Os governadores do
Nordeste divulgaram, na manhã deste domingo (30), carta sobre os diálogos entre
membros do Judiciário e do Ministério Público, publicados pelo site Intercept
Brasil e outros veículos de comunicação; no documento, eles cobram “a pronta e ágil
apuração de tudo, com independência e transparência” e "a revisão ou
anulação de todo e qualquer julgamento realizado fora da legalidade"; Leia
a íntegra
Rede Brasil Atual - Os governadores do
Nordeste divulgaram, na manhã deste domingo (30), uma carta sobre os diálogos
entre membros do Judiciário e do Ministério Público, publicados pelo site
Intercept Brasil e outros veículos de comunicação. No documento, eles cobram “a
pronta e ágil apuração de tudo, com independência e transparência”. Leia a
íntegra da carta:
“CARTA DOS GOVERNADORES DO
NORDESTE
30 de junho de 2019
ABUSOS DEVEM SER INVESTIGADOS
30 de junho de 2019
ABUSOS DEVEM SER INVESTIGADOS
As seguidas revelações de conversas e acordos informais entre membros do Judiciário e do Ministério Público, em Curitiba, divulgadas pelo TheIntercept.com e outros veículos de comunicação, são de muita gravidade. As conversas anormais configuram um flagrante desrespeito às leis, como se os fins justificassem os meios.
Não se trata de
pequenos erros; são vidas de seres humanos e suas histórias que se revelam
alteradas em julgamentos fora das regras constitucionais, legais e éticas.
Todos sabem que um juiz deve ser imparcial e por isso não pode se juntar com
uma das partes para prejudicar a outra parte. Acreditamos que a defesa da real
imparcialidade dos juízes é um tema de alto interesse inclusive para eles
próprios. Assim, manifestamos nossa confiança de que a imensa maioria dos
magistrados e membros do Ministério Público que, com seriedade e respeito à lei
fazem o verdadeiro combate à corrupção e outros crimes, podem apoiar as
necessárias investigações nesse caso.
Agora, um dos
trechos das conversas divulgadas destacam o Procurador Deltan Dallagnol
sugerindo busca e apreensão na residência do hoje Senador pela Bahia, Jaques
Wagner. E a justificativa do coordenador da Lava Jato? “Questão simbólica”, ou
seja, ao lixo o direito. É mais uma revelação de extrema gravidade.
É inadmissível uma
atuação que se denuncia ilegal entre membros do Ministério Público e do
Judiciário, combinando previamente passos de uma importante investigação, com o
intuito de perseguir e prender pessoas. Em discurso recente, na Cúpula
Pan-Americana de Juízes, o Papa Francisco já demonstrou a sua preocupação com
atos abusivos e de perseguição por meio de processos judiciais sem base
legítima.Reivindicamos a pronta e ágil apuração de tudo, com independência e
transparência. É preciso também avaliar o afastamento dos envolvidos.
Defendemos, ainda, a revisão ou anulação de todo e qualquer julgamento
realizado fora da legalidade.
Outrossim,
sublinhamos a relevância de o Congresso Nacional concluir a votação do Projeto
de Lei sobre Abuso de Autoridade.
Apoiamos firmemente
o combate à corrupção, porém consideramos que também é uma forma de corrupção
conduzir processos jurídicos desrespeitando deliberadamente a lei.
Governadores do Nordeste do Brasil”