domingo, 29 de outubro de 2023

Tomada da Caixa pelo Centrão é "preocupante", diz Ivan Valente

(Foto: Agencia Brasil/Reprodução)


“Se você não tiver um controle, esse local é muito propício para servir à agitação de extrema direita bolsonarista corrupta”, alerta o deputado

27 de outubro de 2023


247 - As recentes demandas do Centrão por pastas estratégicas do governo federal, incluindo a presidência da Caixa Econômica Federal, têm gerado preocupação tanto entre políticos quanto na sociedade civil. Em uma entrevista à TV 247, o deputado federal Ivan Valente (Psol-SP) inquietação sobre a situação, destacando a complexidade do cenário político brasileiro.

Valente apontou que a coalizão que apoiou a eleição do presidente Lula (PT) conta com apenas 130 deputados, o que cria uma dinâmica delicada no Congresso. O deputado enfatizou que o Centrão tem travado a pauta no parlamento, dificultando a aprovação de projetos importantes para o país. “Eles querem sempre estar no governo. É uma situação muito esdrúxula que nós vivemos aqui no Brasil. O Lula ganhou a eleição e a coligação com os partidos que apoiam o governo do Lula não passa de 130 deputados. E, ao mesmo tempo, essa massa intermediária, de 300 deputados eleitos em cima do clientelismo, do fisiologismo, da corrupção, da chantagem permanente, com uma proposta pantanosa, gelatinosa de programa, não há um projeto. O que há é um projeto de reeleição permanente e um instrumento de poder. Assim foi com o orçamento secreto”, pontuou

O parlamentar ainda acrescenta que “eles chantageiam muito, eles travam a pauta. Não aconteceu praticamente nada nesses últimos três meses. O Arthur Lira é simbólico do Centrão e eles querem continuar presidindo a Câmara dos Deputados. Então cada projeto tem que ser negociado cara a cara. E como o Lula colocou membros no governo, do partido não só do Lira, não quer dizer que o conjunto do partido acompanhe as votações aqui no plenário. E mais do que isso: continua a pressão por cargos e emendas”.

O deputado também expressou preocupação específica em relação à Caixa Econômica Federal, fundamental para políticas habitacionais, empréstimos à população e outras iniciativas de políticas públicas. Ele alertou para os perigos de interferências políticas nas 12 diretorias intermediárias da Caixa e citou o mensalão. O deputado ressaltou a importância de um controle rigoroso para evitar desvios e proteger a instituição de influências externas prejudiciais.

“No caso da Caixa Econômica Federal, ela é simbólica, além dessa questão de mais uma vez sair uma mulher [Rita Serrano, demitida da presidência do banco. E o mais importante: não há críticas à eficiência da gestão. Então mostra o seguinte: o governo está muito pressionado, a pauta está praticamente trancada, você precisa aprovar projetos. Nesse caso da Caixa eu tenho fundamentalmente uma crítica: a Caixa é um mega instrumento de financiamento, de política habitacional, empréstimos para a população, de política pública mesmo. Se você não tiver um controle, uma lupa, que o governo se proteja de desvios individuais, esse local é muito propício para servir à agitação de extrema direita bolsonarista corrupta para qualquer desvio que aconteça. Então é preocupante”, finalizou.

EM TEMPO: Parabéns Camarada Ivan!

Irã e Rússia armam uma cilada para o Ocidente na Palestina

29 de outubro de 2023

O único país capaz de desviar a atenção ocidental da Ucrânia é Israel. Mas os Estados Unidos e seus aliados estão caminhando para uma cilada existencial

Por Pepe Escobar


Ato pró-Palestina em Londres atrai multidões 21/10/2023 (Foto: REUTERS)

A parceria estratégica Rússia-Irã – com a China pronta para entrar em cena a qualquer momento - está armando uma elaborada cilada com tons de Sun Tzu para o Hegêmona no Oeste Asiático.

Fora Israel, não há outra entidade no planeta capaz de, instantaneamente, desviar o foco do espetacular fracasso do Ocidente na Ucrânia.

Os mercadores da guerra que comandam a política externa dos Estados Unidos, que não são exatamente bismarckianos leais, acreditam que caso o Projeto Ucrânia seja inalcançável, o Projeto Solução Final na Palestina – ou limpeza étnica - poderia, de seu lado, ser uma moleza.

