terça-feira, 31 de agosto de 2021

Grupo de Boulos vence eleição no PSOL e mantém vivo debate sobre união de partidos contra Bolsonaro

FÁBIO ZANINI - Folhapress

ter., 31 de agosto de 2021

 

***ARQUIVO***SÃO PAULO, SP, 29.11.2020 - Guilherme Boulos (PSOL-SP). (Foto: Eduardo Anizelli/Folhapress)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O grupo de Guilherme Boulos (SP) venceu eleição nacional entre filiados ao PSOL que aconteceu nos finais de semana de agosto e continuará a ter posição dominante no interior da sigla. Também fazem parte do grupo o atual presidente, Juliano Medeiros, a líder do partido na Câmara, Talíria Petrone (RJ), e o deputado federal Ivan Valente (SP).

Eles tiveram aproximadamente 60% dos votos, contra cerca de 40% de grupos concorrentes, que têm como principais referências o deputado federal Glauber Braga (RJ) e a deputada estadual Luciana Genro (RS). Dessa forma, terão prioridade na distribuição de postos e definição de rumos da legenda. O grupo de Boulos tem defendido a discussão sobre a possibilidade de o partido não lançar um candidato à Presidência em 2022, privilegiando assim a composição de uma frente ampla de oposição a Jair Bolsonaro.

Com a vitória, o debate deve continuar no partido até chegar a uma definição, que deve sair somente no ano que vem. Até o momento, a discussão tem centrado na possibilidade de apoiar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o candidato que atualmente lidera as pesquisas eleitorais. No entanto, os envolvidos fazem a ressalva de que ainda há muitas questões a equacionar, como a posição que o PSOL ocuparia na aliança, o programa político desse grupo de partidos e os demais membros dessa coalizão.

"O partido sai mais forte, foi um processo democrático interno com a participação de quase 50 mil filiados do Brasil inteiro, e a posição que defende o PSOL com mais amplitude mantendo sua coerência de princípios saiu fortalecida desse congresso", diz Boulos ao Painel. Caso a outra corrente vencesse, essa discussão perderia força. Braga disse à coluna em 19 de agosto que, em sua visão, abandonar uma candidatura própria do PSOL seria perder uma plataforma para reforçar o programa do partido que poderia ser utilizada para fazer contato com a juventude.

Lewandowski dá caminho da punição a Bolsonaro em caso de ruptura, dizem ministros do STF

MATHEUS TEIXEIRA, MARIANNA HOLANDA E RICARDO DELLA COLETTA  - Folhapress

ter., 31 de agosto de 2021

 

*ARQUIVO* BRASILIA, DF, BRASIL, 11-08-2021 - O presidente Jair Bolsonaro. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e integrantes da cúpula do Congresso dizem que o artigo publicado pelo ministro Ricardo Lewandowski na Folha de S.Paulo no final de semana representa o mais claro recado de membro do corte ao presidente Jair Bolsonaro desde o início da escalada na tensão entre os Poderes. A análise é que Lewandowski foi o primeiro a dar concretude às estratégias que o Judiciário pode adotar caso o chefe do Executivo resolva partir para uma ruptura institucional.

Essa é a diferença apontada, por exemplo, em relação ao presidente do Supremo, Luiz Fux, e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Luís Roberto Barroso, que fizeram discursos duros contra Bolsonaro. Os dois ministros, no entanto, não citaram a possibilidade de prisão nem detalharam o caminho jurídico a ser trilhado para punir o presidente caso a disputa com a corte descambe para uma tentativa de golpe.

Além disso, Lewandowski deixou claro que não simpatiza com a ideia de haver algum tipo de anistia a quem ajudar a promover um movimento que viole as regras do jogo democrático estabelecidas pela Constituição. No artigo, Lewandowski faz uma analogia com uma lei da Roma Antiga que proibia generais de atravessarem, com suas tropas, o rio Rubicão, que demarcava a fronteira ao norte com a província da Gália.

Depois, detalha a situação e passa a discorrer sobre artigos da Constituição e da nova Lei de Segurança Nacional que criminalizam qualquer tipo de intervenção armada contra as instituições. O ministro também faz referência expressa ao trecho da Constituição que costuma ser distorcido por bolsonaristas para justificar eventual uso das Forças Armadas contra o STF e o Congresso.

