Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução | Ricardo Stuckert) |
31 de outubro de 2022
Jornal francês destacou o governo desastroso de Jair Bolsonaro e os desafios que Lula terá pela frente
247 - O jornal
francês Le Monde, em editorial
publicado nesta segunda-feira (31), classifica a eleição de Luiz Inácio Lula da
Silva (PT) para a Presidência do Brasil como um "alívio global".
O periódico destaca o governo desastroso de Jair Bolsonaro (PL) e diz que cabe a ele uma última tarefa: reconhecer o resultado das urnas. "A democracia falou no Brasil. No domingo, 30 de outubro, ela demitiu o atual presidente Jair Bolsonaro após um mandato de alvoroço e fúria exemplificado pelo tratamento abismal da pandemia de Covid-19, o saque da Amazônia, ataques à democracia e um fluxo constante de declarações racistas, sexistas e homofóbicas. Resta agora a este líder de extrema-direita, calado na noite das eleições, uma última obrigação para com o seu país: reconhecer publicamente a sua derrota e preparar-se para uma alternância pacífica no topo do Estado".
"Quanto mais
cedo melhor, o homem que muitas vezes foi comparado ao ex-presidente dos
Estados Unidos, Donald Trump, não deve imitá-lo uma última vez, lançando-se em
um desafio aos resultados que colocariam as instituições à prova. . O tempo
para uma campanha deletéria e particularmente virulenta já passou. Agora é a
vez dos desafios que aguardam o vencedor, Luiz Inácio Lula da Silva",
complementa.
A eleição deste
domingo, segundo o texto, foi "uma das voltas ao poder mais espetaculares
já feitas em um poder do tamanho do Brasil".
O jornal destaca a
dificuldade que Lula terá para encarar um país quebrado pelo bolsonarismo e com
representantes desta corrente em setores do poder político. "Essa
ultrapassagem foi, sem dúvida, essencial, mas não impediu o enraizamento de um
populismo agressivo e a transição do bolsonarismo militante para o bolsonarismo
institucional, o que se confirma neste segundo turno da eleição. Enquanto a
campanha presidencial destacou a vulnerabilidade do país às inverdades
veiculadas pelas redes sociais e a influência de pastores evangélicos ultraconservadores,
esse bolsonarismo já está presente em vigor no Congresso do Brasil, assim como
em muitos estados do gigante sul-americano, começando pela mais rica, a de São
Paulo, que agora será comandada por um ex-ministro do presidente derrotado".
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