Um cenário mais plausível, entretanto, é que Irã-Rússia, – e o novo "eixo do mal" Rússia-China-Irã – tem todas as condições para arrastar o Hegêmona para um segundo atoleiro. Trata-se apenas de usar a própria indecisão atordoada do inimigo para desequilibrá-lo e desorientá-lo até a derrota.

O sonho dourado da Casa Branca de acreditar que as Guerras Sem-Fim na Ucrânia e em Israel se inscrevam na mesma luta por elevados ideais de "democracia", sendo essenciais aos interesses nacionais dos Estados Unidos, já saiu pela culatra – até mesmo em meio à a opinião pública dos Estados Unidos.

Descrição: .Isso não impede que gritos e sussurros sejam ouvidos por todo o Beltway, revelando que os neocons americanos aliados a Israel estão acelerando o ritmo para provocar o Irã – com uma proverbial falsa bandeira que levaria a um ataque americano. Esse cenário de Apocalipse combina bem com a psicopatia bíblica do Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu.

Os vassalos seriam forçados a docilmente concordar. Os chefes de estado da OTAN fizeram fila para visitar Israel e demonstrar seu incondicional apoio a Tel Aviv - incluindo Kyriakos Mitsotakis da Grécia, Giorgia Meloni da Itália, Rishi Sunak da Grã-Bretanha, Olaf Scholz da Alemanha, o senil hóspede da Casa Branca e Emmanuel Macron da França.

Vingando o "século de humilhações"

Até o momento, o movimento de resistência libanês Hezbollah mostrou-se extraordinariamente comedido ao não morder a isca. O Hezbollah apoia a resistência palestina como um todo – e até alguns anos tinha sérios problemas com o Hamas, com o qual entrou em choque na Síria. O Hamas, por sinal, embora sendo parcialmente financiado pelo Irã, não é comandado por aquele país. Embora Teerã apoie a causa palestina, os grupos da resistência palestina tomam suas próprias decisões.

Manifestantes fazem ato na Paulista pelo fim dos ataques de Israel a Gaza

Ato na Paulista (Foto: Joaquim de Carvalho)

29 de outubro de 2023 


"E viva a luta do povo palestino. Israel, Estado assassino", gritaram os participantes. É o terceiro domingo consecutivo em que é realizado protesto na região da Paulista

247 - Manifestaram caminharam pela avenida Paulista neste domingo com cartazes e discursos que denunciamo genocídio na Palestina. "E viva a luta do povo palestino. Israel, Estado assassino", gritavam.Um dos organizadores do ato é o Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz (Cebrapaz), presidido pelo ex-deputado Jamil Murad.

Uma das conselheiras da entidade, Socorro Gomes, disse que a determinação das organizações que reivindicam cessar-fogo na Faixa de Gaza é manter a mobilização no território brasileiro até que Israel pare de atacar os palestinos.

"Quase cinco mil crianças já morreram. Isso é inaceitável. É preciso sentar à mesa e negociar um acordo", afirmou. "A solução é que haja dois Estados, Israel e Palestina", disse, por sua vez, Jamil Murad.

O repórter Joaquim de Carvalho esteve na manifestação e produziu um vídeo que a TV 247 publica.

https://www.youtube.com/watch?v=ejSwxWnmcyk&t=266s

sábado, 28 de outubro de 2023

"Rita Serrano representava os trabalhadores na Caixa e Arthur Lira representa os bancos privados", diz Stoppa

Leonardo Stoppa, Arthur Lira e Rita Serrano (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | Agência Brasil)

 




Jornalista afirma que, infelizmente, o "centrão é quem manda"

247 – O jornalista Leonardo Stoppa lamentou, no programa Leo ao Quadrado, a demissão de Rita Serrano da presidência da Caixa Econômica Federal, assim como a nomeação de Carlos Vieira, indicado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). "Rita Serrano representava os trabalhadores da Caixa e Lira representa os bancos privados", diz ele. "Infelizmente o centrão é quem manda e o Arthur Lira é menos vulnerável do que o Eduardo Cunha. Na próxima eleição, é importante reeleger o Lula e eleger uma bancada progressista", acrescentou.

