domingo, 30 de junho de 2024

Marcha na Paulista reúne milhares de pessoas em defesa da causa palestina

 

Ato pró-Palestina em São Paulo (Foto: DCO)










Ato Nacional em Defesa da Palestina, convocado pelo PCO e por diversas organizações sociais, contou com a presença de Rui Costa Pimenta e José Genoíno, entre outras figuras

30 de junho de 2024

OperaMundi A Avenida Paulista foi palco, neste domingo (30/06), de uma marcha que mobilizou milhares de pessoas em solidariedade ao povo palestino, vítima da operação militar promovido pelo exército de Israel na Faixa de Gaza, que já dura mais de oito meses (desde outubro de 2023) e que já matou mais de 37 mil civis.O Ato Nacional em Defesa da Palestina foi convocado pelo Partido da Causa Operária (PCO), em ação conjunta com várias organizações sociais, como a Coordenação Nacional dos Comitês de Luta, a Frente Nacional de Luta Campo e Cidade (FNL), o Instituto Brasil Palestina (Ibraspal), o Coletivo Indígena Terra Vermelha, entre outros.Segundo o Diário da Causa Operária, delegações de diversas regiões do Brasil viajaram a São Paulo para participar do evento.

Os manifestantes se concentraram na praça Oswaldo Cruz, por volta das 10h, e iniciaram a marcha pela Avenida Paulista por volta das 11h30, após a direção do evento superar uma divergência com a Polícia Militar de São Paulo, que impediu a movimentação de um carro de som – ainda assim, outro carro de som já estava preparado nas proximidades do Museu de Arte de São Paulo (MASP) onde foi concluída a passeata.

Não foi o único protesto registrado em São Paulo em favor do povo palestino neste domingo. Perto dali, na praça Charles Miller, um grupo se manifestou na Feira do Livro contra ausência de debates sobre o genocídio palestino.

Presenças ilustres

O ato na Avenida Paulista contou com a presença de personalidades destacadas da política, como o ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT), José Genoíno, e o presidente do PCO, Rui Costa Pimenta.

Outras figuras destacadas presentes na Paulista foram o jornalista Breno Altman, fundador de Opera Mundi e autor do livro Contra o Sionismo – Retrato de uma Doutrina Colonial e Racista (Editora Alameda), e Ibrahim Sayid Tenório, vice-presidente do Ibraspal.

Em entrevista ao Diário da Causa Operária, Altman afirmou que é preciso “fazer crescer a solidariedade internacional, para que medidas práticas dos governos ocidentais sejam tomadas, de estrangulamento financeiro e diplomático de Israel. A solidariedade internacional é importante para ajudar a resistência palestina a ampliar sua capacidade de combate e reduzir, ainda mais o alcance militar de Israel”.

Por sua vez, Tenório afirmou que “a causa palestina deve servir como um catalisador da luta contra o imperialismo”.

 “A causa da libertação da Palestina é o que mais unifica a luta anti-imperialista e anticolonial. Tem países ainda vivendo sob ocupação colonial, como o Saara Ocidental, e outros países na África e na Ásia. Então, é preciso que a causa palestina seja o catalisador destas lutas anticoloniais. A vitória da Palestina é um símbolo da libertação dos povos livres contra o imperialismo, contra o colonialismo. A causa palestina unifica e reforça a luta”, explicou.

sábado, 29 de junho de 2024

Milhares de manifestantes em Israel exigem eleições antecipadas e libertação de reféns de Gaza

 

Tel-Aviv (Foto: Reprodução)









Manifestações acontecem enquanto negociações não avançam em relação a um acordo de cessar-fogo em troca da libertação de reféns, além da ameaça de uma guerra com o Líbano

29 de junho de 2024

Sputnik Brasil - Milhares de manifestantes se reuniram em cidades israelenses na noite deste sábado (29) exigindo eleições antecipadas e a conclusão imediata de um acordo para libertar reféns mantidos pelo Hamas por quase nove meses. A maior concentração ocorreu no centro de Tel Aviv, informou um correspondente da Sputnik.

