Analista diz que eventual encontro Putin-Zelensky “cobrirá mais do que revelará”
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(Foto: Reuters | Brasil247 ) |
Por Dafne
Ashton (Jornalista)
247 - A entrevista
concedida pelo jornalista e professor José Arbex Júnior ao programa Mário
Vitor e Regina Zappa, da TV 247,lançou luz sobre o esgotamento geopolítico
e econômico da Europa diante da guerra na Ucrânia. Segundo ele, o conflito
atingiu um ponto-limite. “A guerra não pode continuar. A Europa está no bagaço.
A Alemanha entra no segundo ano de recessão, a Inglaterra está de joelhos”,
afirmou.
Com o rumor de uma reunião presencial
entre Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, possivelmente em Istambul, Arbex
relativizou o significado do gesto. “Mesmo que essa reunião ocorra, ela cobrirá
muito mais coisa do que revelará. Vai ser uma encenação para alarmar ou
acalmar, mas sem nada de espontâneo. Até a cor da cueca dos caras é decidida
antes”, ironizou.
OTAN sem rumo e
economia europeia em colapso
Para Arbex, a continuidade da guerra
representa a falência da lógica de defesa da Europa ocidental. “Por mínimas que
sejam as concessões do Zelensky, será a derrota da OTAN. Para que serve a OTAN
depois da guerra da Ucrânia?”, indagou. Ele destacou que a própria existência
da aliança militar estaria sendo questionada pelos próprios países membros: “Os
governos europeus falam em rearmar sozinhos a OTAN, mas de onde vai sair o
dinheiro? De cortes na saúde, na educação, na previdência?”, alertou.
“Zelensky é um
boneco de ventríloquo”
A crítica à autonomia política do
presidente ucraniano foi contundente. “O Zelensky não tem vontade própria. Vai
a essa reunião, se acontecer, como porta-voz do que a Europa tem a dizer”,
disse Arbex. Ele lembrou que o comediante eleito presidente iniciou seu governo
prometendo respeitar os acordos de Minsk, mas mudou de posição após visita do
então premiê britânico Boris Johnson: “Levou uma ‘xuxada’ do Boris e passou a
defender a guerra.”
Um mundo em
transição: “o improvável se tornou frequente”
Segundo Arbex, o mundo vive uma era
de transição geopolítica em que as estruturas tradicionais estão ruindo. “A ONU
está derretendo, o Banco Mundial está derretendo, a OTAN está derretendo. Todas
as instituições que regulavam a ordem pós-Segunda Guerra já não valem mais”,
disse. “Estamos vivendo uma excepcionalidade: o improvável se tornou
frequente.”
Juventude europeia
e o perigo da guerra cognitiva
Questionado se os jovens europeus
estariam dispostos a se engajar num novo conflito armado, Arbex foi direto:
“Hoje não. Mas com um, dois, três anos de propaganda dizendo que ‘os russos vêm
aí’, a coisa muda. A OTAN já tem estudos sobre guerra cognitiva para disputar o
cérebro das pessoas.”
Ele criticou duramente a militarização das
sociedades europeias. “Essa fabricação do terror russo é fundamental para
justificar cortes sociais e sustentar uma economia de guerra. Mas esse pânico
alimenta a extrema direita.” Assista:
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