sexta-feira, 31 de julho de 2020

Deputado americano que repreendeu família Bolsonaro diz que presidente põe milhões de brasileiros em risco

Jair Bolsonaro


Mariana Sanches - @mariana_sanches - Da BBC News Brasil em Washington

O deputado americano Eliot Engel, que na última segunda-feira (27) criticou o deputado federal Eduardo Bolsonaro por publicar no Twitter um vídeo de campanha do presidente Donald Trump, reiterou em entrevista por e-mail à BBC News Brasil que "a família Bolsonaro precisa ficar fora das eleições nos Estados Unidos".

Engel, que é presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Representantes americana, afirmou que "simplesmente não é apropriado para representantes de um governo estrangeiro, de nenhum poder ou ramo do governo, promover campanhas de candidatos nos Estados Unidos. Já vimos isso nos Estados Unidos em 2016, e não podemos permitir que isso se repita agora". O deputado se refere às acusações de que agentes russos teriam influenciado a eleição presidencial há quatros anos. Autoridades investigativas do país concluíram que uma rede de influência russa foi posta em marcha, sob o comando do mandatário russo Vladimir Putin, para beneficiar Donald Trump em detrimento da democrata Hillary Clinton.

A fala de Engel, democrata eleito por Nova York, ocorre após repetidas manifestações tanto do presidente Jair Bolsonaro quanto de seu filho Eduardo de que acreditam e torcem por uma vitória do republicano no pleito presidencial em novembro. Há duas semanas, diante da proximidade da eleição, que acontece em menos de cem dias, Bolsonaro afirmou:

"Eu torço pelo republicano dada a liberdade que eu tenho, que o Trump me deu, de ligar pra ele em qualquer momento que porventura precisar ele está pronto para colaborar conosco". No mesmo dia, no entanto, o presidente negou que seu apoio representasse qualquer possibilidade de interferência externa no processo eleitoral americano. "Espero, é a minha torcida aqui, eu não vou interferir em nada, nem posso, nem tenho como, que o Trump seja reeleito".

Meio ambiente e direitos humanos

Sobre a possibilidade de vitória do democrata Joe Biden, Bolsonaro afirmou que tentaria manter o estreitamento das relações comerciais. "Se eles não quiserem, paciência, né? O Brasil vai ter que se virar por aqui".

quinta-feira, 30 de julho de 2020

Moraes determina bloqueio mundial de contas de bolsonaristas no Twitter e Facebook

REUTERS - Por Ricardo Brito

 

© Reuters/ADRIANO MACHADO.  Presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada

Por Ricardo Brito

BRASÍLIA (Reuters) - O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio mundial de contas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro no Twitter e no Facebook, segundo decisão divulgada nesta quinta-feira, após considerar que uma ordem anterior dele havia sido cumprida apenas parcialmente no âmbito do inquérito das fake news.

Em decisão divulgada na semana passada, Moraes determinou o bloqueio de 16 contas do Twitter e 12 do Facebook de bolsonaristas, sob ameaça de impor multa diária de 20 mil reais por perfil às redes sociais em caso de descumprimento. Contudo, em nova decisão divulgada nesta quinta-feira, o ministro do STF disse que houve um "cumprimento parcial" do bloqueio de contas. Segundo laudo pericial citado por Moraes no despacho, as redes sociais continuam permitindo aos perfis bloqueados no Brasil que sejam acessados por meio de endereços de IP de fora do país.

"Diante desse fato, intimem-se novamente as empresas Twitter e Facebook para que cumpram integralmente a decisão de 26/5/2020, reiterada em 22/7/2020, independentemente do acesso a essas postagens se dar por qualquer meio ou qualquer IP, seja do Brasil ou fora dele (nos termos da conclusão do laudo pericial acima transcrita)", disse Moraes. "Fixo para cumprimento o prazo de 24 horas, sob imposição de continuidade da multa diária no valor de 20 mil reais por perfil indicado e não bloqueado no prazo fixado", completou.

