exemplo da AMAN (Academia Militar das Agulhas Negras), o IME (Instituto Militar de Engenharia), o ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica), dentre outros, precisam formar militares para a vida, isto é, democráticos e cultos. Incluindo, conhecimento mínimo de uma língua estrangeira. Lembrando que Bozo foi expulso do Exército, queria jogar uma bomba na Adutora do Guandu no RJ e o ex-ditador  e ex-general Ernesto Geisel, dizia  que Bozo era um mal militar. Já o ex-general Leônidas Pires proibiu Bozo de visitar as dependências dos quartéis do Exército. Convém lembrar que Bozo demitiu e humilhou  cerca de 12 militares da alta cúpula das Forças Armadas. Para um militar de alta patente combater Bozo precisa ter  um bom nível intelectual e cultural.  Uma boa parcela dos militares foram na onda de um ex-militar, o Bozo, arruaceiro,  despreparado e  de baixo equilíbrio psicológico. 

segunda-feira, 11 de março de 2024

Sanders: ‘chega de dinheiro para a máquina de guerra de Netanyahu’

 

“Os Estados Unidos da América não podem ser cúmplices deste massacre em massa de crianças”, disse Sanders

11 de março de 2024

Senador Bernie Sanders (à esq.) e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu (Foto: Reuters)


247 - O senador Bernie Sanders exigiu novamente que a Casa Branca deixasse de enviar ajuda militar incondicionada a Israel, chamando a guerra em Gaza de uma “crise sem precedentes”.

“Não é só que 30 mil pessoas, dois terços delas são mulheres e crianças, já foram mortas. Estamos analisando a possibilidade de centenas de milhares de crianças morrerem de fome”, disse Sanders, de acordo com portal Politico. De acordo com o Ministério da Saúde de Gaza, os bombardeamentos e ataques terrestres de Israel mataram mais de 30 mil pessoas na faixa sitiada e outras estão a morrer de fome.

 “Os Estados Unidos da América não podem ser cúmplices deste massacre em massa de crianças”, disse Sanders no domingo durante uma entrevista no programa “Face the Nation” da CBS. A administração, acrescentou, “não pode implorar a Netanyahu. Você tem que dizer a ele: ‘Se você quiser algum dinheiro, terá que mudar sua apólice. Permita que os caminhões entrem para alimentar as crianças". 

sábado, 9 de março de 2024

"O sionismo contaminou parte expressiva das comunidades judaicas", diz Altman

 

Breno Altman | Gaza (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reuters)

9 de março de 2024

Jornalista afirma que "a tradição humanista e democrática do judaísmo somente será resgatada quando o pensamento sionista for completamente expurgado"


247 - Judeu, o jornalista Breno Altman afirmou neste sábado (9) pelo X, antigo Twitter, que o sionismo "contaminou" o judaísmo com valores "perversos" e "nefastos". Altman é um dos críticos mais ferrenhos no Brasil ao regime sionista de Benjamin Netanyahu em Israel, que já matou mais de 30 mil palestinos desde outubro de 2023, em uma operação de genocídio na Faixa de Gaza. 

"O sionismo, doutrina colonial e racista, contaminou parte expressiva das comunidades judaicas, inoculando os valores mais perversos, mais nefastos. A tradição humanista e democrática do judaísmo somente será resgatada quando o pensamento sionista for completamente expurgado", publicou Altman.

sexta-feira, 8 de março de 2024

Bolsonaro convocou reunião com generais para sugerir golpe após aprovar minuta de Filipe Martins, diz Cid

Jair Bolsonaro e General Marco Antônio Freire Gomes (Foto: Isac Nóbrega/PR)






8 de março de 2024

Novos detalhes "assustadores" sobre o depoimento de Cid à PF revelam como foi a reunião entre Bolsonaro e os comandantes das Forças Armadas para discutir golpe de Estado

247 - O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenente-coronel Mauro Cid, revelou em seu depoimento à Polícia Federal detalhes "assustadores" e que "parecem surreais", de acordo com a nova edição da revista Veja, sobre a trama de golpe de estado discutida pela cúpula bolsonarista após a derrota para o presidente Lula (PT) nas eleições de 2022. A versão do militar voltou a ganhar relevância após o depoimento do general Freire Gomes, ex-comandante do Exército, realizado na sexta-feira passada (1), que forneceu relatos que corroboraram com as informações de Cid.

