domingo, 31 de março de 2019

Partidos repudiam celebração do golpe de 1964


31 de março de 2019

Ditadura nunca mais!

Em defesa dos direitos da classe trabalhadora, pelas liberdades democráticas e pelo Poder Popular!
O Partido Comunista Brasileiro (PCB), através de seu Secretário Geral, Edmílson Costa, assinou manifesto conjunto dos partidos de oposição a Bolsonaro, como forma de externar a mais veemente repulsa às anunciadas comemorações, pelo governo, ao golpe de 1964 e ao período da ditadura que, imposta pela força das armas para barrar o crescente movimento popular do início da década de 1960 e favorecer os interesses do grande empresariado e do imperialismo, promoveu ampla perseguição política, tortura, assassinou e exilou militantes, massacrou organizações e pessoas que se opuseram ao regime discricionário.
No entendimento do PCB, Partido que foi alvo da Operação Radar, criada por Médici e implementada por Geisel para destruir nossa organização, tendo perdido 1/3 do Comitê Central, centenas de militantes torturados e exilados, muitos dos quais também assassinados, é necessária a construção de ampla unidade de ação na resistência aos ataques que hoje Bolsonaro e seus seguidores promovem contra os lutadores sociais.
Apesar de consideramos que o fim da ditadura no Brasil não representou a conquista de democracia plena, pois foram mantidos os aparatos repressivos dos tempos do regime autocrático e não se realizaram mudanças estruturais profundas, já que a transição pelo alto deu continuidade às relações capitalistas e à subordinação do Brasil ao imperialismo, unimo-nos às manifestações em defesa das liberdades democráticas e repudiamos toda e qualquer tentativa de se impor ainda mais restrições às conquistas políticas e sociais duramente conquistadas graças à luta histórica do povo brasileiro.
Editoria da página do PCB
Leia, abaixo, o manifesto na íntegra:
Um dia, 21 anos de Ditadura Militar
No dia 1º de abril de 1964, tropas amotinadas do Exército Brasileiro depõem o presidente constitucional e democraticamente eleito do Brasil, João Goulart. O cargo presidencial foi declarado vago pelo Congresso Nacional ainda em presença do legítimo presidente em território Nacional.
Iniciava-se um regime autoritário que suprimiu liberdades e direitos civis e políticos, massacrou a oposição, perseguiu, sequestrou, torturou, matou e desapareceu com os corpos de militantes da resistência democrática.
Tal como hoje em que as liberdades democráticas estão sob ataque, o golpe militar contou com apoio da coalizão de todos os setores conservadores e reacionários do país.
Soube-se, anos depois, do papel absolutamente decisivo do imperialismo estadunidense, de lideranças políticas, empresariais, midiáticas e eclesiásticas que concorreram para que os setores militares que tomaram a frente do novo regime chegassem a essa intervenção militar que durou mais de 21 anos de autoritarismo.
Os partidos políticos abaixo signatários manifestam sua perplexidade com a desfaçatez com que o Presidente da República, Jair Bolsonaro, adota como chefe de Estado, ao arrepio da Constituição e da Lei, o discurso de louvação desse regime de exceção que marcou sua atuação como parlamentar e candidato. Repudiam a convocação pelo Presidente da República de atos de desagravo ao regime militar e aos piores algozes da democracia produzidos naquele período.
Não aceitam que qualquer instituição da República promova o revisionismo histórico e negligencie a verdade dos fatos que a sociedade brasileira pacientemente veio construindo nos anos de democracia que se sucederam ao regime de exceção, cujo ápice se encontra no relatório da Comissão Nacional da Verdade que concluiu seus trabalhos em 2014.
Assim, os partidos políticos que se expressam nessa nota apoiam os questionamentos formais feitos desses atos do novo Governo pelo Ministério Público Federal, no âmbito do Congresso Nacional e pela sociedade civil brasileira. Se associam aos atos convocados em todo o país pela democracia, pelo Estado Democrático de Direito, pelos Direitos Humanos e pelo Direito à Memória, à Verdade e a Justiça. Se irmanam às vítimas da ditadura, suas famílias e entidades representativas, na denúncia de seu sofrimento e na sua luta por reparação.
E reafirmam seu compromisso de continuar lutando contra os retrocessos sociais, econômicos e culturais que vêm sendo impostos ao povo brasileiro e à soberania da Nação por este novo Governo, cujas condições de governar vão desabando perante a população por desatinos e provocações como as que se anunciam para o 31 de março e o 1º de abril de 2019.
Memória, Verdade, Justiça!
Ditadura Nunca Mais
Democracia Já
Brasília, 30 de março de 2019.
Gleisi Hoffmann, presidenta nacional do PT
Luciana Santos, presidenta nacional do PCdoB
Carlos Luppi, presidente nacional do PDT
Carlos Siqueira, presidente nacional do PSB
Edmilson Costa, secretário-geral nacional do PCB
Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL
Conferir a matéria em Brasil 247:
https://www.brasil247.com/pt/247/poder/388702/Em-manifesto-seis-partidos-da-oposi%C3%A7%C3%A3o-condenam-celebra%C3%A7%C3%A3o-da-ditadura.htm


