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ISTO É - André Lachini
O presidente eleito
dos Estados Unidos Joe Biden e o presidente Jair Bolsonaro em uma composição
feita com fotos de arquivo em 8 de outubro de 2020 - AFP/Arquivos
Não era nenhum
segredo, mas ficou mais claro após a aparição medíocre do presidente
brasileiro Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da ONU nesta
semana, em Nova York. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que discursou instantes após Bolsonaro na
terça-feira 21, evitou qualquer encontro com o mandatário brasileiro.
Um oceano de ideias
e trajetórias bem diferentes separam os dois homens. Biden jamais afrontou as
instituições norte-americanas. Nos seus quatro mandatos como senador em
Washington, a partir de 1972, sempre defendeu o diálogo político com os
adversários. Já Bolsonaro, em 27 anos como deputado federal no Congresso
brasileiro, protagonizou vários episódios de discussões, agressões verbais e
xingamentos a adversários.
Negacionista da
vacina e defensor da cloroquina, o mandatário brasileiro parece viver em um
mundo paralelo, onde não lhe pesam os quase 600 mil mortos no País pelo
coronavírus. Já o presidente americano, em poucos meses de governo, conseguiu
vacinar mais de 50% da população adulta dos Estados Unidos contra a doença
letal.
Bolsonaro foi o
último chefe de Estado do G-20 a reconhecer a vitória eleitoral de Joe Biden
como presidente. Reconheceu a vitória de Biden após Alberto Fernández, da
Argentina; Recep Tayyip Erdogan, da Turquia; e Vladimir Putin, da Rússia. Até
14 de dezembro de 2020, quando o Colégio Eleitoral referendou a vitória do
candidato do Partido Democrata, Bolsonaro chegou a levantar dúvidas sobre a
legitimidade das eleições nos Estados Unidos, repetindo as bobagens golpistas
do seu amigo Donald Trump.
Mais tarde, já em
2021, na conferência virtual pelo clima, Biden aguardou pacientemente os
discursos e falas dos vários chefes de Estado. Mas, quando Bolsonaro falou no
final, o presidente americano se levantou da cadeira e não teve a paciência de
escutar o mandatário brasileiro. E isso começa a acontecer com a maioria dos
brasileiros. Cada vez aumenta mais o número de brasileiros que rejeitam o
presidente. Segundo os institutos de pesquisa, mais de 60% dos eleitores dizem
que não votarão de jeito nenhum em Bolsonaro no ano que vem.
EM TEMPO: Evidentemente que sem o apoio de Biden, o Bozo dificilmente provocará um autogolpe com ele no poder. Somente os "bolsominios" é que acreditam na hipótese do autogolpe.
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