O GLOBO - Jeniffer Gularte
A Polícia Federal abriu um novo inquérito para apurar uma ameaça de morte ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, candidato do PT ao Palácio do Planalto. A investigação foi aberta a pedido da equipe de polícias federais que faz a segurança do petista na campanha, chefiada pelo delegado Andrei Rodrigues, a partir de um e-mail enviado ao Instituto Lula.
Malu Gaspar diz: Empresário bolsonarista
pratica tiro ao alvo com imagem de Lula.
Polícia Federal: De atiradores de
elite a policiais infiltrados na segurança da campanha de Lula
Reação: Após caso Jefferson, campanha
de Lula quer ampliar discurso de defesa da paz com foco no eleitor indeciso
antipetista
Em mensagem recebida no e-mail do instituto no dia seguinte ao primeiro turno, em 3 de outubro, uma pessoa afirma que espera Lula na sede do instituto para matá-lo com oito tiros de revólver 357. O caso é apurado pela superintendência da PF em São Paulo. A PF já havia aberto dois inquéritos anteriores para investigar ameaças feitas ao petista no primeiro turno. Um deles é apurado em Santa Catarina, onde o empresário bolsonarista Luiz Henrique Crestani usou seu perfil no Instagram para publicar um vídeo praticando tiro ao alvo a uma imagem de Lula. O caso foi relevado pela colunista Malu Gaspar.
O terceiro tramita na Polícia Civil de São Paulo e verifica a conduta do empresário José Sabatini. Em um vídeo, Sabatini aparece lambendo o cano de uma arma longa enquanto está dentro de um carro e diz o nome do presidente Jair Bolsonaro (PL). O mesmo empresário foi investigado em 2021 por divulgar um vídeo na internet onde ameaçava Lula e atirava várias vezes contra alvos.
O andamento dos inquéritos é acompanhado pelos policiais que atuam na proteção de Lula durante a campanha. Outro ponto de atenção envolve a ação violenta do ex-deputado Roberto Jefferson contra policiais no domingo, em Comendador Levy Gasparian, no interior do Rio de Janeiro. O temor é que a reação do aliado do presidente contra incentive reações violentas a poucos dias do segundo turno. Na visão de petistas, se Jefferson se insurgiu contra policiais, algum outro fanático pode agir contra qualquer um.
Na avaliação de integrantes da
equipe, todos os compromissos de Lula nesta reta final são sensíveis e
demandarão rigor nas ações de proteção, o que requer manter mais policiais
próximos ao ex-presidente e aumentar a rigidez na inspeção dos locais por onde
o petista passar. Lula tem apenas uma viagem marcada para esta semana, para o
Rio de Janeiro, onde participará para do debate da Globo.
O último ato de Lula deverá ser uma caminhada em
São Paulo. Durante o segundo turno, o petista mudou o perfil das agendas na
rua. De atos em comícios, passou a fazer caminhadas usando caminhonetes, o que
demandou maior planejamento de segurança, com agentes atrás do candidato com
pastas balísticas, maior efetivo policial no entorno do veículo que transporta
Lula e convocação da militância para auxiliar na proteção do petista.
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