Em entrevista a Hildegard Angel, jornalista afirma que o genocídio é expressão do supremacismo sionista e aponta o socialismo como única alternativa
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Breno Altman (Foto: Reprodução Youtube) |
247 – Em entrevista
concedida à jornalista Hildegard Angel, publicada na TV 247, o jornalista e
comentarista político Breno Altman fez duras críticas ao Estado de Israel e
denunciou o que classificou como genocídio contra o povo palestino. Judeu,
comunista e antissionista, Altman afirmou que o regime sionista se forjou na
lógica da supremacia étnica e da violência colonial e que, diante da
brutalidade atual, “fora do socialismo não há solução”.
“Nenhum judeu fez tão mal ao povo
judeu quanto Netanyahu”, afirmou, ao caracterizar o atual primeiro-ministro
israelense como o mais destrutivo entre todos os líderes do país. Altman
destacou que o genocídio em Gaza não é um desvio, mas o ápice de um projeto
ideológico estruturado no supremacismo sionista, em que a desumanização do povo
palestino é central.
Crítica ao sionismo e reapropriação da história judaica
Segundo Altman, o sionismo nasceu no
século XIX como uma doutrina colonial e racista, disfarçada de resposta ao
antissemitismo europeu. “O sionismo é só uma corrente ideológica. Ele não é o
judaísmo”, afirmou, lembrando que até setores religiosos, como o grupo Neturei
Karta, se opõem à existência do Estado de Israel por considerarem que sua
criação viola os princípios do Talmud.
O jornalista se mostrou
particularmente indignado com o uso político do Holocausto para justificar os
crimes cometidos hoje contra os palestinos: “Eu me sinto ultrajado quando vejo
o sionismo usar o sofrimento dos meus antepassados como justificativa para uma
monstruosidade atual”.
Perseguição judicial e lawfare
Breno Altman revelou ter sido alvo de
processos judiciais movidos por representantes da comunidade sionista
brasileira. Ele foi condenado em primeira instância a três meses de prisão por
chamar dois apoiadores de Israel de “covardes”, mas a pena foi revertida na
segunda instância. “Acho que é o único caso da história judicial brasileira em
que alguém foi condenado à prisão por chamar o outro de covarde”, disse. Ele
também denunciou o uso da tática SLAPP (ações judiciais
estratégicas contra a participação pública) para tentar silenciá-lo
politicamente.
Sionismo e nazismo: o peso das comparações
A entrevista também abordou o
polêmico tema da colaboração entre setores sionistas e o regime nazista. Altman
citou o Acordo de Haavara, firmado em 1933 entre a Federação
Sionista da Alemanha e o governo de Adolf Hitler, que permitia a migração de judeus
para a Palestina em troca de ativos usados para comprar produtos alemães. “O
sionismo é o nazi-judaísmo”, afirmou. Segundo ele, o regime israelense de hoje
repete a lógica de desumanização do nazismo, com métodos semelhantes aos usados
nos campos de concentração.
Ele também comentou o papel simbólico
e político do presidente Lula ao denunciar, em fevereiro de 2024 na Etiópia, a
semelhança entre os métodos de Israel e os do nazismo. “Lula tocou na ferida
moral do sionismo”, disse.
Relatos pessoais e tradição comunista judaica
Ao longo da entrevista, Altman
compartilhou a trajetória antissionista e comunista de sua família judaica. Sua
avó, Frida, rompeu com o pai ao se filiar ao Partido Comunista no interior de
São Paulo. Seu avô paterno, militante desde os 9 anos em Varsóvia, suicidou-se
após entrar em depressão com o XX Congresso do Partido Comunista da União
Soviética, que denunciou os crimes de Stálin.
A tradição cultural judaica também
foi abordada com franqueza e afeto, com relatos sobre a disciplina intelectual
imposta por seu pai — como a meta de ler 50 páginas por dia — e reflexões sobre
o valor da cultura, da música e da solidariedade. “A cultura é a única coisa
que não te tiram”, relembrou.
A causa palestina como régua moral dos tempos
Altman afirmou que a causa palestina
é o grande divisor moral da atualidade: “Ela é a linha que separa os bons dos
maus. A maneira como governos e indivíduos se comportam diante do genocídio
palestino define de que lado da história estão”.
Para ele, o capitalismo atual leva à barbárie, e
apenas o socialismo oferece uma saída real para a humanidade. “Estamos vivendo
um ponto de inflexão. A causa palestina é o maior desafio ético e geopolítico
do nosso tempo, e não há mais solução possível fora do socialismo”, concluiu.
Assista:
https://www.youtube.com/watch?v=82qM4FqP0r4&t=5s
EM TEMPO: Realmente o jornalista Breno tem razão: não há como as reivindicações da população serem atendidas nos limites do capitalismo.
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