A disputa da memória: 1964 foi o golpe da ditadura



Por Lucas Pedretti*

Como historiador, tenho duas certezas. Uma é que as formas coletivas de lembrar e falar do passado são objeto permanente de disputas políticas – por isso, o revisionismo e o negacionismo são sempre um risco. A outra é que é possível construir conhecimento sobre o passado, a partir de fontes, método e crítica rigorosos – de modo que as “narrativas” sobre o que aconteceu em outros tempos não são todas equivalentes entre si.
Assim, penso que que para além de construir conhecimento, precisamos encontrar modos de fazer com que esse conhecimento sirva ao debate público e à disputa política pela memória. Pensando nisso, uma das minhas DEScomemorações do golpe de 1964 é compartilhar parte dos documentos que recolhi em arquivos públicos ao longo dos últimos anos pesquisando o tema.
São cinco pastas com dezenas de arquivos cada, conformando milhares de páginas a serem lidas e pesquisadas. As três primeiras pra mim são especialmente importantes, porque permitem questionar frontalmente o mito da “ditabranda”. A ditadura não deixou 434 vítimas. Esse é o número de mortos e desaparecidos políticos oficialmente reconhecidos pelo Estado. Mas há milhares de atingidos que não são reconhecidos pelo Estado ou pelas memórias e histórias mais correntes sobre o período. Moradores de favelas e periferias, a população negra, povos indígenas, pessoas LGBT, mulheres, trabalhadores do campo, enfim, aqueles que são o alvo preferencial da violência do Estado antes, durante e depois do regime iniciado em 1964.
*Pasta 1: Ditadura e pessoas LGBT*. A ditadura não tinha apenas seus inimigos políticos – tinha também seus inimigos morais. Quem fugia do padrão heteronormativo era perseguido, censurado e sofria diversas formas de violência. Pesquisas como as de James N Green e Renan Quinalha tem demonstrado isso. Link: http://bit.ly/ditaduralgbt
*Pasta 2: Ditadura e favelas*. Foram centenas de milhares de moradores de favelas no Rio de Janeiro e em outras cidades do Brasil removidos de suas casas, em nome de uma política de limpeza racial e social das áreas que interessavam ao capital imobiliário. Lideranças faveladas foram presas, torturadas e desaparecidas por resistirem às remoções. Link: http://bit.ly/ditadurafavelas
*Pasta 3: Ditadura e movimentos negros*. Não só a organização política, mas também as manifestações culturais negras foram duramente perseguidas na ditadura. A militarização do Estado e a elevação do mito da democracia racial à ideologia oficial fizeram com que o histórico racismo institucional se aprofundasse, deixando inúmeras vítimas. Link: http://bit.ly/ditaduraracismo
*Pasta 4: Atas de reuniões da Comunidade de Informações*. A Comunidade de Informações era o encontro dos comandantes das forças que se voltavam para a repressão política e para o controle social da população. Essas atas permitem ver como a prática de violência e arbitrariedade era discutida às claras pelos agentes da ditadura, afastando a ideia de as violações ocorriam nos “porões”. Link: http://bit.ly/ditadurainfo
*Pasta 5: Relatórios do CISA no momento da transição*. São Relatórios Periódicos de Informação da Aeronáutica acompanhando vários momentos importantes das Diretas Já até a Constituinte. Fica claro que a abertura política não significava uma mudança nas perspectivas das Forças Armadas. Link: http://bit.ly/relatorioscisa.

