sábado, 26 de julho de 2025

Israel tentou forçar França a desistir de reconhecimento da Palestina

Governo de Netanyahu advertiu Paris com restrições em inteligência e sugeriu anexações na Cisjordânia caso decisão se confirme na ONU

26 de julho de 2025



O presidente francês Emmanuel Macron 23/07/2025 (Foto: REUTERS/Abdul Saboor)




Redação Brasil 247

247 - Israel intensifica pressões diplomáticas para dissuadir a França de reconhecer oficialmente o Estado da Palestina, previsto para setembro deste ano, durante a próxima reunião da Assembleia Geral das Nações Unidas. A informação foi revelada pela agência Reuters, com base em declarações de autoridades francesas e diplomatas que acompanham o processo.

A movimentação diplomática liderada por Tel Aviv inclui advertências formais de que poderá restringir o intercâmbio de informações de inteligência com Paris e dificultar iniciativas regionais lideradas pelos franceses. Em conversas reservadas, Israel também sinalizou a possibilidade de uma anexação parcial de territórios na Cisjordânia como resposta à decisão francesa.

 “A pressão de Israel tem sido constante nos últimos meses”, afirmou uma autoridade francesa sob condição de anonimato à Reuters. Segundo ela, o governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tem tentado influenciar diretamente o presidente Emmanuel Macron para evitar o reconhecimento. No entanto, Paris considera que “Netanyahu agirá de qualquer forma na Cisjordânia, com ou sem o apoio francês”, completou a fonte.

Em declaração pública feita na quinta-feira (24), Macron confirmou que a França está decidida a reconhecer oficialmente o Estado palestino durante a conferência da ONU, mesmo diante das advertências israelenses. A decisão marca uma inflexão importante na política externa francesa, com potencial para reconfigurar parte do debate diplomático europeu sobre a questão palestina.

A França tem se articulado com outros países na tentativa de ampliar o apoio à iniciativa, embora ainda enfrente resistência de aliados históricos como Reino Unido e Canadá. “Seguiremos pressionando para que outros governos se unam à nossa posição”, declarou o diplomata ouvido pela agência, destacando que o reconhecimento busca fortalecer a solução de dois Estados como base para um acordo de paz duradouro no Oriente Médio.

 

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