Nota Política da Comissão Política Nacional do PCB
Além de ser o maior
responsável pela disseminação do contágio do Coronavírus no Brasil, que
registrou cerca de 140 mil mortes desde o início da pandemia e mais de 4,5
milhões de pessoas infectadas, ao negar inicialmente a gravidade da doença e
ceder à pressão dos empresários para a adoção de medidas contrárias ao
isolamento social, Bolsonaro teve a desfaçatez de proferir um discurso
mentiroso na ONU, dando continuidade à sua política de criminalização dos povos
indígenas e dos pobres, que foram acusados por ele de provocarem os incêndios
na Amazônia e no Pantanal.
No plano externo, o
governo genocida de Bolsonaro e Mourão, servindo como um lacaio dos interesses
do imperialismo estadunidense, participa das manobras que visam promover uma
agressão à Venezuela. Internamente, prepara nova ofensiva contra empresas
estatais como a Caixa, o Banco do Brasil, os Correios e a Petrobras e mais
ataques aos direitos da classe trabalhadora e dos setores populares, buscando
destruir por completo a já precária rede de proteção social ainda existente no
Brasil, apenas para garantir mais lucros às multinacionais, aos bancos, às
grandes empresas e ao agronegócio.
A Proposta de Emenda
à Constituição (PEC) 32, a chamada reforma administrativa, representa de fato
um brutal ataque a direitos sociais e trabalhistas, o qual atinge não apenas os
funcionários públicos, mas o conjunto da população brasileira, principalmente
os mais pobres, que sofrerão com a piora dos serviços públicos, hoje já
bastante deteriorados, e com as privatizações. O objetivo maior é retirar a
obrigação e a responsabilidade do Estado para com o atendimento às necessidades
básicas da população, fazendo com que serviços públicos fundamentais como
educação, saúde, previdência, assistência social e outros deixem de ser
direitos, permitindo a sua plena mercantilização. O Estado passaria a atuar
apenas em algumas situações, de forma secundária, quando as empresas privadas
não tivessem interesse ou não conseguissem promover o serviço.
Um dos setores mais
atingidos será o da educação pública, que poderá deixar de existir para dar
lugar a escolas e creches que serão substituídas por instituições particulares,
tais como as Organizações Sociais (OSs), entidades ditas filantrópicas ou
religiosas, as quais serão financiadas diretamente pelas famílias através de um
“vale” entregue pelo poder público. É a privatização total do ensino, inclusive
na área pedagógica, que ficará à mercê das orientações ideológicas das empresas
e das igrejas.