Durante o programa, Leo afirmou que "Lira só coloca a bola em jogo se receber algum petisco" e ressaltou que a "Caixa precisa continuar servindo a função de um banco social". Assista: 

https://www.youtube.com/watch?v=J7yTG6cUn3w&t=4s

EM TEMPO: Legalmente vivemos em um sistema de governo "presidencialista", denominado popularmente de “presidencialismo de coalisão”. Mas, na prática o nosso sistema de governo é o “semi-presidencialismo” ou semi-parlamentarismo”. A questão é que os parlamentares mandam e desmandam, mas sem responsabilidade. Daí a necessidade de mudança. O Artur Lira (Presidente da Câmara  dos Deputados) e o Rodrigo Pacheco (Presidente do Senado) deixam sempre o abacaxi para o governo Lula. Cito o exemplo do "Marco Temporal". Outro exemplo é a investida de Rodrigo Pacheco para tirar prerrogativas do STF. Quer dizer, o Parlamento muitas vezes fere a Constituição e a extrema-direita  faz muito tumulto.  

Erdogan diz que irá denunciar Israel por crimes de guerra

Erdogan (Foto: TASS)

Presidente da Turquia condenou duramente o genocídio que vem sendo promovido por Israel contra o povo palestino

28 de outubro de 2023



247 – A Turquia irá denunciar Israel internacionalmente por ações consideradas crimes de guerra, afirmou o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, durante um comício pró-Palestina em Istambul chamado "Grande Encontro da Palestina" no último sábado.

Erdogan declarou: "Estamos nos preparando para apresentar Israel ao mundo como um criminoso de guerra. Israel, também será tratado dessa maneira." Ele destacou que o mundo ocidental está usando seus políticos e veículos de comunicação para legitimar o que ele descreve como um massacre de inocentes em Gaza, acrescentando que Israel está cometendo crimes de guerra.

Erdogan enfatizou a visão de Israel como uma força ocupante, argumentando que o Ocidente pode ter dívidas com Israel, mas a Turquia não possui tais obrigações.

Ele também criticou aqueles que expressam pesar pelas vítimas civis na guerra entre Ucrânia e Rússia, acusando-os de silenciar diante das mortes de milhares de crianças inocentes em Gaza. Erdogan perguntou se o Ocidente estava tentando criar uma atmosfera semelhante à das Cruzadas e atribuiu a responsabilidade principal pelo que estava acontecendo em Gaza ao Ocidente.

Erdogan salientou que embora cada país tenha o direito de se defender, o que estava ocorrendo em Gaza não podia ser justificado como defesa, mas sim como um massacre flagrante e cruel.

Ele também expressou a visão de que Israel era um peão na região que poderia ser sacrificado quando necessário, citando uma declaração anterior em que afirmou que Israel sabia como matar.

Por fim, Erdogan elogiou a resiliência do povo de Gaza por se recusar a abandonar suas casas e cidades diante dos bombardeios das forças opressoras.

Assista o vídeo:

https://www.youtube.com/watch?v=e7bCfAtg3Yg&t=16s

https://www.brasil247.com/mundo/erdogan-diz-que-ira-denunciar-israel-por-crimes-de-guerra


Centenas de judeus são presos nos Estados Unidos por se manifestar em favor da paz

Judeus são presos nos Estados Unidos (Foto: Sputnik)


Grupo se manifestava em favor do povo palestino e contra o genocídio em Gaza

28 de outubro de 2023



Sputnik – Centenas de pessoas foram presas nesta sexta-feira (27), após a polícia acabar com um grande protesto na Estação Grand Central, em Nova York. A manifestação, em apoio a Gaza, foi convocada pelo grupo judeu Jewish Voice for Peace.

Segundo informações do Departamento de Polícia de Nova York, pelo menos 200 pessoas foram presos. Já os organizadores afirmam que o número está mais perto de 300.

O protesto foi convocado pela unidade de Nova York da organização não governamental Jewish Voice for Peace. A ONG afirmou que milhares de seus membros compareceram ao protesto, e que esta foi "a maior desobediência civil que a cidade de Nova York viu nos últimos 20 anos".

O grupo já havia realizado outro protesto em Washington duas semanas atrás, onde outras centenas de manifestantes também foram presos.

Vídeos do local mostram uma grande aglomeração de pessoas no terminal ferroviário e metroviário. A grande maioria utiliza camisas com frases como "Not in our name" e "Jews say cease fire now", ou "Não em nosso nome" e "Judeus pedem por um cessar-fogo já", em tradução livre. As imagens também mostram faixas e cartazes com os dizeres "Os palestinos deveriam ser livres" e "Lamentar os mortos, lutar desesperadamente pelos vivos".