Cid descreveu a reunião ocorrida em novembro de 2022 no Palácio da Alvorada, logo após a derrota nas eleições presidenciais para o presidente Lula (PT). Segundo o relato de Cid, durante essa reunião, o então assessor para Assuntos Internacionais da Presidência, Filipe Martins, apresentou a Bolsonaro uma minuta de decreto que denunciava uma falsa interferência do Poder Judiciário no Poder Executivo. Além disso, a minuta propunha a prisão de diversas autoridades, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), como Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, e o presidente do Congresso, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) sob a justificativa de oposição ideológica ao ex-presidente.

O documento também sugeria a anulação do resultado das eleições de 2022, alegando violações nas urnas eletrônicas, e convocava um novo pleito. Bolsonaro ativamente participou da confecção de uma nova versão do documento, retirando as prisões de Gilmar e Pacheco, mas ainda assim mantendo elementos golpistas. Filipe Martins, dias depois, retornou ao Palácio da Alvorada com as alterações pedidas e, assim, Cid afirmou que Bolsonaro leu e aprovou o documento que visava demolir a democracia brasileira.

Bolsonaro, então, convocou a famigerada reunião com os comandantes do Exército, Aeronáutica e Marinha. Durante esse encontro, Martins explicou detalhadamente o conteúdo do documento, mas não mencionou prisões ou anulação das eleições. Segundo o relato de Cid, em outro momento da reunião, sobraram apenas Bolsonaro e os comandantes na sala e o ex-presidente os pressionou sobre a possibilidade de implementar o decreto golpista. Cid alega que ficou sabendo desta parte do encontro pela boca do general Freire Gomes.

Enquanto o general e o brigadeiro Carlos Baptista Junior não demonstraram apoio à ideia, o almirante Garnier colocou as tropas à disposição, de acordo com o relato de Cid à Polícia Federal.

Em delação à PF, Mauro Cid diz que Bolsonaro consultou comandantes militares sobre golpe de Estado

Jair Bolsonaro e Mauro Cid (Foto: ABr | Agência Senado )

Segundo o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, a consulta teria sido feita pelo então mandatário durante uma reunião privada no Palácio da Alvorada

8 de março de 2024



247 - O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro (PL), afirmou em sua delação premiada à Polícia Federal (PF) que o então mandatário teria consultado os três comandantes das Forças Armadas sobre a possibilidade de um golpe de Estado em uma reunião privada, realizada no Palácio da Alvorada, logo após a derrota nas urnas em 2022.

Segundo trechos do depoimento de Mauro Cid, obtidos pela revista Veja, a reunião ocorreu em novembro de 2022, poucos dias após a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas urnas. De acordo com o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, ele convocou os chefes do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, da Aeronáutica, brigadeiro Carlos Baptista Júnior, e da Marinha, almirante Almir Garnier.

Na ocasião, Bolsonaro já havia aprovado uma minuta de um decreto golpista que, segundo Cid, teria sido elaborada e apresentada pelo assessor Filipe Martins. Durante a reunião, Bolsonaro teria ficado a sós com os três comandantes sendo que o chefe da Marinha, Almir Garnier, teria sido o único a endossar o suposto plano golpista.

Mauro Cid deverá prestar um novo depoimento à Polícia Federal na próxima segunda-feira (11). A expectativa dos investigadores é que ele revele mais detalhes sobre a trama golpista de maneira a elucidar pontos ainda não esclarecidos pela investigação.

segunda-feira, 4 de março de 2024

Freire Gomes e Baptista Jr.: como seria o golpe e por que não foi dado. Aviso de Toffoli e de Aras garantiu diplomação de Lula

Frouxos, Bolsonaro e sua corja de aloprados tentaram criar cenário de “caos” político e social para invocar o golpismo. Militares aconselharam antecipar diplomação de Lula

4 de março de 2024

General Marco Antônio Freire Gomes (à esq.) e brigadeiro Carlos Baptista Júnior (Foto: Cleber Caetano / PR I Marcelo Camargo / Agência Brasil)

Por Luís Costa Pinto, do 247 em Brasília - Ao cabo das 11 horas em que permaneceu na sede da Polícia Federal, em Brasília, depondo sobre as intentonas golpistas promovidas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e os elos que as conectam à violenta tentativa de abolição do Estado Democrático ocorrida em 8 de janeiro de 2023 no Brasil, o general Freire Gomes, comandante-geral do Exército entre março e dezembro de 2022, sabia que tudo o que disse fazia sentido para os investigadores. PF e Ministério Público Federal atuam em sintonia e sob comando do procurador-geral Paulo Gonet. 