Lucas Pedretti é doutorando em Sociologia no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP/UERJ). Mestre em História Social da Cultura pela PUC-Rio. Graduado em História pela PUC-Rio em 2015. Foi estagiário da Comissão Estadual da Verdade do Rio (CEV-Rio), sendo efetivado como assessor em julho de 2015. Foi assessor da Coordenadoria Estadual por Memória e Verdade de janeiro de 2016 a agosto de 2017. Colaborou com o projeto de pesquisa “Políticas Públicas de Memória para o Estado do Rio de Janeiro: pesquisas e ferramentas para a não-repetição”, do Núcleo de Direitos Humanos da PUC-Rio.


sexta-feira, 29 de março de 2019

“Nitro Zeus”, guerra cibernética e o apagão na Venezuela


por Whitney Webb

Durante quase quatro dias, grande parte da Venezuela esteve sem energia, situação que paralisou a economia do país. 

Embora o abastecimento esteja regressando – e o governo de Caracas tenha recebido ofertas de ajuda de muitos países, designadamente da China – políticos e autoridades dos Estados Unidos aproveitaram os acontecimentos para acusar o Governo Nicolás Maduro pela crise; este, por seu turno, não tem dúvidas de que se trata de “sabotagem” de origem norte-americana, realizada através de ataques cibernéticos contra a rede de energia, utilizando também agentes infiltrados dentro da Venezuela.
Embora muitos meios de comunicação norte-americanos tenham feito apenas eco da versão oficial do governo de Washington, até alguns jornalistas de meios mainstream se afastaram desta corrente. Um notável exemplo é o de Kalev Leetaru, ao escrever na revista Forbes que a possibilidade de “intervenção remota dos Estados Unidos na rede energética venezuelana é, de fato, bastante realista”.
Planos de guerra híbrida
Leetaru observou também que “o momento em que os apagões acontecem, numa fase de agitação social criada para retirar legitimidade ao governo em funções, de modo a permitir a imposição de um governo alternativo, é, na verdade, uma das táticas previstas” nos planos de guerra híbrida do governo dos Estados Unidos; estes deverão contribuir “para enfraquecer um adversário antes da invasão convencional ou para efetuar uma mudança forçada e indiscutível de um governo estrangeiro”.

quinta-feira, 28 de março de 2019

A face nua e cruel do mercado no poder


Paulo Guedes: assassino social a serviço dos rentistas, grandes empresários e do imperialismo
Edmilson Costa*
O governo Bolsonaro não pode ser considerado um governo clássico de direita. Cada dia alguém em sua equipe fala uma barbaridade, toma uma decisão absurda, publica uma notícia falsa, provoca um escândalo ou diz alguma coisa que gera chacota pelo mundo afora. Parece uma trupe alucinada constituída por folclóricos e desqualificados, o que tem certo sentido de verdade.
No entanto, não se pode pautar esse governo pela cortina de fumaça que diariamente inventa para fidelizar sua tropa e distrair a oposição. Mesmo sabendo que é um condomínio constituído por assassinos sociais, fundamentalistas, corruptos, milicianos, lumpesinato político e títeres do imperialismo, não se pode subestimar seus verdadeiros objetivos, pois estão a serviço de uma poderosa classe dominante que bancou politicamente e financiou a eleição desse governo. 

A lógica do circo é um método funcional para esconder o essencial, que é a violenta ofensiva do grande capital nacional e internacional contra os trabalhadores, a juventude e as massas pobres urbanas e rurais, para rebaixar o custo de mão de obra, saquear o fundo público e entregar o patrimônio nacional ao capital privado, cujo síndico é o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele não se expõe diariamente, prefere manter o estilo discreto para não se queimar, mas é eficiente na conspiração às sombras, com chantagens, clientelismo, argumentos falaciosos e oferta de vantagens aos parlamentares e governadores, de forma a atingir os objetivos da burguesia brasileira e do imperialismo, mesmo que para isso tenha que rasgar a Constituição, destruir os direitos e garantias dos trabalhadores e da população em geral, implodir as conquistas democráticas e implantar a barbárie social no País.

