Moscou afirma que
escalada política e militar pode gerar crise imprevisível e reafirma apoio ao
governo de Nicolás Maduro
17 de dezembro de 2025
![]() |
| O navio de guerra USS Jason Dunham interceptou o navio "Carmen Rosa" na zona econômica exclusiva da Venezuela (Foto: Telesur) |
Por Otávio Rosso
247- A Rússia
alertou que o aumento da pressão política e militar dos Estados Unidos contra a
Venezuela representa um risco grave para a estabilidade de todo o hemisfério
ocidental. Segundo autoridades russas, o atual cenário pode evoluir para uma
crise de consequências imprevisíveis, diante do que Moscou classifica como um
cerco crescente ao país sul-americano.
As informações foram divulgadas pela teleSUR, com base em declarações feitas em Moscou durante uma cerimônia oficial em homenagem a Simón Bolívar, realizada por ocasião dos 195 anos da morte do libertador venezuelano. No evento, representantes do governo russo reiteraram solidariedade ao povo venezuelano e apoio ao governo do presidente Nicolás Maduro, destacando a defesa da soberania nacional e dos interesses estratégicos do país.
Alerta russo sobre a escalada de tensões
Durante a solenidade, Alexander
Shchetinin, diretor do Departamento para a América Latina do Ministério das
Relações Exteriores da Rússia, manifestou preocupação com a evolução da
situação no Caribe e fez um apelo direto para que não haja novas ações que
ampliem o conflito. Em sua intervenção, o diplomata afirmou: “Esperamos que
aqueles que estão por trás da atual escalada de tensões na Venezuela possam
evitar um maior deslizamento para uma situação que ameaça ter consequências
imprevisíveis para todo o hemisfério ocidental e que possam evitar cometer
erros”.
Shchetinin também ressaltou a importância histórica de Simón Bolívar e destacou os laços de amizade entre Rússia e Venezuela, reafirmando o respaldo político de Moscou ao governo venezuelano diante do cenário internacional adverso.
Denúncias de Caracas e rejeição a acusações dos EUA
Do lado venezuelano, o presidente
Nicolás Maduro tem denunciado que o país enfrenta a maior ameaça de invasão
estrangeira do último século, associada, segundo o governo, aos interesses dos
Estados Unidos sobre as maiores reservas de petróleo do planeta. Caracas
rejeita as acusações feitas por Washington de suposta falta de compromisso no
combate ao narcotráfico.
As autoridades venezuelanas lembram que organismos internacionais, incluindo a Organização das Nações Unidas, já certificaram que a Venezuela não é um país produtor de drogas nem apresenta altos índices de consumo, além de reconhecerem os esforços do Estado no enfrentamento ao tráfico ilícito.
Presença militar e impacto humanitário
Paralelamente às tensões diplomáticas, os Estados
Unidos intensificaram sua presença militar no Caribe com o envio de um grupo de
ataque liderado pelo porta-aviões USS
Gerald R. Ford, acompanhado por um submarino nuclear e mais de 16 mil
militares. Segundo dados citados na reportagem, desde setembro operações
classificadas como ilegais na região resultaram no afundamento de mais de vinte
embarcações rápidas e na morte de mais de 80 civis em alto-mar.

Nenhum comentário:
Postar um comentário