O ministro Alexandre de Moraes é o responsável por denunciar, ou não, o ex-presidente e a corriola golpista aos demais integrantes do Supremo Tribunal Federal. A dinâmica dos fatos narrados pelo general, chamado de “cagão” pelo ex-ministro da Defesa, Walter Braga Netto, não só põe Bolsonaro na condição de co-autor intelectual do golpe pretendido como determina que sejam colocados nele - em breve - os grilhões da modernidade: a tornozeleira eletrônica, que virá como medida punitiva alternativa a fim de que o réu seja monitorado até o julgamento final da ação. Tudo o que Freire Gomes contou à PF e aos procuradores encarregados de acompanhar o longo depoimento estava perfeitamente sintonizado com a versão e a dinâmica dos fatos narrados pelo brigadeiro Antônio Baptista Jr., comandante da Aeronáutica entre abril de 2021 e dezembro de 2022.

GOLPISTAS QUERIAM CENTELHA EXTERNA. ERAM FROUXOS

Governadora de Pernambuco pede que PSDB deixe de fazer oposição a Lula

O presidente Lula e a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (Foto: GOVPE)

 




4 de março de 2024

Pedido de Raquel Lyra foi feito ao presidente do PSDB, Marconi Perillo

247 - A governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, pelo PSDB como uma das apostas para a renovação do partido, enfrenta dificuldades de apoio diante da oposição feita pela legenda ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Lula recebeu quase 67% dos votos dos pernambucanos na última eleição presidencial e, segundo a Coluna do Estadão, do jornal O Estado de S. Paulo, “Raquel enxerga na parceria com o Palácio do Planalto um caminho para fazer entregas e, com isso, deixar o posto de governadora com a pior avaliação no Brasil, segundo pesquisa AtlasIntel. Tanto que ela já pediu ao presidente do PSDB, Marconi Perillo, que o partido deixe a oposição e se torne independente”.

“Defendi uma postura de independência do PSDB, dada a necessidade de um esforço nacional para o País voltar a crescer de maneira sustentável”, disse a governadora. Segundo ela, a má avaliação de seu governo se deve ao PSB, que administrou o Estado por 16 anos. Paulo Câmara deixou a administração estadual em 2022 com uma aprovação de apenas 13% dos pernambucanos, segundo pesquisa Ipec.

Ela também destacou a importância de parcerias institucionais com o Planalto para garantir recursos e lamentou a perda de oportunidades nos anos anteriores. Agora, segundo ela, estão sendo construídas “parcerias sólidas” com o governo Lula, como a construção de unidades habitacionais.

A possível saída de Raquel Lyra do PSDB desperta o interesse de partidos de centro, como o PSD e MDB, que têm oferecido a ela maior representatividade em suas fileiras. No entanto, Raquel afirma que deverá permanecer no PSDB, partido que a possibilitou ser eleita prefeita de Caruaru, no Agreste pernambucano, e governadora.

Em relação à eleição municipal, Raquel Lyra enfrentará pela primeira vez o prefeito do Recife, João Campos, que possui a melhor avaliação entre os gestores de capitais no Brasil, segundo o ranking do AtlasIntel. Campos pretende disputar a reeleição e tem o nome cotado para se lançar ao governo estadual em 2026. “Apesar da rivalidade, Raquel descarta escalar a vice-governadora Priscila Krause (Cidadania) para a corrida à Prefeitura e aposta no diálogo com Campos para resolver problemas na região metropolitana da cidade”, destaca a reportagem.

domingo, 3 de março de 2024

Lula não quer "remoer"! Nem nós!!

 

Lula em entrevista com Kennedy Alencar (Foto: Ricardo Stuckert)


"Nada de "remoer". Tem que agir", escreve Valter Pomar (Historiador e integrante da Direção Nacional do PT)

 


Lula deu uma longa entrevista para Kennedy Alencar. A íntegra da entrevista está aqui: É Notícia: Entrevista com o presidente Lula (27/02/24) | Completo (youtube.com).

