Brasil 247, 30 de janeiro de 2022.
Moro ladeado por João Roberto Marinho e Ascânio
Seleme (Foto: Reprodução/Globo)
A mesma mídia que
criou e aplaudiu o personagem Moro esconde as evidências fartas do grande
escândalo que encerra a trajetória criminosa da triste figura
247 - A Operação Lava Jato não existiria sem a mídia corporativa brasileira e a adesão dos donos desta mídias, de seus comandos editoriais e de diversos jornalistas tornou-se uma referência de como o jornalismo pode ser destruído para estar a serviço da perseguição política -no caso, ao PT, à ex-presidenta Dilma Roussef e especialmente ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Depois da completa derrota da narrativa lavajatista deste segmento da imprensa, o país assiste agora à derrocada final do chefe da operação, o ex-juiz Sergio Moro, condenado como juiz suspeito e por práticas ilegais na 13ª Vara de Curitiba. Sabe-se agora que parte do butim pelo serviço foram R$ 3,7 milhões de reais em dez meses de 2021, uma receita de nada menos que R$ 10 mil reais por dia, recebidos da empresa Alvarez & Marsal, justamente a empresa que lucrou com a quebra de empresas brasileiras por meio de decisões da Lava Jato.
É um grande caso
jornalístico, de alta octanagem. Mas a mesma mídia que ergueu a Lava Jato,
agora protege seu chefe e insiste em nada publicar sobre o homem de R$ 3,7
milhões.
A foto que está no alto desta breve reportagem é de Sérgio Moro sendo aplaudido pelo então vice-presidente do Grupo Globo, João Roberto Marinho (agora presidente) e pelo então diretor de Redação de O Globo, Ascânio Seleme (agora colunista do jornal). Foi na cerimônia em que, em 18 de março de 2015, o ex-juiz suspeito recebeu os prêmios “Faz Diferença” e “Personalidade do Ano" do jornal O Globo -o motivo era sua atuação criminosa na Operação Lava-Jato.
As evidências
jornalísticas de que havia se instalado em Curitiba uma quadrilha com o
objetivo de destruir o país e o PT e seus líderes já estavam disponíveis à
época. Mas, sob a liderança do grupo Globo, veículos como Folha de S. Paulo,
Estado de S. Paulo e uma série de outros, publicavam prazerosamente os
press-releases e notícias plantadas por Moro e seu comparsa, o então promotor
Deltan Dalagnol.
Hoje, os dois personagens da foto, que ladeiam o ex-juiz, não teriam coragem de aparecer ao seu lado aplaudindo-o. Os veículos da mídia corporativa recuaram da defesa da Lava Jato, “enfiaram a viola no saco”, como afirma o ditado popular. Porém, não houve uma linha de autocrítica pela campanha sórdida.
Agora, quando Moro
está completamente desmascarado e o escândalo da propina em forma de “salários”
explode, todos os veículos da mídia corporativa cumprem um pacto de
silêncio.
Como perguntou pelo Twitter o
jornalista Xico Sá há dois dias: “Imagina se aquele duto do jornal nacional,
imagem da corrupção do Brasil por anos, tivesse que engolir de volta a grana
que o ex-juiz papou por causa do comercial que fez da lava jato?".
Não há “dutos” nem
manchetes, boletins, notícias em destaque, nada. Notas esparsas aqui e ali,
tímidas, envergonhadas. A mídia corporativa afunda com o personagem que
inventou, aplaudiu e ajudou a destruir o país.
EM TEMPO: O combate a corrupção é necessário, mas não se deve cometer crime, nem aplicar a corrupção de estado, não misturar com política e sem o devido processo legal. No é isso, "Marreco de Curitiba".
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