Carlos Lupi e Ciro Gomes Ailton de Freitas/Ag. O Globo |
Decisão
foi unânime, diz presidente do partido, Carlos Lupi
Por Camila Zarur — Brasília
04/10/2022
O
PDT anunciou o ao apoio ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo
turno contra o atual chefe do Planalto, Jair Bolsonaro (PL). O anúncio foi
feito após a reunião da Executiva nacional do partido. Já há consenso entre
pedetista para o apoio a petista. Conforme o GLOBO antecipou ontem, o
ex-presidenciável da sigla, Ciro Gomes, vai seguir a decisão da legenda. Ele,
no entanto, não deve fazer campanha para o petista.
—
A decisão foi unânime. Foi uma decisão unânime e agora vamos comunicar isso com
o PT — disse Carlos Lupi, presidente do PDT. — Apoiar o mais próximo da gente,
o Lula. Uma candidatura do 12+1 — completou.
O
presidente do PT afirmou ainda que Ciro Gomes endossa a decisão tomada pelo
partido, mesmo depois de uma série de ataques a Lula durante a campanha.
—
Ciro participou da reunião e disse que endossa integralmente a decisão do
partido — afirmou.
Sobre
as críticas de Ciro a Lula, Lupi disse que o processo político às vezes se
acirra.
—
Vivenciei isso com Lula e Brizola — disse, lembrando o ex-governador do Rio
Leonel Brizola. — Não admitimos nenhum apoio a Bolsonaro.
Desde
ontem, o presidente do partido tem conversado com lideranças do PT sobre o
apoio ao ex-presidente. O cacique pedetista negociou para que a campanha de
Lula absorva propostas caras ao PDT em troca do palanque ao ex-presidente. As
prioridades do partido são a renda mínima, no valor de R$ 1 mil, o programa
para renegociar dívidas e limpar o nome de pessoas físicas e jurídicas do SPC e
Serasa, e a escola em tempo integral. Lupi disse também que vai propor ao PT o
Código Brasileiro do Trabalho.
Historicamente,
o PDT sempre esteve ao lado do PT em disputas de segundo turno à Presidência.
Em 2018, o partido pedetista anunciou "apoio crítica" ao ex-ministro
Fernando Haddad, então candidato petista, já no domingo, logo após o resultado.
Na ocasião, pesou para a decisão a posição de Ciro, que junto com o irmão, Cid,
viam no apoio uma forma de fortalecer a aliança entre os dois partidos no
Ceará, berço político da família Ferreira Gomes.
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Ciro
ficou em quarto lugar na disputa ao Palácio do Planalto, com apenas 3% dos
votos. Em sua primeira declaração após a derrota, o pedetista afirmou estar
“profundamente preocupado” com o futuro do país, além de pedir um tempo antes
de se posicionar.
Ao
longo da campanha, o pedetista deferiu duros ataques a Lula e o clima entre os
dois piorou na reta final, quando o petista adotou a estratégia do voto útil,
ou seja, priorizou a atração de eleitores de Ciro sob argumento de que o
pedetista não tinha chance de vencer a eleição e, portanto, a opção por Lula
seria o caminho mais eficiente para derrotar Bolsonaro.
Apesar
dos embates, apurou a reportagem, Ciro considera necessário uma unificação do
PDT, que saiu enfraquecido da eleição. A legenda perdeu duas cadeiras na Câmara
Federal, saindo de 19 para 17 deputados, não conseguiu eleger nenhum de seus
candidatos aos governos estaduais.
EM TEMPO: O curioso é que o Ciro em seu pronunciamento não cita o nome de Lula e nem diz que Bozo é uma ameaça a democracia. Na realidade houve "voto útil" de Ciro para Bolsonaro.
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