quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Óleo no Nordeste: Salles nomeou diretor para o departamento de emergências 35 dias após manchas aparecerem


                                                                                     Yahoo Notícias, 23 de outubro de 2019
Voluntária limpa óleo em praia de Salvador, na Bahia (Foto: ANTONELLO VENERI/AFP via Getty Images)







RESUMO DA NOTÍCIA
·         Última diretora foi demitida em março, e desde então o setor não tinha chefe
·         Departamento é responsável pela definição de estratégias para lidar com contaminações

O Departamento de Qualidade Ambiental e Gestão de Resíduos,     setor do   Ministério  do          Meio Ambiente responsável por lidar com emergências ambientais como a     contaminação   de       praias brasileiras com petróleo cru, não tinha um diretor quando as primeiras manchas de óleo apareceram.   O cargo, que estava vazio desde março, só foi preenchido 35 dias após o início da crise, no dia 30 de agosto.
No dia 4 de outubro, quando Luiz Gustavo Gallo Vilela foi nomeado, o petróleo já havia contaminado 136 locais em 9 estados do Nordeste. O documento que regula a "Estrutura Regimental do Ministério do Meio Ambiente" estabelece que esse departamento, subordinado à Secretaria de Qualidade Ambiental, é responsável por desenhar estratégias para lidar com emergências ambientais e "áreas contaminadas por resíduos sólidos e resíduos perigosos".
Em entrevista à GloboNews na última terça-feira (22), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse que a nomeação não era essencial para a atuação do órgão, e se referiu a ela como “questões formais”:
"Não é que só começou a atuar quando virou coordenador operacional. A Marinha, o Ibama, a ANP e outros órgãos estão atuando desde o início de setembro. Portanto, não vamos confundir questões formais com questões de conteúdo. Todas as questões de mérito vinham sendo adotadas por esses órgãos que estão envolvidos”, afirmou o ministro.
A atuação do Ministério do Meio Ambiente durante a crise das manchas de óleo no litoral nordestino tem sido alvo de duras críticas da população e de ambientalistas. A pasta só ativou o Plano Nacional de Contingência (PNC) 41 dias após a primeira aparição do petróleo nas praias. O comitê executivo responsável por acionar o PNC foi extinto por Bolsonaro em abril, quando um decreto do presidente extinguiu diversos conselhos da administração federal.
O governo dos estados do Nordeste também critica a demora nas respostas do governo federal à crise. Na última sexta-feira (18), o Ministério Público Federal dos nove estados que compõem a região moveu uma ação contra a posição "omissa, inerte, ineficiente e ineficaz" do governo Bolsonaro.
O petróleo já foi encontrado em 200 locais do Nordeste e, descontentes com a atuação do governo federal, a própria população tomou para si a função de limpar as praias contaminadas.



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