(Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados) |
Ex-ministro deu os nomes dos generais José Carlos Penteado e Feitosa Rodrigues como possíveis “facilitadores” das ações de vândalos golpistas no Palácio do Planalto em 8/01
31 de agosto de
2023
Da sucursal do 247 em Brasília - Leia a seguir a íntegra do texto que o general Gonçalves Dias, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional do presidente Lula, leu em primeira pessoa no início de seu depoimento:
“Sou General de
Divisão do Exército Brasileiro. Concluí a Academia Militar das Agulhas Negras
na arma da Infantaria em 1975. Possuo cursos de Forças Especiais, de Comandos,
de Guerra na Selva, de Paraquedista, Aperfeiçoamento de Oficiais, Curso de
Comando e Estado Maior, Curso de Política Estratégia e Alta Administração do
Exército e de Segurança Presidencial.
Com muita honra,
prestei serviços às forças de segurança da ONU na América Central, por um ano e
meio, no início dos anos 1990.
Entre os anos de
2003 e 2010, coordenei a segurança da Presidência da República.
Em 2011, como
General de Divisão, comandei a 6ª Região Militar em Salvador, na Bahia.
Em dezembro de
2022, fui convidado para assumir o Gabinete de Segurança Institucional da
Presidência da República.
Tomei posse em 1º
de janeiro de 2023. Pedi afastamento do posto em 19 de abril. Saí por causa da
divulgação imprecisa e desconexa de vídeos gravados no interior do Palácio do
Planalto durante a invasão ao prédio, em 8 de janeiro de 2023. Naquele dia
foram cometidas agressões impensáveis à Democracia brasileira.
Eu era
ministro-chefe do GSI, cabia a mim, funcionalmente e como cidadão brasileiro,
preservar a sede do Poder Executivo do Estado Brasileiro, o Palácio do
Planalto.
No dia 8 de
janeiro, utilizando de todo meu conhecimento agregado pelos cursos que realizei
ao longo de mais de 44 anos de serviço, pelas experiências vividas, dentro e
fora das funções do Exército, EXERCI EFETIVAMENTE MINHA AÇÃO DE COMANDO NA
DEFESA E PRESERVAÇÃO DO PALÁCIO PRESIDENCIAL NO MEIO DE UM LEVANTE
ANTIDEMOCRÁTICO.
Foi um ataque único, inédito e inimaginável para todos nós que somos democratas e devotamos respeito à Constituição e às instituições. Tendo conhecimento, agora, da sequência de fatos que nos levaram até aquelas agressões de vândalos; e também da ineficiência dos agentes que atuavam na execução do Plano Escudo, aprovado com a coordenação de diversos órgãos civis, militares e de Segurança Pública; seria mais duro do que fui na repressão. Faria diferente, embora tenha plena certeza de que envidei todos os esforços e ações que estavam ao meu alcance para mitigar danos e o mais importante, PRESERVAR AS VIDAS DE CIDADÃS E CIDADÃOS BRASILEIROS, SEM O DERRAMAMENTO UMA GOTA DE SANGUE, SEM NENHUMA MORTE.