sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025

Congressistas americanos reagem à humilhação histórica de Zelensky na Casa Branca

 

Congresso dos Estados Unidos (Foto: Scott Applewhite / Pool via Reuters )








O encontro degenerou em uma troca de palavras acalorada, com Donald Trump criticando publicamente o presidente ucraniano por sua postura nas negociações

28 de fevereiro de 2025 

Por  Leonardo Lucena

247 - Legisladores do Congresso dos Estados Unidos reagiram com preocupação e críticas ao tenso confronto entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o presidente americano, Donald Trump, durante um encontro no Salão Oval na sexta-feira. O episódio, que terminou com a saída antecipada de Zelensky da Casa Branca e o cancelamento de um acordo bilateral sobre minerais estratégicos, foi descrito por alguns congressistas como uma "humilhação histórica" para o líder ucraniano.

O confronto ocorreu durante uma reunião que deveria selar um acordo entre os dois países para a exploração de minerais de terras raras na Ucrânia, um recurso crucial para a indústria de tecnologia e defesa. No entanto, o encontro degenerou em uma troca de palavras acalorada, com Trump criticando publicamente Zelensky por sua postura nas negociações.

"Ele não está pronto para a paz se os Estados Unidos estiverem envolvidos", escreveu Trump em sua rede social Truth Social após o encontro. "Ele sente que nosso envolvimento lhe dá uma grande vantagem nas negociações."

A repórter da Fox News, Jacqui Heinrich, citando uma fonte da Casa Branca, relatou que Zelensky não deixou o local por vontade própria, mas foi "convidado a sair" por Trump. A fonte afirmou que a equipe ucraniana tentou "reiniciar" o diálogo, mas foi informada de que Zelensky deveria retornar apenas quando estivesse "pronto para a paz".

Reações no Congresso

A reação no Congresso foi imediata. Legisladores democratas expressaram indignação com o tratamento dado a Zelensky, um aliado estratégico dos Estados Unidos. "A humilhação pública de um líder aliado é inaceitável e prejudica nossa credibilidade internacional", afirmou o senador Chris Murphy, membro do Comitê de Relações Exteriores do Senado.

Já os republicanos, em sua maioria, apoiaram a postura firme de Trump. O senador Marco Rubio, que participou de reuniões com a delegação ucraniana, defendeu que o presidente americano estava apenas "protegendo os interesses dos EUA". 

Impacto no acordo de minerais

O acordo de minerais, que seria um marco na cooperação econômica entre os dois países, agora está em suspenso. A Ucrânia possui algumas das maiores reservas de lítio e outros minerais estratégicos da Europa, essenciais para a produção de baterias e tecnologias verdes. No entanto, o desenvolvimento desses recursos ainda está em estágios iniciais, com pesquisas ambientais em andamento em campos cobertos de neve no centro do país.

Analistas alertam que o episódio pode ter consequências de longo prazo para as relações bilaterais. "A Ucrânia precisa de apoio internacional, mas esse tipo de confronto público só serve para minar a confiança entre os dois países", disse Heather Conley, especialista em relações internacionais.

Enquanto isso, Zelensky retornou a Kiev sem comentar publicamente o ocorrido. Seu governo, no entanto, emitiu uma nota reafirmando o compromisso da Ucrânia com a paz e a cooperação internacional (com Reuters).

EM TEMPO: Zelensky é capaz de provocar a Terceira Guerra Mundial. Trump já percebeu e quer frear essa ação maluca do neonazi Zelensky. Mas, há um detalhe nos governos dos EUA, o qual consiste em: os Democratas (Biden e os neocons) promoveram uma guerra e os Republicanos (Trump e outros) querem acabar. Lembrando que o filho de Biden tem negócios na Ucrânia. OK, Moçada!

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2025

Guarda Municipal armada = mais violência contra trabalhadores



 










União da Juventude Comunista RJ

Na mesma semana em que as escolas do município do Rio de Janeiro são obrigadas a cancelar aulas por falta de ambientes climatizados e em que a classe trabalhadora enfrenta ônibus sem ar condicionado em temperaturas extremas, Eduardo Paes anuncia a proposta de lei de criação da Guarda Municipal Armada.

A tática utilizada pelo “prefeito da galera” é própria do fascismo e de seus representantes no Rio: utilizará a violência de Estado contra a juventude negra e o povo trabalhador da cidade numa campanha eleitoral antecipada, que visa a disputa do governo do estado em 2026. No contexto de crise do capitalismo em uma cidade como a nossa, marcado pelo racismo, terrorismo de Estado, chacinas eleitorais, pela precarização estrutural do trabalho e outras expressões brutais da luta de classes, a criação da Guarda Municipal Armada se soma às forças repressivas do Estado com poder letal.

