ESTADÃO - Davi
Medeiros
O presidente Jair Bolsonaro (PL) perguntou 'qual o
problema' de comprar imóveis usando dinheiro em espécie. Foto: Wilton
Junior/Estadão - 29/08/2022© Fornecido por Estadão
O senador Randolfe
Rodrigues (Rede-AP), líder da oposição no Senado,
protocolou no Supremo
Tribunal Federal (STF) pedido para que seja investigada a
compra de imóveis com dinheiro em espécie por familiares do presidente Jair Bolsonaro (PL).
A ação pede medidas como bloqueio de contas e busca e apreensão dos celulares e
computadores utilizados pelos compradores. O parlamentar é um dos coordenadores
da campanha de Luiz
Inácio Lula da Silva (PT) pela Presidência.
Randolfe argumenta que é de interesse
público saber a origem do dinheiro utilizado nas transações. “O salário de um
parlamentar não justifica esse patrimônio milionário. Por isso, é direito de
todos os brasileiros a transparência sobre o uso indevido do dinheiro público”,
afirmou.
Reportagem publicada pelo UOL esta
semana afirma que metade dos imóveis adquiridos pelo clã Bolsonaro foi comprada
total ou parcialmente com dinheiro em espécie. A prática levanta suspeitas de
lavagem de dinheiro por ser considerada “altamente atípica”, como
disse ao Estadão o chefe da seção brasileira da Transparência Internacional,
Bruno Brandão.
Ao ser questionado sobre o assunto, o
presidente não negou o teor da reportagem e perguntou “qual o problema” de
comprar imóveis com dinheiro vivo.
Randolfe aciona com frequência o
Judiciário contra o chefe do Executivo. Como mostrou o Estadão, partiu do
senador, e não da Polícia Federal, o pedido que embasou a decisão do ministro
Alexandre de Moraes pela quebra do sigilo bancário dos empresários
bolsonaristas que defenderam um golpe de Estado em conversa no
WhatsApp. O parlamentar foi criticado por aliados do presidente, que o acusaram
de assumir função que seria do Procurador-Geral da República. “Combater todos
aqueles que querem atentar contra a maior conquista que os brasileiros tiveram
nos últimos 30 anos não tem identidade profissional”, afirmou o senador.
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