quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Repúdio a Eduardo Bolsonaro: AI-5 nunca mais!



Comissão Política Nacional do Partido Comunista Brasileiro (PCB)

A Comissão Política Nacional do PCB repudia as recentes declarações do deputado Eduardo Boldonaro, filho do Presidente da República, que ameaça com a adoção de medidas repressivas, dentre elas um “novo AI-5”, como forma de impedir manifestações e mobilizações críticas ao governo Bolsonaro.
Essa declaração de Eduardo Bolsonaro é criminosa, pois faz apologia ao fechamento do Congresso, à cassação de direitos políticos, às prisões arbitrárias, torturas e assassinatos e deve ser condenada pelas diversas organizações políticas e movimentos sociais. Não podemos permitir que esse governo continue atacando e ameaçando direitos e as liberdades democráticas, duramente conquistadas pela resistência popular aos anos de chumbo no Brasil.
A decretação do AI-5, em 13 de dezembro de 1968, representou um dos momentos mais bárbaros da história recente do país, ao promover o aprofundamento da política repressiva praticada pela ditadura imposta em abril de 1964 por meio de um golpe militar a serviço dos interesses do grande capital e do imperialismo. O AI-5 fechou o Congresso Nacional e assembleias legislativas nos Estados, ampliou as perseguições a quem se opusesse ao regime discricionário, com a institucionalização da tortura, prisões, sequestros e assassinatos de militantes políticos e sociais, exílio, suspensão do habeas corpus e dos direitos civis das pessoas acusadas de subversão, além de aumentar a censura aos órgãos de imprensa e às diversas manifestações artísticas e culturais.
Foi a partir do AI-5 que a ditadura consolidou o processo de “desaparecimento” de militantes e organizações que enfrentaram corajosamente o arbítrio e a política de achatamento salarial para favorecer os lucros dos monopólios nacionais e estrangeiros. Os agentes da repressão torturaram e mataram, com requintes de crueldade, aqueles que se rebelaram contra a ditadura, muitos dos quais dirigentes e militantes de base do PCB, sendo que até hoje nenhum deles foi julgado e condenado pelos seus crimes.
O PCB condena enfaticamente as declarações do deputado do PSL de São Paulo e conclama as organizações políticas democráticas, o movimento sindical e popular, trabalhadores, trabalhadoras e o conjunto do povo brasileiro a exigir a cassação de Eduardo Bolsonaro, a defender as liberdades democráticas e os direitos da classe trabalhadora e do povo e a derrotar nas ruas, em grandes manifestações, as políticas econômicas e sociais desse governo.
Nunca mais AI-5 e ditadura a serviço do capital e do imperialismo!

Em defesa dos direitos sociais e das liberdades democráticas!
Pelo Poder Popular, rumo ao Socialismo!

EM TEMPO: Este posicionamento do deputado federal Eduardo Bolsonaro, cumpre, também, a função de desviar as atenções ora em discussão sobre o assassinato da vereadora  Marielle Franco e seu motorista Anderson, conforme texto abaixo e divulgado na própria imprensa burguesa.  



Justiça para Marielle e Anderson!

Comissão Política Nacional do Partido Comunista Brasileiro (PCB)

O Partido Comunista Brasileiro considera muito grave a citação do nome do presidente Bolsonaro na investigação do assassinato de Marielle Franco e do seu motorista Anderson. Segundo matéria veiculada pela grande imprensa, um dos acusados do crime, Élcio Queiroz, horas antes do assassinato, se dirigiu ao Condomínio Vivendas da Barra, onde mora o ex-PM Ronie Lessa, apontado pelas investigações como o atirador que assassinou Marielle e Anderson. Trata-se do mesmo condomínio no qual reside Jair Bolsonaro.