"E aqui cumpre registrar que não constitui excludente de culpabilidade a eventual convocação das Forças Armadas e tropas auxiliares, com fundamento no artigo 142 da Lei Maior, para a 'defesa da lei e da ordem', quando realizada fora das hipóteses legais, cuja configuração, aliás, pode ser apreciada em momento posterior pelos órgãos competentes", escreveu.

Ao final do texto intitulado 'Intervenção Armada: crime inafiançável e imprescritível', o ministro faz um alerta: "Como se vê, pode ser alto o preço a pagar por aqueles que se dispõem a transpassar o Rubicão". O artigo foi elogiado nos bastidores do Supremo e, no Congresso, a esperança é que o alerta de Lewandowski sirva para Bolsonaro recuar nos ataques ao STF.

Em conversas reservadas, integrantes da corte consideraram importante o ministro ter feito o alerta de que as ameaças à democracia e ao regular funcionamento das instituições caracteriza crime e não pode ser protegido pela liberdade de expressão. Eles lembram que esse delito está previsto nas leis dos países mais avançados do mundo e não é uma exclusividade da legislação brasileira.

segunda-feira, 30 de agosto de 2021

Bolsonaro flerta com 'golpe dentro do golpe', diz Dilma 5 anos após impeachment

 


TAYGUARA RIBEIRO

seg., 30 de agosto de 2021

 

***ARQUIVO***SÃO PAULO, SP, 17.01.2020 - Ex-presidente Dilma Rousseff (PT). (Foto: Zanone Fraissat/Folhapress)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A atual crise política no país, sob gestão Jair Bolsonaro, é um desdobramento do processo de impeachment ocorrido em 2016, afirma a ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

Nesta terça-feira (31) são completados cinco anos do impedimento que tirou a petista do poder sob acusação de pedaladas fiscais -e com grande mobilização nas ruas em meio à impopularidade de Dilma e à crise econômica. Em entrevista ao portal da Fundação Perseu Abramo, ela afirma que "o golpe de 2016 é o ato zero do golpe, é o ato inaugural, mas o processo continua". "É o pecado original dessa crise que o país atravessa. É a partir dali que se desenrola todo o processo golpista", diz.

"O que estamos vivendo são as etapas do possível endurecimento do regime político no Brasil. O governo flertando com a possibilidade de um golpe dentro do golpe", afirma a petista. No segundo processo de impeachment presidencial do Brasil pós redemocratização, o plenário do Senado aprovou o afastamento de Dilma em 31 de agosto, interrompendo um ciclo de 13 anos de gestão PT.

Embora ela tenha sido condenada por crime de responsabilidade, não perdeu direito de exercer funções públicas. Em 2018, disputou uma cadeira de senadora por Minas Gerais e acabou derrotada. Questionada sobre o tom de ameaça recorrente nas falas de Bolsonaro, Dilma afirmou que o país vive a possibilidade de um segundo golpe, já que ela considera o processo de deposição ao qual foi submetida como ilegítimo.

"É preciso entender o jogo. O golpe ocorreu em 31 de agosto de 2016. O que estamos vivendo agora é a possibilidade de um novo golpe baseado nas formas derivadas da guerra híbrida. Lá atrás, houve um golpe parlamentar, Judiciário e midiático. Mas, sobretudo, um golpe do setor financeiro, do capitalismo financeirizado. Um golpe neoliberal", afirma.

Leia a íntegra do manifesto cuja divulgação foi adiada por Skaf sem aval de entidades empresariais

EXTRA - Ivan Martínez-Vargas

seg., 30 de agosto de 2021

 

Paulo Skaf

Político brasileiro

A notícia de que o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, adiou a publicação de um amplo manifesto sobre a crise política no país, previsto para esta terça-feira, gerou bastante incômodo entre empresários e industriais.

A atitude não foi oficialmente comunicada aos cerca de 200 signatários do documento. Eles ficaram sabendo do recuo pela imprensa, o que gerou mal estar no setor privado. Skaf, que sempre se mostrou próximo ao bolsonarismo e deixa o comando da maior entidade industrial do país em quatro meses, foi um dos organizadores do manifesto e trabalhou colhendo assinaturas para o documento, intitulado “A Praça é dos Três Poderes”.