A morte silenciosa nos frigoríficos

30 de julho de 2020

 

Gabriela Chaves Marra – militante do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro de Pelotas

O processo de trabalho dos frigoríficos é caracterizado pela divisão do trabalho, sua forma de organização é composta por linhas de produção. As condições de trabalho e os riscos ambientais e as atividades de rotina repetitivas levam ao adoecimento desses trabalhadores, consequência do padrão determinado pelo sistema capitalista de produção. A competitividade impõe o ritmo de trabalho acelerado e com acúmulo de tarefas. Por estarem em um ambiente vigiado e hierarquizado, os trabalhadores sofrem pressão por parte dos encarregados, supervisores, técnicos de segurança e pela empresa.

Os trabalhadores sentem-se submetidos não somente às condições precárias de trabalho, mas a estar confinados em um ambiente de trabalho que leva ao limite entre a saúde e doença, causando danos físicos e emocionais e propiciando a disseminação de doenças, entre elas a Covid-19.

Estudos desenvolvidos pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostram que os surtos em frigoríficos favoreceram à disseminação da Covid-19 em municípios onde estão instalados e nos vizinhos, áreas do interior com maior incidência da doença e onde vivem a maior parte dos trabalhadores. O MPT do Rio Grande do Sul informou que, até o dia 12 de julho, subiu para 6.202 trabalhadores testados positivo para o novo coronavírus, em 39 plantas frigoríficas instaladas no Rio Grande do Sul. Dessas 39, 14 apresentaram mais de 100 casos. De acordo com o registro feito pelo MPT, nos três estados do Sul do país, já são 11.500 casos confirmados em 104 fábricas.

O Boletim Epidemiológico Covid-19 do Centro de Operações de Emergências do Rio Grande do Sul, da Semana Epidemiológica (SE) 28 de 2020, informa que, desde a primeira confirmação, em 29 de fevereiro de 2020, até o término da SE 28 (11/07/2020), foram confirmados, 39.609 casos no estado. Deste total, 991 evoluíram a óbito.

Lula acredita que Bolsonaro fingiu ter coronavírus para promover a cloroquina


AFP.

 

(Arquivo) O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva

O ex-presidente Lula afirmou nesta quinta-feira (30) suspeitar que o presidente Jair Bolsonaro "inventou" ter sido infectado pelo novo coronavírus para fazer propaganda sobre a cloroquina.

"Acho que Bolsonaro inventou que estava contaminado para poder fazer propaganda do remédio", disse o ex-presidente em uma coletiva de imprensa virtual com correspondentes estrangeiros em São Paulo. "Não sei se ele é sócio, mas se comporta como se fosse dono da fábrica que faz o remédio", acrescentou. Lula, de 74 anos, considera a gestão de Bolsonaro durante a pandemia como sendo "irresponsável". "Por isso estamos vivendo hoje uma situação gravíssima e não vejo uma saída a curto prazo", afirmou.

Bolsonaro, de 65 anos, anunciou em 7 de julho ter sido diagnosticado com a COVID-19, e desde então cumpria sua agenda a partir da residência oficial em Brasília, até que no dia 25 afirmou ter testado negativo para a doença. Durante esse período, ele fez várias aparições públicas nas quais mostrou uma caixa de hidroxicloroquina, um medicamento cuja eficácia contra o coronavírus não é cientificamente comprovada.

Nesta quinta-feira, a Presidência anunciou que a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, também testou positivo para o novo coronavírusDesde o início da pandemia, que já deixou mais de 90 mil mortos no Brasil, Bolsonaro critica as medidas de confinamento propostas pelos governadores, justificando sobre o ponto de vista do impacto econômico, e até descreveu a doença como uma "gripezinha".

Atrás nas pesquisas, Trump propõe que eleições sejam adiadas

João de Mari

Yahoo Notícias, 30 de julho de 2020

 

"Não há contagem precisa!", escreveu Trump (Foto: Agência Brasil)

O presidente Donald Trump propôs, nesta quinta-feira (30), que as eleições dos Estados Unidos deste ano sejam adiadas. O anúncio acontece após resultados de pesquisas mostrarem que a taxa de aprovação do presidente dos Estados Unidos vem caindo desde o início da pandemia.