A reportagem desvendou que, de acordo com o livro de registros da portaria, o visitante, para entrar na área do conjunto residencial, solicitou acesso à casa 58, número da residência de Bolsonaro. O porteiro teria ouvido a voz do atual presidente da República permitindo a entrada do sujeito.
Este fato se soma a uma série de evidências envolvendo a família Bolsonaro e membros da milícia acusada de participação direta na execução da Vereadora do PSOL e seu motorista. Consideramos esse fato grave e nos somamos aos que buscam esclarecimento sobre tais assassinatos, bem como acerca dos eventos que, desde sempre, envolvem a família Bolsonaro e o aparato miliciano no Rio de Janeiro. É inadmissível que, passados um ano e sete meses do assassinato da combativa militante das causas populares e de seu assessor, nada tenha se avançado na descoberta dos mandantes do crime. Como agora houve clara citação ao nome do presidente da República, a lei obriga que a investigação vá ao Supremo Tribunal Federal.
Para além da solução judicial, entendemos ser necessária a retomada da mobilização popular para continuar pressionando as autoridades a ir a fundo nas investigações e apontar os mandantes desta bárbara execução política. A impunidade dos mandantes desse crime hediondo é a mesma que protege aqueles que, estimulados por mandatários como Jair Bolsonaro e o Governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, promovem a criminalização e a violência repressora do Estado contra as comunidades proletárias e o povo trabalhador, aprofundando uma política de extermínio travestida de plano de segurança pública. 

Associada aos ataques sistemáticos aos direitos políticos, sociais e econômicos da classe trabalhadora e dos setores populares, trata-se de uma ação conjugada para favorecer apenas os interesses dos monopólios capitalistas, com o beneplácito de seus submissos representantes nos poderes executivo, legislativo e judiciário. Somente a luta organizada dos trabalhadores e trabalhadoras e a retomada das grandes mobilizações nas ruas será capaz de dar fim aos retrocessos e preparar a contraofensiva popular.

Marielle e Anderson, presentes!
Basta de massacres contra o povo trabalhador!
Pelo Poder Popular, rumo ao Socialismo!
Comissão Política Nacional do PCB


terça-feira, 29 de outubro de 2019

Para Bolsonaro, "hienas" são todos os que não se curvam à sua majestade


 Matheus Pichonelli, Yahoo Notícias 

Bolsonaro publica vídeo inusitado em redes sociais - Foto: Reprodução/Twitter

O presidente Jair Bolsonaro compartilhou em seu Twitter, na última segunda-feira, dia 28, um vídeo em que aparece como um leão cercado de hienas e outras espécies inimigas.
O vídeo nomeava um a um os que adversários que tentam devorar o rei da selva, salvo por um pedido animalesco de apoio irrestrito à sua majestade. Estão lá o STF, a CNBB, os jornais, os partidos políticos, inclusive o PSL, pelo qual foi eleito.
A montagem, que logo saiu do ar, foi veiculada após nova leva de áudios atribuídos a Fabrício Queiroz, o incômodo ex-PM e ex-faz-tudo do gabinete de Flávio Bolsonaro acusado de movimentar dinheiro suspeito e comandar um esquema de “rachadinha” no gabinete do então deputado estadual do Rio.
A rachadinha é como é conhecida a prática de nomear funcionários-fantasmas e morder parte do salário para enriquecimento próprio. Entre esses funcionários suspeitos estão parentes de milicianos, da ex-mulher do presidente e até a filha de Queiroz, que batia cartão em Brasília enquanto trabalhava como personal trainer na capital fluminense.
No domingo foi a vez da Folha de S.Paulo divulgar uma conversa na qual Queiroz se queixava de abandono por parte do clã e atribuía ao Ministério Público a posse de uma “p... do tamanho de um cometa pra enterrar na gente”.
O vídeo-resposta veio menos de 24 horas, provavelmente pela veia criativa do vereador Carlos Bolsonaro, responsável pelas redes do pai, e levou o decano do STF, Celso de Mello, a afirmar que “o atrevimento presidencial parece não encontrar limites”.
Parece também não encontrar gratidão, já que é por causa do presidente da Corte, Dias Toffoli, que estão suspensas cerca de 700 investigações, entre elas as relacionadas ao primogênito da família, baseadas em dados sigilosos da Receita Federal e do antigo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), hoje chamado de Unidade de Inteligência Financeira (UIF) e sob as barbas do Banco Central.
Isolado em uma guerra intestina contra seu próprio partido e às vésperas de uma CPI em que ex-aliados prometem revelar o que sabem sobre uso de máquina pública para supostamente alimentar uma milícia digital em seu favor, Jair Bolsonaro aposta no conflito para sobreviver ao cerco - no caso, os sistemas de freios e contrapesos que impedem o presidente eleito de governar como autocrata.
As hienas são todos aqueles indispostos a dar um cheque em branco ao governo, inclusive os eleitores esperançosos que agora se interessam em saber que história é essa de rachadinha, cometa, fábrica de fake news.
Em vez de respostas, Bolsonaro prefere tratar e retratar como inimigo todos os que se negam a dobrar a espinha diante de sua majestade, o “rei”.
A visão distorcida pode ser um delírio provocado pelo jet lag de sua viagem para o Oriente Médio, onde alimentou a “afinidade” confessada em voz alta com o “príncipe” da Arábia Saudita Bin Salman, um ditador acusado, entre outras passagens biográficas nebulosas, de mandar esquartejar jornalista, apoiar jihadistas e cercear as liberdades de mulheres, homossexuais e igrejas em seu país.