A decisão de adiar a publicação do documento partiu exclusivamente de Skaf, de acordo com dirigentes de grandes entidades setoriais ouvidos pelo GLOBO. O recuo teria ocorrido após conversa do presidente da Fiesp com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) e em meio à pressão do governo federal, por meio dos bancos públicos BB e Caixa Econômica Federal, sobre a Febraban, uma das entidades que articulou o documento.

O dirigente de uma grande entidade setorial afirmou que a reação do governo Bolsonaro de tomar o manifesto como uma afronta contrasta com o teor “água com açúcar” do documento. Segundo esse mesmo dirigente, o ato de Skaf foi visto como um golpe contra a veiculação do documento que pode desidratar outras manifestações de grandes empresários e associações setoriais que já estavam em articulação para depois do 7 de setembro.

Febraban desembarca do governo Bolsonaro

Texto extraído do Blog do Magno Martins em 30.08.2021

Com edição de Ítala Alves

Por Adriana Fernandes*

Não foram a Caixa e o Banco do Brasil que desembarcaram da Febraban. É a Febraban que está rompendo com a política econômica do governo Jair Bolsonaro. A simbologia desse desembarque, após a entidade assinar um manifesto da Fiesp pedindo medidas urgentes para o Brasil voltar a crescer e gerar empregos, é notadamente política e grave para o governo. Mas é também econômica, ao expor a insatisfação diante da escalada de hostilidades entre as autoridades públicas e fazer a defesa de pontos básicos institucionais que garantem o bom funcionamento da economia. Trata-se de uma ação pública radical para os padrões da Febraban, que vê nesse ruído institucional atraso para a recuperação econômica.

O movimento já estava a caminho quando banqueiros assinaram, no início de agosto, um manifesto que conectou boa parte da elite da sociedade civil em defesa do sistema eleitoral brasileiro para dar um basta às ameaças do presidente à democracia, entre eles Pedro Moreira Salles e Roberto Setubal, do banco Itaú Unibanco, e o CEO do Credit Suisse Brasil, José Olympio Pereira.

Olympio chegou a dizer que a “fervura aumentou e o sapo está na panela. Temos de pular enquanto é tempo”, em entrevista ao O Globo, declaração que enfureceu a área econômica.

Do lado dos bancos públicos, a decisão de romper com a Febraban, às vésperas de manifestações marcadas pelo presidente no feriado da Independência de 7 de setembro, foi tomada porque o governo viu no manifesto da Fiesp um ato político contrário a Bolsonaro, que o é de fato, mas que deveria ter sido respondido de outra forma, se assim quisessem. A realidade é que se configura ingerência política em bancos públicos, que são empresas de Estado e não de governo.

domingo, 29 de agosto de 2021

A educação do partido fardado

A escola sem partido é a educação do partido fardado

Por Vitor Ferreira, militante do PCB

A intenção desse escrito é fazer o debate crítico, de combate e fortemente armado com a força das ideias. Para tocar concretamente nas necessidades educacionais de Taubaté, mas que não se resume a esta cidade e sim à política nacional de educação básica, ou a falta dela.

O debate que quero levantar vai de encontro, mas também se coloca como crítica fraterna para com nota pública escrita por PCdoB, PSOL, PT, APEOESP, SINPRO E OBSERVATÓRIO POLÍTICO DE TAUBATÉ, disponível em ovale.com.br.De prontidão afirmo ser contra a inauguração da Escola Cívico Militar em Taubaté e em qualquer outra cidade que este projeto se apresente. Irei sempre defender a educação que temos hoje frente à militarização, a este cerco ideológico-comportamental das classes dominantes, que apenas tem o intuito de domesticar corpos e mentes de nossas crianças.

Mas, diferentemente de nossos valorosos aliados, parto de pontos diferentes para fazer esse debate e que possa fazer o debate avançar concretamente, não só como retórica. De maneira resumida, colocarei aqui, esses pontos que considero fundamentais e que podem fazer sentido na realidade da classe trabalhadora taubateana e brasileira como um todo.

Frente à educação e às estruturas precárias que temos, nossa única alternativa em combate ao Partido Fardado não é somente defender o atraso, mas exigirmos e lutarmos no presente para que de fato consigamos construir uma educação libertadora. Nossos companheiros e companheiras começam o debate em sua nota com algumas perguntas nas quais considero que, ou não foram feitas abarcando a totalidade dos problemas, ou não foram respondidas abarcando a totalidade da situação e de soluções para novos horizontes de construção.