 “Com a votação universal por correio, 2020 será a eleição mais imprecisa e fraudulenta da história. Será um grande embaraço para os EUA. Adie a eleição até que as pessoas possam votar de maneira adequada, segura e protegida ???”, escreveu Trump em uma rede social. O presidente americano se referia a tentativa de parte dos Estados americanos de facilitar as regras para votação por correio, devido à crise do novo coronavírus no país, que registra o maior número de casos da doença e mortes em todo o mundo.

Uma pesquisa encomendada pelo jornal The Washington Post e a rede de TV ABC, divulgada neste mês, mostra que apenas 38% dos americanos aprovam a resposta do presidente à crise do coronavírus. Em maio, eram 46%. Em março, mais da metade aprovava. “A votação por correspondência já está se mostrando um desastre catastrófico. Os democratas falam de influência estrangeira na votação, mas sabem que a votação por correio é uma maneira fácil de os países estrangeiros participarem da corrida. Não há contagem precisa!”, afirmou Trump.

Segundo ele, a votação por correio dá margens para fraudes eleitorais. No entanto, não há indícios de que isso possa acontecer. O adiamento vem sendo cogitado desde março, quando a pandemia de coronavírus começou a atingir o país com força. Nem a epidemia de gripe espanhola de 1918, nem a guerra civil, nos anos 1860, levaram a uma mudança na data. Seria a primeira vez que isso aconteceria na história dos Estados Unidos.

Até a publicação dessa matéria, os Estados Unidos registravam mais de 4,5 milhões de casos da Covid-19 e mais de 150 mil mortes.

EM TEMPO: Argumento semelhante deve usar o Bolsonaro quando chegar ao fim o seu reinado. Afinal, "desculpa de amarelo é comer barro". Agora durmam com essa bronca.


Chefias da perícia médica da Previdência Social em todo o país entregam os cargos após interferência do governo

Stephanie Tondo

Extra,  30 de julho de 2020

 

Servidores também criticam a reabertura das agências em meio à pandemia.

A subsecretária da Perícia Médica Federal da Previdência Social, Karina Braido Santurbano de Teive e Argolo, e mais 120 chefes regionais em todo o país entregaram seus cargos nesta semana. Segundo Francisco Cardoso, presidente da Associação Nacional dos Médicos Peritos (AMNP), a decisão foi comunicada à entidade, com a justificativa de ter sido tomada em razão das interferências técnicas que vinham sofrendo do secretário de Previdência, Narlon Gutierre Nogueira.

— O que nos foi passado é que o secretário queria interferir em decisões que cabiam ao corpo técnico, como em que tipos de situações um perito poderia ser afastado do trabalho remoto, por exemplo — explicou Cardoso.

De acordo com ele, os servidores não pediram exoneração, apenas deixaram os cargos de chefia e "voltaram para a linha de frente", como peritos médicos da secretaria.

Outro motivo que teria levado ao abandono coletivo dos cargos foi o anúncio de reabertura das agências do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) para o dia 24 de agosto, quando a perícia médica voltaria a funcionar de forma presencial. Desde que as agências foram fechadas, em razão da pandemia, as perícias foram suspensas, e os benefícios por incapacidade têm sido concedidos de forma provisória por meio do envio de atestado médico pelo aplicativo do Meu INSS.

quarta-feira, 29 de julho de 2020

Parece que procuradores não gostam de ser fiscalizados, diz Rodrigo Maia

PODER 360 - Caio Spechoto

 

© Sérgio Lima/Poder360 O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, no plenário

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse na manhã desta 4ª feira (29.jul.2020) que tem a impressão de que procuradores não gostam de ser fiscalizados. “O trabalho que eles [Ministério Público] fazem é fundamental, mas a impressão que me dá é que não gostam de ser fiscalizados muitas vezes”, disse o presidente da Câmara. Ele deu as declarações em entrevista à rádio Bandeirantes.