Outros vídeos mostram dezenas de manifestantes em filas, sendo algemados e detidos pelas forças policias da cidade.

A manifestação foi iniciada com o acender de velas de Shabat e a recitação de uma oração judaica dedicada aos mortos, conhecida como Kadish.

"Embora o Shabat seja tipicamente um dia de descanso, não podemos nos dar ao luxo de descansar enquanto o genocídio se desenrola em nossos nomes", disse o rabino May Ye, em um comunicado divulgado pelos organizadores.

"As vidas dos palestinos e dos israelenses estão interligadas e a segurança só pode vir da justiça, da igualdade e da liberdade para todos", disse o rabino.

EM TEMPO: Há uma necessidade urgente da população mundial se politizar e começar a derrotar eleitoralmente os seus algozes, ou seja, a extrema-direita e os fascistas. Ok. Moçada!

sexta-feira, 27 de outubro de 2023

PF descobre plano da Abin para invasão em massa de computadores de cidadãos brasileiros

(Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)
27 de outubro de 2023
 


Descoberta acontece uma semana após a PF identificar um esquema ilegal de monitoramento de adversários e opositores do governo Jair Bolsonaro


247 - As apreensões realizadas no âmbito das investigações da Polícia Federal (PF) sobre o monitoramento ilegal de celurares feito por servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra opositores e adversários políticos do governo Jair Bolsonaro (PL) revelaram um esquema de espionagem em massa de computadores. O esquema foi revelado pelo jornalista César Tralli, da TV Globo e GloboNews.

Segundo o G1, o material recolhido e submetido à análise pelos investigadores revelou a presença de dispositivos invasivos por meio do uso de um malware, com capacidade de acessar integralmente o conteúdo dos computadores afetados. A invasão ocorre de diversas formas, seja por meio do disparo de e-mails, mensagens de texto, WhatsApp Web, ou mesmo por acesso físico ao computador, através de dispositivos como pen drives.

Os investigadores agora se dedicam a quantificar o número de computadores afetados e identificar os alvos do esquema de espionagem. Na semana passada, a Polícia Federal desencadeou uma operação que expôs um esquema ilegal de rastreamento de celulares realizado pela Abin.

Mais de 33 mil acessos foram registrados, focalizando a localização de aparelhos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), auxiliares, funcionários da corte, jornalistas, políticos, críticos e policiais, entre outros.

A operação resultou no cumprimento de 25 mandados de busca e apreensão, além de dois de prisão preventiva, abrangendo os estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e Distrito Federal. A Abin afirmou colaborar com a Polícia Federal e classificou a operação como retaliação.

quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Em Gaza, o objetivo é matar civis por vingança, exemplo e limpeza étnica

 

25 de outubro de 2023


A mídia hegemônica no Ocidente se obriga a seguir a narrativa de Telavive e Washington, a de que Israel está em guerra com o Hamas, e não com os palestinos


Palestinos observam durante busca por vítimas no local dos ataques israelenses contra casas, em Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza (Foto: IBRAHEEM ABU MUSTAFA/REUTERS)

As sociedades já foram menos condescendentes diante de crimes evidentes contra a humanidade, como o que ocorre agora, aos olhos de todo o planeta, na guerra de Israel contra a Palestina. Já houve indignação mais generalizada contra os massacres ocorridos durante, por exemplo, a guerra civil espanhola ou no Vietnã. Desde a incursão do Hamas em Israel no 7 de outubro o número de mortos se elevou tanto que se torna fácil duvidar de sua precisão. Na Faixa de Gaza, são 6.546 mortos, de acordo com o Ministério da Saúde,  "controlado pelo Hamas", de acordo com o portal G1. Do lado israelense, são 1.402.

Dentre os mortos em Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde de Gaza "controlado pelo Hamas", como faz sempre questão de repetir o G1, 2.704 são crianças. Outras 5,3 mil foram feridas. As crianças desaparecidas são 800. Estas cifras ocorrem como consequência dos bombardeios israelenses sobre a Faixa de Gaza. Tão grave como esses bombardeios, intencionalmente sobre áreas civis, é a carga de propaganda que tenta justificá-los. Israel diz que sua guerra é exclusivamente contra o Hamas, e que suas bombas estão direcionadas especialmente para a cadeia de comando e as ramificações do grupo palestino. 

