Na última semana, em entrevista ao jornalista Pedro Bial, Caetano Veloso teceu uma série de críticas a história do liberalismo causando um visível mal estar no programa global. Para sustentar sua posição, o ícone da música popular brasileira citou duas referências comunistas: Domenico Losurdo e o jovem intelectual do PCB, Jones Manoel. A partir daí, as redes sociais e colunas de grandes jornais foram tomadas por uma estigmatização da crítica desenvolvida por Jones Manoel.
Uma série de figuras do liberalismo conservador, incapazes de defender a história do liberalismo, tentam taxar Jones como um defensor de ditaduras, contrário às liberdades democráticas, tentando desqualificar as análises que faz de episódios da construção do socialismo na União Soviética.
Esse debate superficial coincide
com a apresentação do Projeto de Lei 4425/2020, do deputado Eduardo Bolsonaro,
que visa criminalizar organizações e símbolos comunistas, os equiparando com o
nazismo na Lei nº 7.170, de 14 de Dezembro de 1983. O projeto tem clara
inspiração em medidas tomadas recentemente por governos neofascistas como na
Hungria e na Ucrânia, assim como resoluções revisionistas da União Europeia
sobre o papel da URSS na vitória contra nazifascismo na segunda guerra mundial.
O Comitê Central do
PCB vem a público se solidarizar com o camarada Jones Manoel. Nosso partido tem
orgulho do trabalho de divulgação do marxismo e das ideias revolucionárias
feito por esse jovem intelectual. Tais ataques são didáticos para demonstrar o
caráter anticomunista e reacionário da classe dominante brasileira, avessa ao
debate democrático e defensora do pensamento único (neo) liberal. Cada vez
mais, diante do avanço da extrema direita e da derrota política dos governos de
conciliação de classe, a crítica revolucionária ganhará mais espaço entre a
juventude e os trabalhadores.
Os ditos paladinos da
democracia são os mesmos que apoiaram o golpe de 2016, as guerras e destruições
de países provocadas pelos EUA e seus aliados, assim como, em plena pandemia,
defendem uma agenda econômica de austeridade e supressão dos direitos sociais e
trabalhistas. A chamada centro direita liberal e seu programa criam as
condições materiais e ideológicas para o bolsonarismo no Brasil.
Assim como não
aceitaremos a estigmatização e perseguição de nossos militantes, conclamamos a
todos os verdadeiros democratas, humanistas, socialistas e comunistas, sem
qualquer sectarismo, a desenvolvermos ações unitárias contra a criminalização
do comunismo e a supressão das liberdades democráticas dos partidos de esquerda
e movimentos populares.
Setembro de 2020,
Comitê Central do
PCB.
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