Há uma disputa em andamento no Ministério Público Federal. O procurador-geral da República, Augusto Aras, busca maiores informações sobre o trabalho da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Os procuradores do local afirmam que há 1 ataque contra a operação. Aras disse, na 3ª feira (28.jul.2020) que “agora é a hora de corrigir os rumos para que o lavajatismo não perdure”. A investida da PGR fez com que procuradores ligados à operação pedissem demissão.

Rodrigo Maia afirma que não há problemas em o procurador-geral pedir informações sobre a atuação de integrantes do Ministério Público. Ele afirma que há pouco controle sobre o MP. “Eu não vejo, por exemplo, no Conselho MP, ações como a gente vê no CNJ (Conselho Nacional de Justiça). No CNJ existem punições, existem afastamentos, isso a gente vê muito pouco no MP”, declarou Rodrigo Maia.

“Acho que, de fato, se criou em torno de algumas pessoas no MP uma aura que essas pessoas não podem ser criticadas, não podem ser atacadas”, disse o presidente da Câmara. “Em determinado momento, qualquer coisa que a gente ia votar tinha uma [entrevista] coletiva lá do pessoal de Curitiba, ‘não pode votar isso, não pode votar aquilo’, como se fossem um árbitro, uma figura acima do bem e do mal”, afirmou Maia.

Quem coordena a força-tarefa em Curitiba é o procurador Deltan Dallagnol. Uma das entrevistas concedidas por ele virou febre na internet, à época: o procurador usou uma apresentação de PowerPoint em que imputava irregularidades ao ex-presidente Lula.


Aras afirma que Lava Jato em Curitiba é 'caixa de segredos'

MARCELO ROCHA

Folhapress.

 

***FOTO DE ARQUIVO*** BRASÍLIA, DF, 03.02.2020 - Procurador-geral da República, Augusto Aras, durante sessão solene de abertura dos trabalhos do judiciários no STF (Superior Tribunal Federal) em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou nesta terça-feira (28.07.2020) que a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba é uma "caixa de segredos". "Em todo o MPF [Ministério Público Federal] no seu sistema único tem 40 terabytes. Para o funcionamento do seu sistema, a força-tarefa de Curitiba tem 350 terabytes e 38 mil pessoas com seus dados depositados, que ninguém sabe como foram escolhidos", afirmou Aras.

"Não se pode imaginar que uma unidade institucional se faça com segredos, com caixas de segredos." A fala do chefe do MPF ocorreu durante a webconferência Os Desafios da PGR em Tempos de Pandemia, promovida pelo grupo Prerrogativas. Aras disse que recentemente foram descobertos 50 mil documentos invisíveis à corregedoria. "Não podemos aceitar 50 mil documentos sob opacidade. É um estado em que o PGR não tem acesso aos processos, tampouco os órgãos superiores, e isso é incompatível", afirmou.

Em uma derrota para a Lava Jato, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, determinou no início do mês que os procuradores enviem à PGR todos os dados de investigações já colhidos pela operação, incluindo as forças-tarefas de Curitiba, do Rio de Janeiro e São Paulo.

terça-feira, 28 de julho de 2020

Brasil registrou 24 mortes de ativistas ambientais em 2019, aponta relatório de ONG internacional

ESTADÃO - André Borges


BRASÍLIA – O Brasil figurou entre os três países com maior número de mortes de ativistas ambientais em 2019. O dado faz parte de um relatório anual da organização Global Witness, que faz o levantamento sobre ataques contra defensores da terra e do meio ambiente. Em 2019, 24 ativistas foram assassinados no Brasil. Em 2018, esse registro havia chegado a 20 vítimas, conforme os dados da organização internacional.

No ranking da violência no campo, a Colômbia surge como o país com mais casos. Foram 64 mortes em 2019, seguida por Filipinas (43), Brasil (24), México (18), Honduras (14) e Guatemala (12). Em todo o mundo, a organização registrou 212 pessoas mortas no ano passado, por defenderem pacificamente suas casas e resistirem à destruição da natureza. Em 2018, o número total chegou a 164 mortos.