Essa versão é reproduzida sem questionamento por toda a mídia ocidental. Tal mídia não leva em consideração, como hipótese jornalística, a possibilidade de que a tática israelense, não propriamente nova, seja a oposta: impor os  danos civis mais extensos possiveis.

Desabrigar, desalojar, retirar os meios de sobrevivência,  transformar Gaza num inferno.

Isso já ocorreu nos bombardeios nazistas contra Londres e outras cidades inglesas. Foi o que aconteceu também, por exemplo, nos ataques americanos e ingleses que incendiaram Dresden, na Segunda Guerra Mundial. Ainda ontem, Moshe Feiglin, ex-deputado do Likud, declarou à TV INN Israel News Network que o país deveria transformar Gaza numa "nova Dresden" em chamas, forçando todos os seus habitantes a um êxodo para o Egito.

Ao fim da Segunda Guerra, o lançamento das bombas nucleares sobre Hiroshima e Nagasaki foi outro exemplo trágico. Matar civis é a lógica das armas nucleares estratégicas. O "sentido" desses ataques é o de matar muito para, alegadamente, quebrar o moral da população, enfraquecer seu apoio ao esforço militar e facilitar uma eventual invasão.

Submetida à censura ideológica pró-israelense, a mídia corporativa hegemônica no Ocidente se obriga a seguir a narrativa oficial de Telavive e Washington, a de que Israel está em guerra com o Hamas,  e não com os palestinos, e que suas bombas nao visam os civis, só os "terroristas". Na verdade, o que está na ordem do dia é uma estratégia de limpeza racial contra a população Palestina.

*A entrevista do líder do Hamas Osama Hamdan a Breno Altman no canal Opera Mundi é uma rara  oportunidade de acesso à versão palestina sobre o que ocorreu desde o ataque do dia 7 de outubro. Imperdível.

https://www.youtube.com/watch?v=pWSYzDPYA4g&list=PL_Q9S5SSNNLgAh3NPYfxrV--NR1-BfuS5&index=3

terça-feira, 24 de outubro de 2023

O suicídio de uma nação e o extermínio de um povo

23 de outubro de 2023

'O Hamas não será destruído porque ele tem um sócio que precisa dele para sobreviver, e esse sócio é Benjamin Netanyahu', escreve o filósofo Vladimir Safatle (Professor titular do Departamento de Filosofia da USP)



Faixa de Gaza, onde ficam integrantes do grupo islâmico Hamas, e Benjamin Netanyahu, primeiro-ministro de Israel (Foto: ABR | Reprodução/AlJazeera)

Existe um filme de Luis Buñuel que se chama O anjo exterminador. Nele, vemos um grupo de burgueses que vai para uma espécie de salão de recepção e simplesmente não consegue mais sair. Não há nenhum impedimento físico, nenhuma restrição, a não ser aquela vinda de suas próprias vontades. Quando tentam sair eles subitamente param, perdem a força de vontade e permanecem paralisados. A impotência vai até o desespero, cenas de violência e degradação aparecem, até que, da mesma forma como foi natural entrarem no salão, eles saem.

Existe um sintoma fundamental na ordem geopolítica mundial. Trata-se do conflito palestino. Ele é como o filme de Buñuel: diante dele todos param e preferem nada fazer, até que explode algo terrível, como os ataques perpetrados pelo Hamas semana passada, e seguem-se ações que têm, no fundo, um só objetivo, a saber, continuar a não fazer nada de real, continuar a não procurar abrir caminho algum para resolver o conflito. A reação consiste apenas em mobilizar porta-aviões, exército, discursos de força, catástrofes humanitárias para esconder o dado elementar: a comunidade internacional não está disposta a resolver problema algum na Palestina.

Façamos um exercício elementar de projeção. O que acontecerá depois das ditas “ações militares” israelense em Gaza? O Hamas será destruído? Mas o que significa exatamente “destruição” aqui? Ao contrário, não foi exatamente assim que o Hamas cresceu, a saber, depois das ações inaceitáveis de punição coletiva e de indiferença internacional? E mesmo se os líderes do Hamas forem mortos, não aparecerão outros grupos alimentados pela espiral cada vez mais brutal de violência?