Um golpe em marcha

 

Por Mauro Iasi

BLOG DA BOITEMPO

Há um golpe em marcha. Ele pode fracassar, pode não passar de um blefe ou pode ser uma vitória de Pirro, na qual o golpista não consegue montar no tigre que pretendia cavalgar.

Bolsonaro não se preparou para governar, sua intenção desde o início foi produzir as condições para uma ruptura institucional, numa espécie de saudosismo de 1964. Tais condições pareciam ser uma radicalização nas pautas morais e reacionárias e a construção de uma narrativa, na qual o miliciano que ocupa a presidência estaria sendo impedido de governar pela interferência de outros poderes, o Legislativo e o Judiciário.

As coisas não aconteceram como imaginava o presidente de extrema direita por alguns motivos. Em primeiro lugar, a ruptura institucional que levaria a um governo de força necessitaria de dois apoios essenciais: o grande capital e as Forças Armadas. Temos afirmado que em nenhum desses pólos o presidente teria um respaldo homogêneo. A grande burguesia monopolista se divide entre a manutenção do presidente, que opera sua pauta, e a necessidade de afastá-lo porque o mandatário e suas intenções rupturistas criam uma grande instabilidade, que prejudica o bom andamento da mesma pauta. 

As Forças Armadas transformaram-se em avalistas do presidente, uma espécie de garantia ao grande capital e aos outros poderes de que o presidente se manteria no cercadinho da institucionalidade apesar de suas bravatas. Os militares são mais que avalistas, participam diretamente do governo e têm demonstrado que seus interesses extrapolam o corporativismo e se aproximam de interesses econômicos e políticos que compartilham com o bolsonarismo.

Este jogo de forças produziu um pacto protagonizado pelos militares, o Judiciário e o Legislativo que manteve até agora o miliciano. O descontrole da pandemia, os desvios e desmandos na vacinação e a Comissão Parlamentar de Inquérito jogaram água no moinho daqueles que querem o afastamento do presidente ou desgastá-lo para buscar uma alternativa em 2022. O problema é que, quanto mais o cerco se fecha, mais o presidente ameaça uma ruptura. A grande questão é, portanto, se o miliciano no governo tem ou não condições de desfechar seu golpe e efetivá-lo na formação de um governo de força, mesmo sem o apoio ou respaldo integral do grande capital, que parece preferir uma continuidade institucional que o favorece e não parece ameaçada em 2022.

quinta-feira, 26 de agosto de 2021

ENTREVISTAS DE LULA PARA O JORNAL CHINÊS GUANCHA E PARA A DW (DEUTSCHE WELLE) ALEMÃ

Entrevista de Lula para Guancha, jornal chinês

Rede TVT

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva cedeu entrevista ao jornal chinês Guancha. Na entrevista, feita por Eric Li, o ex-presidente fala para a China sobre a política no Brasil, elogia

Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=tAnw1rv6nsI

Entrevista de Lula à DW: 'Bolsonaro ataca a democracia porque tem medo de ser derrotado'

Rede TVT

A TVT transmite a entrevista do ex-presidente Lula para a empresa pública de notícias alemã, a Deutsche Welle (DW).

Acesse o link:  https://www.youtube.com/watch?v=TCU6A64MckY


terça-feira, 24 de agosto de 2021

Solidariedade à luta das mulheres afegãs!

Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro

24 de agosto de 2021

 

Foto RAWA (Associação Revolucionária das Mulheres do Afeganistão)


A ação midiática em torno da recente desocupação do exército estadunidense no Afeganistão oculta a luta das mulheres que se organizam desde a década de 60 contra as violentas leis islâmicas que subjugam as mulheres e contra o imperialismo desde 2001. A mídia também busca apresentar as ações da OTAN como em favor das mulheres nesse território e apaga a contribuição dos Estados Unidos no armamento dos grupos islâmicos – que se tornaram o Talibã – e todas as consequências nefastas dessa intervenção.

O Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro presta toda sua solidariedade às mulheres afegãs e suas lutas contra o patriarcado, o Talibã e outras facções fundamentalistas, o imperialismo estadunidense e contra o capital. Convidamos também, todas e todos a entender um pouco mais do cenário que está colocado para as lutadoras afegãs.

O QUE O TABILÃ E O IMPERIALISMO REPRESENTAM PARA AS MULHERES?

