Tribuna Popular –
Partido Comunista da Venezuela
O Birô Político do
Comitê Central do Partido Comunista da Venezuela (PCV) denunciou, na última
segunda-feira, dia 19 de junho, o desaparecimento de dois dirigentes sindicais
da Siderúrgica del Orinoco (Sidor), detidos arbitrariamente há mais de uma
semana após os protestos massivos frente à estatal.
No dia 06 de junho,
os trabalhadores da Usina Pellas de Sidor empreenderam novas ações para
enfrentar as violações dos compromissos adquiridos pelo empregador e os ataques
sistemáticos aos seus direitos salariais e trabalhistas. No quarto dia de
protesto, o governo militarizou a área e lançou uma ofensiva policial e
judicial para neutralizar os trabalhadores em luta.
“Ratificamos a nossa
condenação às práticas de criminalização das lutas operárias que o Governo
Maduro está promovendo. Está se configurando uma situação em que se suspende o
exercício dos direitos democráticos do povo venezuelano, o direito de se
defender das investidas dos patrões e do próprio governo com políticas anti
trabalhadoras e antipopulares”, declarou Pedro Eusse, Secretário do Movimento
Operário e Sindical do PCV.
Eusse denunciou que
“neste momento há dois dirigentes sindicais presos e desaparecidos”. São os casos
de Leonardo Azócar, secretário de Trabalho e Denúncias do Sindicato Único dos
Trabalhadores da Siderurgia e Similares (Sutiss) e do delegado sindical
departamental Daniel Romero. “Foram sequestrados pelo Estado venezuelano. É um
fato gravíssimo que nos lembra os momentos mais terríveis da repressão dos anos
1960 e as práticas de violência e criminalização indevidas aplicadas pelas
ditaduras na América do Sul com presos e desaparecidos”, acrescentou.
Azócar e Romero
“foram detidos sem respeito ao devido processo e até agora nem seus familiares,
nem seus colegas sindicais, nem seus colegas de trabalho sabem onde estão”,
explicou. Além dessas detenções, foi imposta uma medida judicial emitida por um
tribunal a pedido do empregador, que “estabelece um precedente extremamente
perigoso contra o exercício das lutas dos trabalhadores em Guayana e em toda a
Venezuela”, informou Eusse.
Na mencionada
sentença proferida por um Tribunal de Puerto Ordaz, “os trabalhadores estão
proibidos de exercer o direito de protestar e denunciar publicamente as
violações cometidas pelos empregadores contra seus direitos”. “Estes fatos
devem ser repudiados, condenados e enfrentados por todos os trabalhadores e
trabalhadoras da Venezuela, por todo o movimento sindical venezuelano e pelo
sindicalismo classista internacional, que necessariamente tem que se pronunciar
diante desses gravíssimos acontecimentos que estão ocorrendo na Venezuela”,
disse Eusse.
Solidariedade com os
petroleiros
O PCV também se
solidarizou com as lutas dos petroleiros da Refinaria Puerto La Cruz e também
de várias áreas da PDVSA em Zulia. Os petroleiros exigem o cumprimento do
acordo coletivo de trabalho, nomeadamente no que diz respeito ao seguro de
saúde. “Isso põe em risco a vida dos próprios trabalhadores e de suas famílias
pela falta de atendimento médico”, disse Eusse ao relembrar as péssimas
condições de trabalho e que quase 90% da renda são bônus e não salários.
Além disso, a
convenção coletiva do setor está vencida há 19 meses. Na época, o PCV denunciou
a assinatura deste contrato como irregular, “porque não foi objeto de debate
por parte dos trabalhadores”. “A propósito, o governo tem atuado para que os
trabalhadores não possam assumir o controle de suas organizações sindicais.
Eles não podem renovar suas direções sindicais, especialmente naqueles setores
estratégicos. O movimento sindical foi decapitado ou impedido de exercer seu
legítimo direito à atividade sindical”, disse.
PCV também denunciou
brutal repressão contra o povo Yukpa
O Birô Político do
Comitê Central do Partido Comunista da Venezuela (PCV) denunciou também a
brutal repressão que está sendo cometida contra o povo Yukpa no estado Zulia.
“Já foi divulgado como a força policial tem sido usada para impedir que os
irmãos Yukpa façam uso de seu direito de livre circulação. Ou seja, os Yukpa
estão sendo proibidos de transitar pelo território nacional, sair de Zulia para
comercializar o seu artesanato e até informar o país sobre a realidade em que
vivem”, declarou Pedro Eusse, membro da direcção do PCV.
O dirigente acusou o
governo nacional de ter imposto o critério que considera os Yukpa como cidadãos
de segunda classe ou terceira categoria, sem os mesmos direitos que o resto dos
venezuelanos e venezuelanas. “Não só está se desenvolvendo a repressão policial,
mas também está sendo promovida uma campanha de estigmatização e de ódio étnico
na Venezuela contra o povo Yukpa”, acrescentou Eusse.
Durante o habitual
comunicado à imprensa, o PCV também alertou para as tentativas de criminalizar
aqueles que assumem a defesa do povo Yukpa, como está acontecendo com o
professor Luis Portillo, que é um reconhecido defensor dos direitos dos povos
indígenas no estado de Zulia e na Venezuela. “Denunciamos o que está sendo
feito contra o professor Lusbi Portillo. Expressamos nossa solidariedade e
acreditamos que todas as forças democráticas, populares, revolucionárias e
socialmente sensíveis devem condenar toda essa onda de repressão contra o povo
Yukpa e contra o professor Lusbi Portillo”, concluiu Eusse.
Tradução:
Partido Comunista Brasileiro – PCB
EM TEMPO: O presidente Lula precisa ser mais crítico com relação a Maduro e Daniel Órtega, presidentes da Venezuela e Nicarágua, respectivamente.
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