(Foto: Reprodução/Exército do Brasil) |
O projeto do
Instituto Sagres e dos institutos Villas Bôas e Federalista previa o fim da
gratuidade na saúde e na educação e exploração de terras indígenas
4 de outubro de
2023
247 - Alvo de uma
operação da Polícia Federal na última sexta-feira (29), sob suspeita de apoiar
os eventos ocorridos em 8 de janeiro, o general da reserva Ridauto Lúcio
Fernandes é diretor do instituto que colaborou na criação de um "projeto
de nação" para o país em parceria com o general Eduardo Villas Bôas,
ex-comandante do Exército. >>> General
Ridauto Lúcio Fernandes, alvo da Operação Lesa Pátria era um kid preto, com
tática de guerra irregular
Ridauto Lúcio
Fernandes, segundo relata o UOL, atua como diretor
de Defesa e Segurança no Instituto Sagres, uma organização fundada em 2004 por
coronéis da reserva. No início de agosto, a Comissão Parlamentar Mista de
Inquérito (CPMI) que investiga os eventos de 8 de janeiro determinou a quebra
dos sigilos bancário e fiscal do Instituto Sagres, bem como de três de seus
líderes, todos eles militares.
Em maio de 2022, a
cinco meses das eleições, o Instituto Sagres lançou um "projeto de
nação" em colaboração com os institutos Villas Bôas e Federalista. Esse
documento foi apresentado em um evento realizado em Brasília com o apoio do
general Hamilton Mourão, que na época era vice-presidente e agora é senador.
É importante observar
que o projeto não possui uma ligação formal com as Forças Armadas, porém, foi
concebido e revisado por militares. A proposta inclui medidas como o fim da
gratuidade na saúde e nas universidades, a defesa da exploração de terras
indígenas e a referência à necessidade de "limitar a interferência do
movimento globalista", entre outros pontos.
O governo Jair
Bolsonaro (PL) desempenhou um papel ativo na elaboração do projeto, com o
general da reserva Luiz Eduardo Rocha Paiva coordenando o trabalho. Ele afirmou
que ministérios da gestão anterior distribuíram questionários em todo o país
para contribuir com a produção do texto.
Três líderes do
Instituto Sagres estão sob investigação da CPMI. Além de Ridauto Fernandes, que
participou dos eventos de 8 de janeiro, a comissão está focando em Rocha Paiva,
diretor de Geopolítica e Conflitos do Sagres, e no general reformado Raul
Sturari, atual presidente da entidade. Procurado, o Instituto Sagres não se
manifestou.
Vale destacar que o
general Rocha Paiva é ex-presidente da ONG Ternuma (Terrorismo Nunca Mais),
fundada por apoiadores da ditadura militar. A entidade está desativada
atualmente. Ela publicamente defendia figuras como o coronel Carlos Alberto
Brilhante Ustra, que foi condenado por tortura (ele faleceu em 2015).
Em março de 2021,
Rocha Paiva publicou um manifesto intitulado "aproxima-se o ponto de
ruptura", no qual criticou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que
anulou as condenações do presidente Lula (PT) e declarou que as Forças Armadas
"ficarão unidas e ao lado da Nação" em caso de conflito entre os
Poderes. Em 2018, o ex-comandante do Exército também emitiu uma mensagem com um
tom intimidatório em relação ao STF, na véspera do julgamento que determinou a
prisão injusta de Lula. Rocha Paiva é um dos fundadores do Instituto Villas
Bôas.
EM TEMPO: O golpe não ocorreu porque a Casa Branca não apoiava.
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