O Talibã é um conjunto de facções, produto da política externa dos Estados Unidos que, com o objetivo de derrubar a Revolução Socialista que iniciou-se em 1978 no Afeganistão, financiou diversas milícias reacionárias e fundamentalistas no interior do país e no Paquistão. A Revolução Socialista conduzida pelo Partido Democrático Popular do Afeganistão ( PDPA), proclamou um estado laico; substituiu os tribunais religiosos por civis, libertando as mulheres de leis arcaicas; tentou realizar um reforma agrária; proibiu a compra de mulheres como noivas, construiu escolas, ambulatórios, moradia social; criou o Conselho de Mulheres com cerca de 150.000 membros, que passa a oferecer serviços sociais; criou milhares de postos de trabalho para as mulheres; realizou declarações sobre os direitos das mulheres e igualdade entre os sexos.

Em 1986, metade dos trabalhadores da saúde e da educação e cerca de 15% dos jornalistas eram mulheres. Haviam sete deputadas e milhares estavam nas forças armadas e nas Brigadas em Defesa da Revolução. Essas medidas tiveram força principalmente em Cabul, onde a intervenção soviética, solicitada pela direção comunista, garantiu esses ganhos.

O Talibã tomou o poder entre 1996 – 2001, quando iniciam uma série de ações de terror, contra mulheres, comunistas e população LGBT. A ocupação dos EUA do Afeganistão se deu em 2001, com uma suposta missão “civilizadora”. Depois de 20 anos dessa ocupação, seus resultados mostram seu claro caráter racista, xénofobo e ao mesmo tempo, estratégico para a superpotência imperialista. 

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

CONTRA O MARCO TEMPORAL!

 

MARCHAMOS JUNTOS COM OS POVOS INDÍGENAS!

Comitê Regional do PCB de Pernambuco

Entre os dias 22 e 28 o acampamento Luta pela Vida, em Brasília, reunirá povos indígenas de todo o Brasil contra a tese do “marco temporal” na demarcação de terras indígenas. A mobilização, que tem à frente a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil – APIB e organizações indígenas regionais, conta com a colaboração de todas, todos e todes e faz parte de um calendário de lutas contra a agenda anti-indígena que vem sendo implementada pelo Congresso e pelo governo Bolsonaro, verdadeiros fantoches da burguesia.

Em fevereiro de 2018, ainda em sua campanha presidencial, Jair Bolsonaro anunciava o que estaria por vir. Ao tempo em que reproduzia o discurso supremacista e opressor de que o “índio é nosso irmão, quer ser reintegrado à sociedade […]”, declarava que, caso eleito, não concederia “nem um centímetro a mais para terras indígenas”. A declaração, imbuída de preconceito e negação contra os povos indígenas, foi acompanhada do lema “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”.

Com amplo apoio da burguesia, do imperialismo, das Forças Armadas, dos ruralistas, da imprensa e de fundamentalistas evangélicos, Bolsonaro vem cumprindo sua promessa, colocando em marcha uma ofensiva constante contra os povos originários e o que resta de seus direitos e garantias. A violência contra indígenas mais que dobraram e avançam o assassinato de militantes pela defesa do meio ambiente, com respaldo institucional a esses ataques, à grilagem e à invasão de terras indígenas. A região Amazônica nunca queimou tanto e foi tão devastada.

domingo, 22 de agosto de 2021

Desconfiança cresce e mercado já começa a falar em desembarque do governo Bolsonaro

 

DOUGLAS GAVRAS E ISABELA BOLZANI

 

**ARQUIVO** BRASÍLIA, DF, 13.12.2019 - O presidente Jair Bolsonaro em cerimônia comemorativa do Dia do Marinheiro, em Brasília (DF). (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O risco de um descontrole fiscal com aumento de gastos e perspectivas cada vez mais duras para a economia no ano que vem encontraram eco em uma piora do cenário externo, e o mercado já começa a falar em desembarque do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Para ficar em uma figura de linguagem cara ao presidente, é como se o casamento do governo com os investidores estivesse mais próximo do divórcio do que da lua de mel.

Não é de hoje que os analistas têm precificado as dificuldades impostas pelo risco de uma deterioração do quadro fiscal, com a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) dos precatórios, e a inflação mais alta do que se antecipava. Também pesa a crise política gerada pela tentativa de reeleição do presidente, que tem colocado em descrédito o processo eleitoral e confrontado ministros do Supremo Tribunal Federal.

