Nossas eleições com
o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos
várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição
republicana de governo
Atualizado em
30/07/2022
Origem: Sítio do
PT
A “Carta às brasileiras e brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito”, em defesa da democracia e do sistema eleitoral brasileiro, já conta com mais 500 mil assinaturas.
Já firmaram o documento juristas, as principais entidades da sociedade civil, entidades empresariais, centrais sindicais, parlamentares, artistas e personalidades públicas. Acuado pela mobilização da sociedade, Bolsonaro reagiu ao documento atacando a Fiesp e a Febraban, duas das mais importantes entidades representativas do setor empresarial. O documento (veja abaixo) foi organizado e divulgado por alunos e professores da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP) na terça-feira (26).
Os ministros eméritos do STF Carlos Ayres Britto, Carlos Velloso, Celso de Mello, Cezar Peluso, Ellen Gracie, Eros Grau, Marco Aurélio Mello, Sepúlveda Pertence, Sydney Sanches e André de Carvalho Ramos já assinaram o manifesto. Também já assinaram a carta os banqueiros Roberto Setubal, Pedro Moreira Salles e Candido Bracher, ligados ao Itaú, além dos economistas Arminio Fraga e José Roberto Mendonça de Barros. Lideranças como o padre Júlio Lancelotti e o cantor e compositor Chico Buarque, entre centenas de artistas assinaram o manifesto, cobrando respeito ao Estado de Direito. Até ontem, quinta-feira, 28, o manifesto postado no site da Faculdade de Direito da USP sofre mais 2.400 ataques, todos frustrados, segundo a instituição.
Leia abaixo a íntegra do documento:
“Em agosto de 1977,
em meio às comemorações do sesquicentenário de fundação dos cursos jurídicos no
país, o professor Goffredo da Silva Telles Junior, mestre de todos nós, no
território livre do Largo de São Francisco, leu a Carta aos Brasileiros, na
qual denunciava a ilegitimidade do então governo militar e o estado de exceção
em que vivíamos. Conclamava também o restabelecimento do estado de direito e a
convocação de uma Assembleia Nacional Constituinte.
A semente plantada
rendeu frutos. O Brasil superou a ditadura militar. A Assembleia Nacional
Constituinte resgatou a legitimidade de nossas instituições, restabelecendo o
estado democrático de direito com a prevalência do respeito aos direitos
fundamentais.
Temos os poderes da
República, o Executivo, o Legislativo e o Judiciário, todos independentes,
autônomos e com o compromisso de respeitar e zelar pela observância do pacto
maior, a Constituição Federal.
Sob o manto da
Constituição Federal de 1988, prestes a completar seu 34º aniversário, passamos
por eleições livres e periódicas, nas quais o debate político sobre os projetos
para país sempre foi democrático, cabendo a decisão final à soberania popular.
A lição de Goffredo
está estampada em nossa Constituição “Todo poder emana do povo, que o exerce
por meio de seus representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta
Constituição”.
Nossas eleições com o processo
eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo. Tivemos várias
alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas e transição
republicana de governo. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis,
assim como a Justiça Eleitoral.
Nossa democracia
cresceu e amadureceu, mas muito ainda há de ser feito. Vivemos em país de
profundas desigualdades sociais, com carências em serviços públicos essenciais,
como saúde, educação, habitação e segurança pública. Temos muito a caminhar no
desenvolvimento das nossas potencialidades econômicas de forma sustentável. O
Estado apresenta-se ineficiente diante dos seus inúmeros desafios.
Pleitos por maior
respeito e igualdade de condições em matéria de raça, gênero e orientação
sexual ainda estão longe de ser atendidos com a devida plenitude.
Nos próximos dias,
em meio a estes desafios, teremos o início da campanha eleitoral para a
renovação dos mandatos dos legislativos e executivos estaduais e federais.
Neste momento, deveríamos ter o ápice da democracia com a disputa entre os
vários projetos políticos visando convencer o eleitorado da melhor proposta
para os rumos do país nos próximos anos.
Ao invés de uma
festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade
democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao
resultado das eleições.
Ataques infundados
e desacompanhados de provas questionam a lisura do processo eleitoral e o
estado democrático de direito tão duramente conquistado pela sociedade
brasileira. São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da
sociedade civil e a incitação à violência e à ruptura da ordem constitucional.
Assistimos
recentemente a desvarios autoritários que puseram em risco a secular democracia
norte-americana. Lá as tentativas de desestabilizar a democracia e a confiança
do povo na lisura das eleições não tiveram êxito, aqui também não terão.
Nossa consciência cívica é muito
maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado
divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem
democrática.
Imbuídos do
espírito cívico que lastreou a Carta aos Brasileiros de 1977 e reunidos no
mesmo território livre do Largo de São Francisco, independentemente da
preferência eleitoral ou partidária de cada um, clamamos as brasileiras e
brasileiros a ficarem alertas na defesa da democracia e do respeito ao
resultado das eleições.
No Brasil atual não
há mais espaço para retrocessos autoritários. Ditadura e tortura pertencem ao
passado. A solução dos imensos desafios da sociedade brasileira passa
necessariamente pelo respeito ao resultado das eleições.
Em vigília cívica
contra as tentativas de rupturas, bradamos de forma uníssona:
Estado Democrático de Direito Sempre!
EM TEMPO: 1 - É isso aí Bozo. Vai pagar caro devido as barbaridades que fizeste; 2 - Para assinar o manifesto procure no Google: Manifesto pela Democracia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário