Neste sábado, 22 de
janeiro, o Partido Comunista Brasileiro reuniu sua militância de todas as
regiões do estado de São Paulo para uma discussão aprofundada sobre a
conjuntura e as eleições de 2022.
Contamos com o ânimo
e a disciplina de centenas de camaradas, que debateram os dilemas e desafios
colocados para as trabalhadoras e trabalhadores paulistas e de todo o país
nessa época de agudo acirramento da desigualdade e do antagonismo entres as
classes sociais. Avaliamos que 2022 será um ano desafiador, repleto de
múltiplas lutas dos setores explorados e oprimidos da sociedade, além de uma
série de esperados duros ataques por parte dos governos Bolsonaro e Dória.
A luta coletiva e
organizada é a única saída para a classe trabalhadora diante de um cenário de
aumento da fome, do desemprego, da desvalorização dos salários, do aumento do
custo de moradia e de vida, do reajuste das tarifas dos transportes públicos,
da precarização da saúde e da educação públicas. Todas essas mazelas se
combinam com o fortalecimento da violência conservadora e do aparato repressor
do Estado, e mais tantas outras pioras nas condições de existência do povo
pobre, que são resultado da necessidade dos bilionários e multimilionários de
acumular cada vez mais riqueza privada.
Por isso mesmo, não é
aceitável que adiemos para outubro de 2022 as respostas para os dramas da
grande maioria trabalhadora da população: é preciso construir desde já, por
meio da agitação política, a unificação das lutas e forças populares sob uma
plataforma anticapitalista e anti-imperialista que responda às necessidades das
lutas sociais.
Recusamos a política
que sacrifica a organização da luta popular de massas em nome de promessas
eleitoreiras – quem fizer essa política, contribuirá para despolitizar,
despreparar e desarmar a classe trabalhadora em sua resistência contra seus
algozes: os grandes capitalistas brasileiros e seus representantes políticos! A
classe trabalhadora só pode obter aquilo que lhe diz respeito por meio da luta
independente, sem conciliação e sem ilusões!
Constituir a
independência da classe trabalhadora significa recusar a priorização da
institucionalidade em detrimento da luta coletiva organizada; significa recusar
acordos com os latifundiários, os especuladores, os banqueiros, os grandes
empresários que sugam e exploram a classe trabalhadora.
Significa fazer das
lutas institucionais um instrumento a serviço das lutas de classes,
potencializando e pondo no centro da agenda política o movimento de massas. Não
nos iludimos quanto aos limites históricos desse Estado, dessa política
institucional burguesa: a solução para os problemas da classe trabalhadora virá
pelas mãos da própria classe trabalhadora, por meio do Poder Popular e da
revolução brasileira.
Ao mesmo tempo, não
menosprezamos o papel das lutas eleitorais e parlamentares para a obtenção de
melhorias imediatas das condições de vida das maiorias exploradas, bem como o
papel dessas lutas no processo de ampliação da organização e da consciência
revolucionária da classe trabalhadora! Na luta contra a depreciação do salário
dos trabalhadores, contra o desemprego e pela redução da jornada de trabalho;
na luta por moradia popular; na luta pela reforma agrária; na luta por um
sistema de saúde inteiramente público; na luta pelo abastecimento emergencial
do povo pobre e faminto, contra o racismo, o machismo e a homofobia que vitimam
diariamente milhares de paulistanos e paulistanas pobres – para essas e muitas
outras lutas que estão no centro de nossas preocupações, os comunistas
mobilizarão todas as armas à sua disposição, inclusive a luta política por meio
da institucionalidade vigente.
Com base nessas
considerações, o PCB decidiu intervir desde já no pleito eleitoral de 2022, de
modo a contribuir ao máximo para a construção da força e da independência
política da classe proletária. É nesse sentido que apresentamos a
pré-candidatura do camarada Gabriel Colombo para o governo do estado de São
Paulo.
