O GLOBO - Rayanderson Guerra e Bianca Gomes
dom., 30 de janeiro de 2022 7:16 AM
RIO E SÃO PAULO - Em meio à rejeição
crescente a Jair Bolsonaro (PL), integrantes do Centrão, bloco aliado ao
governo, já defendem abertamente o apoio ao principal adversário do titular do
Palácio do Planalto na disputa: o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
que aparece à frente nas pesquisas eleitorais. Lideranças dos partidos nos
estados, prefeitos e deputados ouvidos pelo GLOBO avaliam que, apesar do
alinhamento nacional, as costuras locais, a popularidade do petista,
especialmente no Nordeste, e o negacionismo presidencial na pandemia devem
decidir os rumos das alianças.
Pesquisa Datafolha divulgada em
dezembro apontou que a atual gestão é rejeitada por 53% da população, o patamar
mais alto desde o início do mandato. Na ocasião, Lula apareceu com 48% das
intenções de voto, contra 22% de Bolsonaro. Há duas semanas, o mesmo instituto
revelou que 58% dos brasileiros acreditam que o presidente atrapalhou a
vacinação de crianças contra a Covid-19. Em função dos reflexos negativos da
conduta, aliados vêm tentando demovê-lo das críticas insistentes à imunização —
por ora, a iniciativa não alcançou sucesso.
Dissidências às claras
Os exemplos de debandada vêm se
avolumando pelo país. Prefeito de Nova Iguaçu, quarto maior colégio eleitoral
do Rio, Rogério Lisboa (PP) vai apostar na dobradinha entre Lula e o governador
Cláudio Castro, que tentará a reeleição pelo PL, sigla do presidente (Bozo - grifo nosso).
Além disso, as movimentações pró-Lula também
ficaram explícitas no giro do petista por seis estados do Nordeste, em agosto
do ano passado. Na Bahia, o vice-governador João Leão (PP), aliado histórico do
PT na região, reuniu-se com o ex-presidente e divulgou a imagem nas redes
sociais. Leão é apontado como possível candidato ao Senado na aliança que terá
o senador Jaques Wagner (PT) como nome à sucessão do governador Rui Costa (PT).
A pressão do comando nacional para que o vice seja candidato ao Executivo não
vem surtindo efeito. “Tenho grande amizade, admiração e respeito ao líder
político que Luiz Inácio Lula da Silva é para o Brasil. Estamos juntos com
Lula”, disse durante a visita.
EM TEMPO: É isso aí Bozo e agora o Moro. Há um ditado popular que diz: "um dia é do caçador outro dia é o da caça".
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