A entrevista de Lula gerou ampla repercussão. Na direita, o que mais causou polêmica foi Lula reafirmar a condenação do genocídio que Israel está praticando na Palestina. Mais detalhes, aqui: Valter Pomar: Sabino e a "comparação".

Na esquerda, o que parece ter causado mais polêmica foi uma declaração de Lula sobre os 60 anos do golpe militar de 1964. A declaração em síntese-muito-sintética foi a seguinte: “o que eu não posso é não tocar a história pra frente, ficar remoendo sempre, remoendo sempre”.

Vamos combinar: ninguém gosta de ficar “remoendo sempre”. Remoer & sempre é coisa de quem não tem alternativa melhor. Não é o nosso caso, não é o caso de Lula. Temos os meios, podemos e devemos fazer muita coisa acerca da chamada questão militar.

Por exemplo:

*demonstrando na prática que, através do mais amplo exercício das liberdades democráticas, o povo pode conquistar uma vida melhor.

Sobre isso, Lula fala na entrevista, concordemos ou não com as medidas citadas.

*combatendo os golpistas aqui e agora, por exemplo tirando eles dos postos de comando, submetendo a julgamento, condenando e prendendo.

Sobre isso, Lula também fala na entrevista, na linha de que em “nenhum momento da história desse país os militares foram punidos como estão sendo agora” e “todos que foram provados e todos que provarem que participaram serão julgados, serão punidos”.

*pondo as forças armadas no seu devido lugar, ou seja, a defesa da soberania nacional contra inimigos externos.

Sobre isso, Lula fala na entrevista, na linha de que “estamos tentando reconstruir a civilidade nas forças armadas” e de que “Múcio tem feito um trabalho, sabe… adequado”.

*desligando o programa de lavagem cerebral, instalado desde o golpe de1964 em todas as escolas de formação de oficiais.

Sobre isso acima, Lula não fala absolutamente nada na entrevista.

De pouco adianta não comemorar o primeiro de abril nas cerimônias, mas continuar ensinando aos soldados que o golpe e a ditadura teriam salvo o país do comunismo. E o fato é que, nos quartéis, seguem ensinando antigas lições e formando legiões de futuros bolsonaros, helenos, pazzuelos, mourões, cids e bragas netos.

Daí ser me engana que eu não gosto dizer que “os generais que estão hoje no poder eram criança naquele tempo, (...) alguns acho que não tinham nem nascido ainda naquele tempo”.

O golpismo nas forças armadas não é individual, é institucionalizado. As forças armadas contribuíram decisivamente, ao longo de boa parte da nossa história, para bloquear processos que pudessem transformar o Brasil em benefício da grande maioria de nosso povo.

Por isso existe um fio que liga 1945, 1954, 1964, 2016, 2018 e 2023.

Se  queremos que esta história não se repita, não podemos mesmo ficar “remoendo” o assunto. Muito menos deixar que mister Múcio seja régua do que seria “adequado” no trato com as forças armadas.

Precisamos tomar mais e melhores medidas, desde alterações no artigo 142 até mudanças no currículo das escolas militares, passando por nomear um ministro da Defesa que não seja nem cúmplice dos golpistas, tampouco representante dos militares junto ao governo. Sem esquecer das indispensáveis medidas de memória, verdade e justiça!

Ou é isso, ou ali na frente vamos ver de novo as forças armadas agindo como braço forte e mão amiga dos que bloqueiam as mudanças estruturais indispensáveis para fazer do Brasil um país desenvolvido, com soberania, bem-estar e liberdades.

Por isso, nada de "remoer". Tem que agir.

Abaixo a íntegra dos trechos da entrevista citada

sábado, 2 de março de 2024

Freire Gomes confirma reuniões do Exército, Marinha e Aeronáutica para discutir termos da minuta do golpe

Jair Bolsonaro e General Marco Antônio Freire Gomes (Foto: Isac Nóbrega/PR)






2 de março de 2024

Ex-comandante do Exército no governo Bolsonaro prestou depoimento de oito horas à Polícia Federal. Não se sabe ainda exatamente quem participou da reunião segundo Freire Gomes.