Gabriel Colombo é
agrônomo de formação, foi dirigente da Associação Nacional de Pós-Graduandos
(ANPG) quando cursava o mestrado em Ecologia Aplicada e é militante do PCB
desde 2015, tendo participado ativamente das lutas populares e do ciclo de
lutas aberto com a crise capitalista de 2008 e, mais especificamente no Brasil,
com as jornadas de junho de 2013.
Residente na cidade
de Piracicaba, no interior paulista, Gabriel Colombo cerra fileiras diariamente
com as lutas populares da região, seja na luta por moradia popular digna contra
os especuladores urbanos, seja na luta pela terra contra os barões do
agronegócio.
O camarada Gabriel
Colombo dará voz às lutas e demandas não apenas das classes exploradas da
capital paulista, mas também às tão invisibilizadas e marginalizadas lutas das
classes trabalhadoras do interior do estado, sempre preteridas sob o jugo das
oligarquias locais e secundarizadas diante das demandas da burguesia
internacionalizada da capital; classes que sofrem na pele, simultaneamente, as
agudas contradições da urbanização acelerada, da desindustrialização e da crise
social capitalista no campo.
O camarada Colombo
cumprirá a tarefa de apresentar o programa do PCB, sustentando um ponto de
vista revolucionário em meio ao debate eleitoral, defendendo as bandeiras
históricas da classe trabalhadora e expressando a certeza de que São Paulo tem
alternativa: uma alternativa comunista, em oposição não apenas aos grandes
capitalistas, divididos entre um PSDB em crise e um bolsonarismo em emergência;
uma alternativa também à esquerda conciliadora, que busca se viabilizar por meio
de alianças com os grandes empresários e com os velhos representantes políticos
das oligarquias paulistas, que não representa os anseios e necessidades da
classe trabalhadora, das parcelas oprimidas do povo e da juventude.
Essa alternativa é o
Poder Popular; essa alternativa é a reorganização socialista da sociedade pelas
mãos da classe trabalhadora! Venha construir conosco uma alternativa
anticapitalista e anti-imperialista para São Paulo. Venha construir uma
campanha comprometida com a derrota do Governo Bolsonaro e Mourão e de todos os
representantes da burguesia (João Dória e Cia. inclusos), a serviço de todas as
lutas do povo trabalhador do nosso estado, na construção de um Programa
Socialista para São Paulo.
Lutar, criar, Poder Popular!
São Paulo para o povo trabalhador!
Partido Comunista Brasileiro – SP
EM TEMPO: À Esquerda Brasileira, digamos autêntica, está corretíssima quando lança seus candidatos aos governos estaduais, a exemplo, do pré-candidato Jones Manoel, pelo PCB e João Arnaldo, pelo PSOL, ambos aqui em Pernambuco. Mas, aqui seguem algumas sugestões:
1 - Os setores ligados à esquerda autêntica, a exemplo do PCB, PSOL, PSTU e UP devem, mesmo que tardiamente, organizarem suas próprias manifestações de rua independente da Frente Brasil Popular, ora liderada pelo PT e à CUT. Lembrando que em manifestações de rua, muito abrangentes, quer queira, quer não, faz-se, na prática, coligação com forças de todos os matizes e algumas vezes antagônicas. No entanto, no caso específico da atuação conciliatória do PT nas Eleições de 2020, aqui em Garanhuns/PE, ao se aliar com o PSB, constatamos que não há necessidade da Esquerda Autêntica se aliar com o PT nas manifestações de rua, mesmo que se tente justificar em função de uma causa maior que é o "FORA BOZO E MOURÃO". Afinal, de que adianta à esquerda autêntica participar de uma manifestação de rua, conjunta com a Frente Brasil Popular, quando o PT local e estadual, "troca figurinhas" com o Prefeito conservador Sivaldo Albino do PSB;
2 - Por outro lado a eleição presidencial deve ser analisada com muita paciência, profissionalismo e estratégia. Considerando permanentemente a necessidade do diálogo que devemos manter com as massas no terreno das suas ilusões. Afinal, política não é uma ciência exata.