"A guerra foi um sacrifício inútil para centenas de milhares de soldados dos dois lados porque acabará exatamente onde começou", escreve J. Carlos de Assis
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Volodymyr Zelensky (Foto: Reuters/Kacper Pempel) |
Donald Trump pode ser um louco, e de
fato é, mas não rasga nota: no caso da guerra na Ucrânia, ele está do lado
certo. Antes mesmo do início do conflito, entendia que a Rússia tinha todas as
razões para se defender das guerras “híbridas” que estavam sendo disseminadas
no mundo pelos Estados Unidos, entre as quais, notadamente, a que se preparava
para ser aplicada contra Moscou a partir de Kiev.
A ameaça vinha do Departamento
de Estado norte-americano, que se associou a grandes magnatas internos e
externos, como George Soros, para financiar levantes populares contra governos
em países simpáticos à Rússia, ou nela própria. Era o caso da Ucrânia, que,
enquanto dirigida por um presidente legitimamente eleito, Viktor Yanukovich,
fazia um jogo de equilíbrio entre Leste e Oeste, ligeiramente inclinado para
Moscou.
Yanukovich foi derrubado em 2014 a
partir de violentas mobilizações populares em Kiev por nazistas e fascistas
russófobos com características típicas de guerra “híbrida”, isto é, uma
estratégia de conflito que combina ações militares com outras táticas, como
desinformação, ciberataques, intervenção em assuntos internos e denúncias de
corrupção para desestabilizar governos, entre outras ações. Aconteceu no
Brasil, a partir de 2014, com a presidente Dilma.
Segundo a revista
norte-americana “Foreign Affairs”, o oligarca George Soros, que, através de
centenas de ONGs no mundo, inclusive no Brasil, tem como objetivo difundir a
“democracia” nos antigos países da União Soviética e em países simpáticos aos
russos, chegou a ameaçar Putin com o mesmo destino de Yanukovich. Sua tática só
poderia ser a mesma guerra “híbrida” que tirara o ucraniano do poder, pois
seria impossível derrubar Putin de outro jeito.
Moscou, portanto, tinha sérios
motivos para manter afastadas do seu território as fronteiras da OTAN, a fim de
evitar infiltrações de sabotadores e provocadores de uma guerra “híbrida”
contra o governo legítimo do País. Na realidade, desde o fim da União
Soviética, havia um acordo tácito entre os dirigentes ocidentais e russos para
que a OTAN não se expandisse para o Leste, chegando às fronteiras russas. Os
americanos traíram esse acordo.
Entretanto a OTAN, que como o
Pacto de Varsóvia deveria ter sido extinta depois do fim da Guerra Fria, passou
a avançar sobre o Leste atraindo para sua órbita de influência os países da
antiga União Soviética, sob o argumento da expansão da “democracia” e da
necessidade de contenção de uma suposta agressividade militar russa contra o
Ocidente, que nunca existiu. Do lado russo, a expansão da OTAN era vista como
uma ameaça direta a seu território e sua segurança nacional, especialmente na
época das “guerras” híbridas.
Essas questões nunca foram bem
explicadas pela imprensa ocidental, totalmente manipulada pelos Estados Unidos
e seus subordinados na Europa. Diante disso, a invasão da Ucrânia pela Rússia
foi tomada como uma agressão, enquanto, na verdade, foi um ato defensivo. É
isso que Trump reconheceu ainda como candidato presidencial, e que está sendo
confirmado agora por seu secretário de Estado, Marco Rubio, que anunciou que a
Ucrânia não recuperará o território perdido na guerra.
Na campanha, Trump havia dito
que a “guerra na Ucrânia nunca deveria ter começado”. Tinha razão. Começou
porque, na obsessão de entrar para a OTAN, um palhaço de televisão chamado
Volodimir Zelensky, sem qualquer experiência política, assumiu o poder
presidencial e pediu sua filiação à organização militar ocidental. Qual seria
sua razão para isso? Antes da guerra, a Rússia tinha emitido qualquer sinal de
que invadiria a Ucrânia ou outro país ocidental?
Para proteger seu território,
Putin considera que a continuação da expansão da OTAN para o Leste, via atração
para sua órbita não só da Ucrânia mas também da Geórgia, é inaceitável segundo
seus critérios de segurança nacional. Havia advertido a esse respeito todos os
líderes da Aliança Militar Ocidental. Não foi levado a sério. A situação
agravou-se com a chegada ao poder de Zelenszy, que fez um pedido formal de
adesão à União Europeia como primeiro passo para a entrada na OTAN.
A guerra foi um sacrifício inútil para centenas de
milhares de soldados dos dois lados porque acabará, sob a decisão neste caso
totalmente justificada de Trump, exatamente onde começou, ou melhor, com um
ganho adicional para a Rússia: todos os territórios que esta ganhou na campanha
militar vão lhe ser incorporados ou tornados independentes, sob sua influência,
independentemente do que quer Zelensky e seus derrotados financiadores da
Europa, que perderão o patrocínio americano e não terão como levar avante,
sozinhos, seu suporte ao governo nazista ucraniano. Além disso, Rubio também
esclareceu que a Ucrânia jamais entrará para a OTAN, como queria o
presidente-palhaço.
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