247 - Ex-comandante do Exército no governo Jair Bolsonaro (PL), o general da reserva Marco Antônio Freire Gomes prestou depoimento de oito horas à Polícia Federal nesta sexta-feira (1) e confirmou o relato do ex-ajudante de ordens Mauro Cid sobre reuniões para discutir os termos da chamada “minuta do golpe”, que previa a prisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e o impedimento da posse do presidente Lula (PT).

Segundo a CNN Brasil, as informações sobre o depoimento de Freire Gomes estão sob máximo sigilo para evitar que vazamentos comprometam a investigação, mas já se sabe que Freire Gomes confirmou ter presenciado reuniões entre a cúpula do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para discutir o plano de golpe. Os encontros teriam acontecido ainda no governo Bolsonaro, mas já depois das eleições.

Advogado revela expulsão de Moro do velório de Teori Zavascki e fala das provas contra filho de Felix Fisher

 

(Foto: Divulgação | ABR )




Revelações tornam ainda mais delicada a situação do ex-juiz suspeito

247 – Em uma entrevista concedida ao jornalista Joaquim de Carvalho, da TV 247, que causou grande repercussão, o advogado Roberto Bertoldo trouxe à tona revelações surpreendentes sobre eventos que envolvem o ex-juiz suspeito Sérgio Moro, o ex-ministro Teori Zavascki, e a intricada trama da operação Lava Jato. A entrevista revela detalhes até então desconhecidos do público.

Durante a entrevista, Bertoldo aborda diversos tópicos sensíveis que envolvem figuras proeminentes do judiciário brasileiro, incluindo o suposto emparedamento do ministro Teori Zavascki por parte de Sérgio Moro, como revelado por Gilmar Mendes ao Brasil Journal. O advogado relata um incidente ocorrido durante o velório de Teori Zavascki, no qual Moro teria sido expulso do recinto reservado para familiares e autoridades. Esta ação, segundo Bertoldo, demonstra um desconforto palpável na relação entre Moro e Teori, revelando desavenças e desconfianças mútuas.

Além disso, Bertoldo expõe alegações sobre a atuação de Moro em casos judiciais, mencionando uma reclamação protocolada por Teori Zavascki em 2014, na qual questionava a competência da 13ª Vara de Curitiba para julgar casos relacionados à Petrobras. Segundo Bertoldo, Moro teria ignorado essa decisão..

O advogado também lança luz sobre supostas transações financeiras envolvendo o filho de Felix Fisher e outros personagens ligados à operação Lava Jato. Ele afirma possuir informações e documentos que comprovam pagamentos e possíveis influências indevidas em decisões judiciais.

Ao longo da entrevista, Bertoldo denuncia um suposto conluio entre Moro, procuradores e agentes públicos para perseguir e prejudicar indivíduos envolvidos em processos judiciais, lançando luz sobre práticas questionáveis e abusos de poder.

A entrevista levantou questões cruciais sobre a conduta de autoridades judiciais no Brasil. As revelações feitas por Bertoldo colocam em xeque a integridade e a imparcialidade do sistema judiciário, reacendendo polêmicas e demandando investigações mais aprofundadas sobre as alegações apresentadas. Assista:

https://www.youtube.com/watch?v=X-MHec0-H2U&t=3s

quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

"O sionismo é o novo antissemitismo", diz Breno Altman

Breno Altman e Benjamin Netanyahu (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Reuters)






De acordo com o jornalista judeu, tal doutrina possui natureza "racista e colonial" e viola os princípios democráticos do judaísmo

28 de fevereiro de 2024

247 - O jornalista judeu Breno Altman defendeu, em publicação na rede social X (antigo Twitter) nesta quarta-feira (28), que o sionismo é, atualmente, a maior fonte do antissemitismo no mundo. 

De acordo com Altman, tal doutrina possui natureza "racista e colonial" e viola os princípios democráticos do judaísmo. As atitudes sionistas de promover genocídio contra a população palestina na Faixa de Gaza, segundo o jornalista, são responsáveis por gerar antipatia em relação aos judeus e aumentar os índices de antissemitismo no mundo.

"O sionismo é o novo antissemitismo. A natureza racista e colonial dessa doutrina violou os princípios democráticos do judaísmo e, atualmente, é a grande fonte de ódio contra os judeus no mundo, por horror e nojo frente ao genocídio do regime sionista contra o povo palestino", escreveu.