Yahoo Notícias, 27 de outubro de 2019
Os argentinos foram às urnas neste
domingo (27) para escolher um novo presidente. E o candidato peronista de centro-esquerda
Alberto Fernández, que tem como vice a ex-presidente Cristina Kirchner, venceu
as eleições presidenciais do país, com 83% das urnas apuradas e com 47% dos
votos.
Fernández disputou a eleição contra o
liberal de direita Mauricio Macri, que buscava a reeleição e ficou com 41% dos
votos. O atual presidente já havia sido derrotado nas eleições primárias de 11
de agosto. Na ocasião, o peronista teve 49,49% dos votos válidos.
Para vencer no primeiro turno das
eleições argentinas, o candidato precisa ter 45% dos votos ou 40% com dez
pontos de vantagem sobre o segundo colocado.
Com o resultado, Fernández, um
advogado de 60 anos, assumirá em 10 de dezembro a Presidência de um país
mergulhado em uma grave crise econômica.
Começa agora um novo rumo na relação
da Argentina com países vizinhos e com o mundo. Alberto Fernández, que havia
enfrentado verbalmente o presidente brasileiro Jair Bolsonaro, chamando-o de
“racista, misógino e violento” e também pedido a libertação de Lula, mudou de
tom ao longo da campanha.
Em mais de uma ocasião, depois disso,
disse que não falaria mais sobre Bolsonaro nem responderia a provocações.
Na tarde deste domingo, o
kirchnerista publicou uma foto no Twitter em que faz a letra L com as mãos,
símbolo do movimento Lula Livre, e parabenizou o ex-presidente brasileiro pelo
aniversário de 74 anos completados neste domingo.
"Também hoje faz aniversário meu
amigo Lula, um homem extraordinário que está injustamente preso faz um ano e
meio", escreveu Fernández. "Parabéns pra você, querido Lula. Espero
te ver em breve."
Ainda que não estejam claras as
linhas de sua política econômica e nem sequer tenha escolhido um ministro para
a área - os mais cotados são Matias Kulfas e Roberto Lavagnan -, Fernández já
definiu outros pontos.
Será contra uma nova legislação de
flexibilização do trabalho, que Macri tentava aprovar no Congresso.
Contrariando o FMI, será a favor da volta de alguns subsídios, da renegociação
dos prazos da dívida de US$ 57 bilhões com o Fundo e da revisão do acordo do
bloco com a UE.
Com relação a esse acordo em
particular, Fernández já afirmou tratar-se de “uma carta de intenções”, que o
atual governo teria usado para se autopropagandear.
Segundo um assessor econômico do
candidato, Fernández considera que precisa ver esse acordo para que sejam
retirados itens que possam prejudicar a produção nacional.
Fernández diz ser a favor da abertura
de mercados, porém, “desde que não custe o trabalho dos argentinos”. Espera-se,
portanto, que sua política econômica seja menos protecionista do que a da
gestão de sua vice, Cristina Kirchner, mas mais protecionista do que a de
Mauricio Macri.
*Com Folhapress e AFP
EM TEMPO: A vitória eleitoral da centro-esquerda argentina, as mobilizações de massa acontecidas no Equador e no Chile, a possível derrota de Trump nos EUA e de Netanyahu em Israel, é sinal que novos ventos soprarão contra o governo Bolsonaro, entreguista e agressor do meio ambiente.
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