O assassinato de Marielle: o que pode estar por trás


REVISTA FÓRUM – Por Cid Benjamin.
Reportagem publicada no “Estado de S.Paulo” em 20 de março pode lançar novas luzes sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e de seu motorista Anderson Gomes. Até agora conhecem-se apenas os dois prováveis executores. Falta o mais importante: a identificação dos mandantes, as razões do crime e o conhecimento de suas vinculações com outras organizações criminosas e com o mundo da política.
Embora com quase toda a certeza se possa afirmar que os assassinos de Marielle sejam milicianos, em sua ação como vereadora ela não incomodou as milícias de forma significativa. Muito atuante na denúncia da violência policial contra os pobres, Marielle não tinha atuação marcante em áreas dominadas por milícias. Tampouco a sua ação no parlamento fazia supor que pudesse ser alvo dos paramilitares, como foi o caso, por exemplo, do hoje deputado federal Marcelo Freixo (PSOL), que se tornou um alvo preferencial por ter sido o criador e a principal figura da CPI das Milícias na Assembleia Legislativa do Rio em 2008. Por conta disso, Freixo é obrigado, até hoje, mais de dez anos depois, a viver protegido por segurança armada.
É preciso saber quem foi o mandante da execução de Marielle e qual o motivo da execução. De início, pode ser descartada uma hipótese levantada pela polícia: a de que o crime teria sido motivado por ódio individual dos assassinos a esquerdistas, mulheres, negros ou homossexuais. Aliás, esta hipótese é cômoda para quem encomendou a execução. Crime de ódio é crime isolado, sem mandantes.

segunda-feira, 25 de março de 2019

EUA não ficarão de braços cruzados ante ação da Rússia na Venezuela

Mike Pompeo
AFP  em  25.03.2019

O chefe da diplomacia americana, Mike Pompeo, acusou nesta segunda-feira a Rússia de agravar as tensões na Venezuela com sua presença militar para apoiar o regime Nicolás Maduro e advertiu que Washington não permanecerá de braços cruzados diante disso.

"Os Estados Unidos e os países da região não ficarão de braços cruzados enquanto a Rússia exacerba as tensões na Venezuela", declarou Pompeo a seu colega russo, Sergei Lavrov, durante uma ligação telefônica nesta segunda-feira, informou o porta-voz adjunto do Departamento de Estado Robert Palladino.
No sábado, dois aviões das Forças Armadas da Rússia aterrissaram no aeroporto de Maiquetía, em Caracas, transportando militares e equipamentos, confirmou neste domingo a agência estatal russa Sputnik.
A missão chega em "cumprimento" aos "contratos de natureza técnico-militar", segundo uma matéria da Sputnik, que citou fontes da embaixada russa em Caracas, sem dar mais detalhes.
Contactadas pela AFP, as autoridades venezuelanas não emitiram comentários.
Segundo a imprensa local, dois aviões militares russos - um jato e um cargueiro transportaram para a Venezuela cem soldados liderados pelo general Vasily Tonkoshkurov, diretor da alto comando das Forças Armadas do país europeu. Segundo o jornal El Nacional, "35 toneladas de materiais" chegaram junto com a missão militar.
A colaboração militar entre Caracas e Moscou fortaleceu desde o inicio do chavismo, com a compra de equipamentos e armamento militar.
Em dezembro passado, dois bombardeiros TU160, um avião de carga e outro de passageiros foram enviados pela Rússia para a Venezuela para participar de exercícios de defesa com a Força Armada venezuelana.

PERGUNTAR NÃO OFENDE: SERÁ QUE AGORA OS  AGITADORES DO CLÃ BOLSONARO E SEUS ALIADOS, BRASILEIROS,  VÃO  ENCARAR? 


sábado, 23 de março de 2019

PCB: 97 anos de lutas ao lado da classe trabalhadora



Jornal O Poder Popular / Fundação Dinarco Reis

A trajetória do Partido Comunista Brasileiro (PCB), fundado em 25 de março de 1922, é parte integrante da história das lutas da classe trabalhadora e dos oprimidos contra a exploração capitalista e em defesa dos direitos sociais e trabalhistas e pelas liberdades democráticas, sempre ameaçadas pelos grupos reacionários no Brasil.
Um dos momentos mais importantes dessa trajetória foi a atuação dos comunistas na Assembleia Constituinte de 1946, reunida após a Segunda Guerra Mundial e o fim da ditadura do Estado Novo, quando o PCB se tornava o principal partido representante do operariado e das massas exploradas, tendo obtido significativa votação nas eleições de dezembro de 1945.