As manifestações acontecem em um contexto onde as negociações não avançam em relação a um acordo de cessar-fogo na Faixa de Gaza em troca da libertação de reféns, além da ameaça de uma guerra em grande escala com o Líbano. O protesto tradicional em Tel Aviv está acontecendo perto do complexo de prédios do governo, onde fica a sede do Ministério da Defesa de Israel. Forças policiais foram posicionadas no local para bloquear o trânsito no centro da cidade e erguer barreiras.

Os manifestantes agitam bandeiras nacionais, entoam slogans antigoverno, tocam tambores e seguram fotos de reféns. A ação foi coordenada com a polícia e até agora foi realizada sem perturbar a ordem pública. Vários familiares de reféns mantidos na Palestina falaram durante o evento, e um ex-refém discursou para a multidão por vídeo. Uma das familiares, Ayala Metzger, cunhada do refém Yoram Metzger, disse que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, é cúmplice das mortes de reféns israelenses por causa de sua insistência em continuar a guerra.

"O que existe entre nós e os nossos entes queridos é a insistência de Netanyahu em não acabar com a guerra como parte de um acordo. A implicação de continuar a guerra é o assassinato dos reféns pelo governo israelense! Haverá sangue em suas mãos!" disse Ayala Metzger, de acordo com a mídia israelense.

Em 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou um ataque com foguetes em grande escala contra Israel e rompeu a fronteira, atacando bairros civis e bases militares. Cerca de 1,1 mil pessoas em Israel foram mortas e aproximadamente 240 foram sequestradas durante o ataque.

Em retaliação, Israel ordenou o bloqueio total de Gaza e iniciou uma incursão terrestre no enclave palestino com o objetivo declarado de eliminar os combatentes do Hamas e resgatar os reféns. A ação, até o momento, deixou mais de 37,4 mil mortos e mais de 85,6 mil feridos.

Acredita-se que um total de 120 reféns ainda sejam mantidos pelo Hamas em Gaza.

EM TEMPO: A população do mundo inteiro precisa se manifestar sempre quando seus governantes ditadores, ou não, inventam suas guerras em prejuízo dos interesses coletivos do seu povo. São os casos do Zelensky na Ucrânia, Netanyahu em Israel, ......

segunda-feira, 24 de junho de 2024


Assange se declarará culpado por espionagem nos EUA em acordo que evita pena de morte

Segundo o acordo, o fundador do WikiLeaks não será obrigado a cumprir pena em uma prisão dos EUA


Julian Assange (Foto: Reuters)

 (Sputnik) - O fundador do WikiLeaks, Julian Assange, deve se declarar culpado de uma acusação de espionagem nos EUA como parte de um acordo de confissão com os promotores federais, revelaram documentos judiciais.

O documento judicial arquivado nesta segunda-feira (24) mostra que Assange planeja se declarar culpado de uma acusação de conspiração para obter e divulgar informações de defesa nacional.

Assange foi acusado por meio de uma informação criminal, o que geralmente indica um acordo de confissão.

De acordo com a CBS News, o acordo de confissão deve ser finalizado na quarta-feira e resolver o caso legal de Assange nos Estados Unidos.

O relatório disse que os promotores federais dos EUA recomendam que Assange receba uma sentença de prisão de 5 anos como parte do acordo de confissão, mas ele não será obrigado a cumprir pena em uma prisão dos EUA porque receberá crédito pelos cinco anos que passou em uma prisão do Reino Unido lutando contra sua extradição para os Estados Unidos.

Nos Estados Unidos, Assange enfrenta acusação sob a Lei de Espionagem por obter e divulgar informações classificadas que lançam luz sobre inúmeros crimes de guerra e violações dos direitos humanos cometidos pelas tropas americanas durante as invasões do Iraque e do Afeganistão. Inicialmente, ele enfrentava até 175 anos de prisão.

"Caso Assange mostra a hipocrisia do discurso estadunidense sobre liberdade de expressão", diz Breno Altman

Altman critica perseguição a Assange e destaca contradições na política de liberdade de expressão dos EUA


(Foto: REUTERS/Maja Smiejkowska | Divulgação/USP)

 

247 - O jornalista e analista político Breno Altman concedeu uma entrevista ao programa Bom Dia 247, onde abordou o julgamento de Julian Assange e a recente decisão do Tribunal Superior de Justiça de Londres. A corte britânica permitiu que Assange, fundador do WikiLeaks, apresente um recurso contra sua extradição para os Estados Unidos. Assange enfrenta acusações relacionadas ao vazamento de aproximadamente 700 mil documentos confidenciais sobre atividades militares e diplomáticas americanas desde 2010 e pode ser condenado a até 175 anos de prisão nos EUA.