Um dos papéis da Guarda de Eduardo Paes tem sido a violência sistemática e cotidiana contra trabalhadores e trabalhadoras informais, que só têm a rua para ganhar o seu sustento, como ambulantes e camelôs. Se já vemos cenas brutais de violência contra esses/as trabalhadores/as, veremos a sua intensificação e maior letalidade. Constantemente, a Guarda Municipal é também acionada para reprimir atividades culturais em territórios em que essas expressões culturais fazem da rua o seu espaço de existência. Agora essa Guarda poderá utilizar armas de fogo contra essas atividades.

Toda a geração carioca que nasceu nos anos 1990 e 2000 nasceu e cresceu em meio a um projeto extremamente articulado de fortalecimento dos braços armados do Estado na capital do Rio de Janeiro: as guardas, as polícias e as milícias. Se somarmos a força bruta armada ao sucateamento, privatização e propina para benefício de pequenos grupos empresariais e famílias da política fluminense, temos o retrato da Cidade Maravilhosa. Eduardo Paes quer uma “Polícia Militar” municipal para chamar de sua, esse é o seu verdadeiro projeto!

A população trabalhadora não aguenta mais trocar seis por meia dúzia. Precisamos construir uma alternativa à esquerda para o Rio de Janeiro que apresente um programa político de desmilitarização da segurança pública e de fortalecimento dos espaços de construção popular do governo!

ORGANIZE SUA REVOLTA NA UJC!
É NÓS POR NÓS!

domingo, 23 de fevereiro de 2025

"Enfim foi quebrado o gelo entre Rússia e Estados Unidos", diz Pepe Escobar

Um dos principais analistas geopolíticos do mundo relata bastidores das negociações em Riad e os desafios diplomáticos entre Washington e Moscou

23 de fevereiro de 2025

 
(Foto: Brasil247)

 

Redação Brasil 247




247 - O jornalista Pepe Escobar, um dos mais renomados analistas geopolíticos do mundo, afirmou que, com o encontro entre Rússia e Estados Unidos em Riad, "enfim foi quebrado o gelo" entre as duas potências na busca por uma possível solução para a guerra na Ucrânia. Em vídeo publicado em seu canal no YouTube, ele detalhou os bastidores das negociações e compartilhou suas impressões após uma nova visita ao Donbass, onde testemunhou mudanças no front de batalha e o impacto do conflito sobre a população local.

Escobar explicou que sua ida à região oriental da Ucrânia, sob controle russo, coincidiu com a Conferência de Segurança de Munique. "Se eu estivesse no Ocidente, teria ido a Munique. Como estou na Rússia, fui ao centro das discussões, que é o Donbass", destacou. Segundo ele, o encontro em Riad, realizado pouco depois de sua volta a Moscou, mobilizou a atenção da diplomacia russa. "Foram quatro horas de negociações intensas, e a decisão final caberá ao presidente Putin", afirmou.

O Donbass em meio à guerra e à reconstrução

Na terceira visita à região em um ano, Escobar observou um contraste entre a destruição causada pelos combates e os esforços de reconstrução nas cidades retomadas pelos russos. Ele revisitou Avdiivka, uma fortaleza ucraniana conquistada há cerca de um ano, e encontrou sinais do início da reconstrução. "Blocos de apartamentos completamente destruídos já estão sendo renovados", disse, mencionando relatos de moradores que sobreviveram meses em porões, sem acesso a água ou eletricidade.

Em Donetsk, o jornalista notou sinais de normalização da vida urbana. "Fui a um bar underground onde rappers locais recitavam suas letras no smartphone, algo impensável meses atrás", descreveu. Além disso, observou que a movimentação econômica na cidade está em alta, com a chegada de novos negócios e carros chineses circulando pelas ruas.

Mudanças no front e expectativas russas

Conversando com militares russos, Escobar ouviu relatos sobre a evolução do conflito e as expectativas para os próximos meses. "Eles sabem que a guerra será decidida no campo de batalha e acreditam que novos avanços virão", afirmou. Ele mencionou um encontro com comandantes a poucos quilômetros da linha de combate, onde estratégias para futuros ataques foram discutidas.

Um dos temas centrais foi a demora na autorização para uma ofensiva final contra as forças ucranianas. "Alguns militares acreditam que essa ordem já deveria ter sido dada, mas há divisões dentro do Ministério da Defesa sobre o melhor momento para agir", explicou. 

O impacto das negociações entre Rússia e Estados Unidos

Sobre o encontro entre representantes de Moscou e Washington, Escobar afirmou que, embora o gelo tenha sido quebrado, ainda há um longo caminho até um possível acordo. "Putin é quem determinará quem será o principal negociador russo. Os americanos, por outro lado, enfrentarão forte pressão do deep state para não fazer concessões", afirmou.

Ele destacou que a guerra na Ucrânia não é apenas um conflito entre Moscou e Kiev, mas um embate que envolve toda a aliança ocidental. "Os europeus, que se alinharam cegamente a Washington, agora começam a perceber que terão que pagar a conta", analisou. Segundo ele, enquanto EUA e Rússia negociavam discretamente em Riad, líderes da França e da Alemanha se reuniam em Paris para tentar salvar o apoio à Ucrânia. "Foi a cúpula dos desesperados, onde se discutia o envio de mais armas e dinheiro que eles não têm", ironizou. 

O futuro do equilíbrio global

Para Escobar, a influência global dos Estados Unidos ainda é poderosa, mas enfrenta desafios crescentes. "O soft power americano continua forte, mas está sendo contestado por novas realidades, especialmente no Sul Global e com o fortalecimento dos BRICS", apontou.

Ele acredita que o desfecho da guerra na Ucrânia dependerá das eleições nos Estados Unidos e da política externa de Donald Trump. "O ex-presidente já indicou que quer eleições na Ucrânia, o que pode mudar o jogo", afirmou, acrescentando que Londres já prepara um substituto para Zelensky.

Por fim, o jornalista revelou que sua próxima viagem será ao Líbano, onde pretende conversar com líderes do chamado "Eixo da Resistência". "Vou onde está a ação", concluiu. Assista:

https://www.youtube.com/watch?v=JvlcWnY-6Z0&t=3s

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

JD Vance diz que a Ucrânia não existiria sem a generosidade dos EUA

'Não saia em uma turnê falando mal de Donald Trump. Isso é insultante, estúpido', afirmou o vice-presidente americano em recado a Volodymyr Zelensky

20 de fevereiro de 2025

JD Vance (Foto: Reuters)


 


Por  Leonardo Lucena






247 - O vice-presidente dos Estados Unidos, JD Vance, afirmou em uma entrevista que a Ucrânia não existiria sem o apoio dos EUA e sugeriu que o país europeu agradecesse a Washington em vez de insultar o presidente Donald Trump (Partido Republicano), da extrema-direita norte-americana. 

“O país de [Volodymyr Zelensky] não existiria sem a generosidade dos [EUA]. Então, diga obrigado e, se discordar do presidente [Trump], pegue o telefone e ligue para ele ou para um de nossos grandes diplomatas. Não saia em uma turnê pela mídia na Europa falando mal do presidente dos Estados Unidos. Isso é insultante... E, aliás, é estúpido”, declarou Vance nesta quinta-feira.

Ele também recomendou que Zelensky tenha consultores melhores e compreenda que criticar Trump publicamente não é a melhor forma de fazê-lo mudar de opinião.

Na quarta-feira, Zelensky sugeriu que os comentários recentes de Trump indicam que o presidente americano pode estar sob influência de “desinformação russa”. Em resposta, Vance afirmou que a estratégia de Zelensky de “falar mal” de Trump só traria consequências negativas para a Ucrânia.

Horas depois, Trump criticou Zelensky por sua resistência em realizar eleições, chamou-o de “ditador” e sugeriu que o líder ucraniano deseja manter a “farra de dinheiro” em meio ao prolongado conflito com a Rússia.

A Rússia lançou a “Operação Militar Especial” na Ucrânia em fevereiro de 2022. As autoridades russas afirmam que a ofensiva tem como objetivo proteger a população russa submetida a genocídio pelo regime de Kiev. Moscou declara que é necessário remover forças militares e elementos neonazistas da Ucrânia para alcançar esses objetivos. 

As autoridades da Ucrânia negam associações ao nazismo, afirmando que a política do país é completamente livre de fascistas. Kiev argumenta que a invasão russa é uma guerra de agressão e de expansão imperialista. 

A Rússia anexou quatro regiões ucranianas parcialmente ocupadas em outubro de 2022. Em agosto de 2024, a Ucrânia invadiu o território russo e iniciou uma ocupação limitada. Diversos países, especialmente da Otan (Aliança do Tratado do Atlântico Norte), forneceram assistência militar e financeira para a Ucrânia e implementaram sanções contra o governo russo. Irã e Coreia do Norte auxiliaram em diferentes níveis as Forças Armadas da Rússia.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentou, em conjunto com a China em maio de 2024, uma proposta para negociações com o objetivo de promover uma solução diplomática da crise ucraniana (com Sputnik).

