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| Lula e Claudia Sheinbaum (Foto: Ricardo Stuckert / PR) |
O gesto pode abrir
um caminho de lucidez e solidariedade mútua no Continente, afirma Paulo Moreira
Leite
23 de janeiro de 2025
Numa conjuntura marcada pela barbárie
imperialista do governo Trump, até agora recebida com o silêncio temeroso da
maioria dos países da América Central e do Sul, a presidente do México, Claudia
Sheinbaum, teve uma reação clara e direta.
Anunciou que pretende convidar o
presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, para uma conversa sobre a
situação. A iniciativa merece aplausos imediatos e demorados.
Num país cuja diplomacia parecia ter
modificado a própria bússola histórica, abandonando a prioridade
latino-americana que chegou a marcar tantos momentos de um passado nem tão
distante assim por uma submissãoe sem disfarces aos apelos e promessas vãs da potência
imperial instalada do lado de lá do Rio Grande, o movimento de Sheinbaum
constitui um gesto necessário na direção oposta. Mostra uma presidente capaz de
entender a gravidade de uma nova situação e procurar respostas a ela.
O gesto pode abrir um caminho de
lucidez e solidariedade mútua no Continente, num primeiro passo para modificar
uma conjuntura que anuncia imensas dificuldades e nenhuma esperança realista --
pelo menos enquanto o trumpismo estiver a frente da principal força econômica,
política e militar do planeta. .
Com uma história diplomática
respeitada pela competência e capacidade de realizar movimentos compatíveis com
interesses e necessidades de seus povos países, brasileiros e mexicanos só tem
a ganhar com uma aproximação que pode enfrentar dificuldades como toda ação
diplomática -- mas é benvinda, necessária e urgente.
Demonstra que o destino dos povos e
países que habitam as áreas menos prósperas da civilização do século XXI, não
está traçado com antecedência nem pode ser esculpido pela truculência
trumpista, caminho inevitável para a barbárie e dominação de povos e países.
Alguma dúvida?

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