As preocupações dos investidores já se refletem na Bolsa de Valores brasileira e na cotação do dólar.

Bolsonaro mandou FAB sobrevoar STF para quebrar vidraças, diz ex-ministro da Defesa

Foto: MAURO PIMENTEL/AFP via Getty Images



Yahoo, Redação Notícias

dom., 22 de agosto de 2021




·         Raul Jungmann afirmou que Jair Bolsonaro mandou a FAB destruir as vidraças do STF.   

·         Em   "guerra" com o Judiciário, o presidente pediu no Senado o impeachment de Alexandre de Moraes

·         Jungmann foi ministro dos governos FHC e Michel Temer

Ex-ministro dos governos FHC e Michel Temer, Raul Jungmann afirmou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mandou que as Forças Armadas quebrassem as vidraças do STF (Supremo Tribunal Federal). O chefe do Executivo, em "guerra" com o Judiciário, pediu no Senado o impeachment do ministro Alexandre de Moraes. Segundo Jungmann, em entrevista à revista Veja, os últimos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica deixaram seus cargos, em março, por respeito à Constituição Federal e por não se dobrarem às pressões políticas de Bolsonaro.

"Os três foram demitidos porque se recusaram a envolver as Forças Armadas nas declarações e nos atos do presidente da República", disse o ex-ministro, revelando o episódio que, segundo ele, foi a gota d'água para a saída dos comandantes. "Ele [Bolsonaro] chamou um comandante militar e perguntou se os caças Gripen estavam operacionais. Com a resposta positiva, determinou que sobrevoassem o STF acima da velocidade do som para estourar os vidros do prédio. Bolsonaro mandou fazer isso, tenho um depoimento em relação a isso. Ao confrontá-lo com o absurdo de ações desse tipo, eles foram demitidos."

Jungmann foi ministro do Desenvolvimento Agrário no governo de Fernando Henrique Cardoso. Na gestão de Temer, ocupou a pasta da Justiça e da Segurança Pública. Para ele, "os militares têm uma leitura de que o STF não está deixando o presidente Bolsonaro governar". Em relação às eleições de 2022, Jungmann antevê que podem ocorrer problemas durante a disputa: "Existem riscos. A campanha de Bolsonaro para desmoralizar o voto eletrônico envolve, no fundo, retirar credibilidade do Tribunal Superior Eleitoral".

Ele acredita, no entanto, que as Forças Armadas não estão disponíveis para nenhuma aventura ou golpe. "Não tem nenhuma força política a favor disso, muito pelo contrário. Seria um raio em céu azul:".

EM TEMPO: Esse Bozo é uma "jóia rara". Não acha? Como é bom ser "valente" com a pólvora dos outros e atacando os indefesos. No é Bozo?

sábado, 21 de agosto de 2021

Banco Central dispara a Selic e aprofunda a crise fabricada

 

Por Maria Lucia Fattorelli.

Monitor Mercantil, Redação

 A taxa de juros corresponde a um dos principais preços de uma economia, pois ela reflete o custo do dinheiro. Quando esse custo é baixo, as empresas se encorajam a tomar empréstimos para investir, abrindo novos ou ampliando seus negócios. Assim, geram mais produtos e serviços, emprego e renda para a população e promovem a circulação da renda na economia, beneficiando todos os setores: indústria, comércio, serviços e o governo, que arrecada tributos em todas as operações. Este é o chamado ciclo virtuoso da economia, no qual todos os setores ganham.

Quando as taxas de juros ficam elevadas demais, ocorre o contrário: a economia fica amarrada e todos perdem, exceto os bancos, que são remunerados diariamente pelo dinheiro que eles não emprestam! Lucram com a Bolsa Banqueiro, que já vinha sendo paga pelo Banco Central através do abuso das Operações Compromissadas, que chegaram a esterilizar R$ 1,6 trilhão em agosto/2020 – o denominado overnight.

Agora a Bolsa Banqueiro será paga também, sem limite, por meio dos Depósitos Voluntários Remunerados, uma jabuticaba trazida pelo PL 3.877/2020, transformado em Lei 14.185/2021, que passou por cima da Constituição e da chamada Lei de Responsabilidade Fiscal para remunerar os bancos, enquanto amarra toda a economia do País.