Durante a entrevista, Altman criticou a postura dos Estados Unidos em relação ao caso Assange, afirmando que "a questão Assange virou um tema de cabo de guerra nos EUA". Os EUA querem fazer de Assange um caso exemplar, ninguém pode revelar ao mundo os planos imperialistas americanos, ou seja, Assange tem que ser punido para dar exemplo."

Altman destacou que a perseguição a Assange não se trata de impedir futuras divulgações, já que "tudo que Assange tinha para revelar, ele já revelou," mas sim de "fazer de Assange um caso exemplar." Ele afirmou que essa situação compromete também a justiça britânica e demonstra "como é hipócrita o discurso estadunidense a respeito do direito à liberdade de expressão."

Para Altman, a hipocrisia dos EUA é evidente em várias situações recentes, como "a repressão contra os estudantes solidários à Palestina" e outras ações que limitam a liberdade de opinião sobre temas sensíveis aos Estados Unidos, especialmente críticas ao Estado de Israel e ao regime sionista. Ele relacionou esses eventos ao caso Assange, que segundo ele, vem ocorrendo há anos.

Defendendo o papel de Assange, Altman declarou que "Assange exerceu um papel jornalístico, Assange não era espião. O Wikileaks se apropriou de uma vazamento de informações que aconteceu e tornou público, isso é atividade jornalística." 

Altman concluiu a entrevista reforçando que "o que fez Assange foi o exercício da profissão de jornalista" e que "EUA atropelam o direito de Assange e o tratam como espião."

A decisão do Tribunal Superior de Justiça de Londres foi vista como uma vitória significativa para Assange, cuja defesa argumenta que ele está sendo perseguido por práticas jornalísticas comuns. A defesa de Assange agora deve apresentar um recurso formal para evitar sua extradição, na esperança de que o julgamento ocorra no Reino Unido.


sábado, 8 de junho de 2024

Passada a chuva, o general Tomás Paiva manda recados à tropa e ao governo

 

"Paiva surfou na onda lamacenta da enchente para dizer à sociedade o que tranquiliza ouvir: seu posicionamento é pela pacificação da tropa", diz Denise Assis

08 de junho de 2024

Tomás Paiva e José Múcio (Foto: Vinicius Loures/Câmara dos Deputados)

 

O general e comandante do Exército Brasileiro, Tomás Paiva, manteve-se discreto desde que assumiu a liderança da Força. Nunca se esquivou de opinar, quando instado a fazê-lo, mas até então evitou entrevistas longas, em que emitisse opiniões políticas ou mesmo sobre o trabalho que vinha desenvolvendo. Parecia avaliar que, depois do 8 de janeiro (2023), episódio que arrastou para investigações e as páginas policiais nomes de peso das fileiras – entre ativos e reformados -, era preciso esperar que os ânimos se abrandassem ou, como se costuma dizer, a tempestade passasse. Em seu caso, essa espera foi literal. Depois da atuação avaliada como positiva, da tropa, no socorro à tragédia no Rio Grande do Sul, Paiva parece ter avaliado que era hora de falar.

Numa entrevista publicada neste sábado (08/06) em O Globo, o comandante manda vários recados. O primeiro, à tropa. Não se arvorem a fazer política, contaminando o ambiente dos quartéis, pois isto não será mais tolerado. Sua fala deixa claro que a ordem é trabalhar à luz da Constituição e pela defesa do país. “Esse é o único caminho eu temos na direção de ser um país moderno”, determina, acrescentando que “O militar não pode se envolver” (em política).