EM TEMPO: Acorda meu povo. A começar pelo seu município.



Bolsonaro se reúne com príncipe saudita, acusado de matar Khashoggi


EXAME.COM - Estadão Conteúdo



© Alan Santos/PR/Flickr Bolsonaro e Mohammed bin Salma. 

Antes de se reunir com o mandatário da Arábia Saudita, o presidente Jair Bolsonaro falou nesta terça-feira, 29, que possui “certa afinidade” com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salma. Segundo Bolsonaro, “todo mundo” gostaria de passar uma tarde com um príncipe, “principalmente as mulheres”.

“Acho que todo mundo gostaria de passar uma tarde com um príncipe, principalmente vocês, mulheres. Vou ter essa oportunidade hoje. Nós dois temos certa afinidade”, disse Bolsonaro a jornalistas na saída do hotel onde está hospedado.

Embora o príncipe herdeiro tente mostrar ao exterior uma imagem de maior abertura nos costumes, as mulheres ainda enfrentam uma série de restrições no país, como a forma de se vestir.

No ano passado, a Arábia Saudita foi o último país a permitir que as mulheres possam dirigir automóveis. E foi somente em agosto deste ano que as sauditas passaram a ter a possibilidade legal de viajar sem a autorização de um homem, como era exigido até então.

Há cerca de um mês, o príncipe também assumiu “total responsabilidade” pela morte do jornalista Jamal Khashoggi em 2018, mas negou ter dado a ordem para que ele fosse morto. “Este foi um crime hediondo. Assumo total responsabilidade como líder da Arábia Saudita”, afirmou durante uma entrevista exibida pela rede de TV americana CBS.

Crítico ao governo saudita, o jornalista Jamal Khashoggi foi morto dentro do consulado de seu país em Istambul.

De acordo com Bolsonaro, que está no país em busca de investimentos, a defesa é a área mais importante nas conversas com os sauditas. “Eles querem investir maciçamente no Brasil”, afirmou.
Outro ponto em discussão envolve o agronegócio. Bolsonaro disse que os sauditas buscam maior segurança alimentar. “O Brasil é um mar de oportunidades e eles descobriram isso. É um novo governo que está transmitindo confiança para eles e que os encoraja a investir no Brasil. Estamos muito bem com a Arábia Saudita.”

EM TEMPO:  É uma "fuleragem"  esse Presidente. É preciso que a maioria da população aprenda a votar com responsabilidade.  Vote nos melhores. Caso não exista, vote nulo. Mas, não colabore com o desgoverno. Comece pela sua cidade. 