Trata-se de número de referência. Globalmente, como reconhece a instituição, o verdadeiro número de assassinatos é maior, pois os casos não chegam a ser documentados. A violência ligada a projetos de mineração foi a mais letal do mundo, com 50 defensores mortos em 2019. Mais da metade dos assassinatos ocorreu em comunidades na América Latina afetadas pela mineração.

A exploração madeireira foi o setor com o maior aumento de mortes no mundo desde 2018, com 85% a mais de ataques registrados contra defensores que se opõem à indústria. Mais de dois terços dos assassinatos ocorreram na América Latina, que tem sido consistentemente classificada como o continente mais afetado desde que a Global Witness começou a publicar dados, em 2012.

A Global Witness é uma organização internacional fundada em 1993, no Reino Unido, que atua analisando os elos entre exploração de recursos naturais, conflitos, corrupção e abusos de direitos humanos a nível mundial. Tem escritórios em Londres, Washington e Bruxelas.


Inquérito das fake news: Tofffoli defende bloqueio de bolsonaristas nas redes sociais

Foto: Andressa Anholete/Getty Images

Yahoo Notícias, 28 de julho de 2020

***Por Marcelo Rocha, da Folhapress

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro José Dias Toffoli, defendeu nesta terça-feira (28) o bloqueio de perfis nas redes sociais de investigados no inquérito das fake news, determinado na semana passada pelo ministro Alexandre de Moraes.

"A rede social que difunde manifestações de maneira oculta, sem saber quem é o autor, de forma anônima ou através de mecanismos, chamados de robôs, de retransmissão, e que difundem ataques a instituições, ataque à democracia, que propõe volta de AI-5, que propõe fechar o STF -para ficarmos aí no âmbito do inquérito [das fake news]-, não se pode ter a suspensão em nome da liberdade de expressão do veículo pelo qual eles fazem essa transmissão?", questionou Toffoli. "Se isso estivesse ocorrendo em plataformas tradicionais, os acionistas estariam sendo responsabilizados", completou o ministro.

A fala de Toffoli foi durante um webinar sobre liberdade de expressão promovido pelo site Poder 360 e pelo Observatório de Liberdade de Imprensa do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil. O ministro fez uma comparação do tema com o direito ir e vir. Afirmou que este outro preceito constitucional não impede que uma pessoa que cometa crime seja presa provisoriamente sem sequer ter culpa formada ou denúncia formal.

Deputado do PSOL vai à PGR contra ministro da Justiça por ação do governo contra opositores

Yahoo Notícias, 28 de julho de 2020

Foto: Andressa Anholete/Getty Images

O deputado federal Ivan Valente (PSOL) entrou com uma representação na Procuradoria-Geral da República contra o ministro da Justiça, André Mendonça.

O parlamentar da oposição pede que seja apurado o uso da estrutura da Secretaria de Operações Integradas do ministério para produzir relatórios sigilosos sobre opositores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).​​ 

A informação sobre esses relatórios foi revelada por matéria do UOL. Segundo ela, o Ministério da Justiça colocou em prática em junho uma ação sigilosa sobre um grupo de 579 servidores federais e estaduais de segurança identificados como integrantes do "movimento antifascismo" e três professores universitários, um dos quais ex-secretário nacional de direitos humanos e atual relator da ONU sobre direitos humanos na Síria, todos críticos do governo de de Jair Bolsonaro.

Ainda de acordo com a matéria, o ministério produziu um dossiê com nomes e, em alguns casos, fotografias e endereços de redes sociais das pessoas monitoradas.

Ivan Valente também pede que seja instaurado um procedimento para investigar a prática de improbidade administrativa do ministro e demais servidores envolvidos nessas ações.