Seria importante partir do dado histórico de que todas as tentativas de aniquilar militarmente o Hamas só aumentaram sua força, pois tais ações militares criaram o quadro narrativo ideal para que ele aparecesse, aos olhos de grande parte dos palestinos, como representante legítimo da resistência à ocupação. Quer dizer, só há uma maneira de vencer o Hamas e esta maneira não passa pela vitória militar, seja lá o que isso possa significar.

segunda-feira, 23 de outubro de 2023

Assassinato do morador de Paraisópolis: Do que Tarcísio de Freitas tem medo?

23 de outubro de 2023

Governo se manifestou contra o inquérito da PF que apura se houve armação para forjar atentado durante a campanha eleitoral; caso tem as digitais da Abin

Por Joaquim de Carvalho


Abin, Paraisópolis e Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de São Paulo (Foto: Reprodução/Abin | Marcello Casal Jr/Agência Brasil | Jorge Maruta/Jornal da USP)

O inquérito aberto pela Polícia Federal é o único caminho hoje para eliminar todas as dúvidas que cercam o episódio da morte de um homem em Paraisópolis, no dia 17 de outubro do ano passado, durante ato de campanha de Tarcísio de Freitas. O inquérito realizado pela Polícia Civil em São Paulo terminou sem apontar a autoria do tiro que acertou as costas de Felipe Silva de Lima, de 29 anos. 

O Ministério Público do Estado de São Paulo concordou com o relatório da polícia e o inquérito foi arquivado, por decisão do juiz Jair Antonio Pena Junior, do 1º Tribunal do Júri da capital. "Tem pessoas que viram, colegas meus que viram, e falaram que foi o agente do Tarcísio que atirou no Felipe a cinquenta metros dele", afirmou Ana Paula Batista de Oliveira, que teve três filhos com a vítima e estava recém-separada dele quando o crime ocorreu. 

O agente a que Ana Paula se refere é Danilo Campetti, da Polícia Federal, que aparece em imagens divulgadas no dia com arma na mão e com distintivo da corporação policial. Descrição: .Perguntado se as testemunhas prestariam depoimento, Ana Paula respondeu que não. "Não, porque ninguém confia. Eu mesma estou dando a minha cara porque, realmente, eu quero justiça. Mas eles são sujos, eles são nojentos, eles matam e acabou", disse.

Danilo Campelli foi procurado pelo 247 mais de uma vez, e não se manifestou. O governo Tarcísio de Freitas também foi procurado e, em nota, afirmou: 

"O caso foi investigado por meio de Inquérito Policial (IP) instaurado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), sendo relatado à Justiça em dezembro de 2022. O IP não retornou à unidade desde então. Questionamentos devem ser encaminhados ao Poder Judiciário."

Ana Paula não foi chamada para prestar depoimento nesse inquérito da Polícia Civil e a família não conseguiu sequer reaver os bens apreendidos com Felipe, entre os quais o aparelho de telefone celular e a motocicleta, que ele pilotava no momento em que levou o tiro. A moto está em seu nome e livre de ônus. O tiro que matou Felipe acertou as suas costas, o que enfraquece a narrativa, divulgada pela campanha à época, de que os policiais militares responderam a um ataque de bandidos em Paraisópolis. Felipe não tinha condenação nem mandado de prisão.

Além disso, não foi apreendida arma com Felipe nem realizado teste em suas mãos que apontasse a presença de elementos químicos próprios de quem efetua disparo. O homem que aparece em imagens de vídeo na garupa da moto de Felipe gravadas pouco antes deste ser morto, Rafael de Almeida Araújo, até hoje não foi preso. Sua prisão poderia ajudar a esclarecer o que ocorreu naquele final de manhã.

A Polícia Militar também recolheu cápsulas deflagradas, sob  alegação de que moradores poderiam alterar a cena do crime. Na verdade, quem alterou foram os próprios policiais. Felipe também foi retirado do local, embora fotos indiquem que ele já estivesse morto. Mesmo diante desses indícios, o promotor que se manifestou pelo arquivamento do caso, Fábio Tosta Horner, entende que a PM agiu corretamente.

“Os policiais militares usaram os meios necessários para repelir atual e injusta agressão, sem incorrer em excesso, tendo em vista que agiram dentro dos rígidos limites da lei”, afirmou, no texto acolhido pelo juiz.  “Os policiais agiram em legítima defesa própria e da vida de terceiros, e agiram também em estrito cumprimento do dever legal — duas excludentes que afastam a ilicitude de suas condutas”,  acrescentou.

