Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante a cerimônia de
boas-vindas, no Grande Palácio do Povo. Pequim - China.
Foto: Ricardo
Stuckert / PR Foto do dia 13.05.2025
Reportagem em 18 de maio de 2025
Jornalistas escolhem versões dos
fatos que parecem mais adequadas ao país, a si ou a grupos, versões estas que
às vezes se transformam em pontos de partida não por estarem mais próximas da
realidade dos fatos, mas por atenderem a interesses dos seus controladores.
A visita de Estado do presidente
Lula, à frente de grande comitiva ministerial e empresarial à China, consagrou
uma estrondosa associação estratégica entre as economias de dois gigantes: o
Brasil e seu imponente parceiro asiático.
Como resultado direto da visita,
foram abertos na China cinco mercados para produtos brasileiros, com potencial
total de agregar, apenas nestes setores, 20 bilhões de dólares às exportações
brasileiras.
Mais além, foram celebrados 20 acordos
para a participação chinesa nos grandes projetos estruturantes deste terceiro
mandato do presidente Lula: Nova Indústria Brasil, Novo Programa de Aceleração
do Crescimento, Plano de Transformação Ecológica e o Programa Rotas da
Integração Sul-Americana. Neste último, sinergias com a China ajudarão a
viabilizar a integração das malhas de transporte do Brasil com outros países do
hemisfério, facilitando rotas de comércio transcontinental, reduzindo
distâncias, tempos e custos de exportação.
Sempre com transferência de
tecnologia como ponto de partida, Brasil e China formaram parcerias duradouras
em campos tão diversos como inteligência artificial, economia digital,
transição energética, energia atômica, segurança de alimentos, "swap"
de moedas locais ou agricultura familiar moderna.
Lula foi recebido em palácio por Xi
Jinping e em jantar na própria residência do presidente chinês,
cimentando uma aproximação que vem de longe, mas que jamais antes chegara
à materialidade e amplitude de agora. Uma viagem muito proveitosa pela
associação a uma economia que vem obtendo sucesso na missão de crescer, retirar
populações da pobreza e sofisticar-se industrialmente com base na
liderança da criação de tecnologias cada vez mais sofisticadas.
O sucesso da viagem, a desenvoltura
com que Lula evolui na captação pragmática de mercados e celebração de acordos
entre os dois gigantes continentais fez soar alarmes desesperados na parcela
mais degenerada dos adversários do presidente Lula.
À falta do que glosar no périplo de
Lula, que incluiu a suprema afronta da participação do presidente nas
celebrações em Moscou dos 80 anos da vitória do Exército Vermelho contra o
nazismo, a oficina venenosa da mídia agarrou-se a tentar ocultar a qualquer
custo os sucessos de Lula.
A operação teve origem em um diálogo
entre Lula, a primeira-dama Janja e o líder chinês Xi Jinping.
De forma pertinente, a partir de uma
pergunta de Lula a Xi sobre a plataforma digital chinesa Tik-tok, Janja
interveio para dizer ao líder chinês de crimes contra crianças e misoginia
praticadas no Brasil por meio da plataforma.
Foi o bastante para que a partir de
versão não confirmada, a mídia comercial antilulista entrasse em campo.
Da maneira habitual, na continuidade dos aquários, a imprensa agiu unida
e armada para atingir Janja e por meio dela tentar afetar a imagem do
presidente, candidato à reeleição que, para aflição da direita, lidera as
pesquisas.
O consórcio midiático agarrou-se ao
episódio, distorcendo-o para destilar preconceito, machismo e fingido vexame.
Páginas de jornais, horas programas
de tv e rádio, perguntas preciosas em entrevistas com o presidente foram
desperdiçadas com o factoide provinciano: "A primeira-dama não poderia ter
usado da palavra na ocasião formal, não poderia ter chamado a atenção de um
líder estrangeiro para um tema polêmico, a China é uma ditadura". Valia
qualquer argumento no cardápio da santa família dos meios de comunicação
antilulistas. Até Bolsonaro foi convidado, em aliança, para integrar coro das
reclamações.
Como todo escândalo baseado em
informação forjada por frustração e inveja, bastou um desmentido do presidente
para o caso desaparecer. O assunto deixar de ter a polêmica que se tentou
imprimir e agora desaparece.
Xi deu razão a Lula e a Janja e vai
enviar alguém para examinar em conjunto o tema do Tik-tok, o que tambem
preocupa os próprios chineses.
Seria de se esperar que, num mundo
ideal, veículos de comunicação competissem entre si pela informação mais
relevante e que essa competição servisse para depurasse o que de fato vale a
pena e o que não passa de lixo informativo.
No mundo real da mídia corporativa nacional, porém,
a diversidade de abordagens, corolário da competição, não existe, especialmente
na cobertura relativa ao governo do presidente Lula. Ali os fatos dão lugar ao
lobismo, a disputa de enfoques e versões entre os veículos vira ordem de
rebanho e o jornalismo entra em falência para se transmutar em campanha de
divisão e destruição. Saem do foco os grandes interesses nacionais para dar
lugar à mera planejada maledicência de pura e covarde índole sexista.
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