“Atrevimento parece não encontrar limites”, diz Celso de Mello sobre vídeo de Bolsonaro


ESTADÃO - Rafael Moraes Moura



© Gabriela Biló/Estadão O decano do STF, Celso de Mello

BRASÍLIA – O decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, disse em nota nesta segunda-feira, 28, que “o atrevimento presidencial parece não encontrar limites”, ao comentar um vídeo publicado nas redes sociais do presidente Jair Bolsonaro que mostra o ex-deputado federal do PSL como um leão encurralado por hienas. 

Na lista das hienas que atacam o leão Bolsonaro, estão o STF, a Organização das Nações Unidas (ONU), o seu partido PSL e siglas de oposição  entre as quais o PT e o PC do B , além da imprensa.

 “É imperioso que o senhor Presidente da República – que não é um ‘monarca presidencial’, como se o nosso País absurdamente fosse uma selva na qual o Leão imperasse com poderes absolutos e ilimitados – saiba que, em uma sociedade civilizada e de perfil democrático, jamais haverá cidadãos livres sem um Poder Judiciário independente, como o é a magistratura do Brasil”, disse o decano, em nota.

O vídeo foi postado nas redes sociais de Bolsonaro e apagado depois. No filme, o rei da selva se alia a outro leão, chamado “conservador patriota”, parte para o contra-ataque e vence seus inimigos. “Vamos apoiar o nosso presidente até o fim. E não atacá-lo. Já tem a oposição para fazer isso!”, dizem os letreiros sobrepostos às imagens da fuga.

“O atrevimento presidencial parece não encontrar limites na compostura que um chefe de Estado deve demonstrar no exercício de suas altas funções, pois o vídeo que equipara, ofensivamente, o Supremo Tribunal Federal a uma ‘hiena’ culmina, de modo absurdo e grosseiro, por falsamente identificar a Suprema Corte como um de seus opositores”, afirmou Celso de Mello. 

Nos bastidores, a autoria do vídeo foi atribuída ao vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho zero dois do presidente, que gerencia as publicações do perfil do chefe do Executivo, nas redes sociais. Desde que Bolsonaro assumiu o Palácio do Planalto, Celso de Mello tem se tornado o principal defensor do Supremo de ataques do governo e em defesa da liberdade de expressão.

“Esse comportamento revelado no vídeo em questão, além de caracterizar absoluta falta de ‘gravitas’ e de apropriada estatura presidencial, também constitui a expressão odiosa (e profundamente lamentável) de quem desconhece o dogma da separação de poderes e, o que é mais grave, de quem teme um Poder Judiciário independente e consciente de que ninguém, nem mesmo o Presidente da República, está acima da autoridade da Constituição e das leis da República”, frisou o decano.

EM TEMPO: Enquanto a população não se politizar fica difícil alguma mudança neste país. Começa pelos municípios.