"Requeremos que sejam tomadas as providências administrativas, civis ou penais cabíveis, visando o cumprimento da lei e resguardo dos direitos constitucionais atinentes, especialmente para evitar que as estruturas de Estado sejam instrumentalizadas para satisfazer os interesses políticos pessoais do Presidente da República", diz o documento.

***Por Mônica Bergamo, da Folhapress

EM TEMPO: Parabéns deputado federal Ivan Valente (PSOL de SP).  Perguntar não faz mal: Será que esse ministro quer uma vaga no STF? 


Comissão pede que família Bolsonaro fique longe de eleições americanas

Foto: SERGIO LIMA/AFP via Getty Images


Correio Braziliense e Estado de Minas

 

O congressista Eliot Engel, presidente do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, disparou contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) na noite desta segunda-feira (27).

Após o filho do presidente Jair Bolsonaro postar um vídeo em apoio ao candidato republicano Donald Trump, nas eleições presidenciais dos EUA, Eliot Engel criticou o político brasileiro.

"Nós já vimos essa tática antes. Ela é vergonha e inaceitável. A família Bolsonaro precisa ficar fora das eleições dos Estados Unidos", afirmou Eliot Engel. As declarações foram reproduzidas pelo Twitter oficial do Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos. O vídeo foi postado por Eduardo Bolsonaro na noite desse domingo (26), também no Twitter. O material traz Donald Trump cercado de apoiadores, critica opositores que o chamam de racista e evidencia títulos de matérias jornalísticas favoráveis ao presidente dos EUA, principalmente na esfera econômica. O vídeo também mostra o encontro de Trump com Bolsonaro e Kim Jong-um, líder da Coreia do Norte. Desde que Jair Bolsonaro assumiu a presidência, o Brasil tem se aproximado diplomaticamente dos EUA.

Essa não é a primeira vez que ramificações da Câmara dos Deputados dos EUA se manifestam contra a relação entre Trump e Bolsonaro. Em junho, o Comitê de Assuntos Tributários se posicionou contra aos planos de Trump de negociar acordos econômicos com o Brasil. As justificativas foram as gestões do governo federal em duas frentes: direitos humanos e meio ambiente.

“O aprimoramento do relacionamento econômico entre os EUA e o Brasil, neste momento, iria minar os esforços dos defensores dos direitos humanos, trabalhistas e ambientais brasileiros para promover o estado de direito e proteger e preservar comunidades marginalizadas", escreveu, em carta, o também democrata Richard Neal à época, presidente do Comitê de Assuntos Tributários.

EM TEMPO:  Na realidade o  Clã  Bolsonaro, seus membros estão deslumbrados por estarem no comando do governo brasileiro. Por isso dizem bobagens a toda hora. Agora durmam com esse espetáculo. 



Ação entre amigos: governo usa máquina oficial em defesa de sua turma

Matheus Pichonelli

Yahoo Notícias, 28 de julho de 2020

 

O blogueiro Allan dos Santos, que tanto bajulou o governo que ganhou de presente uma máquina federal para defender sua causa. Foto: Andressa Anholete/Getty Images

Por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, 16 aliados e apoiadores do presidente Jair Bolsonaro tiveram os perfis bloqueados pelo Twitter na sexta-feira 24. Entre os alvos estavam Roberto Jefferson, Luciano Hang e Allan dos Santos, investigados por suposta disseminação de fake news no inquérito que apura ataques a ministros do STF e a engrenagem de notícias falsas da rede bolsonarista.

Como quem tem amigo tem tudo, os investigados não precisaram se preocupar em mexer no bolso ao consultar advogados para reverter a decisão. Coube ao governo federal, que não era alvo da medida, tomar as dores dos aliados e protocolar no dia seguinte, via Advocacia Geral da União (AGU), uma ação direta de inconstitucionalidade no Supremo pedindo a suspensão do bloqueio. A AGU é o órgão que representa judicialmente a União perante o Poder Judiciário. Ao blog da jornalista Andréia Sadi, do G1, um integrante do STF disse que o órgão não tinha motivos para agir. “Quando o governo compra uma briga que, tecnicamente, não é dele, ele deixa claro qual é a sua turma”, resumiu um parlamentar à jornalista.