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

A guerra perdida de Kiev

"A guerra foi um sacrifício inútil para centenas de milhares de soldados dos dois lados porque acabará exatamente onde começou", escreve J. Carlos de Assis

Volodymyr Zelensky (Foto: Reuters/Kacper Pempel)


 


 


Donald Trump pode ser um louco, e de fato é, mas não rasga nota: no caso da guerra na Ucrânia, ele está do lado certo. Antes mesmo do início do conflito, entendia que a Rússia tinha todas as razões para se defender das guerras “híbridas” que estavam sendo disseminadas no mundo pelos Estados Unidos, entre as quais, notadamente, a que se preparava para ser aplicada contra Moscou a partir de Kiev.

 A ameaça vinha do Departamento de Estado norte-americano, que se associou a grandes magnatas internos e externos, como George Soros, para financiar levantes populares contra governos em países simpáticos à Rússia, ou nela própria. Era o caso da Ucrânia, que, enquanto dirigida por um presidente legitimamente eleito, Viktor Yanukovich, fazia um jogo de equilíbrio entre Leste e Oeste, ligeiramente inclinado para Moscou.

Yanukovich foi derrubado em 2014 a partir de violentas mobilizações populares em Kiev por nazistas e fascistas russófobos com características típicas de guerra “híbrida”, isto é, uma estratégia de conflito que combina ações militares com outras táticas, como desinformação, ciberataques, intervenção em assuntos internos e denúncias de corrupção para desestabilizar governos, entre outras ações. Aconteceu no Brasil, a partir de 2014, com a presidente Dilma.

 Segundo a revista norte-americana “Foreign Affairs”, o oligarca George Soros, que, através de centenas de ONGs no mundo, inclusive no Brasil, tem como objetivo difundir a “democracia” nos antigos países da União Soviética e em países simpáticos aos russos, chegou a ameaçar Putin com o mesmo destino de Yanukovich. Sua tática só poderia ser a mesma guerra “híbrida” que tirara o ucraniano do poder, pois seria impossível derrubar Putin de outro jeito. 

 Moscou, portanto, tinha sérios motivos para manter afastadas do seu território as fronteiras da OTAN, a fim de evitar infiltrações de sabotadores e provocadores de uma guerra “híbrida” contra o governo legítimo do País. Na realidade, desde o fim da União Soviética, havia um acordo tácito entre os dirigentes ocidentais e russos para que a OTAN não se expandisse para o Leste, chegando às fronteiras russas. Os americanos traíram esse acordo.

 Entretanto a OTAN, que como o Pacto de Varsóvia deveria ter sido extinta depois do fim da Guerra Fria, passou a avançar sobre o Leste atraindo para sua órbita de influência os países da antiga União Soviética, sob o argumento da expansão da “democracia” e da necessidade de contenção de uma suposta agressividade militar russa contra o Ocidente, que nunca existiu. Do lado russo, a expansão da OTAN era vista como uma ameaça direta a seu território e sua segurança nacional, especialmente na época das “guerras” híbridas.

 Essas questões nunca foram bem explicadas pela imprensa ocidental, totalmente manipulada pelos Estados Unidos e seus subordinados na Europa. Diante disso, a invasão da Ucrânia pela Rússia foi tomada como uma agressão, enquanto, na verdade, foi um ato defensivo. É isso que Trump reconheceu ainda como candidato presidencial, e que está sendo confirmado agora por seu secretário de Estado, Marco Rubio, que anunciou que a Ucrânia não recuperará o território perdido na guerra.

 Na campanha, Trump havia dito que a “guerra na Ucrânia nunca deveria ter começado”. Tinha razão. Começou porque, na obsessão de entrar para a OTAN, um palhaço de televisão chamado Volodimir Zelensky, sem qualquer experiência política, assumiu o poder presidencial e pediu sua filiação à organização militar ocidental. Qual seria sua razão para isso? Antes da guerra, a Rússia tinha emitido qualquer sinal de que invadiria a Ucrânia ou outro país ocidental?

 Para proteger seu território, Putin considera que a continuação da expansão da OTAN para o Leste, via atração para sua órbita não só da Ucrânia mas também da Geórgia, é inaceitável segundo seus critérios de segurança nacional. Havia advertido a esse respeito todos os líderes da Aliança Militar Ocidental. Não foi levado a sério. A situação agravou-se com a chegada ao poder de Zelenszy, que fez um pedido formal de adesão à União Europeia como primeiro passo para a entrada na OTAN.

