Lutar contra o governo Bolsonaro e contra o capital!
No dia 25 de novembro, Dia Internacional de Não Violência Contra as Mulheres, iniciou-se uma jornada de 16 dias de ativismo pelo fim da violência sistemática contra as mulheres. O dia foi estabelecido no primeiro encontro feminista da América Latina e do Caribe, que aconteceu em julho de 1981 em Bogotá e remete à memória das irmãs Mirabal (Minerva, Pátria e Maria Teresa) – “ Las Mariposas ”, como eram conhecidas clandestinamente.
Elas foram brutalmente assassinadas devido à luta
contra a ditadura sanguinária de Rafael Trujillo, na República Dominicana (1930
– 1961), um dos regimes ditatoriais mais violentos da América Latina.
No Brasil, os dias de
ativismo começam no dia 20 de novembro, dia da Consciência Negra, que remete à
morte de Zumbi dos Palmares e a toda história de resistência e enfrentamento à
escravidão pelos povos africanos e afro-brasileiros. Lutas e organizações foram
protagonizadas por diversas mulheres negras, como Acotirene, conselheira e
dirigente do Quilombo dos Palmares e Zeferina, exímia estrategista e
organizadora do Quilombo do Urubu.
Em uma conjuntura tão
adversa para a classe trabalhadora, principalmente para as mulheres, população
LGBT, população negra e povos indígenas, retomar a história tanto das irmãs
Mirabal, contra a ditadura militar, quanto de Zeferina e Acotirene contra a
escravidão é parte fundamental da disputa da memória de combatividade das
mulheres e dos povos negros e indígenas no Brasil e na América Latina.
O governo reacionário de Bolsonaro, Mourão e Guedes, com suas medidas ultraliberais e protofascistas, foi responsável por um genocídio. Suas políticas de ampliação da contaminação pela a COVID-19 e negação das medidas científicas de controle, aliaram-se ao aumento da fome e do custo de vida, ao avanço das privatizações das empresas públicas, do desemprego e da desassistência dos serviços sociais e de saúde. No último trimestre de 2020, 8,5 milhões de mulheres perderam seus empregos, enquanto 116 milhões de brasileiros estão em situação de insegurança alimentar e 19 milhões passam fome.
As reformas trabalhistas e da previdência, junto com a
retirada de outros direitos durante a pandemia, facilitam o assédio moral e as
violências físicas e sexuais no trabalho, nos lares e nos espaços públicos, ao
diminuir ou retirar a autonomia financeira de milhares de mulheres.