Não é a primeira vez que um órgão público é usado para resolver querelas particulares.

Em maio, o Tribunal de Contas da União determinou que o Banco do Brasil suspendesse contratos de publicidade com alguns blogs, portais e redes sociais suspeitos de propagar informações falsas. O ministro Bruno Dantas fundamentava a decisão dizendo ser “inconcebível” que o aparato estatal fosse utilizado com desvio de finalidade. Pouco antes, o BB já havia anunciado que não iria expor a sua marca em páginas do tipo, mas recuou após reclamação do vereador do Rio Carlos Bolsonaro (Republicanos). 

segunda-feira, 27 de julho de 2020

'Isso não é gente': os áudios com ataques a indígenas na pandemia que se tornaram alvos do MPF

Vinicius Lemos - Da BBC News Brasil em São Paulo

BBC News Brasil, 27 de julho de 2020

 Indígenas xavantes fazem barreira sanitária em aldeia de General Carneiro (MT). Na cidade, eles são os mais afetados pelo novo coronavírus.

Áudios e mensagens de texto com ataques a indígenas do município de General Carneiro, no interior de Mato Grosso, se tornaram alvos do Ministério Público Federal (MPF). Os comentários ofensivos foram compartilhados nas últimas semanas em um grupo de WhatsApp destinado aos moradores da cidade. Nos áudios e nas mensagens de texto, os indígenas são apontados por alguns moradores como os principais responsáveis por propagar o novo coronavírus no município mato-grossense.

Os comentários ofensivos começaram, principalmente, após os moradores notarem que a maioria dos casos de covid-19 na cidade, até o momento, tinham sido registrados nas aldeias da região. "Ô, companheiro, isso daí só é índio, rapaz... não é gente, não (...). Dentro de General mesmo, o número de infectados é muito pouquinho, graças a Deus. Agora os índios... esse povo aí é sem cultura, sem religião, quem dá conta desse povo aí?", disse um homem em um dos áudios compartilhados no grupo.

A cidade mato-grossense tem 5,5 mil habitantes, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Parte da população é composta por indígenas pertencentes aos povos bororo e xavante. Dados atuais da covid-19 no município apontam que General Carneiro registrou 160 casos de covid-19, sendo 117 deles em indígenas. Na cidade, sete pessoas morreram em decorrência do novo coronavírus, seis delas eram indígenas — três da etnia xavante e três da bororo.

As mensagens no grupo da cidade no WhatsApp causaram apreensão em indígenas, que passaram a temer que as acusações contra eles motivassem ataques às aldeias. Em razão disso, encaminharam o caso ao MPF e irão levá-lo para a Fundação Nacional dos Índios (Funai). Em grupo de WhatsApp, áudios e mensagens de texto causaram indignação em indígenas e foram parar no MPF.

domingo, 26 de julho de 2020

Grupo com 152 bispos da Igreja Católica assina carta crítica ao governo

© AFP / EVARISTO SÁ.

Luiz Calcagno

 

Um grupo de 152 arcebispos, bispos e bispos eméritos da Igreja Católica assinaram uma carta se posicionando contra o governo de Jair Bolsonaro. O texto estava em análise por um conselho da Confederação Nacional dos Bispos do brasil (CNBB), mas vazou este domingo (26/7). Na carta, os signatários pedem uma união por um diálogo antagônico às ações do governo. 

Especificamente, chamam para “um amplo diálogo nacional que envolva humanistas, os comprometidos com a democracia, movimentos sociais, homens e mulheres de boa vontade, para que seja restabelecido o respeito à Constituição Federal e ao Estado Democrático de Direito, com ética na política, com transparência das informações e dos gastos públicos, com uma economia que vise ao bem comum, com justiça socioambiental, com "terra, teto e trabalho”, com alegria e proteção da família, com educação e saúde integrais e de qualidade para todos”. 