A guerra foi um sacrifício inútil para centenas de milhares de soldados dos dois lados porque acabará, sob a decisão neste caso totalmente justificada de Trump, exatamente onde começou, ou melhor, com um ganho adicional para a Rússia: todos os territórios que esta ganhou na campanha militar vão lhe ser incorporados ou tornados independentes, sob sua influência, independentemente do que quer Zelensky e seus derrotados financiadores da Europa, que perderão o patrocínio americano e não terão como levar avante, sozinhos, seu suporte ao governo nazista ucraniano. Além disso, Rubio também esclareceu que a Ucrânia jamais entrará para a OTAN, como queria o presidente-palhaço.

Trump diz que Zelensky é um ditador responsável pela morte de milhões de pessoas

Presidente dos EUA disse que o homólogo ucraniano destruiu seu país

19 de fevereiro de 2025

Volodymyr Zelensky e Donald Trump (Foto: Reuters/Shannon Stapleton)

 


Por Leonardo Sobreira

247 - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou nesta quarta-feira (19) o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, por sua relutância em buscar a paz com Moscou e afirmou que os EUA estão negociando com sucesso o fim do conflito com a Rússia.

Ele qualificou Zelensky como um "ditador" e disse que o presidente ucraniano é responsável pela morte de milhões de pessoas.

"Um ditador sem eleições, Zelenskyy precisa agir rápido ou não terá mais um país. Enquanto isso, estamos negociando com sucesso o fim da guerra com a Rússia, algo que todos admitem que apenas 'TRUMP' e a Administração Trump podem fazer", escreveu Trump na rede social Truth Social. "Eu amo a Ucrânia, mas Zelensky fez um trabalho terrível, seu país está destruído e MILHÕES morreram desnecessariamente". (Com informações da Sputnik).

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

Força Municipal de Segurança: o perigo da milicialização diante dos riscos de privatização do poder de polícia

Terceirização da segurança pública abre caminho para governanças criminais e privatização do poder de polícia

18 de fevereiro de 2025

Por Jacqueline Muniz (Antropóloga, Cientista Política e Especialista em Segurança Pública)

Viatura da Guarda Municipal do Rio de Janeiro (Foto: FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL)



Em tempos de proposição de mais uma polícia ostensiva uniformizada municipal, um ser ainda indefinido, quase um “genérico de drogaria”, e já temos a GM-RIO armada, vale encaminhar alguns recados para as autoridades municipal e estadual do Rio, responsáveis pela segurança pública, queiram elas ou não.

Um alerta histórico: o perigo da privatização do poder de polícia - O primeiro recado vem lá detrás, da época do surgimento da democracia que inventou as polícias modernas. A história adverte que o poder de polícia quando privatizado ou terceirizado na delimitação do seu mandato, na sua composição institucional e na sua execução faz uma Força Municipal de Segurança, por exemplo, já nascer milicializada, emancipada como um governo autônomo ou confinada como uma guarda particular do governante.

Para impedir a emergência dos ‘xerifados’, guardas pretorianas, capangagem, clientelização, emancipações predatórias e chantagens corporativas das armas e, com tudo isso, a proliferação de golpismos com o uso da espada e o conluio da pena, há uma regra de ouro da democracia que garante estabilidade e previsibilidade no exercício do poder legal e legitimamente eleito. A regra de ouro em democracias é blindar as burocracias armadas, desde o seu nascimento, da manipulação político-partidária e da apropriação privatista para poder exercer, de fato e de direito, o comando civil sobre elas.

É desta forma que se impede e se enfrenta a criação de governanças criminais vindas de dentro do Estado e, por sua vez, a consequente transformação de mandatários municipais, estaduais e federais em birutas de posto e ventríloquos da economia política da insegurança pública. Transvestidos de garotos propaganda, este dirigentes, e já são muitos no Brasil de agora, terminam por prestar serviços “forçados” para a alta bandidagem, governando com o crime, sem tinta na sua caneta e, claro, prisioneiros em seus gabinetes pelos alisadores de maçaneta. Quem terceiriza a segurança terceiriza o poder de polícia em nome das supostas virtudes do gerencialismo privado na condução da coerção. Terceiriza o próprio mando, a sua capacidade de governar e se torna refém da insegurança pública que promove.