A bancada comunista na Constituinte de 1946
O PCB era a quarta maior força política da Assembleia Constituinte de 1946, com uma bancada integrada por um senador (Luiz Carlos Prestes) e 15 deputados (dentre os quais Carlos Marighella, um dos mais atuantes), todos eles militantes destacados nos movimentos populares ativos nas décadas de 1930 e 1940, muitos dos quais presos durante o Estado Novo. O PCB elegeu parlamentares na Bahia, Pernambuco, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.
Apesar de minoritária, a bancada comunista teve uma intensa participação na Constituinte e de imediato protestou contra a “Grande Comissão” encarregada de elaborar o anteprojeto que serviria de base para a apresentação de emendas pelos deputados. Os comunistas criticaram os aspectos reacionários do anteprojeto, tais como a negação ao direito de voto a soldados e analfabetos, o não estabelecimento do critério proporcional na organização do sistema eleitoral, a falta de autonomia política dos municípios e a proibição de eleições diretas para governantes em várias cidades do Brasil, o não reconhecimento pleno ao direito de greve, a não separação entre a Igreja e o Estado e a excessiva influência do clero católico conservador na redação dos dispositivos constitucionais.

EUA cometem crimes de lesa humanidade contra a Venezuela



Resumen Latinoamericano

“Washington atua no país sulamericano como torturador e salvador ao mesmo tempo”.
Dois dias depois da tensa jornada vivida na fronteira colombiano-venezuelana, no passado 23 de fevereiro, o autodenominado Grupo de Lima decidiu aprovar a designação, por parte do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, de um especialista independente para avaliar o que qualificam como uma “crise humanitária” na Venezuela.
O conclave, que agrupa as nações alinhadas ao projeto dos EUA de depor o Governo do presidente Nicolás Maduro, qualificou como um “crime de lesa humanidade” que se impedisse o ingresso pela força de um lote de “ajuda humanitária” proveniente da Colômbia, que tentou entrar por ordens do autoproclamado “presidente encarregado” Juan Guaidó.
Sobre o tema, Alfred-Maurice de Zayas, especialista em Direitos Humanos designado pelas Nações Unidas para a promoção de uma ordem internacional democrática e igualitária (2012-2018), disponibilizou em sua conta no Twitter a assinatura de um documento para que a Alta Comissária de Direitos Humanos, Michelle Bachelet, visite a Venezuela e constate a verdadeira situação do país. A mesma petição foi feita em novembro passado pelo presidente Nicolás Maduro.
“O Governo dos EUA e outros países que impõem sanções são os que cometem crimes de lesa humanidade”.

O governo Bolsonaro e a dupla face de uma política externa servil


Por Carlos Eduardo Martins BLOG DA BOITEMPO

A política externa do governo Jair Bolsonaro está orientada por dois vetores principais: a adesão ideológica ao trumpismo e a adoção de uma agenda neoliberal radical.
O primeiro vetor é atualmente comandado pelo núcleo de extrema-direita do governo, que se articula aos setores mais radicais do governo Trump e à liderança de Steve Bannon na organização de uma internacional neofascista, por meio do grupo The Movement. Ele é dirigido por Ernesto Araújo, Chanceler brasileiro, e pelo Deputado Federal Eduardo Bolsonaro, um dos filhos do Presidente – ambos com forte vinculação a Olavo de Carvalho, astrólogo e filósofo autodidata, que abandonou a escola antes de cumprir o ensino médio, e que, desde 2005, se radicou em Richmond, capital do exército confederado durante a guerra da secessão.
Esse núcleo pretende que o Brasil exerça um subimperialismo títere e servil na América do Sul, a partir da associação visceral aos Estados Unidos, e se torna fonte importante de captação das pressões de Trump e do neofascimo mundial sobre o governo brasileiro. O seu grau de fundamentalismo e servidão ideológica pode ser medido pelo artigo, “Trump e o Ocidente”, escrito por Araújo, até certo ponto sob influência de Samuel Huntington, que retrata Trump como expressão mítica e divina da salvação do Ocidente das garras de seu principal inimigo, um inimigo interno, constituído a partir da Revolução Francesa, expressando-se no liberalismo político radical, no ateísmo e no socialismo.