No boletim de ocorrência sobre o caso (publicado abaixo), um policial que aparece como suspeito de ter efetuado o disparo estava lotado à época no serviço reservado do comando da PM. É Henrique Gama dos Santos, que alguns meses antes havia feito curso na escola da Abin, em Barbacena, Minas Gerais. Não ficou claro no BO por que Henrique estava em Paraisópolis naquela manhã, já que os candidatos não contavam com segurança da PM.

domingo, 22 de outubro de 2023

Ativistas em Israel denunciam repressão à liberdade de expressão pelo regime

 

Bandeira de Israel (Foto: Reuters/Lisi Niesner)

22 de outubro de 2023



Até mesmo materiais como camisetas com slogans de paz são confiscados

247 - Muitos israelenses críticos ao regime de Benjamin Netanyahu vivem uma atmosfera de medo e restrição à liberdade de expressão, conforme relato de ativistas locais. Diversos cidadãos, tanto judeus quanto árabes, têm sido detidos, desligados de seus empregos e até sofrido agressões, após manifestarem sentimentos que são interpretados por algumas autoridades como sendo pró-Hamas, informa o The Guardian

Recentemente, um episódio envolvendo dois ativistas do movimento judeu-árabe "Standing Together" exemplificou essa situação. Eles foram detidos após exibirem cartazes com a frase "Judeus e árabes, superaremos isso juntos", considerada ofensiva pela polícia. Além dos cartazes, materiais como camisetas com slogans de paz foram confiscados.

A repressão aumentou após o ataque do Hamas em 7 de outubro, matando mais de 1.400 pessoas. Israel retaliou com ataques aéreos mortais em Gaza, matando mais de 4.700 pessoas. Desde então, demonstrações de simpatia ou compreensão à situação das crianças palestinas em Gaza e pedidos de paz tornaram-se alvo de suspeitas.

Uma das consequências dessa atmosfera foi a suspensão de Abed Samara, diretor de uma unidade de terapia intensiva cardíaca em um hospital de Petah Tikva, após 15 anos de serviço. A razão? Uma foto de perfil nas redes sociais que retrata uma pomba com um galho de oliveira e uma bandeira verde com a declaração muçulmana de fé. Mesmo tendo sido postada antes do ataque do Hamas, a imagem foi interpretada como uma manifestação de apoio ao grupo.

Este cenário de restrição é impulsionado, em grande parte, pelo governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Desde o mencionado ataque, a polícia tem atuado com ampla autonomia para definir o que é considerado apoio ao terrorismo, sem a necessidade de consultar promotores estaduais. Para Michael Sfard, advogado de direitos humanos, isso representa uma erosão significativa na proteção legal da liberdade de expressão.

O chefe da polícia de Israel, Yaakov Shabtai, foi enfático ao dizer: “Qualquer um que queira se identificar com Gaza é bem-vindo. Colocarei eles em ônibus que estão indo para lá agora e ajudarei a chegar lá.”

A repressão também chegou ao meio acadêmico. Conforme instruções do procurador-geral, universidades e faculdades estão sendo orientadas a relatar à polícia casos de estudantes que manifestam "apoio ao terrorismo". O resultado disso é uma série de convocações e suspensões. De acordo com o grupo de direitos legais Adalah, cerca de 50 estudantes palestinos foram recentemente chamados para responder em comitês disciplinares sobre suas postagens em redes sociais, com alguns sendo suspensos de seus cursos.

EM TEMPO: Daí a importância de politização da população e de não elegermos políticos de extrema-direita para exercerem cargos de comando das nações. A exemplo de: Netanyahu (Israel); Bozo (Brasil); Zelensky (Ucrânia); Milei (Argentina); dentre outros. As manifestações de rua, as quais ocorrem em diversos países, inclusive em Israel, são de fundamental importância para barrar o terrorismo tanto do Hamas, como também  do Estado de Israel com apoio da Casa Branca.  Convém lembrar que o Hamas é cria de Netanyahu. É só conhecer um pouco da história.  Ok, Moçada! 

sábado, 21 de outubro de 2023

Manifestações a favor dos palestinos reúnem milhares de pessoas pelo mundo neste sábado

(Foto: AAP/Brent Lewin via REUTER)


Uma das maiores foi em Londres, no Reino Unido, onde cerca de 100 mil pessoas participaram de uma manifestação na região central da cidade

21 de outubro de 20239


247 - Neste sábado (21) ocorreram manifestações públicas pró-palestinos em diversas cidades pelo mundo. O Ministério da Saúde de Gaza afirma que 4.385 pessoas morreram no território desde o começo do conflito, após intensos avanços do exército israelense no território palestino. Para deixar o contexto ainda mais sangrento, os EUA vetaram uma proposta da diplomacia brasileira que indicava um cessar-fogo, além de um corredor humanitário. 