É evidente que os bancos preferem receber a remuneração diária paga pelo Banco Central, ainda mais diante da disparada da Selic, do que emprestar às empresas e às pessoas a juros baixos. Só emprestam a juros extorsivos. Essa política monetária do Banco Central tem provocado rombo aos cofres públicos e danos a todos os demais setores econômicos. Nossa economia está caminhando para a reprimarização, como evidenciam os dados do IBGE.

sexta-feira, 20 de agosto de 2021

Tariq Ali: o debacle no Afeganistão

Por Tariq Ali

BLOG DA BOITEMPO

A queda de Cabul para o Talibã em 15 de agosto de 2021 é uma grande derrota política e ideológica para o Império Estadunidense. Os helicópteros lotados que transportavam funcionários da Embaixada dos Estados Unidos para o aeroporto de Cabul lembravam surpreendentemente as cenas em Saigon – agora Ho Chi Minh City – em abril de 1975. A velocidade com que as forças do Talibã invadiram o país foi impressionante; sua perspicácia estratégica notável. 

Uma ofensiva de uma semana terminou triunfantemente em Cabul. O exército afegão de 300.000 homens desmoronou. Muitos se recusaram a lutar. Na verdade, milhares deles foram para o Talibã, que imediatamente exigiu a rendição incondicional do governo fantoche. O presidente Ashraf Ghani, um dos favoritos da mídia estadunidense, fugiu do país e buscou refúgio em Omã. A bandeira do emirado revivido está agora tremulando sobre seu palácio presidencial. 

Em alguns aspectos, a analogia mais próxima não é Saigon, mas o Sudão do século XIX, quando as forças do Mahdi invadiram Cartum e martirizaram o general Gordon. William Morris comemorou a vitória do Mahdi como um revés para o Império Britânico. Ainda assim, enquanto os insurgentes sudaneses mataram uma guarnição inteira, Cabul mudou de mãos com pouco derramamento de sangue. O Talibã nem mesmo tentou tomar a embaixada dos EUA, muito menos mirar no pessoal estadunidense.

O vigésimo aniversário da “Guerra ao Terror” terminou, assim, em uma derrota previsível e prevista para os EUA, a Otan e outros que embarcaram na onda. No entanto, se considerarmos as políticas do Talibã – tenho sido um crítico severo por muitos anos – sua conquista não pode ser negada. Em um período em que os EUA destruíram um país árabe após o outro, não surgiu nenhuma resistência que pudesse desafiar os ocupantes. Essa derrota pode muito bem ser um ponto de inflexão. É por isso que os políticos europeus estão reclamando. Eles apoiaram os EUA incondicionalmente no Afeganistão e também sofreram uma humilhação – nada mais do que a Grã-Bretanha.

quinta-feira, 19 de agosto de 2021

RJ: operações policiais e grupos armados

 

(Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil)


“O Bope pede calma, ele não quer negociar

Não dá pra confiar nesse povo de farda suja.
Lembra da ditadura? Esse tal Coronel Ustra
Matou o meu avô com maquinários de tortura”
– “Sem memória”, de DK 47

Braço armado, mão amiga
A relação entre operações policiais e os Grupos Armados no Rio de Janeiro

As operações no Rio de Janeiro por vezes focam num único grupo armado, enfraquecendo-o no conflito direto com seu inimigo territorial. Por Thiago Sardinha | Revista Opera

Por Thiago Sardinha

Revista Opera

A concepção de segurança pública que impera no Brasil e especificamente na cidade do Rio de Janeiro é algo que merece um extraordinário cuidado por conta da complexidade do tema. O que não faltam são reflexões que, em vez de se debruçar sobre a realidade, apontam conclusões e respostas antecipadas, num exercício cujo fim é antes dissertar de forma que o funcionamento da realidade confirme essas análises do que o contrário. Marx dizia que “não basta que o pensamento procure se realizar, a realidade deve compelir a si mesma em direção ao pensamento”. 

Portanto, para analisar o que se concebe por aqui como segurança pública, é primordial compreender a forma social na qual ela está atrelada, ou seja, uma forma social capitalista e um modo de vida social burguês, com as especificidades da dependência e formação periférica. Este fato não é menos importante, perfaz-se determinante, e demarca o fio condutor de minha análise sobre segurança pública no Rio de Janeiro.