Na carta, os sacerdotes acusam Bolsonaro de usar o nome de Deus para difundir mensagens de ódio e preconceito. “Como não ficarmos indignados diante do uso do nome de Deus e de sua Santa Palavra, misturados a falas e posturas preconceituosas, que incitam ao ódio, ao invés de pregar o amor, para legitimar práticas que não condizem com o Reino de Deus e sua justiça?”, questionam. Em outros dois trechos da carta, os bispos falam do desprezo do governo pelos direitos humanos e, também, “pela educação, cultura, saúde e pela diplomacia”. 

 “Esse desprezo é visível nas demonstrações de raiva pela educação pública; no apelo a ideias obscurantistas; na escolha da educação como inimiga; nos sucessivos e grosseiros erros na escolha dos ministros da educação e do meio ambiente e do secretário da cultura; no desconhecimento e depreciação de processos pedagógicos e de importantes pensadores do Brasil; na repugnância pela consciência crítica e pela liberdade de pensamento e de imprensa; na desqualificação das relações diplomáticas com vários países; na indiferença pelo fato de o Brasil ocupar um dos primeiros lugares em número de infectados e mortos pela pandemia sem, sequer, ter um ministro titular no Ministério da Saúde (...)”, argumenta o grupo.

O texto foi revelado pela Folha de São Paulo. Após o vazamento, a CNBB se isentou do conteúdo da carta, que disse ser “de responsabilidade dos signatários”. Por e-mail, o Planalto informou que não comentará a carta dos bispos. 


Medicamento reduziria em 79% risco de forma grave da COVID-19

© Go Nakamura.  Paciente internado com COVID-19


AFP


Um medicamento chamado SNG001 reduziria em 79% o risco de se desenvolver uma forma grave da doença COVID-19 - apontam resultados preliminares divulgados nesta segunda-feira (20) pelo laboratório britânico que o produziu, Synairgen.

Este tratamento inalado usa interferon beta, uma proteína natural que está envolvida na resposta do organismo aos vírus. O estudo realizado pela Universidade de Southampton em 101 pacientes concluiu que os pacientes tratados com este medicamento têm 79% menos chances do que aqueles que receberam placebo de desenvolver formas graves da doença, ou seja que precisariam de respirador artificial, ou fatal.

Os pacientes tratados com SNG001 têm duas vezes mais chances de se recuperar do que aqueles que receberam um placebo. Três dos pacientes (6%) tratados com placebo morreram, enquanto não houve mortes entre aqueles que foram tratados com SNG001. O estudo foi realizado em uma amostra relativamente pequena de pacientes e ainda não teve revisão por pares, mas poderia revolucionar a maneira como a COVID-19 é tratada.

Segundo o diretor-geral da Synairgen, Richard Marsden, pode representar um "grande passo adiante". "Os resultados confirmam nossa crença de que o interferon beta (...) tem um enorme potencial como tratamento inalatório para restaurar a resposta imune dos pulmões, melhorando a proteção, acelerando a recuperação e combatendo o impacto do vírus SARS-CoV-2", declarou o professor Tom Wilkinson, professor de medicina respiratória da Universidade de Southampton, que liderou o estudo.

O professor Stephen Holgate, cofundador da Synairgen, ressaltou que esse tratamento "restaura a capacidade dos pulmões de neutralizar o vírus, ou qualquer mutação do vírus, ou coinfecção por outro vírus respiratório, como influenza, ou VSR (um vírus respiratório comum), como pode acontecer no inverno, se a COVID-19 voltar".

Até agora, apenas um medicamento, a dexametasona, provou ser eficaz para salvar pacientes da COVID-19. Outro tratamento, o antiviral remdesivir, reduz o tempo de internação, mas não a mortalidade.

EM TEMPO: A dexametasona é um corticoide, precisa de receituário médico e não pode ser tomado em demaisa. Já a "Cloroquina" foi  recomendada pelo "charlatão" Bolsonaro sem o questionamento do Conselho Nacional de Medicina. Agora durmam com essa recomendação médica do Bolsonaro.