O mundo vive a maior pandemia do século
combinada com os efeitos da crise capitalista iniciada em 2008, crescimento do
neofascismo e aumento da pobreza, miséria, fome, desemprego e precariedade. A
pandemia deixou claro como até nos países ricos, como Itália e Reino Unido, os
anos de ofensiva da burguesia e ataque aos trabalhadores – resumidos no título
de neoliberalismo – aumentaram as condições de caos e barbárie. O Brasil não
foge à regra do mundo capitalista.
Nosso país vive uma piora significativa das condições de vida do povo
trabalhador desde 2015 até agora – passando pelo golpe de 2016, governo
antipopular de Michel Temer e eleição do liberal-fascista Jair Bolsonaro, Paulo
Guedes e aliados. Nosso país tem metade da população passando fome; mais de 15
milhões de desempregados (e outros milhões na informalidade); destruição dos
serviços públicos na saúde, educação, cultura e demais políticas públicas;
crescimento recorde da pobreza, miséria e das desigualdades; ataque à soberania
nacional, entrega das riquezas naturais, privatização de empresas públicas
estratégicas (como Correios e Eletrobras); tentativa de extermínio dos povos
originários, quilombolas, comunidades tradicionais e povos das florestas;
aumento do custo de vida com disparada do preço da alimentação e combustíveis
etc.
A lista de tragédias provocadas pelo ataque da burguesia, dos ricos,
materializado no Governo Bolsonaro, Paulo Guedes e aliados é gigantesca. É
parte desse quadro político e econômico o genocídio em curso que já matou mais
de 600 mil brasileiros. Nessa altura do campeonato, não restam mais dúvidas de
que o bolsonarismo usou e usa a pandemia do covid-19 como uma arma de
extermínio contra o povo trabalhador– política que não é só da cabeça de Jair
Bolsonaro, mas espelha a declaração de vários membros da burguesia brasileira
que, em nome do lucro, falaram que a economia “não pode parar”.
Em Pernambuco, embora não tenhamos um governo que se diga aliado do
Bolsonarismo, o histórico do PSB e do Governo Paulo Câmara é se omitir ou contribuir
com essa guerra da burguesia ao povo trabalhador. Senão vejamos:
1- O PSB teve papel central no golpe de 2016 e na aprovação das contrarreformas
no governo Michel Temer – como o teto de gastos que todo ano, por exemplo,
retira bilhões da saúde – e, se no plano cultural e dos costumes, não atua
igual Bolsonaro, no âmbito da política econômica, é difícil achar as diferenças
entre Paulo Câmara e Paulo Guedes.
Nosso estado tem mais de 21% de desemprego em sua região metropolitana, um
histórico de abandono e sucateamento dos serviços públicos (um bom exemplo é
metade dos professores do estado estarem na situação de contratos precários e
não concurso público), aumento constante do preço do transporte público com
piora da qualidade, mais de 1700 obras paradas, o número de pessoas em moradias
precárias e inadequadas cresceu 27% nos últimos 10 anos, mais de 2 milhões de
pernambucanos estão em situação de fome/insegurança alimentar e Recife ocupa o
vergonhoso lugar de capital com maior desigualdade social do Brasil.
O Governo do
PSB se especializou em mostrar um Pernambuco que só existe em suas propagandas
de marketing: um Pernambuco sem fome, desemprego, pobreza, miséria, violência e
precariedade crescente.
O Governo do PSB e aliados – inclusive partidos ditos progressistas – é uma
tragédia para o povo trabalhador do estado, mas um paraíso para as
construtoras, empresas de ônibus, usineiros, especuladores e os ricos em geral.
O PSB de Miguel Arraes não existe mais. O que existe é uma oligarquia familiar
rica fazendo um governo com e para os ricos. Disputando com o PSB, temos, por
outro lado, grupos políticos que representam os mesmos interesses econômicos e
de classe: Raquel Lyra, Miguel Coelho, Anderson Ferreira e os outros nomes da
direita brigam pelo governo para continuar atacando o povo trabalhador e
piorando suas condições de vida.
2- As lutas
populares tocadas em Pernambuco, com protagonismo do estado entre os atos
nacionais pelo Fora Bolsonaro e Mourão, precisam também se expressar ano que
vem, no debate eleitoral, nas urnas.
Nosso estado precisa de um projeto
político que se apresente na arena eleitoral falando do passe livre e
estatização do sistema de transporte; política séria e robusta de moradia
popular e direito à cidade; combate à violência policial, ao encarceramento em
massa e ao racismo institucional; fortalecimento real dos serviços públicos e
defesa dos trabalhadores/as do setor; defesa, recuperação e valorização da UPE
e dos órgãos estaduais de desenvolvimento da pesquisa científica; reforma
agrária, combate à fome, enfrentamento à exploração no campo e ao poder dos usineiros
e latifundiários; políticas públicas de combate ao feminicídio e a todas as
formas de violência contra a mulher; defesa da população LGBT com promoção de
políticas de igualdade e combate à violência LGBTfóbica; em suma, um programa
político radical, popular, revolucionário e socialista.
Nosso estado não pode ficar refém do falso dilema: oposição de direita – a
maioria aliada ao bolsonarismo – ou continuísmo do PSB. O Partido Comunista
Brasileiro reafirma seu compromisso de também nas eleições lutar pela
organização do povo trabalhador, elevar a consciência da nossa classe e
apresentar um programa socialista para Pernambuco. Pernambuco terá alternativa!
Nossa participação nas eleições será, assim, um momento de trabalho de base, de
difusão da necessidade do socialismo e de fortalecimento da organização popular
e das lutas da classe trabalhadora, pois só com a perspectiva de massificação
da luta revolucionária alcançando os mais diversos setores explorados será
possível derrotar o governo Bolsonaro e Mourão e as classes
dominantes.
Conclamamos toda militância, lutadoras e lutadores do povo, sindicatos,
movimentos populares, movimentos de cultura, povos de terreiro, povos
originários, em suma, todos os explorados e oprimidos para construir essa
alternativa junto com os comunistas.
Lutar, criar, poder popular!
Pernambuco para o povo trabalhador!
Partido Comunista Brasileiro - PE
Nenhum comentário:
Postar um comentário