Uma advertência cotidiana: o mercado ilegal da segurança no Rio de Janeiro - O segundo recado, que se traduz em mais uma grave advertência, é diário e vem da lição político-econômica extraída da consolidação dos domínios armados que já privatizaram, arrendaram ou estabeleceram um regime contratual público-privado com uma parte do poder de polícia no Estado do Rio.

Tem-se a polícia do BEM sendo sabotada diariamente pelas polícias dos BENS. Tem-se, por dentro, o Estado brigando com ele mesmo em um tipo de “junto e misturado” das várias bandidagens e dos agentes da lei com poder de polícia autonomizado compondo os seus quadros como funcionários, sócios ou patrões. O Peixão e muitos outros governantes criminais locais servem como uma emblemática ilustração da partilha do poder de polícia no Rio. E, por conta disso, exemplifica a conversão gradual do Estado em uma agência neoliberal reguladora do crime organizado que rodizia traficantes, milicianos e grupelhos estatais armados na distribuição de concessões do poder de polícia para barganhar o monopólio político-econômico de tal ou qual grupo armado em troca de vantagens político-eleitorais.

Assiste-se, como contrapartida das negociatas com o poder de polícia, isto é, com o poder de governar concedido pelos eleitores, à produção de monopólio nas seções eleitorais e de um fluxo contínuo do dinheiro do crime para caixa 2 de campanha – uma rentável lavanderia do dinheiro sujo. A isto se vincula a governança de territórios e de populações, em especial nas periferias, entregue ao capital privado ilegal vivificado no empreendedorismo do crime, fazendo retumbar o falso mantra de que a gestão privada é superior à publica. E, até mesmo, paradoxalmente, no mandato do poder de polícia que corresponde a uma carreira exclusiva de Estado pelas razões aqui expostas e muitas outras.

Autarquia armada sem tutela e autogoverno policial: Força de Segurança Municipal sob risco político - Para não criar autarquias armadas sem tutela com corporativismo pistoleiro, mais um bonde policialesco ou para não por onça selvagem para tomar conta de quintal, é bom não fazer gambiarra na segurança municipal com um arranjo institucional meia-boca, ainda um lusco-fusco que aponta para a privatização disfarçada do poder coercitivo de polícia. Este arranjo é traduzido de forma simplista em uma espécie de Caravana Holiday Empistolada que sai em busca de roubos no asfalto da Zona Nobre, no aquário da Zona Sul.

Cabe lembrar que todo carioca já assiste à privatização da segurança. Esta tem se apresentado pervertida em arranjos (i)legais de proteção excludentes, desiguais e discriminatórios pelos quais pagamos caro, inclusive com a vida. Esta tem nos fidelizado por meio de ameaças constantes e de seu marketing do terror que aparelham e manipulam o nosso legítimo medo do crime por toda a cidade. Não dá para propor mais uma nova polícia que corre o risco de milicialização desde a prancheta pelo fatiamento político do poder de polícia.

Todo carioca tem, hoje, uma estória para contar sobre como acumula prejuízos existenciais, materiais e simbólicos com os lucros da política eleitoreira da insegurança pública, seu regime do medo e suas práticas ostentatórias de exceção. Todo carioca está calejado de saber que o CV, o TCP e as milícias, grupos privados ilegais, respondem pelo policiamento público em regiões expressivas do Rio. Todo carioca aprende os procedimentos operacionais do policiamento feito pelo crime e como agir nas suas abordagens. As barricadas e as blitzes ilegais não mentem jamais!

Os policiamentos ilegais vêm ocupando o vazio ostensivo da presença policial nas ruas. Enquanto isso, se observa o frenesi operacional da síndrome do cabrito, do sobe e desce morro sem permanecer e garantir alguma conquista substantiva sobre os domínios territoriais armados. E, isto, por esgotamento prévio da capacidade repressiva da polícia com a escolha politiqueira da banalização das operações policiais. O suposto cobertor curto da presença policial para acuar ainda mais a cidadania amedrontada vai sendo ainda mais encurtado com as sucessivas operações ostentatórias enxuga-gelo, as quais sobre gastam efetivos policiais e desperdiçam recursos repressivos nobres. Infelizmente, para o desespero do morador do Rio e o dissabor dos profissionais das forças especiais e demais vocacionados que veem sua expertise ir para o ralo e que também passam a se ver apenas como mercadorias políticas.

Improvisos e remendos com polícia: um barato que sai caro - Tudo isso retrata, no nosso dia a dia, a terceirização ou a negociação com o mercado ilegal do poder de polícia já em curso e que deveria ser monopólio do Estado para sustentar uma segurança de sobrenome pública e democrática de verdade.

