Marcos Moura, Davi Alcolumbre, Antônio Rueda e ACM
Neto (Foto: Divulgação)
PF investiga rede ligada ao empresário Marcos Moura, conhecido como "rei do lixo", e políticos do União Brasil
18 de dezembro de 2024
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247 - A investigação da
Polícia Federal envolvendo o empresário Marcos Moura, conhecido como o
"rei do lixo", expôs um suposto esquema de corrupção que pode abalar
as estruturas do União Brasil e revelar um dos maiores escândalos políticos dos
últimos anos.
Moura, preso durante a Operação
Overclean no dia 10 de dezembro, é apontado como o articulador de uma vasta
rede de contratos fraudulentos em 17 estados brasileiros, movimentando cerca de
R$ 1,4 bilhão nos últimos anos. Só em 2024, o grupo teria desviado R$ 800
milhões. Documentos apreendidos pela PF, incluindo R$ 1,5 milhão em espécie e
dezenas páginas de planilhas detalhadas, reforçam as suspeitas de
superfaturamento, lavagem de dinheiro e manipulação de licitações públicas.
O esquema, que teria como base
contratos de coleta de lixo, dedetização e obras públicas, envolve lideranças
do União Brasil, como o ex-prefeito de Salvador ACM Neto, o governador de
Goiás, Ronaldo Caiado, e o senador Davi Alcolumbre (AP). Moura, filiado ao
partido e integrante da cúpula, teria utilizado sua empresa MM Limpeza Urbana
para firmar contratos milionários com prefeituras governadas por aliados
políticos. Somente em Salvador, ele detém contratos de mais de R$ 1
bilhão.
Além disso, as investigações indicam
que emendas parlamentares também foram usadas para direcionar recursos a
prefeituras e empresas ligadas ao grupo. Com a decisão sobre sua liberdade nas
mãos da desembargadora do TRF1 Daniele Maranhão, a expectativa é de que um
eventual acordo de colaboração premiada de Moura possa expor um esquema de
corrupção de alcance nacional, envolvendo contratos públicos, desvio de
recursos e conexões políticas que ameaçam implodir o comando do União Brasil,
presidido por Antônio Rueda.
Um dos pontos-chave que facilitam esquemas como este é a falta de transparência e rastreabilidade no uso de emendas parlamentares. Muitas vezes, os recursos dessas emendas são direcionados para prefeituras e empresas sem mecanismos robustos de fiscalização, criando brechas para fraudes e desvios de verbas.
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