segunda-feira, 28 de outubro de 2019

A lama de um governo que despreza a vida




Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora

Desde o final de agosto, grandes manchas de óleo atingem a costa do Nordeste. Já são mais de 200 praias atingidas e até o dia 22 de outubro foram recolhidas mais de mil toneladas do material.
A primeira reação do governo Bolsonaro foi, sem prova nenhuma, acusar a Venezuela de ter despejado o óleo no litoral brasileiro e, nessa semana, seu ministro da destruição do Meio Ambiente, Ricardo Salles, insinuou que a organização Greenpeace tinha alguma relação com o desastre ambiental. Não satisfeito, disse ainda que o Greenpeace, mesmo estando com um navio próximo as praias do Nordeste, não fez nada para ajudar. E o governo, o que fez?
Enquanto estimula a destruição da Amazônia, a grilagem em terras indígenas, acusa organizações de defesa do meio ambiente de terroristas, o governo assiste pescadores vendo sua fonte de subsistência ser engolida pela lama de óleo, centenas de pessoas que se colocam como voluntárias para retirar o óleo das praias, sendo atendidas nos hospitais, com falta de ar, dor de cabeça, dermatites de contato, entre outros sintomas decorrentes da exposição ao óleo. Estudos já apontam que o derramamento de óleo de petróleo, que possui altas substâncias tóxicas, vai se sentir por décadas, com consequências graves ao ecossistema e aos seres humanos.
O governo federal, só depois de quase dois meses da invasão do óleo, enviou reforços para a região e pouco antes já tinha sido acionado judicialmente através de liminar da Justiça Federal de Pernambuco, para que implementasse uma série de medidas para recolher o óleo e proteger áreas sensíveis.
Enquanto a lama de óleo se espalha no litoral do Brasil, Bolsonaro faz um tour pela Ásia e Oriente Médio e tenta fugir de sua própria lama envolvendo as baixarias com o partido de aluguel que escolheu para ser candidato, o PSL, com as denúncias de corrupção envolvendo sua família. De lá, se preocupa em organizar a repressão do Estado, para tentar conter o enfrentamento contra os ataques de seu governo, que têm piorado a cada dia as condições de vida e trabalho da classe trabalhadora.


Depoimento de assessores agrava crise no PSL e expõe filhos de Bolsonaro


CORREIO BRASILIENSE - Jorge Vasconcellos

© Fornecido por Associados.com

Os fantasmas das eleições de 2018 ainda devem assombrar muita gente graúda do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro. Nos últimos dias, a crise na legenda mudou de patamar e escalou a rampa do Palácio do Planalto. 

As atenções voltadas às candidaturas de fachada em Pernambuco e Minas Gerais agora se voltam também para as suspeitas de que a estrutura da sede do governo esteja sendo usada para comandar um batalhão de perfis falsos nas redes sociais, com a missão de espalhar difamações e mentiras. 

Em entrevista ao Correio, o presidente da CPI mista das Fake News, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), disse que “a comissão de inquérito não foi criada para servir de arena de disputa política, mas adotará todo o rigor nas investigações e na responsabilização dos envolvidos”.

 “A CPMI aprovou requerimento de convocação de pessoas que trabalharam na campanha do presidente Jair Bolsonaro para que esclareçam denúncias de disseminação de fake news. Vamos apurar com todo o rigor, mas não vou permitir que a CPMI seja transformada em palanque para quem queira se vingar”, afirmou o senador, assegurando não ser governista nem de oposição. “Nosso objetivo é deixar um grande legado para o país, com uma legislação mais dura contra as fake news e uma maior proteção para a sociedade. Afinal, as fake news destroem reputações, ofendem famílias, e não podemos mais permitir que pessoas mal-intencionadas se sintam seguras por trás de um computador para continuar a fazer isso”, afirmou.

Impulsionada pelas investigações sobre o uso de candidaturas fantasmas nas eleições passadas, a crise no PSL se transformou em uma disputa interna entre partidários do presidente do partido, deputado Luciano Bivar (PE), e de Bolsonaro. O presidente da República virou alvo de ameaças e acusações de ex-aliados. A revelação da deputada Joice Hasselmann (SP), retirada por Bolsonaro da liderança do governo no Congresso, de que a difusão de fake news iniciada na campanha continua a todo vapor dentro do Planalto abalou em Brasília.

domingo, 27 de outubro de 2019

Alberto Fernández é eleito presidente da Argentina


Yahoo Notícias, 27 de outubro de 2019
 
Foto: AP/Natacha Pisarenko
Os argentinos foram às urnas neste domingo (27) para escolher um novo presidente. E o candidato peronista de centro-esquerda Alberto Fernández, que tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner, venceu as eleições presidenciais do país, com 83% das urnas apuradas e com 47% dos votos.

Fernández disputou a eleição contra o liberal de direita Mauricio Macri, que buscava a reeleição e ficou com 41% dos votos. O atual presidente já havia sido derrotado nas eleições primárias de 11 de agosto. Na ocasião, o peronista teve 49,49% dos votos válidos.

