Yahoo Notícias. 26 de junho de 2019
O avião de apoio que
transportou o militar aguardaria a escala do presidente, programada para o
final de semana. (Foto: Reprodução)
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RESUMO DA NOTÍCIA
· Sargento em avião da comitiva de Bolsonaro ao G20 foi preso em flagrante com 39kg de cocaína, na Espanha
· Abaixo, detalhes da detenção e a repercussão sobre o caso
Um militar da Aeronáutica brasileira foi detido nesta terça-feira (25) no
aeroporto de Sevilha, na Espanha, por suspeita de tráfico de drogas. Com ele, foram apreendidos 39
kg de cocaína.
Segundo o ministério da Defesa, os
fatos estão sendo apurados em um Inquérito Policial Militar.
O sargento integrava a comitiva de
militares que presta apoio à viagem do presidente Jair Bolsonaro, que vai
participar em Tóquio, no Japão, da reunião do G20.
O que já se sabe
sobre a prisão do militar da FAB:
Quem é o militar
preso com cocaína que integrava a equipe de viagem do presidente Bolsonaro?
Ele possui a patente de segundo
sargento da Força Aérea Brasileira (FAB), tem 38 anos e é casado. Até o
momento, apenas as iniciais de M.R.S. foram divulgadas. Ele fazia parte da
comitiva de 21 militares que dá suporte à viagem do presidente Jair Bolsonaro,
que está em deslocamento rumo a Tóquio, no Japão, para participar da reunião do
G20. Segundo o vice-presidente, Hamilton Mourão, o sargento era taifeiro, ou
seja, atuaria no serviço de copa da aeronave presidencial.
Como e onde o
militar foi preso?
A detenção do sargento ocorreu nesta
terça durante um controle aduaneiro de rotina realizado no aeroporto de
Sevilha, no sul da Espanha. Ele estava no avião da FAB, um Embraer 190, do
Grupo Especial de Transporte da FAB, que fez uma escala na cidade espanhola.
A droga estava no
mesmo avião que transportava o presidente?
Não. O presidente Bolsonaro, que
embarcou na noite desta terça, não estava na mesma aeronave do sargento.
Como a droga foi
localizada?
De acordo com a Guarda Civil, força
de segurança responsável pelo controle alfandegário na Espanha, os 39 kg de
cocaína estavam divididos em 37 pacotes e escondidos numa maleta. Após a
localização da droga, o militar ficou detido no prédio da Guarda, e os demais
militares seguiram viagem ao Japão. O caso será levado à Justiça local ainda
nesta quarta (26).
O militar vai
responder na Justiça por qual crime?
O sargento deve ser investigado pelo
crime de tráfico de drogas. O Código Penal espanhol descreve o delito como
crime contra a saúde pública. O governo ainda não sabe se o militar vai ficar
preso no país europeu ou se terá uma extradição imediata. O Itamaraty e
Ministério da Defesa estão tratando do caso diretamente via a Embaixada do
Brasil em Madri.
O que a polícia
espanhola diz sobre o destino da droga?
Investigadores disseram à imprensa
espanhola que o destino final da cocaína seria a Espanha. Ainda não se sabe
quem receberia a droga e se o militar seria pago pelo transporte.
A detenção afetou a
viagem do presidente?
Após a prisão do sargento, o avião do
presidente Jair Bolsonaro mudou a rota de viagem. Ele decolaria de Brasília
rumo a Sevilha para, na sequência, seguir viagem ao Japão. No final da noite
desta terça, a agenda oficial do presidente divulgada no site do Planalto
passou a mostrar Lisboa, a capital de Portugal, como local de escala. A
assessoria do presidente não explicou se a mudança da rota ocorreu devido à
prisão do militar.
Sim. Em 2011, um coronel da reserva
foi penalizado com a perda do posto e da patente pelo Superior Tribunal Militar
pelo tráfico de cocaína em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB). Antes, ele
já havia sido condenado pela Justiça Federal a 17 anos de prisão.
Outros dois oficiais da Aeronáutica
envolvidos no caso foram condenados a 16 anos de reclusão, cada um. Segundo os
autos, o coronel integrava uma quadrilha especializada em tráfico internacional
de drogas para a Europa, mediante a utilização de aeronaves da FAB.
O militar foi preso, em flagrante, no
dia 19 de abril de 1999, com 32 kg de cocaína, escondidos em malas de viagem,
com destino a Las Palmas, nas Ilhas Canárias.
Como foram as
reações sobre o caso?
BOLSONARO: No Twitter,
Bolsonaro disse que foi informado da detenção e determinou ao ministro da
Defesa, general de Exército Fernando Azevedo e Silva, "imediata
colaboração com a Polícia Espanhola na pronta elucidação dos fatos, cooperando
em todas as fases da investigação, bem como instauração de inquérito policial
militar".
Bolsonaro disse ainda que as Forças
Armadas têm em seu contingente "cerca de 300 mil homens e mulheres
formados nos íntegros princípios da ética e da moralidade" e que, caso o
envolvimento do militar venha a ser comprovado, que ele seja "julgado e
condenado na forma da lei".
HAMILTON MOURÃO: O
presidente interino caracterizou o sargento preso como uma "mula
qualificada". "É óbvio que, pela quantidade de droga que o cara tava
levando, ele não comprou na esquina e levou, né? Ele estava trabalhando como
mula. Uma mula qualificada, vamos colocar assim", disse.
O presidente interino ressaltou que
as Forças Armadas não estão imunes ao tráfico de drogas e que o militar preso
receberá uma "punição bem pesada"."As Forças Armadas não estão
imunes a esse flagelo da droga. Isso não é a primeira vez que acontece, seja na
Marinha, seja no Exército, seja na Força Aérea. Agora, a legislação vai cumprir
o seu papel e esse elemento vai ser julgado por tráfico internacional de drogas
e vai ter uma punição bem pesada", disse.
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