sábado, 28 de junho de 2025

Haddad faz alerta após Congresso derrubar decretos que aumentavam o IOF: 'mudou o regime político no Brasil'

Ministro também ironizou a situação política atual diante da ofensiva legislativa contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva

27 de junho de 2025


 

Ministro da Fazenda, Fernando Haddad - 29/01/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Por  Leonardo Lucena

247 - O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta sexta-feira (27) que o regime político no Brasil "mudou" e sugeriu que ainda são necessárias mais negociações com o Congresso Nacional para a aprovação de pautas defendidas pelo governo Lula.

O titular da pasta fez o comentário após a Câmara e o Senado derrubarem esta semana decretos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que aumentavam o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

"Mudou o regime político no Brasil. Quem não quiser enxergar... Estou completando nove anos de ministério [contando o período de ministro da Educação]. (...) Mudou o sistema político. Não é o mesmo do Fernando Henrique e do Lula [1 e 2]", afirmou em entrevista à Globo News.

Ao ser perguntado sobre qual seria o regime atual de fato, Haddad ironizou, ao citar o ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF): "existem quatro sistemas políticos no mundo: o presidencialismo, o parlamentarismo, o semipresidencialismo e o brasileiro".

Haddad negou que o Congresso tenha "antecipado" a eleição de 2026 ao derrubar o decreto do IOF. "Não quero crer", disse ele ao citar o dólar em queda e a geração de emprego. "A quem interessa estragar esse cenário? Só por questões eleitorais?", questionou.

Na Câmara, o placar foi 383 a 98 pela derrubada dos decretos que aumentavam o IOF. O último decreto do governo sobre o tema (Decreto 12.499/25) havia suavizado os outros dois editados anteriormente (decretos 12.466/25 e 12.467/25), mas não eliminou o aumento.

Além de Fernando Haddad, a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann (PT), também alertou para os prejuízos que podem ser causados pela decisão do Congresso. Líder do Partido dos Trabalhadores na Câmara, Lindbergh Farias (RJ) denunciou que existe uma sabotagem contra o governo Lula. 

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