MARCELO ROCHA
***FOTO DE ARQUIVO***
BRASÍLIA, DF, 03.02.2020 - Procurador-geral da República, Augusto Aras, durante
sessão solene de abertura dos trabalhos do judiciários no STF (Superior
Tribunal Federal) em Brasília. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) - O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou nesta terça-feira (28.07.2020) que a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba é uma "caixa de segredos". "Em todo o MPF [Ministério Público Federal] no seu sistema único tem 40 terabytes. Para o funcionamento do seu sistema, a força-tarefa de Curitiba tem 350 terabytes e 38 mil pessoas com seus dados depositados, que ninguém sabe como foram escolhidos", afirmou Aras.
"Não se pode imaginar que uma unidade institucional se faça com segredos, com caixas de segredos." A fala do chefe do MPF ocorreu durante a webconferência Os Desafios da PGR em Tempos de Pandemia, promovida pelo grupo Prerrogativas. Aras disse que recentemente foram descobertos 50 mil documentos invisíveis à corregedoria. "Não podemos aceitar 50 mil documentos sob opacidade. É um estado em que o PGR não tem acesso aos processos, tampouco os órgãos superiores, e isso é incompatível", afirmou.
Em uma derrota para a Lava Jato, o
presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Dias Toffoli, determinou
no início do mês que os procuradores enviem à PGR todos os dados de
investigações já colhidos pela operação, incluindo as forças-tarefas de
Curitiba, do Rio de Janeiro e São Paulo.
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Em dez meses à frente do MPF, disse ele, sua gestão procurou reconduzir a instituição à sua unidade contra o que chamou de aparelhamento ocorrido em gestões anteriores. "A nossa maior preocupação foi reconduzir [o MPF] à sua unidade", afirmou. "Não permitir que haja um aparelhamento desta instituição, que importa em segregação de muitos membros, que não concordam com este modus de fazer política institucional."
Aras disse que o Ministério Público vinha sendo muito mais uma instituição de independência individual de seus membros do que propriamente da unidade. Ele ainda afirmou que buscou construir essa compreensão de unidade para, entre outros objetivos, acabar com "privilégios que alcançaram pequenos grupos, que partilharam de viagens internacionais, partilharam de favores, de cursos, de cargos". De acordo com Aras, a atual gestão abriu todas essas oportunidades para que distintos segmentos da carreira pudessem mostrar sua capacidade e ter realização profissional.
Aras diz que é hora de corrigir rumos para que o 'lavajatismo não perdure'
Por Renato Souza
O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou, nessa terça-feira (28/7), que "é hora de corrigir os rumos para que lavajatismo não perdure". Em uma live com advogados, o chefe do Ministério Públicoafirmou que a prioridade é garantir direitos fundamentais, e que em a gestão dele vai atuar para acabar com o "punitivismo" no Ministério Público.
De acordo com Aras, é necessário resguardar os dados de 38 mil pessoas que estão em poder de forças-tarefas da Lava-Jato, para que as informações não seja utilizadas para "chantagem e extorsão". "Agora é a hora de corrigir os rumos para que o lavajatismo não perdure. Mas a correção de rumos não significa redução do empenho no combate à corrupção. Contrariamente a isso, o que nós temos aqui na casa é o pensamento de buscar fortalecer a investigação científica e, acima de tudo, visando respeitar direitos e garantias fundamentais", disse Augusto Aras.
As declarações foram alvo de reação dos procuradores. Roberson Pozzobon, integrante da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná criticou a indicação de Aras pelo presidente Jair Bolsonaro. “A transparência faltou mesmo no processo de escolha do PGR pelo presidente Bolsonaro. O transparente processo de escolha a partir de lista tríplice, votada, precedida de apresentação de propostas e debates dos candidatos, que ficou de lado, fez e faz falta”, escreveu ele no Twitter.
EM TEMPO: O ex-juiz Sérgio Moro, juntamente com o procurador Deltan Dallagnol, puniram e mandaram prender Lula sem provas processuais. Foi o caminho fértil para a eleição de Bolsonaro, haja visto o ataque que os Lavajistas fizeram contra a política e os políticos. Devido as irregularidades cometidas por aquela dupla de "justiceiros e falsos moralistas", conforme foi divulgado pelo Intercept Brasil e a ingerência indevida do FBI, dos EUA, nos processos que foram promovidos pela Lava Jato, é possível que o STF anule o processo contra Lula. E, para complementar o que estou dizendo o Sérgio Moro se prepara para ser candidato a Presidente da República. Quer dizer a Lava Jato se comporta como um órgão de Estado, mas independente do próprio Estado Brasileiro e agora a serviço eleitoral do Sérgio Moro. Agora durmam com essa bronca.
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