Aproveita a ocasião para dizer que se arrepende de não ter melhor “assessorado” o ex-comandante, Eduardo Villas Boas, de quem foi chefe de gabinete, no sentido de dissuadi-lo de emitir o tuíte que levou o Supremo Tribunal Militar (STF) a negar o habeas corpus que livraria o então ex-presidente Lula da prisão, em 2018, permitindo que disputasse a eleição em que era franco favorito. Embora ressalte, corretamente, que “ninguém pressiona o Supremo”. Não deveria, mas o STF medrou.

A autocrítica é louvável e corajosa, mas não muda os rumos da história, que desembocou no atraso cultural, econômico e na desgraça do fascismo explícito, na contaminação do país pelo ódio que não dá sinais de ir embora tão cedo. Fez muito mal, general. Para isto, sentimos muito, não há perdão.

Outro recado contundente foi para os que estão sob investigação: não terão a mão do Exército a tirá-los do apuro. Não vai interferir nos desígnios da Lei. E para os que forem condenados, restará ainda a avaliação militar se permanecem ou não a serviço das suas fileiras. Sua disposição parece ser a de quem vai desligar os condenados acima de dois anos. A regra é clara e Paiva deixou antever que irá segui-la.

Fala para dentro, faz um afago em seus pares radicais do Alto Comando, quando atribui aos trabalhos da Comissão Nacional da Verdade, “um viés que buscava uma justiça de transição que não existe”. Ou ele não leu sobre justiça de transição, ou não leu a lei de criação da CNV. Não há uma linha sequer que fale em “fazer justiça”, a interpretação dada pelo general. A Comissão caminhou apenas no sentido de trazer à luz os fatos ocorridos no período da ditadura (1964-1985), não tendo nenhum poder de punir ou indiciar quem quer que fosse.

Não é possível acreditar que ele não tenha pelo menos passado os olhos pelo Relatório Final da CNV. E se o fez, o que o assombrou não foi nenhum tom “revanchista”, como costumam atribuir. O seu espanto é ver ali, colocado para a opinião pública, o terror cometido por homens que tiveram a mesma formação que ele. É constrangimento, o nome disso. Ou, para os mais jovens, “vergonha alheia”.

Ainda nesta seara, a dos direitos humanos, ao lado da condenação à CNV, como já disse, uma clara intenção de perfilar-se à opinião do grupo do Alto Comando, sinaliza ao atual governo, comprometido desde a campanha com a reconstituição da Comissão Nacional de Mortos e Desaparecidos, que não irá se opor. Pelo contrário, destaca: “a Comissão Nacional de Mortos e Desaparecidos é outra iniciativa: busca que pessoas que perderam os seus entes queridos tenham o direito de saber o que aconteceu. Isso é humanitário. Ninguém pode se opor a esse direito, mesmo que resvale no Exército atualmente”. Ou seja, confessa que foi o impacto causado pelas descobertas da CNV que impactaram os seus pares, o real motivo da sua indignação. E isso não passa.

Deixa transparecer que, sim, houve um pacto de não mexer nesse passado nos 60 anos do golpe de 1964: “Já se passou muito tempo (do golpe). Eu acho que ele (Lula) fez um gesto ao país”. Fez, e por isso ele agora faz outro, dizendo que tudo bem. Que venha a Comissão Nacional dos Mortos e Desaparecidos.

E, por fim, admite que está orgulhoso do desempenho do Exército na tragédia do Sul, embora tente tirar do foco o uso desse bom momento em termos de imagem da Força: “Seria triste falar que precisamos de uma tragédia para melhorar a nossa reputação”, reage. “O prestígio das Forças cumprindo a missão constitucional, ocorre naturalmente e é proporcional ao tamanho do engajamento na missão”, arremata.

Sem dúvida, Tomás Paiva surfou na onda lamacenta da enchente para dizer à sociedade o que mais nos tranquiliza ouvir: seu posicionamento é pela pacificação da tropa – “essa missão nunca está concluída”, adverte -, mas nos apraz saber que há alguém se incumbindo da tarefa com consciência e dever. Relevamos o momento escolhido. Como militar, foi estratégico.

EM TEMPO: Não só os militares das Forças Armadas, como também os demais integrantes das forças de segurança e repressão (PM, PC, PF, PRF, .....), não devem se envolver em política. 

terça-feira, 4 de junho de 2024

Uma doença política transmitida pelos adversários contagia a periferia da esquerda lulista

 

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert / PR)

Por que há tantos lamentos ecoando a ladainha da mídia adversária?