sexta-feira, 22 de março de 2019

Petrobrás: assim Paulo Guedes planeja o desmonte


OutrasPalavras
por Artur Araújo
Análise dos engenheiros da empresa revela: venda das refinarias e da BR Distribuidora deixará estatal vulnerável e está na contramão de tudo o que fazem as grandes petroleiras do mundo
A Associação dos Engenheiros da Petrobrás – um dos maiores repositórios de conhecimentos científicos, tecnológicos e econômicos do país – publicou um estudo avaliando as consequências da política de “desverticalização” da Petrobrás, para a companhia e para o Brasil. Merece leitura atenta e na íntegra. Aqui, me limito a um copia&cola comentado de pontos que me pareceram mais decisivos.
Direto ao ponto:
Os engenheiros já abrem o texto sem meias palavras: “Em síntese, esse trabalho conclui que a privatização de refinarias, terminais, dutos e distribuidora traz prejuízos muito mais graves à resiliência e sobrevivência da Petrobrás, na conjuntura de preços relativamente moderados de petróleo, do que presumíveis benefícios pela redução dos gastos com juros decorrentes da antecipação da redução da sua dívida. (…) As conquistas realizadas pelo País e pela Petrobrás (…), por questões meramente ideológicas, estão sendo postas em risco.”

quarta-feira, 20 de março de 2019

Em defesa da aposentadoria e dos nossos direitos!



20 de março de 2019

O QUE ESTÁ EM JOGO NA PROPOSTA DE GUEDES E BOLSONARO

Jornal O Poder Popular
Coordenação Nacional da Unidade Classista
Nos últimos anos temos assistido constantemente a uma enxurrada de notícias falsas sobre um suposto rombo da Previdência Social, propagado como algo que vai desajustar a economia e colocar em risco a manutenção do sistema de Seguridade Social. Porém, os cálculos apresentados não são baseados na realidade, além de tentarem esconder o que a CPI DA PREVIDÊNCIA provou, ou seja, a não existência desse cenário aterrador. O real motivo apontado é a intenção de se criar um mercado para a atuação de empresas privadas que desejam abocanhar os volumosos recursos dos fundos públicos.
A Previdência Social no Brasil é organizada na lógica de repartição, pela qual o trabalhador tem parte do seu benefício descontado em folha, e o dinheiro é depositado em um fundo único para manutenção das aposentadorias. Os trabalhadores têm acesso ao seu direito com as regras vigentes após chegar ao tempo de contribuição e à idade mínima. O que acontece de fato é um pacto geracional, onde o trabalhador da ativa financia os aposentados de hoje em um ciclo que garante a manutenção desse direito.
As fontes de recolhimento financeiro para a Seguridade Social são: 1º – o desconto em folha do trabalhador; 2º – a contribuição do empregador; 3º – o governo complementa o valor através de alguns impostos criados exatamente para essa finalidade como o CONFINS, PIS/PASEP, PSLL e os jogos de loterias. Isto garantiu que até hoje a Previdência Social fosse superavitária (quer dizer, arrecada e tem dinheiro em caixa sobrando).

Aprovação do governo Bolsonaro cai 15 pontos desde a posse, diz Ibope




Folhapress  Dia 20.03.2019



SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A avaliação positiva do governo de Jair Bolsonaro (PSL) na Presidência caiu 15 pontos percentuais desde o começo do mandato. É o que aponta levantamento do Ibope divulgado nesta quarta-feira (20).

De acordo com o instituto, 34% dos brasileiros consideram o governo Bolsonaro ótimo ou bom -esse número era de 49% em janeiro e 39% em fevereiro. Ao mesmo tempo, o percentual dos que avaliam o governo como ruim ou péssimo aumentou 13 pontos percentuais: de 11% em janeiro para 24% em março. Outros 34% consideram o governo regular, enquanto 8% não sabem ou preferiram não responder à pesquisa. 
O Ibope fez 2.002 entrevistas nos dias 16, 17, 18 e 19 de março e a margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.A aprovação do presidente também mostra declínio nos primeiros meses de mandato, de 67% em janeiro para 57% em fevereiro e 51% em março. Já os que desaprovam o presidente foram de 21% em janeiro para 38% em março. Em fevereiro o índice era de 31%. A confiança do brasileiro no presidente, que era de 62% em janeiro, também sofreu abalo. De acordo com o Ibope, ela caiu para 55% em fevereiro e chegou a 49% em março.

