Coordenação Nacional do Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro
Declaramos nosso
apoio à histórica greve das trabalhadoras e dos trabalhadores da Empresa
Brasileira de Correios e Telégrafos, categoria que vem sofrendo brutais ataques
nos últimos anos. Fazemos coro às reivindicações apresentadas de norte a sul
deste país durante o Dia Nacional de Luta em Defesa dos Correios e dos Serviços
Públicos, na última quinta-feira, dia 27/08.
É lamentável que em
meio a uma pandemia tão dura, em que o número de mortes aumenta diariamente, o
governo federal, além de não implementar as medidas necessárias para o controle
da pandemia e redução dos seus impactos em nosso povo, avance sobre direitos
básicos de uma categoria como tem ocorrido na ECT. O desmonte por qual passa a
ECT está diretamente ligado ao projeto que tem destruído os serviços essenciais
na saúde e na educação: privatização para criação de novos mercados lucrativos.
Existe uma falácia
sobre prejuízos da empresa, estratégia usada para privatizar a maior parte das
estatais do país e repassar os bens públicos para grandes monopólios privados.
Mas essa não é a realidade: como os setores sindicais vêm denunciando, a
empresa é lucrativa. Para além disso, presta serviços essenciais à população de
diferentes locais do país, como a entrega de medicamentos da rede básica e
vacinas, atividades bancárias e os serviços postais, a preços mais acessíveis.
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Sabemos muito bem o
resultado deste processo: estabilização de monopólios privados, maior
rotatividade, jornadas super elevadas, baixos salários. Realidade a qual já
está submetida a maior parte das mulheres trabalhadoras deste país, que são
vistas apenas como mais uma cifra para geração de riqueza de uma classe
dominante mesquinha e genocida. No contexto da pandemia, esse cenário de
precarização e consequente privatização da ECT se mostra ainda mais preocupante
porque uns dos principais fatores de risco na pandemia são, justamente, a
pobreza e a desigualdade. Sem condições mínimas de renda e de sobrevivência, a
morte é o trágico destino de quem não tem nada mais que sua força de trabalho
para sobreviver.
Manifestamos nosso
apoio e solidariedade às trabalhadoras e aos trabalhadores da ECT e defendemos
uma Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos 100% pública, controlada por
quem nela trabalha e com todos os direitos básicos garantidos para uma vida com
dignidade.
É o momento de
fortalecer a luta com coragem e ousadia. A luta contra a privatização dos
correios é de todos nós! Todo apoio à greve das e dos trabalhadores/as do
setor!
Para ler mais e
entender o que está acontecendo na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos,
acessem a nota da Unidade Classista:
http://unidadeclassista.org.br/geral/solidariedade-e-luta-de-classes-na-greve-dos-correios/
A nossa luta é todo
dia, somos mulheres, e não mercadoria!
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