Assange se declarará culpado por espionagem nos EUA em acordo
que evita pena de morte
Segundo
o acordo, o fundador do WikiLeaks não será obrigado a cumprir pena em uma
prisão dos EUA
(Sputnik) - O fundador do WikiLeaks, Julian Assange,
deve se declarar culpado de uma acusação de espionagem nos EUA como parte de um
acordo de confissão com os promotores federais, revelaram documentos judiciais.
O
documento judicial arquivado nesta segunda-feira (24) mostra que Assange
planeja se declarar culpado de uma acusação de conspiração para obter e
divulgar informações de defesa nacional.
Assange foi acusado por meio de uma informação criminal, o que
geralmente indica um acordo de confissão.
De acordo com a CBS News, o acordo de confissão deve ser
finalizado na quarta-feira e resolver o caso legal de Assange nos Estados
Unidos.
O
relatório disse que os promotores federais dos EUA recomendam que Assange
receba uma sentença de prisão de 5 anos como parte do acordo de confissão, mas
ele não será obrigado a cumprir pena em uma prisão dos EUA porque receberá
crédito pelos cinco anos que passou em uma prisão do Reino Unido lutando contra
sua extradição para os Estados Unidos.
Nos
Estados Unidos, Assange enfrenta acusação sob a Lei de Espionagem por obter e
divulgar informações classificadas que lançam luz sobre inúmeros crimes de
guerra e violações dos direitos humanos cometidos pelas tropas americanas
durante as invasões do Iraque e do Afeganistão. Inicialmente, ele enfrentava
até 175 anos de prisão.
"Caso Assange mostra a
hipocrisia do discurso estadunidense sobre liberdade de expressão", diz
Breno Altman
Altman
critica perseguição a Assange e destaca contradições na política de liberdade
de expressão dos EUA
(Foto: REUTERS/Maja Smiejkowska | Divulgação/USP) |
Durante
a entrevista, Altman criticou a postura dos Estados Unidos em relação ao caso
Assange, afirmando que "a questão Assange virou um tema de cabo de guerra nos EUA". Os EUA
querem fazer de Assange um caso exemplar, ninguém pode revelar ao mundo os
planos imperialistas americanos, ou seja, Assange tem que ser punido para dar
exemplo."
Altman
destacou que a perseguição a Assange não se trata de impedir futuras
divulgações, já que "tudo que Assange tinha para revelar, ele já
revelou," mas sim de "fazer de Assange um caso exemplar." Ele
afirmou que essa situação compromete também a justiça britânica e demonstra
"como é hipócrita o discurso estadunidense a respeito do direito à
liberdade de expressão."
Para
Altman, a hipocrisia dos EUA é evidente em várias situações recentes, como
"a repressão contra os estudantes solidários à Palestina" e outras
ações que limitam a liberdade de opinião sobre temas sensíveis aos Estados
Unidos, especialmente críticas ao Estado de Israel e ao regime sionista. Ele
relacionou esses eventos ao caso Assange, que segundo ele, vem ocorrendo há
anos.
Defendendo
o papel de Assange, Altman declarou que "Assange exerceu um papel
jornalístico, Assange não era espião. O Wikileaks se apropriou de uma vazamento
de informações que aconteceu e tornou público, isso é atividade
jornalística."
Altman
concluiu a entrevista reforçando que "o que fez Assange foi o exercício da
profissão de jornalista" e que "EUA atropelam o direito de Assange e
o tratam como espião."
A
decisão do Tribunal Superior de Justiça de Londres foi vista como uma vitória
significativa para Assange, cuja defesa argumenta que ele está sendo perseguido
por práticas jornalísticas comuns. A defesa de Assange agora deve apresentar um
recurso formal para evitar sua extradição, na esperança de que o julgamento
ocorra no Reino Unido.
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