Por Mário Vitor  Santos (Jornalista). 



Nesta fase do mandato de Lula, muitos de seus apoiadores parecem tomados por uma espécie de síndrome de alarma, tristeza e cansaço.

Irritados com o que enxergam como insuficiências do governo Lula, parecem contaminados com o discurso de seus adversários nas redes sociais e na mídia corporativa (Globo, Globo news, Folha, Estadão etc). É incrível como parcela importante se mostra caudataria desse discurso catastrofista, desse marketing da eterna crise abismal de um governo com emprego beirando recorde histórico, inflação em queda e salários em recuperação.

Por que há tantos lamentos ecoando a ladainha da mídia adversária?

Gente simpática a Lula reclama das flutuações baixistas nas pesquisas de aprovação de Lula. Dedicam-se a reclamar da falta de mobilização atribuindo ao governo um problema delas próprias. O inferno está nos outros. As queixas mais parecem ocultar ou desviar a própria passividade dos apoiadores do governo.

Para esse entorno dos simpatizantes da esquerda qualquer espirro dos bolsonaristas é enorme e apavorante, demandando resposta imediata. Já as tentativas ou vitórias do governo são nulas ou insuficientes.

A reação à sindrome é desorientada e irracional. Como quase tudo está errado para eles, surgem alternativas que na verdade, com alguma busca atenciosa, foram sopradas sem sutileza pelos "analistas" da mídia oposicionista.

O governo perdeu uma votação óbvia? Os sábios ansiosos dizem que é preciso trocar a articulação política. Ou pior: dizem que está na hora de nada menos que uma ampla reforma ministerial. As pesquisas apontam uma queda relativa na aprovação (esperada nessa altura do mandato)? Os espertos já têm a solução: demandam a demissão do ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, como se o tema fosse resolvido por mera troca de nomes.

Há até quem veja poderes milagrosos num pronunciamento presidencial em rede nacional de rádio e TV.

A menção a Pimenta tampouco é em sua origem imparcial ou inocente. Ele está entre os mais combativos auxiliares do presidente, impermeável às pressões da mídia hegemônica.

Foi o polemista estadunidense H.L.Mencken o autor da conhecida definição para esta síndrome: "Para todo problema complexo existe sempre uma solução simples, elegante e completamente errada".

As formas de fazer política e de o público se relacionar com ela seguem sofrendo profundas mudanças.  A digitalização de todas as esferas da vida implica uma mutação nesse terreno.

A informalidade e o trabalho remoto agregam complexidade. A fragilização das entidades sindicais afeta o engajamento dos trabalhadores.

Há dificuldades de construir uma comunicação politicamente eficiente a partir do governo, sendo mais fácil fazê-lo da oposição. 

O enraizamento da direita nesse mundo digital não é fenômeno exclusivamente brasileiro, ao contrário, sendo dominado pela extrema-direita em todo o planeta.

Quanto à reforma ministerial, nada poderia agradar mais aos adversários do que esse carimbo oficial de uma grave crise.

Nessa disputa, como quase sempre, não há que negar as dificuldades. Uma dose de serenidade e estudo  faria bem neste momento. As ações de governo se desenvolvem em inúmeras frentes, os resultados já aparecem e  vão se mostrar com ainda mais clareza na sequência do trabalho.

Vale anotar que a extrema-direita bolsonarista mergulha numa crise desde o trauma da derrota em 2022, sempre subestimada pela periferia do lulismo. Essa crise é agravada pela obrigação de fazer política, fazer alianças e concessões, o que é a própria negação da identidade fascista de existir impondo desânimo e divisões em seu campo.

EM TEMPO: A maioria dos analistas políticos de centro-esquerda e de esquerda não consideram que um contingente expressivo  da população brasileira é de direita e de centro-direita. Neste grupamento a ala mais democrática oscila eventualmente para a centro-esquerda. Observem que a maioria da população deu uma guinada para a centro-esquerda, isto é, votando no presidente Lula nas Eleições de 2022, porém elegeram uma considerável parcela de direitistas para o Parlamento.