ESTADÃO - Giordanna Neves
FARM1 - ECONOMIA - Farmácia Popular do Brasil
Sobradinho (DF), 23/09/2016 (Foto:
Rodrigo Nunes/MS© Fornecido por Estadão)
O candidato à Presidência pelo
PT, Luiz
Inácio Lula da Silva, afirmou nesta quinta-feira, 19, ao criticar
Jair Bolsonaro (PL), que um presidente não pode ser refém do Congresso
Nacional. Segundo ele, Bolsonaro “não pode sequer cuidar do Orçamento”.
Lula citou o corte de verbas do
programa Farmácia Popular feito pelo governo Bolsonaro. “Ele acaba de tirar
dinheiro da Farmácia Popular para colocar no Orçamento Secreto. Para tentar
ajudar os deputados, ajudar a financiar a campanha dele. Não é lógico, não é
racional”, afirmou aos jornalistas em Montes Claros (MG).
Como mostrou o Estadão/Broadcast, o governo Bolsonaro cortou em 59% o orçamento de 2023 da gratuidade do programa Farmácia Popular, que atende mais de 21 milhões de brasileiros, para garantir mais recursos para o orçamento secreto, esquema de transferência de verbas a parlamentares sem transparência.
Lula também afirmou que “um presidente não pode ficar ofendendo a Suprema Corte”. Ele havia sido questionado sobre o aumento de casos de violência política durante a campanha presidencial.
Lula ironizou a ida do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao velório da rainha Elizabeth II. O petista disse que essa é uma estratégia para “ganhar votos” e aproveitou para comparar a viagem ao descaso do chefe do Executivo diante das vítimas da covid-19.
“Acho até louvável que o presidente tenha dito que vai ao velório da rainha da Inglaterra. É muito louvável que ele vá. Agora ele poderia ter ido ao velório de uma das 680 mil pessoas que morreram de covid. Ele poderia ter derramado pelo menos uma lágrima por uma criança que ficou órfã. Tudo na vida dele é pensando no bem estar dele, na sobrevivência dele. Ele pensa que vai ganhar voto indo lá, ele pensa que vai tocar na alma de alguém”, afirmou.
Ao comentar a declaração do chefe do
Executivo de que vai “passar a faixa” e “se recolher” caso não seja reeleito, o
petista disse que ele “tenta dar uma de bonzinho”. “Vocês percebem que ele está
tentando mudar, porque estão dizendo pra ele ‘seja bonzinho’ para diminuir a
rejeição”, disse.
“Veja que, mesmo ele dando auxílio
emergencial de R$ 600, ele não conseguiu crescer na pesquisa como pensava que
ia crescer. Porque a rejeição dele é maior que a aceitação”, emendou.
EM TEMPO: O "Orçamento Secreto" se constitui no maior escândalo de corrupção, ocorrido no Brasil, desde a redemocratização do país.
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