De acordo com informações do G1, Houve manifestações públicas nas seguintes cidades:

  • Nova York (EUA);
  • Bucareste (Romênia);
  • Londres (Reino Unido);
  • Bangkok (Tailândia);
  • Sydney, (Austrália);
  • Christchurch (Nova Zelândia);
  • Carachi (Paquistão);
  • Pristina (República do Kosovo);
  • Pretória (África do Sul);
  • Laore (Paquistão);
  • Jacarta (Indonésia);
  • Lisboa (Portugal)
  • Sydney, Austrália
  • Barcelona 

Uma das maiores foi em Londres, no Reino Unido, onde cerca de 100 mil pessoas participaram de uma manifestação na região central da cidade.  Já na Alemanha e França, o governo proibiu manifestações pró-palestina.

EM TEMPO: As manifestações de rua são muito importante para pressionarem os algozes (EUA, Israel, dentre outros) a concordarem com o cessar-fogo, como também pela melhoria das condições de vida  da população ora prejudicada pela guerra e em defesa da implantação de dois Estados, Israel e Palestina e consequentemente em defesa da paz. 

segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Declaração do Partido Comunista de Israel

 


 

O Partido Comunista de Israel declara:

Os crimes do governo fascista israelense, destinados a sustentar a ocupação, estão conduzindo a uma guerra regional. Temos que parar esta escalada.

Nestes tempos difíceis, repetimos a nossa condenação inequívoca a quaisquer ataques contra civis inocentes e instamos todas as partes a preservarem os civis do ciclo de violência. Enviamos as nossas condolências às famílias das vítimas da ocupação, tanto árabes como judias.

O Partido Comunista de Israel culpa o governo fascista de Israel pela escalada intensamente perigosa das últimas horas, que ceifou a vida de muitos civis inocentes.

Na semana passada, colonos apoiados pelo governo causaram estragos nos territórios ocupados, profanando Al-Aqsa e realizando pogroms nas ruas de Huwara. Desde a manhã de 07/10 temos assistido a uma grave escalada de hostilidades que correm o risco de se transformar numa guerra regional. A ameaça de tal guerra tem sido persistentemente alimentada pelas ações deste governo de direita desde o primeiro dia.

Os acontecimentos recentes indicam a perigosa direção que Netanyahu e os seus parceiros governamentais estão tomando em toda a região. Ressaltamos que é impossível “gerir” o conflito ou resolvê-lo militarmente. Só há uma solução: lutar para acabar com a ocupação e reconhecer os direitos legítimos do povo palestino e as suas justas reivindicações. Acabar com a ocupação e insistir numa paz justa é do interesse claro de ambos os povos.

O PC de Israel alerta que o governo de Netanyahu aproveita os acontecimentos para lançar um ataque de vingança contra a Faixa de Gaza e apela à comunidade internacional para intervir imediatamente a fim de silenciar os tambores da guerra e iniciar uma solução política.

O PC de Israel está preocupado com possíveis ações de retaliação contra cidadãos palestinos em Israel, especialmente aqueles que vivem nas cidades conjuntas e aldeias não reconhecidas de Al-Naqab/Negev. Estes últimos pagaram um preço elevado pela negligência com que o Estado os trata.

Nesta realidade, as forças sensatas de Israel, tanto judaicas como árabes, devem ter uma voz clara contra qualquer tentativa de incitar à violência contra grupos ou de fazer justiça com as próprias mãos. Devemos promover atividades conjuntas que busquem uma vida normativa sem ocupação, discriminação ou superioridade étnica.

Devemos lutar pela paz, pela igualdade e pela verdadeira democracia para todos.

Haifa, 7 de outubro de 2023

Comitê de Relações Internacionais, Partido Comunista de Israel.

EM TEMPO: Daí a importância da politização da população, para não elegerem pessoas da extrema-direita para cargos tão importantes da nação, a exemplo de: Netanyahu (em Israel), Bozo (no Brasil), Zelensky (na Ucrânia), dentre outros.