A esta altura, vale reforçar os recados dados. É melhor não improvisar com meios de força que dobram vontades nas esquinas, cortam, ferem e podem matar para atender apetites eleitoreiros, ambições mercadológicas, projetos corporativistas e a simplismos políticos. Há que fazer o “certo pelo certo” com os saberes e experiências acumulados no Rio que estão ao alcance das mãos dos governantes. Há caminhos sérios que dispensam as cloroquinas na segurança que tem custado precarizações, dores, vidas. Na política há que valorizar a ética da responsabilidade para se ter resultados qualificados, especialmente quando se lida com as espadas. Por isso, ainda se segue à espera de um projeto de força municipal de segurança (Liberal? Conservador? Progressista?) que ao menos venha com cabeça, tronco e membros.

domingo, 16 de fevereiro de 2025

"Trump trata as guerras como transações comerciais", diz Pepe Escobar

Analista geopolítico afirma que a questão central é quem pagará a conta

16 de fevereiro de 2025

Pepe Escobar e Donald Trump (Foto: Brasil247 | Reuters)

 

 





Redação Brasil 247

247 – O analista geopolítico Pepe Escobar, em seu programa "Pepe Café”, abordou a lógica financeira por trás das guerras no cenário internacional, em especial as estratégias do presidente Donald Trump. Segundo Escobar, para Trump, as guerras não passam de transações comerciais bilionárias, nas quais os Estados Unidos lucram ao máximo enquanto seus aliados e adversários pagam o preço, seja em dinheiro ou em vidas humanas.

A questão central, segundo Escobar, está na estratégia dos Estados Unidos de transferir o peso econômico da guerra para a Europa. “Quem vai pagar a grana pesada de tudo isso vão ser os europeus, porque os europeus vão continuar comprando armas americanas e pagando ao complexo industrial-militar dos EUA”, explicou. A guerra na Ucrânia, que poderia ter sido evitada por um acordo firmado em Istambul, foi desmantelada pelos anglo-americanos, forçando Kiev a uma dependência ainda maior de Washington.

Trump teria deixado claro que o custo da guerra não será suportado pelo contribuinte norte-americano, mas sim pelos europeus e pelos próprios ucranianos, que pagarão com suas terras e recursos naturais. “Ele diz que os Estados Unidos já obrigaram a Ucrânia a entregar US$ 500 bilhões em terras raras e minerais preciosos”, afirmou Escobar, destacando que 70% dessas riquezas já pertencem à Rússia, tornando a promessa de pagamento ilusória.

O ‘Gaza Riviera Resort’ e a geopolítica da expulsão

Escobar também abordou o projeto de Trump para Gaza, que, segundo ele, mais se parece com um empreendimento imobiliário do que com uma solução diplomática para a crise na Palestina. A proposta do presidente envolveria a construção de um luxuoso complexo turístico em Gaza, financiado por Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes, sob controle final dos Estados Unidos. O plano, segundo Escobar, seria uma forma de encobrir a expulsão forçada dos palestinos. “O projeto imobiliário de Trump seria pago pelas monarquias do Golfo, mas revertido fundamentalmente para os EUA”, destacou.

A ideia, que teria sido apresentada em reuniões com líderes árabes, teria sido prontamente rejeitada pelo Egito e pela Jordânia. Para Escobar, trata-se de um plano de limpeza étnica disfarçado de desenvolvimento econômico. “Na visão de Trump, Gaza foi demolida, então os palestinos têm que sair para um lugar mais legal, com vista para o mar e tudo funcionando perfeitamente”, ironizou.

A conferência de Munique e as apostas militares

Outro ponto central da análise de Escobar é a Conferência de Segurança de Munique, onde os Estados Unidos enviaram uma delegação de peso, incluindo o secretário de Estado, o chefe do Pentágono e o general aposentado Keith Kellogg, enviado especial para Rússia e Ucrânia. Segundo Escobar, a postura de Kellogg é de completo antagonismo à posição russa, o que só reforça o clima de Guerra Fria. “Ele é visto em Moscou como uma relíquia da Guerra Fria, e isso na versão diplomática. A não diplomática é que ele é um imbecil absoluto”, afirmou o analista.

A conferência teria como um dos principais objetivos definir quem bancará os custos da guerra na Ucrânia. Além dos europeus, o próprio povo ucraniano continuará pagando o preço mais alto, tanto em vidas perdidas quanto em sua soberania econômica. O cenário para os próximos meses ainda é incerto, mas Escobar alerta que as condições russas para um cessar-fogo continuam inegociáveis: desmilitarização da Ucrânia, impedimento da entrada na OTAN e a fixação de uma linha de demarcação com as regiões ocupadas pela Rússia. 