O inimigo agora é outro: a atualidade de Tropa de Elite 2


Texto que trata do crime organizado a partir do prisma de Tropa de Elite 2, que apresenta outro inimigo, com o contexto da morte da vereadora Marielle Franco (PSOL/RJ)

O tema das milícias ressurge a partir das investigações acerca do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), em 14 de março de 2018, as quais apontam o envolvimento dos ex-PMs ligados ao Escritório do Crime, milícia que atua nas comunidades cariocas. 
Os milicianos investigados estão relacionados com o gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, expondo um envolvimento direto de relação íntima entre o clã Bolsonaro com as famílias dos milicianos.
Tal caso resgatou um meme nas redes sociais de uma cena do filme Tropa de Elite 2 (2010), pelo qual se sugere que o povo votou em Bolsonaro achando que era um Capitão Nascimento, quando na verdade era o miliciano Rocha, da trama. Curiosamente, o primeiro filme da franquia, lançado em 2007, criou no imaginário popular a figura do policial que manda porrada em bandido, através do personagem Capitão Nascimento, interpretado pelo ator Wagner Moura.
À revelia do próprio ator e do diretor do filme, José Padilha, que viam na trama uma crítica à segurança pública, essa narrativa foi construída de forma que fortaleceu os setores conservadores da sociedade, que enaltecem o militarismo e atacam os direitos humanos. Tal narrativa foi contestada no segundo filme, em que o capitão, promovido a coronel, mostra que o inimigo agora ‘é outro’.

Bolsonaro: submissão total aos EUA


Brasil de Fato

Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST) foi assinado nesta segunda-feira (18) por representantes dos dois países Redação



Os Estados Unidos avançaram, nesta segunda-feira (18), em direção a utilização restrita da Base de Alcântara (MA) no Brasil. O acordo foi assinado pelos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores) e Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e por representantes do governo americano, após quase 20 anos de negociação entre os dois países. O presidente Jair Bolsonaro (PSL) acompanhou a assinatura. O documento ainda precisa ser aprovado pelo Congresso Nacional.
O Acordo de Salvaguardas Tecnológicas (AST), que concede o uso comercial do centro de lançamento, foi barrado duas vezes pelos brasileiros: no Congresso Nacional, em 2001, durante o governo Fernando Henrique Cardoso, e por meio de plebiscito realizado na mesma época. Em 2016, o governo Temer se empenhou para aprová-lo, mas não conseguiu.
A proposta original do governo estadunidense proibia a utilização da base pelo Brasil devido à confidencialidade tecnológica, impondo uma submissão brasileira ao país estrangeiro, que detém 80% do mercado espacial. No novo texto, a expressão “área segregada” foi substituída para “área restrita”, para tentar abafar críticas que questionam a autonomia do país perante o acordo comercial com os Estados Unidos.
Flávio Rocha, professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC), afirma que agora os Estados Unidos têm acesso ao local mais estratégico – de todo o mundo – para lançamento de satélites. O especialista em geopolítica e segurança internacional entende que o acordo é motivado por uma política “ultra-neoliberalizante”.
“Busca-se um alinhamento geopolítico a todo custo, a curto prazo, com os Estados Unidos”, avalia Rocha, que é enfático ao afirmar que a negociação da base de Alcântara coloca a soberania do país sob perigo. “O maior risco que vejo nisso é uma perda de autonomia política e ideológica do país para desenvolver uma série de tecnologias que seriam de interesse nacional. São tecnologias que nos permitiriam escolher parceiros estratégicos, parceiros para desenvolver toda uma gama de ciência e tecnologias, que poderiam colocar o Brasil em um patamar distinto do que ele está hoje na comunidade científica mundial”, complementa.
Durante as tratativas realizadas pelo governo Temer, em entrevista para o Brasil de Fato em 2017, Ronaldo Carmona, pesquisador de geografia da Universidade de São Paulo (USP), alertou para o risco da presença norte-americana no país. Segundo ele, o interesse dos EUA é conter a emergência de novas potências.
“Os EUA sempre manobraram no sentido de diminuir a capacidade estratégica do Brasil de ser um país que tivesse maior autonomia e condição de se afirmar como uma potência  entre as nações”, diz Carmona.
Edição: Lu Sudré
Para especialistas, acordo coloca soberania do Brasil em risco / (Foto: Miguel Schincariol/AFP)
https://www.brasildefato.com.br/2019/03/18/bolsonaro-entrega-base-de-alcantara-a-trump-e-concretiza-subordinacao-aos-eua/

terça-feira, 19 de março de 2019

Justiça para Marielle e Anderson! basta de genocídio do povo negro!