Para vencer no primeiro turno das eleições argentinas, o candidato precisa ter 45% dos votos ou 40% com dez pontos de vantagem sobre o segundo colocado.
Com o resultado, Fernández, um advogado de 60 anos, assumirá em 10 de dezembro a Presidência de um país mergulhado em uma grave crise econômica.
Começa agora um novo rumo na relação da Argentina com países vizinhos e com o mundo. Alberto Fernández, que havia enfrentado verbalmente o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, chamando-o de “racista, misógino e violento” e também pedido a libertação de Lula, mudou de tom ao longo da campanha.
Em mais de uma ocasião, depois disso, disse que não falaria mais sobre Bolsonaro nem responderia a provocações.
Na tarde deste domingo, o kirchnerista publicou uma foto no Twitter em que faz a letra L com as mãos, símbolo do movimento Lula Livre, e parabenizou o ex-presidente brasileiro pelo aniversário de 74 anos completados neste domingo.
"Também hoje faz aniversário meu amigo Lula, um homem extraordinário que está injustamente preso faz um ano e meio", escreveu Fernández. "Parabéns pra você, querido Lula. Espero te ver em breve."
Ainda que não estejam claras as linhas de sua política econômica e nem sequer tenha escolhido um ministro para a área - os mais cotados são Matias Kulfas e Roberto Lavagnan -, Fernández já definiu outros pontos.
Será contra uma nova legislação de flexibilização do trabalho, que Macri tentava aprovar no Congresso. Contrariando o FMI, será a favor da volta de alguns subsídios, da renegociação dos prazos da dívida de US$ 57 bilhões com o Fundo e da revisão do acordo do bloco com a UE.
Com relação a esse acordo em particular, Fernández já afirmou tratar-se de “uma carta de intenções”, que o atual governo teria usado para se autopropagandear.
Segundo um assessor econômico do candidato, Fernández considera que precisa ver esse acordo para que sejam retirados itens que possam prejudicar a produção nacional.
Fernández diz ser a favor da abertura de mercados, porém, “desde que não custe o trabalho dos argentinos”. Espera-se, portanto, que sua política econômica seja menos protecionista do que a da gestão de sua vice, Cristina Kirchner, mas mais protecionista do que a de Mauricio Macri.
*Com Folhapress e AFP

EM TEMPO: A vitória eleitoral da centro-esquerda argentina, as mobilizações de massa acontecidas no Equador e no Chile, a possível derrota de Trump nos EUA e de Netanyahu em Israel, é sinal que novos ventos soprarão contra o governo Bolsonaro, entreguista e agressor do meio ambiente.  


sexta-feira, 25 de outubro de 2019

Solidariedade aos levantes populares na América Latina e no Caribe!



25 de outubro de 2019
  
Comissão Política Nacional do Partido Comunista Brasileiro (PCB)

O Partido Comunista Brasileiro (PCB) manifesta com entusiasmo sua solidariedade militante a todos os povos da América Latina e Caribe que neste momento se levantam aos milhões contra o desastre neoliberal que vem sendo implantado há décadas em nossa região.

Ao mesmo tempo, protestamos com indignação contra a repressão selvagem realizada pelos governos subservientes ao imperialismo e que buscam dobrar a insubordinação popular com a brutalidade policial, a barbaridade contra a população, que inclui espancamentos generalizados, gás lacrimogêneo, gás de pimenta, balas de borracha e munição letal, o que vem resultando num verdadeiro banho de sangue com dezenas de mortos e milhares de feridos em vários países.
Os levantes populares que acontecem atualmente significam, ao mesmo tempo, o colapso da política neoliberal em nossa região, bem como uma reação do povo trabalhador contra anos de massacre aos direitos básicos, o que inclui a privatização dos bens públicos necessários à vida, como água, luz, saúde, educação, previdência, transporte, saneamento, telefone, aposentadorias, levando ao aumento brutal do custo de vida.
Esta política vem acompanhada do desmantelamento das leis trabalhistas, promovendo salários miseráveis, além de favorecer a ampliação da corrupção nas altas esferas das classes dominantes, fenômeno estrutural do capitalismo. Tudo isso está sendo realizado para privilegiar e encher os bolsos dos empresários, banqueiros, do agronegócio, da oligarquia financeira e dos milionários em geral. Trata-se de uma classe dominante arrogante, autoritária e truculenta com o próprio povo de seus países, mas profundamente servil aos interesses do imperialismo.

quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Óleo no Nordeste: Salles nomeou diretor para o departamento de emergências 35 dias após manchas aparecerem


                                                                                     Yahoo Notícias, 23 de outubro de 2019
Voluntária limpa óleo em praia de Salvador, na Bahia (Foto: ANTONELLO VENERI/AFP via Getty Images)







RESUMO DA NOTÍCIA
·         Última diretora foi demitida em março, e desde então o setor não tinha chefe
·         Departamento é responsável pela definição de estratégias para lidar com contaminações

O Departamento de Qualidade Ambiental e Gestão de Resíduos,     setor do   Ministério  do          Meio Ambiente responsável por lidar com emergências ambientais como a     contaminação   de       praias brasileiras com petróleo cru, não tinha um diretor quando as primeiras manchas de óleo apareceram.   O cargo, que estava vazio desde março, só foi preenchido 35 dias após o início da crise, no dia 30 de agosto.
No dia 4 de outubro, quando Luiz Gustavo Gallo Vilela foi nomeado, o petróleo já havia contaminado 136 locais em 9 estados do Nordeste. O documento que regula a "Estrutura Regimental do Ministério do Meio Ambiente" estabelece que esse departamento, subordinado à Secretaria de Qualidade Ambiental, é responsável por desenhar estratégias para lidar com emergências ambientais e "áreas contaminadas por resíduos sólidos e resíduos perigosos".
Em entrevista à GloboNews na última terça-feira (22), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que a nomeação não era essencial para a atuação do órgão, e se referiu a ela como “questões formais”:
"Não é que só começou a atuar quando virou coordenador operacional. A Marinha, o Ibama, a ANP e outros órgãos estão atuando desde o início de setembro. Portanto, não vamos confundir questões formais com questões de conteúdo. Todas as questões de mérito vinham sendo adotadas por esses órgãos que estão envolvidos”, afirmou o ministro.
A atuação do Ministério do Meio Ambiente durante a crise das manchas de óleo no litoral nordestino tem sido alvo de duras críticas da população e de ambientalistas. A pasta só ativou o Plano Nacional de Contingência (PNC) 41 dias após a primeira aparição do petróleo nas praias. O comitê executivo responsável por acionar o PNC foi extinto por Bolsonaro em abril, quando um decreto do presidente extinguiu diversos conselhos da administração federal.
O governo dos estados do Nordeste também critica a demora nas respostas do governo federal à crise. Na última sexta-feira (18), o Ministério Público Federal dos nove estados que compõem a região moveu uma ação contra a posição "omissa, inerte, ineficiente e ineficaz" do governo Bolsonaro.
O petróleo já foi encontrado em 200 locais do Nordeste e, descontentes com a atuação do governo federal, a própria população tomou para si a função de limpar as praias contaminadas.



terça-feira, 22 de outubro de 2019

Justiça brasileira não terá credibilidade com Lula preso, escrevem juízes europeus ao STF


MÔNICA BERGAMO - Folhapress, 22 de outubro de 2019
 
**ARQUIVO** CURITIBA, PR, 26.04.2019: O ex-presidente Lula (PT) concede entrevista exclusiva à Folha e ao jornal El País, em Curitiba. (Foto: Marlene Bergamo/Folhapress)












SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Uma carta aberta redigida por três ex-presidentes de cortes superiores de justiça europeias pede aos "colegas magistrados do Supremo Tribunal Federal" brasileiro que reflitam sobre "os vícios dos processos iniciados contra Lula".
O texto é assinado por Tomás Quadra-Salcedo, ex-presidente do Conselho de Estado da Espanha de 1985 a 1991 e ex-ministro da Justiça do país, por Franco Gallo, que presidiu a Corte Constitucional da Itália em 2013, e por Giuseppe Tesauro, que comandou o mesmo tribunal superior em 2014.
Eles afirmam que as revelações do site The Intercept Brasil, feitas em parceria com outros veículos de imprensa, reforçam a suspeita de que o julgamento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pode ter sido tendencioso.
"Como já foi mencionado por muitos colegas, brasileiros e de outros países do mundo, as revelações do jornalista Glenn Greenwald e sua equipe do site de informações The Intercept, em parceria com os jornais Folha de S.Paulo e El País, a revista Veja e outras mídias, reforçaram a natureza política da acusação contra Lula", diz a carta.
"Elas também confirmaram aos olhos do mundo, como sempre foi afirmado por Lula e seus advogados, o caráter tendencioso do ex-juiz Moro e do ministério público, e, como resultado, a ausência de um julgamento justo e independente contra o ex-presidente", segue o texto.
O manifesto afirma que a Operação Lava Jato se transformou em um partido político, que, além de condenar Lula, contribuiu para o impeachment da ex-presidente Dilma Roussef e para a chegada de Jair Bolsonaro ao poder.
Dizem os três juízes: "Essas revelações confirmaram que a Operação Lava Jato, sob o pretexto de combater a corrupção, se transformou em um partido político, contribuindo para a destituição de Dilma Rousseff em 2016, bem como para a perseguição política contra ao ex-presidente Lula. Essa perseguição funcionou, pois permitiu a eleição de Jair Bolsonaro para a presidência da República".

Leia abaixo a íntegra da carta:
"Aos colegas magistrados do Supremo Tribunal Federal
Como ex-presidentes de Cortes Superiores de Justiça, gostaríamos de chamar à reflexão os nossos colegas magistrados do Supremo Tribunal Federal e, mais amplamente, a opinião pública deste país para os vícios dos processos iniciados contra Lula.
Como já foi mencionado por muitos colegas, brasileiros e de outros países do mundo, as revelações do jornalista Glenn Greenwald e sua equipe do site de informações The Intercept, em parceria com os jornais Folha de S.Paulo e El País, a revista Veja e outras mídias, reforçaram a natureza política da acusação contra Lula. Elas também confirmaram aos olhos do mundo, como sempre foi afirmado por Lula e seus advogados, o caráter tendencioso do ex-juiz Moro e do ministério público, e, como resultado, a ausência de um julgamento justo e independente contra o ex-presidente.
Essas revelações confirmaram que a Operação Lava Jato, sob o pretexto de combater a corrupção, se transformou em um partido político, contribuindo para a destituição de Dilma Rousseff em 2016, bem como para a perseguição política contra ao ex-presidente Lula. Essa perseguição funcionou, pois permitiu a eleição de Jair Bolsonaro para a presidência da República.
Numa época em que as democracias são postas à prova pela ascensão da extrema direita, e especialmente no Brasil, a justiça deve ser erguida como um baluarte contra o autoritarismo e a arbitrariedade. No entanto, devido aos procedimentos ilegais e imorais adotados contra o ex-presidente Lula, a justiça brasileira hoje está passando por uma verdadeira crise de credibilidade. Portanto, é essencial que os juízes da Suprema Corte exerçam plenamente seu papel de garantidores do respeito à Constituição e ponham fim às injustiças cometidas pelos promotores e pelo ex-juiz Sergio Moro. Enquanto o ex-presidente Lula não tiver sua inocência e sua liberdade plena restabelecida, a justiça brasileira não recuperará credibilidade. A falta de confiança no sistema de justiça brasileiro está corroendo o estado de direito e a democracia, com repercussões para todos os juízes do mundo."