Trump, Musk e a nova divisão global de influência

No aspecto mais amplo da geopolítica, Escobar destacou a crescente influência de Elon Musk nos bastidores da Casa Branca, chegando a afirmar que o bilionário seria um “co-presidente” do governo Trump. Segundo o analista, Musk teria influência direta sobre decisões estratégicas dos EUA, principalmente em relação à guerra comercial com a China. “O que as classes dominantes americanas sabem é que a verdadeira guerra do século XXI não é contra a Rússia, mas contra a China. A disputa não será apenas militar, mas tecnológica”, apontou.

A visão predominante nos círculos de poder dos EUA, segundo Escobar, é a de consolidar a América Latina e a Europa como zonas de influência subordinadas, enquanto Rússia e China ampliam sua aliança com os BRICS e a Eurásia. A tentativa de transformar Taiwan em uma “nova Ucrânia” para conter Pequim seria parte dessa estratégia, mas a China não estaria disposta a cair na armadilha ocidental. 

O futuro das relações EUA-Rússia

Por fim, Escobar alertou para o risco crescente de uma ruptura total nas relações entre Washington e Moscou. O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov, já declarou que as relações entre os dois países estão no limite da quebra. Caso Trump siga sua abordagem errática, pode tanto aprofundar o confronto quanto abrir margem para negociações mais pragmáticas. “Se houver um mínimo de respeito mútuo, pode haver um reequilíbrio na relação, mas se Trump insistir em sua postura beligerante, Moscou seguirá avançando no campo de batalha”, concluiu.

A geopolítica global segue cada vez mais imprevisível, mas para Trump, uma coisa continua certa: siga o dinheiro, e você entenderá seus próximos passos. Assista:

https://www.youtube.com/watch?v=86bS_Za4ahc&t=3s

sábado, 15 de fevereiro de 2025

Sergei Lavrov e Marco Rubio conversam por telefone e falam em 'manter contato regular'

A informação foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia

15 de fevereiro de 2025

 

Sergei Lavrov, chanceler da Rússia (Foto: TASS)








Por Leonardo Lucena

247 - O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, e o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, disseram ter concordado em contatos regulares, incluindo a preparação para uma reunião entre os presidentes Vladimir Putin e Donald Trump. A informação foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores da Rússia em uma declaração publicada em seu canal do Telegram.

"Lavrov e Rubio confirmaram sua prontidão para trabalhar juntos para restaurar o diálogo interestatal mutuamente respeitoso, de acordo com o tom definido pelos presidentes. Concordamos em manter contatos regulares, incluindo preparativos para uma reunião de cúpula russo-americana", diz o texto.

Segundo o documento publicado, os chefes da diplomacia de ambos os países concordaram em manter um canal de comunicação "para resolver os problemas acumulados nas relações russo-americanas". A ideia seria "remover as barreiras unilaterais à cooperação comercial, econômica e de investimento mútuo herdadas do governo anterior".


 

O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. foto; Mark Schiefelbein/Pool via REUTERS




Sergei Lavrov e Marco Rubio também firmaram um "compromisso mútuo" para interação em questões internacionais, como o acordo em torno da Ucrânia, a situação da Palestino, do Oriente Médio como um todo, além de outras esferas reginais.

"Ocorreu uma troca de opiniões sobre maneiras de acabar rapidamente com a política, iniciada pelo governo Barack Obama em 2016, de apertar ao máximo as condições para o funcionamento das missões diplomáticas russas nos Estados Unidos, o que, é claro, implicou medidas retaliatórias", afirmou a chancelaria russa.

"Foi acordado organizar uma reunião de especialistas em um futuro muito próximo para concordar com etapas específicas para remover mutuamente os obstáculos ao trabalho das missões estrangeiras da Rússia e dos Estados Unidos", acrescentou (com Sputnik).

EM TEMPO: Esse diálogo entre duas potências nucleares é de fundamental importância para a paz mundial, evitando, assim, a Terceira Guerra Mundial. Tomara que a paz chegue não só para a Ucrânia, como também para os palestinos e que seja criado o Estado Palestino.  Lembrando que a paz na Ucrânia, implica em novas eleições que culminem com a derrota de Zelensky e dos neonazis. Afinal, a oposição, incluindo o Partido Comunista,  é duramente reprimida pelo governo do Ditador e Extremista de Direita, o Zelensky.