31 de março de 2023
Comissão Política Nacional do PCB
A história do Brasil
é marcada pela impunidade dos carrascos das classes trabalhadoras. As classes
dominantes sempre se esforçaram para bloquear a ação independente das massas
populares na vida política nacional, seja por meio da repressão, por meio da
cooptação ou por meio das “transições por cima”, pactuadas entre as elites em
resposta às graves crises. Nesse quadro histórico, até mesmo o poderoso
movimento grevista do proletariado, que deu início à derrocada da Ditadura
Militar-Burguesa implantada em 1° de abril de 1964, foi incapaz de travar até o
fim uma luta pela punição dos torturadores, militares golpistas e empresários
que financiaram as ações da repressão.
Não é à toa, então,
que os comandantes golpistas das Forças Armadas e das Polícias Militares e
Civis continuem se sentindo à vontade para, mesmo sob a República dita
democrática, conspirar suas aventuras golpistas e promover a mais brutal
violência e opressão contra o povo trabalhador e sua luta por dignidade.
Por isso, neste 1° de
abril, os movimentos populares e organizações socialistas irão às ruas em todo
o país, como fazemos todos os anos nesta data, para denunciar os crimes da
ditadura militar e exigir memória, verdade e justiça – o que não pode existir
sem a punição de todos os torturadores e agentes do antigo regime. Mais que
isso: vamos às ruas expor a conexão entre esses crimes do passado e os crimes
dos militares e golpistas no presente, como sua responsabilidade pelo verdadeiro
genocídio promovido no Brasil pelas mãos do governo Bolsonaro, durante a
pandemia da Covid-19.
Sabemos que as
instituições republicanas burguesas são impotentes, por si mesmas, para levar a
cabo essa punição: o histórico de impunidade que pesa sobre nossa vida nacional
é produto da tendência das instituições liberais à reconciliação permanente com
aqueles que conspiram contra elas, em nome da “estabilidade” e da
“governabilidade” republicana. Apenas o movimento das massas trabalhadoras
independentes pode, através da sua organização e da sua pressão, forçar essas
instituições letárgicas e lenientes à ação, sob medo de que o povo tome em suas
próprias mãos a solução dessa e de todas suas demais reivindicações.
Sem o combate
imediato aos golpistas de ontem e de hoje, a força dos reacionários seguirá se
consolidando sem quaisquer obstáculos. Apenas o Poder Popular pode travar uma
luta até o fim pela punição dos dirigentes bolsonaristas e de todos os seus
cúmplices militares e civis.
Pela punição dos
torturadores, golpistas e genocidas de ontem e de hoje!
Sem anistia para os
crimes dos bolsonaristas militares e civis!
Pelo Poder Popular e
o socialismo!