Tese do engano foi abraçada pela mídia e todo mundo agora segue atrás,
inclusive os milicianos e traficantes que buscam dominar a narrativa
Jornal GGN – Por
Luis Nassif
Recebi essa mensagem de um policial civil do Rio de
Janeiro, que já trabalhou em São Gonçalo, Campos dos Goytacazes e Macaé,
cidades com grande densidade demográfica e altos números de homicídios.
“Nesse tempo todo, nunca vi grupo de traficantes, narco-milicianos ou milicianos descendo de carro, com pistolas, ainda mais supondo que um inimigo (o alvo) estivesse com seus seguranças. Bandido de facção, ou milícia, nesse caso, atira de fuzil, varre a área e depois desce, quando é o caso para conferir. Outra coisa foram as informações que foram se acumulando, como se montassem uma versão: primeiro Dino disse que poderia ser o parentesco com deputados do PSOL, e depois, a tese do engano.
Essa tese foi abraçada pela mídia (como no caso Bodega e Escola Base) e todo mundo agora segue atrás, inclusive os milicianos e traficantes, que na guerra entre eles, buscam dominar a narrativa para causar danos aos inimigos. E aí, seguem “conferências” entre bandidos, tribunais do tráfico, e milagrosamente, sem que ninguém pudesse identificar nas imagens do vídeo quem eram, salvo por um áudio que vazou de um processo sigiloso, que não diz nada, os caras aparecem mortos.
Pois bem, lembra do Sérgio Cortes, INTO e máfia das
próteses? Lembra que teve caso semelhante no hospital da FAB? Eu não afirmaria
que as vítimas, ou uma, ou duas delas estavam envolvidas em falcatruas, mas
podem ter descoberto algo, e aí sim, seus algozes, com medo de que seus laços
com parlamentares projetassem essas notícias, resolveram dar o recado…
Outra coisa engraçada, disseram todo tempo que os
caras são amadores, atiraram a esmo, é mentira: eram quatro alvos, e eles três
acertaram os 4, e três foram atingidos com disparos agrupados, o que é raro, e
não houve bala perdida, e dado o ambiente, isso é muito difícil, ou seja, quem
atirou sabia o que fazia, e atirou 9 mm, todos, o que indica que são policiais
ou ex-policiais, e não são do Rio.
Daí a presença do terceiro atirador, de bermuda, ao contrário dos demais , esse sim atira a esmo, e parece ser o único que destoa, e de fato, ele deve ter sido recrutado pelos paulistas para vigiar os alvos e mostrar a cidade. O carro usado não é comum de ser roubado, um Nissan Kicks…na verdade, em setembro e outubro só 4 foram roubados, 3 na área da 16ª DP, e um na área da 38ª DP (Barra da Tijuca e Brás de Pina, respectivamente)…
É possível que os paulistas já estivesse na cidade e ali perto, e seria o caso de checar os hotéis próximos…e claro, eles vieram de carro legalizado… Usaram pistolas porque era difícil trazer fuzil clandestino de carro. Três policias com armas curtas e de porte não causam problemas, mesmo que a arma seja fria.
Para você ter um exemplo: essa noite, um grupo de
traficantes se deslocou de Macaé e atacou um bar, atiraram a esmo, na cidade de
Rio das Ostras, e o fizeram como vingança pela morte de seus comparsas por
traficantes daquele bairro atacado. Dois carros, armas usadas, pistolas,
fuzis…Dois mortos e três feridos… Ou seja, quando esses grupo saem de “bonde”
em território adversário ou para atacar inimigo, eles não vão de pistola e um
carro apenas…
Vai ser mais um caso Marielle, onde todo mundo quis
fazer palanque com a morte, incluindo a família, e os Bolsonaro, que imaginavam
que iam colocar terror nos demais, e não se chegou a lugar algum, e ela estava
mexendo com a máfia do transporte público e seus vínculos promíscuos com o
setor público.
Quando trabalhei em escutas, quando os telefones
não eram smartphones, e nem havia plataformas criptografadas, o normal é o seguinte:
– Colocamos plantonistas que monitoram (ouvem os
alvos) ao vivo, quando as chamadas eram desviadas (desvio duplo) e quando havia
algum crime para ser cometido, como entrega de drogas, a gente mandava uma
equipe, e na maioria das vezes pedia à PM, para não levantar suspeitas nos
alvos, e materializava a prova que havia sido mencionada no meio de prova
(escuta).
– Pois bem, quando era um homicídio a gente ia para
prevenir o crime, e nem se preocupava que a operação fosse revelada.
No caso dos médicos, a mídia disse que a polícia
ouviu um áudio dos assassinos, e a polícia nada fez? Como assim? Não
pediram a uma equipe da PM para passar no local?
Nas escutas da PF eles sempre dão os flagrantes
para a PM, por exemplo, no nosso caso, a maioria das vezes a gente vai pela
disputa entre as polícias, mas como eu disse antes, às vezes tem que ser com PM
mesmo, e isso acontece muito no interior, onde a Civil quase não tem ninguém.
Na Capital, operação contra milícia que já dura
meses, e não tem equipe de pronto emprego? E a mídia engole e não pergunta
nada?
Então, Nassif, eu posso estar alucinado, não ouso
dizer que estou certo, mas acho que essas perguntas têm que ser feitas…”
EM TEMPO: Evidentemente que todas as hipóteses precisam de ser analisadas. Resta saber se os criminosos sabiam que as vítimas eram indefesas.
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