Jornalista avalia que o momento é de “reforçar a narrativa de que o Congresso está defendendo os ricos”. “Mas é preciso correr”, alerta
26 de junho de 2025
Helena Chagas, Luiz Inácio Lula da Silva e a parte
interna da Câmara (Foto: Felipe L. Gonçalves/Brasil247 | ABR)
247 - A avaliação de que
o Palácio do Planalto precisa “confrontar o Legislativo com a opinião da
maioria da população” ganhou força depois da derrota estrondosa sofrida na
Câmara dos Deputados na quarta-feira (25). A constatação foi feita pela
jornalista Helena Chagas, em postagem nas redes sociais.
“Talvez a derrota do decreto do IOF
na Câmara seja um divisor de águas, momento de o Planalto reforçar a narrativa
de que o Congresso está defendendo os ricos. Confrontar o Legislativo com a
opinião da maioria da população é a única forma de o governo recuperar certo
fôlego político por lá. Mas é preciso correr, ocupar as redes e propagar isso
rapidamente”, escreveu Helena.
Votação expõe fragilidade da base governista - O projeto que elevava a alíquota do Imposto sobre
Operações Financeiras (IOF) — peça considerada crucial pela equipe econômica
para sustentar o equilíbrio fiscal — foi rejeitado por 383 votos a 98 num
universo de 513 deputados. A amplitude do placar escancarou a desarticulação do
governo: legendas que ocupam ministérios, como PSD, MDB, Republicanos, União
Brasil e Progressistas, acompanharam a oposição liderada pelo PL, reforçando o
revés.
Pesquisas Datafolha e Ipsos/Ipec
divulgadas em junho já apontavam queda na popularidade de Lula no Congresso.
Com o clima eleitoral de 2026 no horizonte, parlamentares do chamado centrão
enxergam no distanciamento do Planalto uma estratégia para manter espaço e
recursos — sinal de que a fidelidade da base está cada vez mais condicionada ao
custo-benefício político.
Rearranjo rumo a 2026 e risco de paralisia - O episódio do IOF ganhou estatura de termômetro:
além de medir o prestígio do presidente, revelou uma aliança informal entre
centro e oposição. Na prática, sinaliza que a capacidade do Planalto de pautar
votações estratégicas está em xeque.
Corrida para
conquistar as redes - Helena Chagas
insiste que a reação precisa ser imediata. Para ela, só haverá recomposição de
forças se o governo “ocupar as redes” e convencer a maioria sobre quem perde e
quem ganha com a derrubada do decreto. A disputa narrativa promete ser decisiva
num ambiente em que redes sociais funcionam como extensão do plenário.

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