Pedro Monnerat – militante do PCB de Nova Friburgo/RJ

Há um ano, em 14 de março de 2018, foram assassinados no Rio de Janeiro a Vereadora MARIELLE FRANCO e o seu motorista Anderson Gomes. 
O crime, brutal e covarde, buscava silenciar uma incansável defensora de DIREITOS humanos, das mulheres, dos LGBT e das camadas mais humildes da sociedade, as quais, especialmente nas comunidades pobres do Rio, sofrem com diversos tipos de violência em seu cotidiano, numa guerra civil permanente que extermina diariamente vários trabalhadores e seus filhos, especialmente negros e favelados.
Nascida, criada e reconhecida no Complexo de Favelas da Maré, a Vereadora ganhou destaque no combate às milícias, grupos de ex-agentes de segurança pública que, armados, dominam, exploram e chantageiam os moradores da região, os quais são obrigados a pagar por uma suposta “proteção” comunitária e outros serviços ali monopolizados pelos milicianos, como fornecimento de água, luz, gás, TV a cabo etc. Nos últimos anos, representantes desses grupos violentos têm sido eleitos, mediante coação e compra de votos, para ocupar cargos políticos diversos (vereador, deputado, senador…) e ampliado os empreendimentos criminosos das diversas milícias que atuam em diversas localidades.
Justamente por denunciar e enfrentar o poder dessas milícias, MARIELLE e seu motorista, Anderson Gomes, foram assassinados, num crime cujas investigações apontam para dois policiais com forte atuação na 41º Batalhão da PM carioca, unidade que MAIS MATA no RJ e que se notabilizou por crimes bárbaros como o assassinato da juíza Patrícia Acioli em 2011 e da auxiliar de serviços Claudia Silva em 2014, esta última baleada e arrastada pelas ruas da cidade pelo próprio camburão policial em que estavam seus assassinos. Os crimes contra as três mulheres representam bem a perversidade dos criminosos, os quais aterrorizam e executam moradores pobres como Cláudia e buscam silenciar quem luta por Justiça, como Patrícia e Marielle.

22/03: Mobilização nacional contra a reforma da previdência! RUMO À GREVE GERAL!




Oposição ao governo Bolsonaro e luta em defesa dos direitos e das liberdades democráticas: tarefas imediatas da classe trabalhadora

Nota Política do PCB
O desenvolvimento do quadro político no Brasil, principalmente a partir de 2013, está relacionado à evolução recente da crise estrutural do capitalismo, agravada pelos efeitos da crise econômica deflagrada a partir de 2008, cujos efeitos ainda se fazem sentir, principalmente na Europa, nos Estados Unidos e em muitos países do mundo. Reafirmam-se as tendências de concentração e centralização do capital que, reforçadas com a constante introdução de inovações tecnológicas na produção, tendem a eliminar mais e mais postos de trabalho e aumentar a barbárie social em todos os aspectos.
Essas características da situação atual do capitalismo geram uma crise na fachada democrática do Estado burguês e na sociabilidade burguesa. A ascensão da direita, da extrema direita e do neofascismo nas ruas e em parlamentos e governos e a radicalização das políticas liberais, em muitos países, promovem mais repressão política, destruição de direitos, intensa precarização das relações de trabalho, privatizações e mais rapinagem internacional dos monopólios capitalistas sobre os povos e as nações. São consequências desse processo o aprofundamento da fragmentação da classe trabalhadora, a maior alienação e a manipulação do senso comum como formas de ampliação da dominação capitalista, assim como o aumento da repressão política do Estado aos movimentos sociais, a disseminação da intolerância e a perseguição a imigrantes, indígenas, negros, negras e LGBTIs.