Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora
Desde o final de
agosto, grandes manchas de óleo atingem a costa do Nordeste. Já são mais de 200
praias atingidas e até o dia 22 de outubro foram recolhidas mais de mil
toneladas do material.
A primeira reação do
governo Bolsonaro foi, sem prova nenhuma, acusar a Venezuela de ter despejado o
óleo no litoral brasileiro e, nessa semana, seu ministro da destruição do Meio
Ambiente, Ricardo Salles, insinuou que a organização Greenpeace tinha alguma
relação com o desastre ambiental. Não satisfeito, disse ainda que o Greenpeace,
mesmo estando com um navio próximo as praias do Nordeste, não fez nada para
ajudar. E o governo, o que fez?
Enquanto estimula a
destruição da Amazônia, a grilagem em terras indígenas, acusa organizações de
defesa do meio ambiente de terroristas, o governo assiste pescadores vendo sua
fonte de subsistência ser engolida pela lama de óleo, centenas de pessoas que
se colocam como voluntárias para retirar o óleo das praias, sendo atendidas nos
hospitais, com falta de ar, dor de cabeça, dermatites de contato, entre outros
sintomas decorrentes da exposição ao óleo. Estudos já apontam que o
derramamento de óleo de petróleo, que possui altas substâncias tóxicas, vai se
sentir por décadas, com consequências graves ao ecossistema e aos seres
humanos.
O governo federal, só
depois de quase dois meses da invasão do óleo, enviou reforços para a região e
pouco antes já tinha sido acionado judicialmente através de liminar da Justiça
Federal de Pernambuco, para que implementasse uma série de medidas para recolher
o óleo e proteger áreas sensíveis.
Enquanto a lama de
óleo se espalha no litoral do Brasil, Bolsonaro faz um tour pela Ásia e Oriente
Médio e tenta fugir de sua própria lama envolvendo as baixarias com o partido
de aluguel que escolheu para ser candidato, o PSL, com as denúncias de
corrupção envolvendo sua família. De lá, se preocupa em organizar a repressão
do Estado, para tentar conter o enfrentamento contra os ataques de seu governo,
que têm piorado a cada dia as condições de vida e trabalho da classe
trabalhadora.
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